Valter Pomar
domingo, 2 de novembro de 2025
A pesquisa sobre a chacina não é o que parece
sábado, 1 de novembro de 2025
O criptofascismo e o "apoio popular" à chacina
A edição da Folha de S. Paulo na véspera do dia dos mortos afirma que “mais da metade dos moradores do RJ” considera que a “operação” (leia-se: a chacina) foi “um sucesso”.
Deixemos aos especialistas discutir os problemas técnicos que a pesquisa possa ter, entre o quais o fator “medo”, e admitamos que o retrato esteja correto. Pergunto: qual a surpresa?
Afinal, todos sabemos que as posições da extrema-direita são muito influentes e por vezes majoritárias, no mundo e no Brasil.
Vide as eleições recentes na Bolívia e na Argentina. Vide as eleições presidenciais, estaduais e parlamentares de 2022, assim como as eleições municipais de 2024.
Em todos esses e em muitos outros casos, a maioria numérica do eleitorado válido votou em pessoas e partidos cujas políticas prejudicam, objetivamente, a maioria do povo.
Cabe perguntar: por que tantas pessoas que são e serão prejudicadas pela extrema-direita, ainda assim votam nessa gente?
Os motivos são muitos e entre eles não estão correção, eficácia nem eficiência. Noutras palavras, a política de insegurança pública da direita não entrega, nem entregará nunca o que promete. Portanto, a parcela do povo que apoia a política de insegurança pública não o faz por causa dos resultados, pois aquela política não produz paz, nem mesmo a paz dos cemitérios.
No Rio de Janeiro, por exemplo, o governador Castro tem lado na guerra de facções; e o desfecho da recente chacina é que outros “subsenhores da guerra” vão substituir os que tenham sido mortos e presos. Já os verdadeiros chefes e donos da coisa toda seguirão intocados.
Assim, o que explica o apoio popular não é o resultado objetivo, mas sim o convencimento resultante da luta política-ideológica, a saber, a capacidade que a extrema-direita construiu, ao longo de décadas e usando todos os meios (redes e púlpitos inclusive), de convencer a população de que não existiria outro jeito, que este seria o jeito certo.
Isto coloca um desafio ainda maior para a esquerda, especialmente para o PT. Trata-se de simultaneamente combater o crime de outra e verdadeira forma & de combater a política criminosa dos neofascistas.
O desafio é tão difícil que alguns setores do PT e alguns setores do mal denominado "progressismo" acham mais fácil “unir-se a eles”, ou seja, adotar discurso e prática parecidas com as da direita.
É o caso, por exemplo, de um certo criptofascista abrigado na cúpula do PT, personagem meio caricato que demonstra um prazer quase sexual quando fala em pau, porrada e bomba.
O resultado dessa conduta não foi, não é nem será o fortalecimento da esquerda. Passar o pano nas políticas da extrema-direita contribui para legitimar e fortalecer a extrema-direita. Prova suplementar disto é que, na cidade atualmente governada pelo citado criptofascista, a direita geralmente vence as eleições majoritárias, inclusive presidenciais.
Se a esquerda quer mesmo vencer a extrema-direita no debate sobre segurança pública, não tem caminho fácil: é preciso construir uma política diferente, aplicar uma política diferente e defender uma política diferente. Dá trabalho, mas é o único jeito de impedir que a barbárie prevaleça.
Quem quiser seguir outro caminho, precisa "pedir para sair". Ou precisa ser saído por quem realmente quer "combater o fascismo". Afinal de contas, quinta-coluna inimigo é.
quinta-feira, 30 de outubro de 2025
Texto antigo sobre a Palestina
Texto disponível aqui: https://vermelho.org.br/2009/06/20/valter-pomar-visitando-a-palestina/
Valter Pomar: Visitando a Palestina
O Foro de São Paulo enviou uma delegação à Palestina, com o propósito de prestar solidariedade e reunir informações sobre a situação local. Composta por Graciela Garcia, da Frente Amplio do Uruguai; José Reinaldo
Publicado 20/06/2009 20:01
A delegação foi submetida, no aeroporto de Bruxelas, a duas horas de interrogatório político, revista íntima, confisco de todas as bagagens e inclusive de itens pessoais. Estes procedimentos foram realizados pelo pessoal da companhia aérea israelense. Houve interrogatórios e outros procedimentos também no Aeroporto de Ben-Gurion, tanto na chegada quanto na saída de Israel, assim como em alguns check-points.
