V.I.Lenin
Obras completas
Tomo V (cinco)
Tomo V (cinco)
Maio 1901-fevereiro 1902
Editorial Cartago
Buenos Aires, 1958
Editorial Cartago
Buenos Aires, 1958
Este volume reúne, basicamente, textos preparatórios ao II Congresso do
Partido Operário Social-Democrata Russo.
Por onde começar?
(maio de 1901, Iskra)
15: a princípio, nunca recusamos nem podemos renunciar ao terror (...) [critica o terror como meio de ataque individual, independente e isolado de todo exército]
17: criação de um periódico político para toda a Rússia
17: não creio que seja exagerado dizer que o grau de frequência e
regularidade da publicação (e difusão) de um periódico, pode ser o barômetro
mais exato que nos permita comprovar quão solidamente temos sabido organizar a
primordial e mais urgente rama de nossa ação de combate
18: fala da existência de uma “enorme demanda de publicações
clandestinas”
19: o periódico deve ser não só um propagandista e um agitador coletivo,
mas também um organizador coletivo
20: ao final ele diz que fala o tempo todo de preparação sistemática e
metódica, mas que “é plenamente possível, e históricamente muito mais provável,
que a autocracia caia sob a pressão de uma dessas explosões espontâneas e
complicações políticas imprevistas, quer permanentemente ameaçam desde todas as
partes”
Uma nova matança?
Publicado no Iskra, dia 5 de junho, sobre uma matança ocorrida dia 7 de
maio, “em las fundiones de acero de Obújov”
Los perseguidores de los Zemstvos y los Anibales del liberalismo
Escrito em junho de 1901 e publicado em dezembro de 1901 em Zaria. Trata-se de uma “resenha” do livro La autocracia y los zemtsvos, Memória confidencial de S.I.Witte, ministro de finanças, com prefácio e notas de Struve. Parte importante do artigo é polêmcia dura contra Struve.
70: o princípio do tanto melhor, melhor, é tão errado quanto o princípio
do quanto pior, melhor. “Los revolucionários jamás renunciarán, por supuesto, a
la lucha por reformas
75: los socialdemocratas rusos nunca han cerrado los ojos al hecho de
que la libertad política, por la cual ellos luchan ante todo, beneficiará antes
que nada a la burguesia
Una confesion valiosa
Um comentário sobre artigo publicado no Nóvoie Vremia, intitulado A propósito
de los distúrbios obreros.
Las ensenanzas de la crisis
Sobre crise comercial e industrial, que já dura dois anos.
Los partidos del feudalismo em accion
Sobre a doação de terras na Sibéria.
95: Lenin faz um elogio aos EUA: “ali se está formando não uma classe de
satrapas asiáticos, mas sim uma classe de enérgicos farmers, que tem
desenvolvido toas as forças produtivas do país. Ali a classe operária, graças a
abundancia de terras livres, ocupa o primeiro lugar por seu nível de vida”.
El congresso de los Zemstvos
La
cuestion agrária y los “críticos de Marx”
109: não
aumentou a dificuldade para produzir alimentos, e sim a dificuldade do operário
em obtê-los. Esta dificuldade cresceu porque o desenvolvimento capitalista
elevou a renda territorial e o preço da terra, concentrou a agricultura em mãos
dos grandes e pequenos capitalistas, e concentrou todavia mais as maquinas, as
ferramentas e o dinheiro, sem os quais é impossível uma boa produção. Explicar esta
crescente dificuldade de existência do operário dizendo que a natureza diminui
seus dons, significa converter-se em apologista da burguesia.
118: o
caráter limitado do solo supõe realmente, nas condições do sistema capitalista
da sociedade, o monopólio da terra, porém considerada esta como objeto de
exploração e não como objeto do direito de propriedade.
118-119:
desde um ponto de vista lógico, podemos conceber plenamente uma organização da
agricultura puramente capitalista, sem propriedade privada territorial,
pertencendo todas as terras ao Estado e as comunas”
119: a
limitação da terra tem por consequência que o preço do trigo se determine pelas
condições de produção do terreno cultivado de pior qualidade e não de qualidade
média (...) O farmer que explora um terreno de qualidade superior obtém um benefício suplementário que constitui a renda diferencial.
Parte do
texto gira em torno da renda, renda absoluta, renda diferencial etc. Ver
especialmente o que está na página 124.
Outra
parte é composta por assuntos variados, que são recorrentes em todos os textos
em que ele aborta questões agrárias: produtos, produção e produtividade,
diferenciação etc.
