V.I.Lenin
Obras completas
Tomo IV (quatro)
Tomo IV (quatro)
1898-1901
Editorial Cartago
Buenos Aires, 1958
Editorial Cartago
Buenos Aires, 1958
A propósito de nossa estatística fabril
Resenha crítica de um folheto “bajo el título rimbombante de Materiales
concernientes a la economia nacional russa. I.Nuestra industria fabril em 1894-5”, veio a luz em 1898, del senhor Karyshev.
-publicado em 1898 na coletânea Estudos e artigos econômicos
Comentário
Resenha muito elogiosa, mas ao mesmo tempo com vários reparos de
importância, ao Curso Abreviado de Economia escrito pelo A. Bogdanov (de 1897). A resenha foi publicada em 1898.
.Observacion sobre el problema de la teoria de los mercados (com
motivo de la polemica entre los senhores Tugan-Baranovski y Bulgakov).
Novamente uma resenha polêmica, publicada em 1898.
Comentário
Resenha também muito elogiosa do livro El Mercado mundial y la crisis
agrícola, de Parvus. Este foi publicado em 1898 em São Petersburgo. Já a
resenha saiu em 1899.
Comentário
Resenha do livro de R.Gvozdiev, intitulado Los kulaks-usureros, su
significado social-economico. 1899. A resenha foi publicada no mesmo ano.
Comentario
Resenha de Russia comercial e industrial. Guia para comerciantes y
fabricantes. Escrita e publicada em 1899.
Algo más sore el problema de la teoria de la realizacion.
Trata-se de uma resenha de um texto de Struve, que por sua vez discute
Bulkagov e Ilin (Lenin). É um ótimo texto. Escrito e publicado em 1899.
75: Lenin diz que “la teoria abstrata de la realizacion presupone, y debe
hacerlo, uma distribuiciõn proporcional del producto entre las diferentes ramas
de la produccion capitalista; pero al hacer esta suposicion, la teoria de la
realizacion no afirma, de ningun modo, que em uma sociedade capitalista los
productos siempre se reparten o pueden repartirse proporcionalmente.”.
75: cita elogiosamente Bulgakov, para quem a lei da realização “se cumpre somente pelo seu não cumprimento”
77: uma parte do produto realizado não adota nem pode adotar jamais a forma de renda (...) Só por esta lei se pode explicar uma ds mais profundas contradições do capitalismo: o crescimento da riqueza nacional progride com extraordinária rapidez, enquanto o crescimento do consumo popular progride (se progride) muito lentamente.
79: há uma nota de rodapé, onde Lenin reproduz uma longa citação em que Kautsky (A questão agrária) conta como se “converteu” ao marxismo. E é impressionante o sentido religioso da conversão de Kautsky: desde que se converteu em marxista, “sempre que tive alguma dúvida a respeito de alguma questão de princípio, chegava finalmente a conclusão de que era eu quem estava equivocada e não meus mestres”.
80: noutra nota de rodapé, comparecem pela primeira vez, num mesmo comentário crítico, Struve e Kant.
83: “O sistema de Marx” apresenta “caráter polêmico” não porque seja “tendencioso”, mas porque oferece, na teoria, uma imagem fiel de todas as contradições que têm lugar na vida. Essa é uma das razões de porque todas as tentativas de assimilar “o sistema de Marx” estão e estarão condenadas ao fracasso se não se assimila seu “caráter polêmico”, já que este “caráter polêmico” não é mais que a imagem fiel do “caráter polêmico” do próprio capitalismo.”
84 em diante, há uma interessante discussão, que diz respeito não apenas
a Struve, mas também a Rosa Luxemburgo (A acumulação e seu debate sobre
imperialismo).
Diz Lenin: detengámonos aún algo más em el problema que “desde hace largo tiempo preocupa” a Struve: cual és el real valor científico de la teoria de la realización?
Lenin diz que “su valor científico es exactamente el mismo que el de las otras tesis de la teoria abstracta de Marx. Si Struve se siente perturbado por el hecho de que “la realización absoluta es el ideal de la produccion capitalista, pero nunca la realidad de ésta”, le recordaremos que todas las otras leyes del capitalismo descubiertas por Marx representa también únicamente um ideal del capitalismo, pero nunca su realidad.
