No dia 8 de janeiro de 2023, milhares de pessoas atacaram os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, todos situados na Praça dos Três Poderes, em Brasília (Distrito Federal).
Tais pessoas, em sua grande maioria, vieram marchando – sob proteção da
polícia do Distrito Federal – desde um acampamento situado defronte ao quartel-general
do Exército, também em Brasília. Ali estavam reunidas, há várias semanas.
Acampamentos similares existiam por todo o país, com a cobertura de
parte da mídia, com financiamento de parte do empresariado, com o apoio de
parte das forças armadas e de segurança, com o estímulo e direção da extrema-direita,
encabeçada pelo Cavernícola número 1.
O 8 de janeiro foi uma versão ampliada do ocorrido no dia 12 de dezembro
de 2022, dia da diplomação de Lula, quando criminosos atacaram prédios
públicos, incendiaram carros e protestaram.
O dia 12 de dezembro foi um ensaio. O plano do dia 8 de janeiro era levar
o presidente Lula a decretar uma operação de Garantia de Lei e Ordem, dando na
prática às Forças Armadas a cobertura legal para realizar um golpe.
A operação não teve êxito, antes de mais nada porque o presidente Lula
não caiu na armadilha, interveio na segurança pública do Distrito Federal e reprimiu
os golpistas com a polícia – como se deve fazer, pois Forças Armadas não são
para intervir na política interna do país, nem para cuidar da segurança
pública.
Um ano depois daquele 8 de janeiro, muita água passou por debaixo da
ponte. E desde então até hoje, segue existindo muito debate sobre o ocorrido e
muita disputa sobre o que fazer para que não se repita.
Na nossa opinião, há três questões essenciais: subordinar as forças
armadas ao poder civil; punir todos os golpistas, a começar pelo cavernícola-em-chefe,
pelos comandantes militares e empresários financiadores; e tomar medidas que façam
com que a maioria organizada do povo seja a nossa principal linha de defesa das
liberdades democráticas.
Mobilizar o povo, para comemorar a derrota da intentona golpista, foi um
dos motivos pelos quais a tendência petista Articulação de Esquerda defendeu
que o Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores – reunido no dia 8 de dezembro de 2023 - convocasse,
para o dia 8 de janeiro de 2024, um conjunto de atividades para marcar 1 ano da
fracassada tentativa golpista. Infelizmente, a resolução do DN, divulgada no
dia 12 de dezembro, não incluiu esta convocatória.
E não incluiu por motivos que cabe, aos que foram contrários, explicar. Lembrando
que todos sabíamos, em dezembro de 2023, que o presidente da República estava
decidido a realizar no dia 8 de janeiro de 2024 uma cerimônia oficial em defesa da
democracia.
Felizmente, apesar de não haver convocatória oficial da parte do
Diretório Nacional do PT, diversos movimentos sociais, entidades e organizações
– como as Frentes e a Central Única dos Trabalhadores, além de diretórios do PT e de outros partidos em todo o país – estão convocando atividades
para marcar o dia 8 de janeiro de 2024.
Destaca-se, como é óbvio, a atividade convocada pelo governo federal, que apesar de sua natureza ampla e institucional, está sendo atacada de maneira furiosa pela extrema-direita.
Isto demonstra que - embora várias das atividades previstas para o dia 8/1 estejam sendo convocadas em nome da “unidade nacional em defesa da democracia” – muito
ainda deve ser feito para que o golpismo seja efetivamente derrotado.
Entre o que resta por fazer, reiteramos a necessidade da imediata demissão
do ministro da Defesa. Como atestam as recentes declarações do próprio presidente da
República, declarações amplamente divulgadas pela grande imprensa, o atual
ministro é, na melhor das hipóteses, um
incapaz; e na pior das hipóteses, um cúmplice ativo do golpismo. Um novo
ministro da Defesa é peça essencial para alcançarmos a indispensável
subordinação das Forças Armadas ao poder civil.
Reiteramos, também, a necessidade de punir todos os envolvidos na
intentona golpista de 8 de janeiro de 2023, a começar pelo ex-presidente Jair
Bolsonaro, pelos comandantes militares que protegeram os acampamentos
golpistas, aos empresários que financiaram a mobilização criminosa, a todos que
dela participaram, diretamente ou indiretamente.
Reiteramos, igualmente, a necessidade de combater a influência do
golpismo junto a setores populares, através de políticas de desenvolvimento com
bem-estar social. Só derrotando o neoliberalismo, derrotaremos a extrema-direita.
Por fim, mas não menos importante: a defesa das liberdades democráticas
não pode ficar dependente das chamadas instituições. Só o povo, consciente, organizado
e mobilizado, pode derrotar o golpismo.
Por isso, conclamamos à mais ampla participação nas atividades do dia 8 de janeiro de 2024!
Golpismo nunca mais!
https://esrt.site/actualidad/494716-gobierno-bolsonaro-espiar-opositores-israel
ResponderExcluir