149: os
membros de um partido socialista de combate devem ter sempre em conta, mesmo nas
obras eruditas, o leitor operário
Congresso de “unificacion” de las organizaciones del POSDR en el extranjero
Trata-se
de um discurso, crítico contra Rabóchei Dielo.
Um tema
interessante é a defesa da tática-plano, contra a tática-processo, 228: “um aumento
de las tareas partidárias em crecimiento simultâneo com el crecimiento del
partido”, que segundo Lenin é o equivalente a 229: “solo se debe librar aquela
lucha que sea posible, y que es posible la luha que se libra em el momento
actual”
La lucha contra los hambrientos
Critica uma circular do ministro do Interior (17/8).
Respuesta al comitê de San Petersburgo
Polêmica contra o economicismo.
Los asuntos em el extranjero
Unificação da seção de Iskra no exterior com o grupo Socialdemocrata,
formando da Liga da Socialdemocracia revolucionária russa no exterior.
Un reglamento de presídio y condenas a trabajos forzados
Regulamento sobre frentes de trabalho.
Revista de la situacion anterior
Publicado em Zaria, é uma longa análise de conjuntura, muito
interessante pelo conteúdo e pelo estilo literário.
281: corrupção
295: clero
Prologo para el folleto Documentos del Congreso de “Unificacion”
Aqui aparece uma preocupação, quase obsessão dele: a publicidade
integral das atas.
La protesta del pueblo finlandês
Decisão do Senado de Finlândia, dirigida ao Czar, sobre o status de
Finlândia frente a Rússia.
A propósito de la revista Svoboda
Critica a uma revista escrita “em linguagem popular”, que ele diz ser “verdaderamente
mala”.
Platica com los defensores del economismo
Publica na íntegra e comenta uma carta que faz uma análise de Iskra. A
este pretexto, ele defende a linha editorial de Iskra. É interessante ler o que
diz o parágrafo final da carta, que é anti-Iskra:
317: não podemos deixar de assinalar a impecável linguagem literária de
Iskra –tão raro nas publicações ilegais—a regularidade de sua aparição e a
abundância de material, fresco e interessante que oferece.
Con motivo del 25º aniversario de la actividad revolucionaria de
G.V.Plejanov
Trata-se de uma nova assinada pela redação, foi publicada apenas em
1924. É inacreditável a louvação, tendo em vista o que ele diz na mensagem
privada comentada noutro fichamento.
El comienzo de las manifestaciones
Identifica um ascenso.
Acerca de uma carta de “los obreros del Sud”
A curiosidade desta pequena nota é que ele agradece e desanca.
Anarquismo y socialismo
Roteiro de palestra.
333: o anarquismo como fruto do desespero. Psicologia de um intelectual
ou de vagabundo descarriado e não do proletário.
A propósito del presupuesto del Estado
Análise do pressuposto de 1902.
La agitacion política y el “punto de vista de clase”
Análise da posição dos liberais frente a autocracia e qual deve ser a
atitude do proletariado. No final ele diz que a diferença entre
346 “as reivindicações políticas da democracia operária e da democracia
burguesa, não é de princípio, mas de grau” (ele diferencia a luta pela
liberdade política, leia-se revolução burguesa, da luta pela liberação econômica,
leia-se socialismo).
Ele diz que o partido do proletariado debe saber fazer alianças com os
liberais, para fazê-los avançar. Mas se eles não avançam, 347: “nosotros ló haremos
sin el y por encima de el”.
Respuesta a “un lector”
O tema e o papel dos folhetos de agitação.
Que hacer
-desenvolve as ideias de Por donde empezar: 1) os problemas acerca do caráter e conteúdo principal de nossa agitação política; 2) acerca de nossas tarefas de organização e 3) do plano de criar uma organização combativa destinada a toda Rússia.
-a primeira parte começa debatendo “dogmatismo e liberdade de crítica”
360 -afirma que os “críticos” defendem transformar o partido da
revolução social em partido democrático de reformas sociais, nega a
possibilidade de fundamentais cientificamente o marxismo, nega a exacerbação da
miséria e das contradições capitalistas, declara inconsistente a ideia de
objetivo final e rechaça a noção de ditadura do proletariado, nega a oposição
de princípios entre liberalismo e socialismo, nega a teoria da luta de classes
etc.