E Lenin continua: "La teoria del capital supone que el obrero recibe el valor total del importe de su fuerza de trabajo. Este es el ideal del capitalismo, pero de ningun modo su realidad. La teoria de la renta del suolo supone que la poblacion agrícola em su conjunto se encuentra dividida em proprietários terratenientes, capitalistas y obreros asalariados. Este es el ideal del capitalismo, pero de ningun modo su realidad. La teoria de la realizacion supone la repartición proporcional de la produccion. Este es el ideal del capitalismo, pero de ningun modo su realidad".
Diz Lenin: detengámonos aún algo más em el problema que “desde hace largo tiempo preocupa” a Struve: cual és el real valor científico de la teoria de la realización?
Lenin diz que “su valor científico es exactamente el mismo que el de las otras tesis de la teoria abstracta de Marx. Si Struve se siente perturbado por el hecho de que “la realización absoluta es el ideal de la produccion capitalista, pero nunca la realidad de ésta”, le recordaremos que todas las otras leyes del capitalismo descubiertas por Marx representa también únicamente um ideal del capitalismo, pero nunca su realidad.
E Lenin continua: "La teoria del capital supone que el obrero recibe el valor total del importe de su fuerza de trabajo. Este es el ideal del capitalismo, pero de ningun modo su realidad. La teoria de la renta del suolo supone que la poblacion agrícola em su conjunto se encuentra dividida em proprietários terratenientes, capitalistas y obreros asalariados. Este es el ideal del capitalismo, pero de ningun modo su realidad. La teoria de la realizacion supone la repartición proporcional de la produccion. Este es el ideal del capitalismo, pero de ningun modo su realidad".
85: Lenin afirma que el valor científico consiste em que mostra o
processo de reprodução e circulação do conjunto do capital social. E demonstrou
como se realiza esta contradição inerente ao capitalismo, que o enorme aumento
da produção nunca é acompanhado por um aumento correspondente do consumo popular.
Motivo pelo qual a teoria de Marx não apenas não reestabelece a teoria
apologético-burguesa (como supõe Struve), como pelo contrário proporciona uma
arma poderosa contra a apologética.
85: desta teoria se deduz que, ainda quando a reprodução e a circulação
do capital social fossem idealmente uniformes e proporcionais, não se poderia
evitar a contradição entre o aumento da produção e os limites restringidos do
consumo. Ademais, o processo de realização não se desenvolve na realidade,
segundo uma proporção idealmente uniforme, mas só através de “dificuldades”,
“flutuações”, “crises” etc.
86: a teoria de Marx proporciona uma arma poderosa não apenas contra a
apologética, mas também contra a crítica reacionária pequeno-burguesa do (ao)
capitalismo. [Enquanto os populistas deduziam dos desequilíbrios a
impossibilidade da realização e do capitalismo], Marx reconhece o “caráter
historicamente progressista do capitalsmo (desenvolvimento dos meios de
produção e, por conseguinte, das forças produtivas da sociedade), mostrando, ao
invés de ocultar, a transitoriedade histórica do capitalismo.
87: enquanto Struve nega a possibilidade de uma reprodução ampliada, devido a falta de proletários (!!!), de uma “sociedade capitalista ideal”, Lenin desqualifica o problema e o argumento em si, afirmando ainda que do ponto de vista “meramente teórico de uma ´sociedade capitalista ideal´ mantém sua opinião: não existe nenhum fundamento teórico para negar a possibiidade da reprodução ampliada deste tipo de sociedade.
Comentário
Resenha do livro A questão agrária, de Kautsky (1899). É uma demonstração do quanto Lenin prezava Kautsky nesta época. Lenin lia em alemão e tinha acesso relativamente rápido aos lançamentos: sua resenha é do mesmo ano do livro.
94: a sobrevivência do pequeno camponês não se deve a seu caráter
tecnicamente racional, mas sim a um sobre-esforço e a redução do nível das
necessidades, respectivamente acima e abaixo do esforço médio dos operários.
