quinta-feira, 16 de abril de 2015

A esquerda marxista e o PT

Há muitas tendências no interior do PT. 

Uma delas chama-se "Esquerda Marxista".

Nos dias 20 e 21 de abril, a "Esquerda Marxista" fará uma Conferência nacional.

Nesta Conferência a "Esquerda Marxista" vai debater uma proposta de rompimento com o PT.

É o que informa o seguinte texto: http://www.marxismo.org.br/content/comite-central-propoe-uma-nova-orientacao-de-construcao-para-esquerda-marxista

Não sei qual é a influência da "Esquerda Marxista" junto a classe trabalhadora.

Tampouco entendi que direção tomará, se decidir romper com o Partido.

Mas fui convencido de que o Comitê Central da "Esquerda Marxista" tem muito senso de oportunidade.

Afinal, setores importantes da oposição de direita, do oligopólio midiático e do grande capital falam abertamente em colocar o PT na ilegalidade.

Afinal, se não mudarmos a política do Partido e do governo, corremos o risco de sofrer uma derrota profunda, que afetará não apenas o PT, mas o conjunto da esquerda política e social, brasileira e latino-americana.

Afinal, o Partido dos Trabalhadores está diante da maior crise de sua história. 

E é exatamente neste contexto que o CC da "Esquerda Marxista" defende que a melhor política é... romper com o PT.

Espero que a Conferência da "Esquerda Marxista" tenha menos senso de oportunidade e mais consciência de classe do que seu CC.

Discussões teóricas e políticas à parte, há momentos em que é basicamente isto que está em jogo: consciência de classe.

O lado de lá quer destruir o PT.

O lado de cá deve defender o PT.

Militantes que tem duras críticas ao PT, que acham que o Partido adotou posições profundamente incorretas, que militam em outras organizações da classe trabalhadora, que não são e nunca foram petistas, levam em conta esta situação e torcem para que o PT supere suas dificuldades.

Neste contexto, militantes que ainda são petistas e não defendem o PT podem ser muita coisa. Mas certamente não são de esquerda, nem são marxistas: lhes falta consciência de classe.

















10 comentários:

  1. ANTES DE SER DE UMA TENDÊNCIA, SOMOS PT. E TEMOS QUE DEFENDER O PT . DEPOIS -E SÓ ENTÃO- INTERNAMENTE, VAMOS DEFENDER OS PONTOS DE VISTA DE NOSSAS TENDÊNCIAS. ADIANTA MUITO SER E DEFENDER UMA TENDÊNCIA ENQUANTO O PARTIDO COMO UM TODO É DESTRUIDO POR CRÍTICAS DA DIREITA? ISSO é fazer o jogo do lado de lá e ISSO não podemos fazer.

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  3. Camarada Valter, eu fiz o mesmo questionamento ao nosso núcleo da AE-Goiás.
    Sobre a decisão do CC da Esquerda Marxista: se a saída do PT é por causa da anemia à luta de classes, então, fora dele, qual seria a alternativa?

    Eu quero crer que sem o PT não há possibilidade alguma de transformações estruturais no Brasil. Justamente, pelo sua história e contribuição.
    Me lembro bem do evento de comemoração de 92 anos do PCB, onde o prof. José Paulo Netto disse que "sem acúmulo institucional não há transformação estrutural".

    Qual o Partido que ao longo da história produziu esse acúmulo institucional?
    O PT. Já se foram 15 anos!

    Contudo, se não houver acúmulo "extra-institucional", também indicado por Netto, também não adianta. O acúmulo extra-institucional é, senão, as respostas que governo do PT deveria dar à esquerda comunista e socialista brasileira e aos movimentos sociais em sua totalidade. Mas não só como Partido, mas enquanto governo fazendo concessões e políticas públicas e sociais, historicamente, reivindicadas pela classe-que-vive-do-trabalho e o proletariado, e não fazer concessões ao rentistas e sanguessugas do erário nacional.