No dia 2 de junho, a delegação apresentou um relatório da visita ao Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo. O texto a seguir contém os principais trechos deste relatório, contendo afirmações e informações de responsabilidade das autoridades palestinas.
Resumo da visita
A primeira atividade foi uma reunião com o Ministro Riyad Malki, das Relações Exteriores. Durante a reunião, ele e sua equipe disseram o seguinte:
a) existem mais de 600 check-points na Cisjordânia. Grande número de palestinos já foi preso, por conta de atividades de resistência;
b) como Jerusalém foi anexada em 1968 e como não-residentes necessitam de uma permissão oficial, a maior parte da juventude não conhece a Cidade Santa, sendo que 45% da população palestina tem menos de 18 anos;
c) as negociações não estão levando a nenhuma parte. Não houve acordo de paz, não houve desocupação dos territórios ocupados em 1967, não existe um Estado palestino viável. Em 2007 eles participaram das negociações de Anapolis, como parte do consenso árabe, para chamar atenção para a causa palestina e para deter as ocupações. Mas o governo de Israel não cumpriu a promessa de parar os assentamentos;
d) desde outubro de 2008, foram interrompidos os contatos entre Israel e Autoridade Palestina. Uma ''perda de tempo'', um ''processo sem saída''. A situação piorou com a eleição, em Israel, de um governo que nega a idéia dos dois estados, nega o Estado palestino e nega acabar com os assentamentos. A Palestina só voltará a negociar se o governo de Israel aceitar estes princípios: 2 Estados, Estado palestino viável, fim dos assentamentos;
e) entre 2007 e 2008, a instalação de assentamentos cresceu 18 vezes em toda a Cisjordânia e 40 vezes no caso de Jerusalém. O plano de assentamentos objetiva cortar o norte do sul da Cisjordânia e também objetiva mudar o caráter de Jerusalém, através da expulsão dos árabes-palestinos;
f) está em curso um diálogo nacional com o Hamas, propiciado pelo governo egípcio. O problema essencial é a ocupação, não o Hamas. Pensam que Obama tem interesse de renovar as negociações.
Em seguida a delegação foi à sede do Conselho Legislativo Palestino, reunindo-se com membros do parlamento. O ponto de destaque foi a informação de que mais de 40 integrantes do Parlamento palestino, inclusive seu presidente, estão presos em Israel, sem que haja contra eles nenhuma acusação. O parlamento está paralisado há 22 meses, por conta disto. Parlamentares árabes e comunistas, integrantes do Parlamento de Israel, protestaram contra estas prisões. O governo de Israel impediu a visita de uma comissão especial do Parlamento europeu, que pretendia visitar os parlamentares palestinos presos.
As próximas eleições estão previstas para início de 2010.
Os parlamentares reclamaram que o atual governo de Israel está fazendo manobras, para dizer que não é possível a solução dos 2 estados; está adotando com mais envergadura a postura de transformar civis em alvos; disseram que é impossível negociar, se o governo de Israel está construindo colônias no território da Cisjordania; pediram apoio ao povo palestino, independente da divisão política, a abertura das passagens e o levantamento do bloqueio contra Gaza.
Disseram que a formação de um governo de unidade nacional é muito difícil, por conta da influência de atores regionais e internacionais. Informaram que no diálogo Hamas-OLP surgiram discrepâncias sobre o sistema eleitoral: o Hamas quer manter o sistema atual (parte proporcional, parte distrital), enquanto a OLP quer manter o sistema proporcional.