94: cooperativas como transição ao capitalismo e não a propriedade
comunal
95: para a grande propriedade, é desvantajoso o fim da pequena
propriedade, que lhe fornece mão de obra
95: as relações entre os grandes e os pequenos proprietários se parecem cada vez mais as relações entre capitalistas e proletários
96-97: Kautsky se pronuncia, naturalmente, contra toda tentativa de sustentar e “salvar” a fazenda camponesa
97: aqui há uma imensa confusão entre processos objetivos e a política a adotar frente a estes processos objetivos
Comentário
Resenha sobre o livro de Hobson, A evolução do capitalismo contemporâneo. Livro de 1898, resenha de 1899.Ele cita, também, o livro de Sombart sobre o “movimento social no século XIX”.
O capitalismo na agricultura (a propósito do livro de Kautsky e o
artigo do senhor Bulgákov).
Escrito em 1899 e publicado em 1900. O artigo de Bulgakov foi publicado na revista Nachalo.
Escrito em 1899 e publicado em 1900. O artigo de Bulgakov foi publicado na revista Nachalo.
107: Lenin critica Bulgakov pela “acritud y su tono, insólito em la
polêmica entre escritores de tendências afines” (convenhamos, insólito é ver
Lenin criticando acritude alheia)
112: papel da eletricidade
114: o tema das hipotecas
119: debate sobre cooperativas
125: os motivos da sobrevivência da produção camponesa (no es por su mayor productividad, sino por sus inferiores exigências)
134: no cabe esperar um completo desalojo de la pequena producion em la agricultura, pues los próprios capitalistas y agrários tiende a restablecerla cuando la ruína de los campesinos llega demasiado lejos (a fuga da população do campo gera falta de operários, levando os próprios capitalistas a dotar de terras aos operários, para dispor deles)
138: os preços baixos impulsionam o desenvolvimento do capitalismo (via maquinização)
145: no segundo artígo do livro, Lenin trata da polêmica acerca das
“crescentes dificuldades da agricultura mercantil”. O primeiro tópico analisado
é a renda da terra: “a renda da terra é a parte da maisvalia que resta depois
de descontar o lucro médio correspondente ao capital invertido na fazenda”
145: do ponto de vista teórico são perfeitamente compatíveis a produção capitalista e a ausência de propriedade privada da terra, e a nacionalização da terra (citando Kautsky, 207)
149: as antigas
variedades de plantas e animais criadas pela seleção natural são substituídas
por variedades mais “nobres”, criadas por seleção artificial. As plantas e os
animais se tornam mais delicados, mais exigentes; com os modernos meios de
comunicação, as pragas e as epizootias se difundem com extraordinária rapidez,
enquanto que as explorações seguem sendo individuais, fracionadas, muitas vezes
pequenas (as camponesas) e privadas de conhecimentos e recursos. O capitalismo
urbano procura proporcionar todos os recursos da ciência moderna para o
desenvolvimento da agrotecnia, porém segue mantendo num nível ínfimo a situação
social dos produtores, sem transplantar ao campo, de um modo sistemático e
regular, a cultura das cidades. Nenhuma organização social superior suprimirá a
necessidade de melhorar as raças de gado (...), porém a atual organização
social capitalista padece tanto mais das consequências da falta de controle
social e do estado de opressão em que se encontram os camponeses e os
operários, quanto mais se desenvolve a técnica e quanto mais delicadas se
tornam as raças de animas e as variedades de plantas.
158: em resumo. Não há nenhum motivo para considerar a crise agrária
como um fenômeno de freio ao capitalismo e ao desenvolvimento capitalista.
Resposta ao senhor P. Nezhdanov
Texto também de 1899.
Texto também de 1899.
160: as forças produtivas da sociedade crescem sem que o consumo popular
cresça de forma proporcional, sem que as forças produtivas sejam utilizadas em
benefício das massas trabalhadoras
161: esta contradição não nos leva inevitavelmente a produção sistemática de produtos excedentes (...) Podemos representar-mo-nos muito bem (quando raciocinamos de forma puramente teórica sobre a sociedade capitalista ideal) a realização de toda a produção na sociedade capitalista, sem que sobre nenhum produto excedente, porém não podemos representar-mo-nos o capitalismo sem desacordo entre a produção e o consumo. Este desacordo se expressa (...) no fato de que a produção de meios de produção pode e deve sobrepassar a produção de artigos de consumo.”
162: em última instância, a fabricação de meios de produção está
inevitavelmente ligada a fabricação de artigos de consumo, já que os meios de
produção se fabricam não pelos meios de produção em si, mas porque há uma maior
demanda deles nos diversos ramos da indústria que fabricam artigos de consumo.
