sábado, 6 de janeiro de 2024

Um ano da intentona fascista de 8 de janeiro

No dia 8 de janeiro de 2023, milhares de pessoas atacaram os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, todos situados na Praça dos Três Poderes, em Brasília (Distrito Federal).

Tais pessoas, em sua grande maioria, vieram marchando – sob proteção da polícia do Distrito Federal – desde um acampamento situado defronte ao quartel-general do Exército, também em Brasília. Ali estavam reunidas, há várias semanas.

Acampamentos similares existiam por todo o país, com a cobertura de parte da mídia, com financiamento de parte do empresariado, com o apoio de parte das forças armadas e de segurança, com o estímulo e direção da extrema-direita, encabeçada pelo Cavernícola número 1.

O 8 de janeiro foi uma versão ampliada do ocorrido no dia 12 de dezembro de 2022, dia da diplomação de Lula, quando criminosos atacaram prédios públicos, incendiaram carros e protestaram.

O dia 12 de dezembro foi um ensaio. O plano do dia 8 de janeiro era levar o presidente Lula a decretar uma operação de Garantia de Lei e Ordem, dando na prática às Forças Armadas a cobertura legal para realizar um golpe.

A operação não teve êxito, antes de mais nada porque o presidente Lula não caiu na armadilha, interveio na segurança pública do Distrito Federal e reprimiu os golpistas com a polícia – como se deve fazer, pois Forças Armadas não são para intervir na política interna do país, nem para cuidar da segurança pública.

Um ano depois daquele 8 de janeiro, muita água passou por debaixo da ponte. E desde então até hoje, segue existindo muito debate sobre o ocorrido e muita disputa sobre o que fazer para que não se repita.

Na nossa opinião, há três questões essenciais: subordinar as forças armadas ao poder civil; punir todos os golpistas, a começar pelo cavernícola-em-chefe, pelos comandantes militares e empresários financiadores; e tomar medidas que façam com que a maioria organizada do povo seja a nossa principal linha de defesa das liberdades democráticas.

Mobilizar o povo, para comemorar a derrota da intentona golpista, foi um dos motivos pelos quais a tendência petista Articulação de Esquerda defendeu que o Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores – reunido no dia 8 de dezembro de 2023 - convocasse, para o dia 8 de janeiro de 2024, um conjunto de atividades para marcar 1 ano da fracassada tentativa golpista. Infelizmente, a resolução do DN, divulgada no dia 12 de dezembro, não incluiu esta convocatória.

E não incluiu por motivos que cabe, aos que foram contrários, explicar. Lembrando que todos sabíamos, em dezembro de 2023, que o presidente da República estava decidido a realizar no dia 8 de janeiro de 2024 uma cerimônia oficial em defesa da democracia.

Felizmente, apesar de não haver convocatória oficial da parte do Diretório Nacional do PT, diversos movimentos sociais, entidades e organizações – como as Frentes e a Central Única dos Trabalhadores, além de diretórios do PT e de outros partidos em todo o país – estão convocando atividades para marcar o dia 8 de janeiro de 2024.

Destaca-se, como é óbvio, a atividade convocada pelo governo federal, que apesar de sua natureza ampla e institucional, está sendo atacada de maneira furiosa pela extrema-direita. 

Isto demonstra que - embora várias das atividades previstas para o dia 8/1 estejam sendo convocadas em nome da “unidade nacional em defesa da democracia” – muito ainda deve ser feito para que o golpismo seja efetivamente derrotado.

Entre o que resta por fazer, reiteramos a necessidade da imediata demissão do ministro da Defesa. Como atestam as recentes declarações do próprio presidente da República, declarações amplamente divulgadas pela grande imprensa, o atual ministro é, na melhor das hipóteses,  um incapaz; e na pior das hipóteses, um cúmplice ativo do golpismo. Um novo ministro da Defesa é peça essencial para alcançarmos a indispensável subordinação das Forças Armadas ao poder civil.

Reiteramos, também, a necessidade de punir todos os envolvidos na intentona golpista de 8 de janeiro de 2023, a começar pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, pelos comandantes militares que protegeram os acampamentos golpistas, aos empresários que financiaram a mobilização criminosa, a todos que dela participaram, diretamente ou indiretamente.

Reiteramos, igualmente, a necessidade de combater a influência do golpismo junto a setores populares, através de políticas de desenvolvimento com bem-estar social. Só derrotando o neoliberalismo, derrotaremos a extrema-direita.

Por fim, mas não menos importante: a defesa das liberdades democráticas não pode ficar dependente das chamadas instituições. Só o povo, consciente, organizado e mobilizado, pode derrotar o golpismo.

Por isso, conclamamos à mais ampla participação nas atividades do dia 8 de janeiro de 2024!

Golpismo nunca mais!


A executiva nacional da tendência petista Articulação de Esquerda

6 de janeiro de 2024 

Um comentário:

  1. https://esrt.site/actualidad/494716-gobierno-bolsonaro-espiar-opositores-israel

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