371: ao mesmo tempo, ironiza o economicismo por seu “medo à publicidade”
376: sem teoria revolucionária, não pode haver tampouco movimento revolucionário
-a segunda parte debate a “espontaneidade das massas e a consciência da socialdemocracia”
381: hay diferentes clases de espontaneidad
382: em el fondo, el “elemento espontâneo” no es sino la forma embrionária de lo conciente
382: hemos dicho que los obreros no podian tener conciencia socialdemocrata. Esta solo podia ser introducida desde fuera. La historia de todos los países atestigua que la clase obrera, exclusivamente com sus próprias fuerzas, solo está em condiciones de elaborar una conciencia tradeunionista
385: o economicismo transforma o vício em virtude [é curioso, a este respeito ver nota de rodapé, que Lenin não está debatendo o que é possível fazer no âmbito da ação tática imediata, nem mesmo o que deve ser o conteúdo da agitação, mas sim o princípio segundo o qual não se pode abrir mão do objetivo final]
390: o tema de fundo é: tudo que leve a rebaixar o elemento consciente reforça a influência da burguesia
390-391: ele cita KK, um texto defeitoso, que está na base de alguns
exageros que ele comete no Que hacer? Mas na nota de rodapé da 393 fica claro
que a posição de Lenin é mais equilibrada: “Frequente se ouve dizer que a
classe operária tende espontaneamente ao socialismo. Isto é completamente justo
no sentido de que a teoria socialista determina, mais profunda e certeiramente
que nenhuma outra, as causas das calamidades que sofre a classe operária, e
precisamente por isto os operários a assimilam com tanta facilidade, sempre que
esta teoria não retroceda frente a espontaneidade, sempre que esta teoria submeta
a espontaneidade. (...) A classe operária vai de modo espontâneo em direção ao
socialismo, porém a ideologia burguesa, a mais difundida (e constantemente
ressuscitada nas formas mais diversas), se impõe, não obstante, espontaneamente
mais que nada ao operário.”
-a parte 3 é dedicada a analisar a política tradeunionista e a política
socialdemocrata
405: demonstramos que os economistas não negam em absoluto a luta
política, mas tão só se desviam constantemente da concepção socialdemocrata em
direção a concepção tradeunionista da política
405: na nota de rodapé, diz que com o fim de evitar interpretações errôneas, fazemos notar que na exposição que segue entendemos pela luta econômica (segundo o uso estabelecido entre nós), a “luta econômica prática” que Engels chamou, na citação acima inserida, “resistência aos capitalistas” e que nos países livres se chama luta sindical, gremial ou tradeunionista
429: a consciência de classe não se pode aportar ao operário mais que
desde o exterior, isto é, desde fora da luta econômica, desde fora da esfera de
relações entre operários e patrões. La única esfera em que pode encontrar estes
conhecimentos é na esfera de relações entre todas as classes sociais e frações de classe com o Estado e
com o governo, a esfera das relações de todas as classes entre si.
430: por isso a ideia do “tribuno popular”
444: a participação do operariado na luta política não necessariamente faz de sua política uma política social-democrata. E o caminho revolucionário do movimento operário 445: pode não ser o caminho socialdemocrata.
446: o risco de serem “retaguarda da democracia burguesa e não vanguarda socialdemocrata!”
A parte IV dedica-se a criticar os “métodos artesanais de trabalho”
470-471: a explicação do que é o revolucionário profissional
485: fica claro que ele tem uma visão ingênua sobre o SPD alemão
487: a impossibilidade do “controle democrático geral” nas condições de clandestinidade
495: talvez a passagem onde ela mais força a mão é quando diz que se trata de encontrar, reunir, formar, mobilizar e por em marcha um exército de “hombres omnisapientes”
A V parte fala do plano do “periódico político destinado a toda Rússia”
De maneira geral, não apenas esta parte, mas o conjunto de Que Fazer? é um texto nervoso, mal acabado literariamente, uma colagem de vários textos e polêmicas.
516: cita Pisarev, sobre o sonho (o desacordo entre os sonhos e a realidade não produz dano algum, sempre que.... trabalhe escrupulosamente para realizar suas fantasias”)
521: muitas vezes é quase impossível prever antecipadamente como
alternarão os períodos de explosão com os de calma, e ainda quando fosse
possível prevê-lo, não se poderia aproveitar a previsão para reconstruir a
organização, porque num pais autocrático, estas mudanças se produzem com
assombrosa rapidez, as vezes como consequência de uma incursão noturna dos janízaros
czaristas. A mesma revolução não deve ser imaginada como um ato único (...) mas
sim como uma sucessão rápida de explosões mais ou menos violentas, alternando com
períodos de calma mais ou menos profunda
523: ter o jornal, longe de ser um trabalho de gabinete, é o “plano mais
prático para começar a preparar-se em todas as partes e imediatamente para a
insurreição, sem esquecer ao mesmo tempo nem um instante o trabalho ordinário
de todos os dias”
Conclusão: divide a história da SDR em três períodos. 1884-1894,
1894-1898, 1898... O que fazer? Acabar com o terceiro período.
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