(a esse respeito, ver o livro sobre a economia de guerra nazista: O preço da destruição, Record)
163: a diferença entre Marx e os economistas pequeno burgueses radica em
que estes consideram a relação entre produção e consumo como imediata, pensam
que a produção segue o consumo; Marx, ao contrário, demonstra que esta relação
é só mediata, que se manifesta só em última instância, pois na sociedade
capitalista o consumo segue a produção (...) se as forças produtivas se lançam
a um aumento ilimitado da produção, enquanto o consumo se restringe como
consequência do estado proletário das massas populares, a contradição chega a
ser inquestionável. Essa contradição não significa que o capitalismo seja
impossível, porem [indica isto] sim a necessidade de sua transformação em uma
forma superior; quanto mais forte se torna esta contradição, mais se
desenvolvem as condições objetivas dessa transformação, assim como suas
condições subjetivas, quer dizer, a consciência que os trabalhadores adquirem
da contradição”
-detalhe: a harmonia sai pela porta e entra pela janela: não existe na
relação produção/consumo, mas existiria na evolução dos fatores
objetivos/subjetivos. Obviamente trata-se de wishful thinking
Protesta de los socialdemocratas de Rusia
Escrito no final de 1899. Publicado pela primeira vez em dezembro de 1899. É a famosa resposta ao Credo economicista.
-aprovada numa assembleia de exilados internos (Sibéria)
-reproduzem o Credo
-o atribui a “algunos socialdemocratas rusos (de los “jóvenes)”
-o Credo: em termos atuais, é a primazia do social sobre o político, da
luta social sobre a luta política, da prática sobre a teoria
-a conclusão final é clara: participar da luta econômica do proletariado
e participar da “atividade liberal e de oposição”
178: na versão dada por Rabóchaia Misl, a base econômica do movimento corre o risco de ser eclipsada pelo afã de “não esquecer o ideal político”
178: na versão dada por Rabóchaia Misl, a base econômica do movimento corre o risco de ser eclipsada pelo afã de “não esquecer o ideal político”
-a Protesta faz uma firme defesa da independência de classe e da luta
por liberdades políticas, ou seja, o tema fundamental é se na luta política o
proletariado deve agir com independência ou como linha auxiliar dos liberais
-na 176, a defesa do “sexo privado de direitos”
179: comenta que o marxismo virou uma teoria “de moda” e por isso já é vítima de “tergiversaciones y
envilecimientos”
179: a socialdemocracia não deve esquecer de que as fileiras das massas operárias organizadas por ela, ao ampliar-se o movimento, devem incorporar-se também os trabalhadores domésticos, os artesãos, os operários agrícolas, e milhões de camponeses arruinados e mortos de fome
179: defesa dos “gloriosos militantes de la vieja Národnaia Volia” e
sua bandeira de “conquista da liberdade política”
Comentário
Resenha sobre o livro O movimento operário no ocidente, de S.N.Prokoóvich. Escrita em 1899, foi publicado apenas em 1928 (quase trinta anos depois).
Comentário
Resenha de um livreto de Kautsky: Berstein e o programa
social-democrático. Uma autocrítica.
O interessante aqui é o debate sobre o colapso do capitalismo. Segundo Lenin, 195: K afirma e demonstra que ME jamais expuseram um Zusammenbruchstheorie (teoria del hundimiento, de la quiebra súbita del capitalismo) especial, nem vincularam de maneira infalível em Zusammenbruch a crise econômica (...) na realidade, ME faziam depender a modificação das relações econômicas da Europa ocidental da madureza e da força das classes formadas pela história moderna da Europa”
197: as pequenas empresas comerciais e industriais são, muito
frequentemente, na sociedade capitalista, uma das formas em que se expressa a
superpopulação relativa: pequenos produtores arruinados, operários que não
encontram trabalho, se transformam (as vezes temporariamente) em pequenos
comerciantes, vendedores ambulantes, se dedicam a sublocar “piezas y rincones”
etc.