    Não irei aprofundar, mas caberia até um debate sobre os fundamentos da teleologia e estratégia burguesa do PT rumo ao socialismo. NÃO é possível pensar a sociedade do futuro como uma extensão da sociedade capitalista, sem o seus problemas bárbaros. Não é!

    Os nosso "meios" precisam ser reconstruídos.

    Ao meu ver, a grande enfermidade do Partido é aquilo que Temer chama de NeoPT, esses são os cínicos que devem ser esmagados e suprimidos. E até 'suprimidas'. São os capitalistas no interior do Partido que aleija o seu significado sócio histórico original. A luta pelo socialismo deve ser retomada e sempre rediscutido no Partido. Um Partido autônomo é necessário: PT sem PMDB.

    O ponto que quero chegar é o problema da programática no PT, que é sua estratégia de poder e hegemonia. O nosso Partido ainda segue o mesmo programa que (em Guaraparí) elegeu o companheiro Dirceu como presidente do PT, onde foi eleito a partir da uma proposta/estratégia de centro-esquerda. E é essa estratégia do Partido que já está falida, fracassada e sem base de sustentação real. E isso não pode ser, simplesmente, justificativa para ruptura. Penso que temos que fazer desse Congresso do Partido, um "Congresso da Virada", mas meramente a virada da situação atual, mas a virada à esquerda.

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  4. Valter


    Tenho uma relação de respeito e construção de lutas conjuntas - no PT e nos movimentos sociais - com as/os companheiras/os da Esquerda Marxista, e o que me parece de fato mais intrigante nesta proposta de saída do Partido é o seguinte ponto: porque agora, neste momento? O que houve de tão significativo na atuação do PT, neste começo de 2015, em relação a uns tantos anos desde que a maioria do Partido adotou esta política de conciliação de classes, para justificar esta ruptura?

    Um abraço,


    Mariante

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  5. Carlos Castro: E voce Valter, o que fez para combater a politica de colaboração de classes que está levando o PT ao inferno? NADA. O senso de oportunidade SEMPRE falou mais alto na ação de voces. Conforme a lei universal da colheita, a gente colhe o que plantamos, o PT plantou (e vc faz parte disso) traição à classe trabalhadora, agora está pagando com traição da "base aliada".

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  6. Oi, não lembro se nos conhecemos pessoalmente.
    Seja como for, filiei-me ao PT exatamente porque -- nos anos 1980-- era uma alternativa com independência de classe.
    E quando a maioria do então DN do PT fez um giro à direita, participei da fundação de uma tendência que desde então trabalha para manter nossa independência de classe.
    Isto posto, qual a duvida? Por quê a agressividade?

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  7. Não entendo voces. então um esquerdista não pode ser contra o PT só porque o partido do Governo está tendo dificuldades de gerenciar uma crise causada por eles?

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    1. Oi Anderson, funciona assim: o mesmo direito que qualquer um tem de criticar o PT, eu tenho de defender o Partido. O problema é que as pessoas se acham no direito de falar qualquer coisa, mas ficam chocadas quando recebem uma resposta...

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  8. Fomentar a consciÊncia de classe é , até certo ponto, algo importante. em uma economia de mercado , existem interesses que podem se conflitantes em uma situação de recessão econômica. os empresários contratam menos, porque vendem menos, e produzem menos. os trabalhadores querem manter seus empregos, mas perdem poder de barganha quando não são amparados por instituições que deveriam acolher seus interesses. o Estado não abre mão de abocanhar os impostos que oneram a folha de pagamento do trabalhador.
    Neste cenário, qualquer esquerdista com bom senso pode ser anti-petista. e quem foi que disse que o PT é uma reserva do pensamento de esquerda?

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  9. Anderson, o termo "esquerdista" é considerado pejorativo por muita gente. Equivale a chamar alguém de radicalóide. E não precisa ser esquerdista para ter bom senso. E não precisa ser de esquerda para criticar o PT. Porém, se alguém milita no PT, tem seus motivos e portanto deve defender o Partido.

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