Pediram apoio internacional para a campanha de resistência popular contra o Muro (800 quilômetros de um muro de vários metros de altura, que corta o território palestino). Defendem um boicote, a exemplo do que foi feito contra o apartheid sul-africano. Informaram que há protestos diários contra o Muro e que é importante a presença de internacionalistas.
A terceira reunião da delegação foi com Ashraf Ajrami, Minister of Prisoners and Freed Prisoners. Cabe ao ministério (talvez um caso único, no mundo) defender direitos dos presos e sua liberdade como parte do processo de paz; dar ajuda nas prisões e para os familiares, inclusive como salário mensal, serviço legal, formação educacional; e a reabilitação dos presos depois da liberdade, via reintegração produtiva, vocacional, salário desemprego etc.
Existem mais de 9 mil palestinos presos por Israel, vários deles sob um regime denominado ''detenção administrativa'' (6 meses prolongáveis, sem acusação).
Segundo o ministro, de 1967 até 2009, houve 750 mil casos de encarceramento. Dentre os presos, 1 que está encarcerado há 32 anos; 14 estão há mais de 25 anos; 98 estão há mais de 20 anos; 320 estão presos desde antes dos acordos de Oslo.
Segundo o ministro, a situação das prisões é ruim (ração inferior ao necessário, serviço médico precário, 50 presos com graves problemas de saúde, em 2007 sete presos morreram por negligência médica). Os presos vindos da Faixa de Gaza estão há 2 anos sem visita de familiares.
A reunião seguinte foi com Dr. Saeb Arekat, chefe do Departamento de Negociações da OLP. Nesta reunião, foi relatado o andamento da negociação com Israel e também as negociações com o Hamas.
O Dr. Saeb apresentou-se como o negociador mais fraco da história: não tem exército, não tem Estado, não tem economia e ainda tem um povo dividido.
Reclamou, de maneira bastante enfática e didática, do acordo Mercosul-Israel, porque abrangeria produtos fabricados nas colônias (assentamentos) ilegais de Israel na Cisjordânia.
Reafirmou que a posição da OLP é por 2 estados, com base nas fronteiras de 1967, que dão a Israel 78% do território da Palestina, deixando 22% para o território do Estado palestino.
Informou a diferença entre a renda per capita dos palestinos (US$ 800) e dos israelenses (US$ 31 mil). Disse que os palestinos estão sendo forçados a comprar água de quem a roubou. Afirmou que nem no apartheid havia tanto restrição ao ir e vir.
Disse que Palestina e Israel têm um território somado equivalente a 25% do território de Cuba, aproximadamente o território do Rio de Janeiro, com uma população equivalente a de Cuba (10 a 11 milhões).
A delegação visitou também a Presidência da Autoridade Palestina, onde esteve com o Dr. Rafiq Husseini, chefe de gabinete do Presidente.
A última reunião foi, novamente, com parlamentares e integrantes do ministério de relações externas. A seguir, algumas das afirmações feitas pelos participantes deste momento da visita:
a) protestaram contra o Muro que Israel segue construindo, “para usurpar terras, não para proteger-se”, bem como para apropriar-se da água; relataram diversos casos em que o Muro impede a vida normal dos palestinos. Há 300 km de fronteira entre Cisjordânia e Israel, mas há 800 km de Muro, ocupando 74% das reservas de água e chegando a penetrar 35km no território palestino. Dizem que ao longo dos últimos 30 anos, os assentamentos ilegais quitaram 5% do território palestino, enquanto no último período o Muro quitou 50% do território palestino;
b) constataram que o ataque à Faixa de Gaza foi acompanhado da aceleração da expulsão dos palestinos de Jerusalém Oriental;
c) reclamaram da dupla moral da comunidade internacional, que boicotou o governo do Hamas, porque esta organização não reconheceria Israel; mas não boicota o governo de Bibi, que tem como chanceler Lieberman, cujo partido não reconhece a política dos dois estados;
d) informaram sobre as assimetrias econômicas entre palestinos e israelenses. Israel tem moeda, a Autoridade Palestina usa a moeda de Israel. O custo de vida é o mesmo, mas a disparidade de salários é enorme: um professor palestino chega a ganhar 10 vezes menos do que um professor israelense.