198: o aumento do número de ações só mostra que a riqueza apresenta uma
tendência a tomar a forma de ações, porém esse aumento não é em absoluto um
índice da repartição das riquezas
199: contra a tese (ridícula) de Berstein, de que o crescimento da mais
valia é tanto, que a burguesia não consegue mais “consumi-la” toda, logo ela é
democratizada, K. replica e Lenin repercute: aumento do luxo e do desperdício,
influencia da moda; massa de desempregados; e principalmente aumento do consumo
produtivo da mais valia
199: debate sobre a pauperização: 1)efetivamente o capitalismo tende a
aumentar a miséria, quando não há contratendências; 2) a miséria aumenta não no
sentido físico, mas no sentido social, na “desproporção entre o constante aumento do nível das
necessidades da burguesia e do conjunto da população e o nível de vida das
massas trabalhadoras; 3) nas “regiões fronteiriças”, aí é miséria e fome
200: o capítulo sobre a “nova classe média” é especialmente interessante
e instrutivo para nós, os russos. Se Bernstein só se propunha dizer que no
lugar dos pequenos produtores que desaparecem, vai se criando uma nova classe
média, a intelligentzia, ele teria razão –diz Kautsky— e assinala que faz
alguns anos ele já havia indicado a importância deste fenômeno. Em todos os
domínios do trabalho na administração estatal o capitalismo aumenta com
particular rapidez o número de empregados, expressa uma demanda crescente de la
intelliguentzia. Esta ocupa uma posição peculiar entre as outras classes,
pertencendo em parte a burguesia por suas relações, por suas opiniões etc. e em
parte aos trabalhadores assalariados, já que o capitalismo, a medida que vai
privando aos membros da intelliguentzia de sua posição independente, os
transforma em assalariados dependentes, ameaça rebaixar seu nível de vida. Esta
situação transitória, instável, contraditória, da camada social que examinamos,
se reflete no fato de que é em seu seio onde se propagam mais amplamente estas
opiniões indecisas, ecléticas, esta mistura de princípios e opiniões
contraditórias; ali é onde melhor se manifesta esta aspiração a elevar-se nos
domínios da retórica e a esfumar com belas frases os conflitos que enfrentam os
grupos históricos da população; características estas que que tão
impiedosamente Marx fustigou com seus sarcasmos já há meio século.
201: lembrete importante, na Alemanha de 1899, só homens maiores de 25
anos votavam.
Textos para Rabochaia Gazeta
Carta ao grupo de redatores da Rabochaia Gazeta
É curioso para dar uma ideia de como ele enxergava o trabalho editorial.
É curioso para dar uma ideia de como ele enxergava o trabalho editorial.
Nosso programa
209: organizar a luta de classes do proletariado e dirigir esta luta,
que tem por objetivo final a conquista do poder político pelo proletariado e a
organização da sociedade socialista
209: não pode haver um forte partido socialista sem uma teoria
revolucionária que agrupe a todos os socialistas, da qual extraiam todas suas
convicciones e a apliquem em seus procedimentos de luta e métodos de ação
211: toda luta econômica necessariamente se transforma em uma luta
política e a socialdemocracia deve fundir sempre uma e outra em uma única luta
de classe do proletariado [esta afirmação aqui de certa maneira contradiz outras que ele fará
noutros textos]
211-212: os operários não estão sós na luta política (e cita a lista de
indignados com o czarismo: pessoas cultas com um mínimo de honradez, polacos,
finlandeses, hebreos, adeptos de seitas religiosas russas, pequenos
comerciantes, industriais e camponeses”)
Nossa tarefa imediata
213: a luta dos operários se converte em luta de classe só quando os
representantes de vanguarda de toda a classe operária de um país tem
consciência da unidade desta classe operária e empreendem a luta, não contra um
padrão isolado, senão contra toda a classe capitalista e contra o governo que
apoia esta classe
213-214: “Toda luta de classes é luta política”; esta conhecida frase de
Marx não deve interpretar-se no sentido de que toda luta dos operários contra
os patrões é sempre uma luta política. Há que interpretá-la no sentido de que a
luta dos operários contra os capitalistas necessariamente se converte em luta
política, a medida que se converte em luta de classes.
215: a peculiaridade da SD russa frente aos predecessores russos e frente aos contemporâneos da Europa ocidental: “considerarlos criticamente y crear em forma Independiente nuestra organización”
216: até este momento, inclusive
neste texto, não se traduz luta por liberdades políticas no sentido de fim da
monarquia, república etc.
