quinta-feira, 6 de maio de 2021

Karl Marx

Karl Marx nasceu no dia 5 de maio de 1818, numa pequena cidade alemã chamada Trier (ou Treveris). 

No passado antigo, esta cidade fora fronteira entre o império romano e os “bárbaros”; pouco antes de Marx nascer, fora ocupada pela França napoleônica. 

Marx descendia de uma família de rabinos, mas seu pai – para poder exercer sua profissão jurídica – teve que converter-se ao protestantismo. 

Depois de uma tentativa frustrada de estudar direito, para seguir a carreira do pai, Marx envereda pelo estudo da filosofia, não consegue ser professor e acaba numa atividade não muito prestigiada, ao menos naquela época: o jornalismo. 

Editor da Gazeta Renana, começa tomando contato com as questões econômicas e sociais decorrentes da ascensão do capitalismo, o que o levará em direção ao sentido mais profundo de sua vida e obra: a revolução proletária comunista.

Como parte de sua radicalização ideológica e política, desliga-se do jornal, muda para Paris e depois para a Bélgica, sendo vigiado e perseguido pela polícia. 

A essa altura, já está casado com Jenny Von Westphalen. 

O casal terá sete filhos: Jenny Caroline (1844-1883); Jenny Laura (1845-1911); Edgar (1847-1855); Henry Edward Guy ("Guido"; 1849-1850); Jenny Eveline Frances ("Franziska"; 1851-52); Jenny Julia Eleanor (1855-1898); e uma criança que morre antes de ser batizada, em julho de 1857. Marx também teve um filho com Helena Demuth, inicialmente empregada da família e depois militante socialista. Seu nome: Frederick Demuth (1851-1929). 

Além de Jenny e Helena (que estão enterradas junto com Marx, em uma tumba no cemitério de Highgate, outra figura central na vida de Marx foi Friedrich Engels, também alemão e nascido dois antes depois, em 1820. 

Marx e Engels cooperaram desde 1844 até 1883, na que provavelmente é a parceria mais exitosa da aventura intelectual da humanidade. 

As obras completas de Karl Marx e de Friedrich Engels somam mais de 100 imensos volumes, a imensa maioria dos quais correspondendo a textos que não foram publicados em vida dos autores. 

Entre as obras literárias de Marx, a vida deu destaque para duas: o Manifesto do Partido Comunista, de 1848; e O Capital, de 1867. 

Desde 1850 até sua morte, Marx viveu em Londres, parte deste tempo em condições muito miseráveis: como ele dizia, talvez nunca antes alguém tivesse escrito sobre o Capital tendo tanta falta dele. 

No dia do seu enterro, Friedrich Engels fez um discurso que termina com palavras certeiras: "O nome de Marx continuará a viver pelos séculos, e a sua obra também!"

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Guerra civil em frança

Critica ao programa de Ghota

 

1880

E

Do Socialismo Utópico ao Socialismo Cientifico

1881 - mar

M

Primeiro Projecto de Resposta à Carta de Vera Zassúlitch

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1883 - mar

E

Discurso Diante do Tumulo de Karl Marx

 

 

 

 

A 14 de Março, um quarto para as três da tarde, o maior pensador vivo deixou de pensar. Deixado só dois minutos apenas, ao chegar, encontrámo-lo tranquilamente adormecido na sua poltrona — mas para sempre.

O que o proletariado combativo europeu e americano, o que a ciência histórica perderam com [a morte de] este homem não se pode de modo nenhum medir. Muito em breve se fará sentir a lacuna que a morte deste [homem] prodigioso deixou.

Assim como Darwin descobriu a lei do desenvolvimento da Natureza orgânica, descobriu Marx a lei do desenvolvimento da história humana: o simples facto, até aqui encoberto sob pululâncias ideológicas, de que os homens, antes do mais, têm primeiro que comer, beber, abrigar-se e vestir-se, antes de se poderem entregar à política, à ciência, à arte, à religião, etc; de que, portanto, a„pro-dução dos meios de vida materiais imediatos (e, com ela, o estádio de desenvolvimento económico de um povo ou de um período de tempo) forma a base, a partir da qual as instituições do Estado, as visões do Direito, a arte e mesmo as representações religiosas dos homens em questão, se desenvolveram e a partir da qual, portanto, das têm também que ser explicadas — e não, como até agora tem acontecido, inversamente.

Mas isto não chega. Marx descobriu também a lei específica do movimento do modo de produção capitalista hodierno e da sociedade burguesa por ele criada. Com a descoberta da mais-valia fez-se aqui de repente luz, enquanto todas as investigações anteriores, tanto de economistas burgueses como de críticos socialistas, se tinham perdido na treva.

Duas descobertas destas deviam ser suficientes para uma vida. Já é feliz aquele a quem é dado fazer apenas uma de tais [descobertas]. Mas, em todos os domínios singulares em que Marx empreendeu uma investigação — e estes domínios foram muitos e de nenhum deles ele se ocupou de um modo meramente superficial —, em todos, mesmo no da matemática, ele fez descobertas autónomas.

Era, assim, o homem de ciência. Mas isto não era sequer metade do homem. A ciência era para Marx uma força historicamente motora, uma força revolucionária. Por mais pura alegria que ele pudesse ter com uma nova descoberta, em qualquer ciência teórica, cuja aplicação prática talvez ainda não se pudesse encarar — sentia uma alegria totalmente diferente quando se tratava de uma descoberta que de pronto intervinha revolucionariamente na indústria, no desenvolvimento histórico em geral. Seguia, assim, em pormenor o desenvolvimento das descobertas no domínio da electricidade e, por último, ainda as de Mare Deprez.(1*)

Pois, Marx era, antes do mais, revolucionário. Cooperar, desta ou daquela maneira, no derrubamento da sociedade capitalista e das instituições de Estado por ela criadas, cooperar na libertação do proletariado moderno, a quem ele, pela primeira vez, tinha dado a consciência da sua própria situação e das suas necessidades, a consciência das condições da sua emancipação — esta era a sua real vocação de vida. A luta era o seu elemento. E lutou com uma paixão, uma tenacidade, um êxito, como poucos. A primeira Rheinische Zeitung[N47] em 1842, o Vorwärts![N126] de Paris em 1844, a Brüsseler Deutsche Zeitung[N53] em 1847, a Neue Rheinische Zeitung em 1848-1849(2*), o New-York Tribune[N62] em 1852-1861 — além disto, um conjunto de brochuras de combate, o trabalho em associações em Paris, Bruxelas e Londres, até que finalmente a grande Associação Internacional dos Trabalhadores surgiu como coroamento de tudo — verdadeiramente, isto era um resultado de que o seu autor podia estar orgulhoso, mesmo que não tivesse realizado mais nada.

E, por isso, Marx foi o homem mais odiado e mais caluniado do seu tempo. Governos, tanto absolutos como republicanos, expulsaram-no; burgueses, tanto conservadores como democratas extremos, inventaram ao desafio difamações acerca dele. Ele punha tudo isso de lado, como teias de aranha, sem lhes prestar atenção, e só respondia se houvesse extrema necessidade. E morreu honrado, amado, chorado, por milhões de companheiros operários revolucionários, que vivem desde as minas da Sibéria, ao longo de toda a Europa e América, até à Califórnia; e posso atrever-me a dizê-lo: muitos adversários ainda poderia ter, mas não tinha um só inimigo pessoal.

O seu nome continuará a viver pelos séculos, e a sua obra também!

 

E ASSIM FOI

TUMULO

ENGELS

 

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