Ações de solidariedade
A agenda da delegação foi organizada pela Autoridade Palestina e não incluiu reuniões da delegação com cada um dos partidos integrantes da OLP; nem o Hamas; nem com os partidos de Israel. Apesar desta limitação, foi possível compor um quadro de conjunto da situação, que podemos resumir assim:
1) o atual governo israelense não aceita e está buscando inviabilizar a solução dos 2 Estados, através de medidas como a ampliação ilegal dos assentamentos e a construção do Muro;
2) não está claro se o governo dos Estados Unidos terá interesse real e capacidade de obrigar o governo de Israel a aceitar novamente a solução dos 2 estados;
3) não está claro como evoluirá a situação regional, em particular a atitude dos governos da Síria e do Irã, sendo necessário considerar ainda a possibilidade de um ataque militar de Israel ao Irã;
4) neste contexto, a estratégia defendida pela OLP e pela Autoridade Palestina enfrenta muitas dificuldades:
a) a solução dos 2 estados é sabotada, seja pela direitização do governo de Israel, seja pela divisão no campo palestino, seja pela situação regional, seja pelo comportamento da comunidade internacional e dos Estados Unidos;
b) há divergências e ressentimentos que dificultam a unidade palestina, unidade que é essencial, especialmente neste contexto de impasse das negociações.
Frente a este quadro, o Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo, já levando em consideração os acontecimentos posteriores à visita da delegação à Palestina, aprovou as seguintes iniciativas práticas:
a) ampliar a informação, a conscientização e a denúncia, destacando-se o tema do Muro, dos assentamentos ilegais, da expulsão dos palestinos de Jerusalém Oriental, dos milhares de prisioneiros, inclusive parlamentares;
b) pressionar a comunidade internacional, para que obrigue Israel a respeitar a política de 2 Estados, sendo necessário estudar a validade de experiências como o Grupo de Contadora e o boicote contra o apartheid;
c) estimular a unidade palestina;
d) dar destaque ao tema palestino, no XV encontro do Foro de SP.
Dando conseqüência a estas decisões, os integrantes brasileiros da delegação farão um relato público da visita à Palestina (dia 2 de julho, as 19h00, no Clube Homs, na Avenida Paulista, São Paulo capital). E o Diretório Nacional do PT, reunido nos dias 18 e 19 de junho, aprovou a seguinte resolução:
O Diretório Nacional, coerente com nossa posição em favor de uma solução pacífica para os conflitos no Oriente Médio, em particular a defesa da existência e convivência entre o Estado da Palestina e o Estado de Israel, orienta a bancada parlamentar do PT a manifestar-se em favor da imediata libertação dos parlamentares palestinos que se encontram presos em Israel, articulando uma manifestação oficial e a visita de uma comissão do Congresso brasileiro.
*Valter Pomar é secretário de relações internacionais do PT
A jogada de Castro & Quaquá
Existe quem relativize as opiniões de Quaquá & Cia. Ltda. acerca da chacina cometida pelo governo Castro, alegando que não podemos deixar a extrema-direita "manipular" o tema da segurança pública.
A preocupação é justa. Mas o remédio proposto mata. Explico.
É óbvio que a chacina não aconteceu, agora, por acaso. Em parte é desdobramento de uma política estrutural de insegurança pública, em parte é guerra de facções (onde parte do governo & as milícias, na prática, apoiam uma facção contra outra). Mas em parte é luta política estrito senso, uma tentativa da extrema-direita de recuperar a iniciativa política, através da "guerra ao tráfico".
Sendo assim as coisas, há várias atitudes possíveis.
Uma consiste em explicar para a população o que está acontecendo, demonstrar que violência não gera segurança, que o governo do Rio está penetrado pelo crime, que a turma do cavernícola quer recuperar espaço. E implementar, através do governo federal, dos governos estaduais e das prefeituras que governamos, uma política de segurança diferente.