216: aparece a tese da “organização do periódico do partido”
217: se não se unifica todos os aspectos da ação do Partido, através do “orgão do partido, todas estas formas de luta revolucionária perdem nove décimas partes de sua importância, e não ajudam a experiência comum do Partido, nem a criar tradições e continuidade partidária”
217: a necessidade de concentrar todas as forças na criação do órgão do Partido... está condicionada pela situação particular da socialdemocracia russa, tão diferente da de outros países europeus, que dispõe de uma quantidade de outros meios de manifestar publicamente sua atividade
217-218: estudar, fazer propaganda, organizar.. e o centro desta atividade pode e deve ser somente o órgão do Partido
El problema esencial
Este texto expõe de forma didática o tema do jornal.
220: Crítica ao trabalho artesanal.
221: Se todos consideram o periódico como seu jornal, entenderam como
sua obrigação fundamental a tarefa de manter uma permanente relação com ele,
discutir nele seus problemas, refletir nele todo o movimento....
221: tarefa mais difícil agora que antes, pois antes os jornais não se
destinavam as massas populares
222: o jornal deve chegar regularmente aos centros industriais, aldeias
e cidades industriais, bairros fabris das grandes cidades
221: cita o “correio vermelho” que a SD alemã implementou durante a lei
de excepçao (1878-1890)
222:que apareça não menos de doze vezes ao ano
222: a vantagem de legalizar parte do trabalho então ilegal (divisão de
trabalho)
Projeto de programa do nosso partido
Escrito em 1899, publicado em 1924.
Escrito em 1899, publicado em 1924.
228: ele faz uma analogia entre as etapas do movimento e as etapas do
capitalismo (do artesanato em direção a formas superiores)
229: referência elogiosa a Emancipação do Trabalho
230 “la agonizante economia patriarcal”
233: imitar mas não copiar o programa de Erfurt
233; a luta contra o absolutismo, por liberdades políticas, é a primeira
tarefa política do partido operário
234: derrubar o absolutismo não só em benefício da classe operária, mas
também em benefício de todo o desenvolvimento social... os interesses do
desenvolvimento social estão por cima dos interesses da classe operária
235: o programa deve deixar em aberto a questão dos meios, deixando a
escolha destes a critério das organizações que lutam e dos congressos do
partido, que são os que fixam sua tática... entre estes problemas figura
também, a nosso entender, o do terror... no momento atual o terror é um meio de
luta inadequado, que o partido (como partido) deve rechaçar (pelo menos
enquanto não se produza uma mudança na situação que exiga uma mudança de
tática) e concentrar todos os seus esforços no fortalecimento da organização e
no transporte de materiais políticos
236-237: curioso debate sobre os riscos da legislação direta do povo
(“legislación por el pueblo”) degenerar num plebiscito imperialista
237: contraditoriamente, defende a substituição do exército permanente
pelo armamento geral do povo
237: plena liberdade de direitos entre a mulher e o homem
237: imposto progressivo sobre a renda
240: outra passagem
curiosa: ao mesmo tempo que se encontra entre “los adversários resueltos deque
se proteja o apoye a la pequena propriedad, o a la pequena hacienda em la
sociedad capitalista”.... defende “el apoyo al campesinato (de ningun modo como
clase de pequenos proprietarios o pequenos patrones), em la medida em que este
sea capaz de luchar revolucionariamente contra los restos del regimen de
servindumbre, en general, y contra el absolutismo, em particular.
[é evidente a
confusão, mas o sentido geral é positivo: na contramão de outros setores da social-democracia, VIL defende o papel do
campesinato]
240: ele chega a
dizer que “apoyar las reivindicaciones democráticas de la pequena burguesia (no) significa, em modo alguno, apoyar a la pequena burguesia”. Ele fala isso no
sentido de que a liberdade política vai acelerar o desenvolvimento capitalista,
que vai golpear a pequena propriedade. Logo, diz ele, o problema se reduz a
duas questões: 1) como elaborar as reivindicações, para que não impliquem “um
apoio aos pequenos patrões na sociedade capitalista”; 2) é capaz nosso
campesinato, ainda que seja só em parte, de lutar revolucionariamente contra a
servidão e o absolutismo?