Outra atitude é negar que tenha havido chacina, omitir a cumplicidade de setores do governo do Rio com o crime, passar o pano na manobra política da extrema-direita e adotar a tese de que o combate ao crime deve mesmo ser feito através da "guerra".
Os defensores desta segunda atitude são de dois tipos: os convictos e os oportunistas. Os convictos acreditam no que dizem. Os oportunistas fazem demagogia eleitoral. Uns e outros não percebem o seguinte: ao admitir publica e enfaticamente (com um prazer quase sexual, como fica claro no gestual de Quaquá ao falar de "porrada" e similares) que as teses da direita estariam total ou parcialmente corretas, ao reforçar a tese fascista de que seria a “guerra" que produziria a "segurança pública", estes setores da esquerda estão acumulando forças... a favor da extrema direita.
A jogada de Castro é criminosa, mas faz sentido do ponto de vista da extrema-direita.
A de Quaquá é pior que um crime, é um erro. Pois crimes as vezes "dão certo", ao menos para os criminosos. Já os erros não terminam bem, ao menos para o nosso Partido. Verdade que, ao menos para algumas pessoas, estes “erros” geram lucros e dividendos. Mas quem vive de lucros e dividendos mudou de lado, mesmo que haja gente boa que ainda não perceba isso.
quarta-feira, 29 de outubro de 2025
Quaquá faz mais um aceno à extrema-direita: novos sintomas do fascismo entre nós
Nas últimas semanas, o prefeito Quaquá se envolveu em vários polêmicas.
Primeiro atacou a ministra Gleisi Hoffmann.
Depois, trocou ofensas com o líder do PT na Câmara dos Deputados. A baixaria foi tão grande que deixou no chinelo minhas polêmicas com o cidadão.
Em seguida Quaquá prometeu processar um integrante do governo federal, pessoa essa que teria feito uma ofensa à esposa de Quaquá, ofensa perpetrada sobre uma postagem em que Quaquá elogiava a esposa por suas (dela) muito bem sucedidas atividades empresariais.
Até aí, faz parte da "normalidade".
"Normalidade" pela qual são responsáveis, em primeiro lugar. os dirigentes da tendência Construindo um Novo Brasil, que se beneficiaram dos votos obtidos por Quaquá no PED 2025 e que o reconduziram à vice-presidência nacional do PT.
"Normalidade" pela qual é pessoalmente responsável, também, o secretário-geral do PT, Henrique Fontana, da tendência Resistência Socialista (a mesma do líder do PT, exatamente com quem recentemente Quaquá trocou acusações pesadas).
Fontana é diretamente responsável por engavetar pelo menos dois pedidos de comissão de ética contra Quaquá. Entres os argumentos do "engavetador", cito dois simplesmente hilários: 1/o de que Quaquá, depois de eleito prefeito, iria sair do cenário nacional; 2/o de que levar Quaquá à comissão de ética causaria danos à imagem do Partido, sendo melhor nada fazer.
O resultado disso e de outras cositas más é que Quaquá segue causando danos, entre outros motivos por conta de seus acenos à extrema-direita (Pazuello, Brazão, "pacificação" com o cavernícola, tiro-porrada-e-bomba etc.).
O aceno mais recente, por incrível que possa parecer a quem acha que o cidadão tem algum limite, aconteceu no caso do massacre promovido pela PM do Rio de Janeiro.
Recomendo ouvir o próprio Quaquá, no vídeo por ele postado e disponível aqui:
https://www.instagram.com/reel/DQaA7tkCTK4/?igsh=MWk1Z3czc2dvYTE4aw==
O que ele Quaquá diz, de maneira oblíqua, é que bandido bom é bandido morto.
Ele fica consternado sobretudo e em primeiro lugar com a morte dos policiais, chamados de "heróis do Estado brasileiro".
Sobre os mais de cem mortos, Quaquá diz que "alguns inocentes morreram, mas obviamente que a grande maioria era de gente que portava fuzil".
Com base no que ele diz isso, não sei. O que sei é que todas as informações acerca das mais de cem pessoas mortas apontam que houve inúmeras execuções, não morte em confronto.
O pior de tudo é que ele aceita a tese de que há uma "guerra", ponto de partida para abandonar qualquer política de segurança pública e converter os inocentes mortos em "dano colateral" tratado como inevitável.
Quaquá gosta de se apresentar como marxista, revolucionário e comunista. Machado de Assis explica. Mas, como já aconteceu no passado com outras pessoas que assumiram posturas como a dele, seus acenos em direção à extrema-direita são sintomas do fascismo entre nós.
Quaquá, evidentemente, não está sozinho. Figuras como Gabeira e Capelli emitiram opiniões parecidas.
O problema é que Quaquá é dirigente nacional do nosso Partido, Partido que precisa estar na linha de frente do combate ao fascismo, como gosta de dizer o presidente Edinho Silva.
No passado recente, Quaquá fez "arminha" (ler aqui:Valter Pomar: Quaquá “faz arminha”: sintomas do fascismo entre nós).
Agora ele termina seu vídeo (ver acima) falando em "paz e porrada".
Os que seguem passando o pano no que faz este cidadão, não digam que não foram avisados.
segunda-feira, 13 de outubro de 2025
Breno Altman, o sionismo e o racismo
Articulista da Folha defende a fascista Corina
Eu ouço a Jovem Pan. Mas confesso que tenho cada vez mais dificuldade em ler a Folha.
Por exemplo o artigo assinado por Lygia Maria e publicado na
edição de 12 de outubro, sobre o prêmio Nobel da Paz dedicado à fascista Maria
Corina.
O artigo de Lygia Maria tem o seguinte título: “Discurso
petista pró-democracia é balela”.
Segundo Lygia Maria, “o petismo é avesso à liberdade
política”.
No artigo, o único exemplo citado para fundamentar essa opinião
é o caso da Venezuela.
Quem quiser conhecer as polêmicas no PT acerca da Venezuela veja
aqui: Venezuela
em debate. Valter Pomar, 2024 - ELAHP
Segundo Lygia, Corina seria “uma ativista latino-americana
que luta pelo fim da ditadura de uma nação vizinha”.
Mas Corina não é uma “ativista”, ela é dirigenta política de
uma das facções da oposição na Venezuela.
Esta facção é vinculada à internacional fascista liderada
pelo Vox da Espanha, como pode ser lido aqui: Conheça
o Foro de Madrid, iniciativa que fará contraposição ao Foro de São Paulo -
Conexão Política
Desta internacional fascista participa, entre outros,
Eduardo Bolsonaro.
Corina, como a própria Lygia cita, chegou a pedir uma intervenção
militar na Venezuela.
Em qualquer lugar do mundo, uma pessoa que pede uma
intervenção militar contra seu próprio país arrisca-se a juízo e condenação por
traição à pátria.
A escolha de Corina como Nobel da Paz contribui na escalada
militar dos EUA contra a Venezuela.
É por esses e outros motivos que mesmo pessoas contrárias ao
governo Maduro e também pessoas críticas ao PT, não aplaudem a escolha de Corina para o prêmio.
Mas Lygia Maria, assim como certos articulistas da Jovem Pan, são de outro planeta.
Vide a comparação indireta que ela faz, entre a ingerência militar dos EUA na Venezuela com a recente proposta de Trump acerca de
Gaza, um tipo de raciocínio que só ganha sentido no mundo paralelo onde os gringos são um instrumento da
paz.
Mas o que esperar de alguém que propôs jogar uma bomba nuclear
no Irã?
Mais detalhes aqui: Colunista
da Folha defende jogar bomba no Irã: "Malucos de toalha na cabeça"
Como se constata, Lygia é mesmo a pessoa certa para comentar e aplaudir
a escolha da fascista Corina para Prêmio Nobel da Paz.
E que a Folha seja sua plataforma, mais certo ainda.