Sobre a segunda
questão, ele diz que “a história ainda não deu sua resposta”. E caso dê, a
socialdemocracia não tem nada a perder se estiver disposta a apoiar.
Neste ponto (do
campesinato) ele explicita que há uma divergência com o projeto do grupo
Emancipação do Trabalho, pois este trata o campesinato como o “principal
sostén” del absolutismo, enquanto Lenin diz que há uma “dualidad” no
campesinato.
248: ele explica
que substituir a fazenda capitalista pela pequena propriedade é reacionário; mas
substituir o latifúndio feudal pela fazenda camponesa é progressista
[Aqui vale um
resumo geral: ele inicia sua elaboração debatendo o desenvolvimento capitalista
na Rússia, em polêmica principal com os populistas e, de outro ângulo, com o
marxismo legal. Em paralelo ele produzirá textos de agitação fabril.
Num segundo
momento, começa o debate sobre o partido, que desdobra em três frentes: o
programa, a luta contra o economicismo, a defesa do jornal (ou de um partido
não artesanal).]
Uma tendência regressiva na social democracia russa
Crítica ao conteúdo do suplemento de Rabóchaia Misl (setembro de 1989).
O texto foi
publicado apenas em 1924. Mas parte importante foi customizado em outros textos
da época, inclusive o será no Que Fazer.
O tema básico é a
relação entre movimento operário e movimento socialista; em segundo lugar, o
papel da luta por liberdades políticas, diferenciando derrubar o absolutismo e tomar o poder.
Neste texto, ele
defende a monarquia constitucional.
262: derrocamento de la autocracia significa la sustituición de la forma autocrática de gobierno por la forma constitucional de gobierno,
262: derrocamento de la autocracia significa la sustituición de la forma autocrática de gobierno por la forma constitucional de gobierno,
273: debate o tema
da tomada do poder: “é muito provável –e mais do que provável- que a burguesia
não fará concessões pacíficas ao proletariado; no momento decisivo recorrerá à
violência para defender seus privilégios. Então não restará outro caminho...
que a revolução. Po isso o programa... fala em termos gerais da conquista do
poder político, sem precisar o meio a empregar para essa conquista, porque a
escolha desse meio dependerá de um futuro que nós não podemos determinar com
exatitude”
275: ele explica
por qual motivo o economicismo surge, como decorrência do “giro às fábricas” e
no contexto da disputa com Narodnaia Volia e sua visão de que política =
conspiração. “A difusão da propaganda colocou os social-democratas em contato
com as camadas inferiores e menos desenvolvidas do proletariado; a incorporação
exgiu dos propagandistas que se adaptassem ao nível mais baixo de compreensão;
os foi habituando a colocar em primeiro lugar as reivindicações e os interesses
do momento e a postergar os amplos ideais do socialismo e da luta política”,
processo reforçado pelas quedas.
277: necessidade de
uma “intelligentzia obrera”, para que “de suas filas surjam os dirigentes do
POSDR"
277-278: a
diferença de compreensão (do jornal) entre intelligentzia obrera, obreros
médios e massa das capas inferiores. Ele cita o fato de que na Europa, o número
de eleitores social-democratas é muito maior do que o número de leitores da
imprensa social-democrata. E faz referência ao trabalho educativo legal como
meio de elevar o nível das camadas atrasadas.
A propósito da profissão de fé (profesion de foi)
Crítica ao comitê de Kiev, influenciado pelo economicismo.
Novamente a defesa
da luta pelas liberdades políticas.
O debate é
interessante porque ele os questiona de um ângulo novo: diz que sua (deles)
posição equivale aquela ideia de que é preciso primeiro “educar os camponeses”
para só depois libertá-los.
287: Se para
desenvolver nossa atividade nos guiássemos pelo que é mais diretamente
acessível as mais amplas massas, deveríamos predicar o antisemitismo etc
289: se tomamos a
luta econômica em si, não encontraremos nela nada de socialista
291: fica claro qual é a essência do leninismo em matéria de organização, neste momento: o jornal como centro organizador
291: fica claro qual é a essência do leninismo em matéria de organização, neste momento: o jornal como centro organizador
Acerca dos
tribunais industriais
Também de 1899,
publicado em 1924. Texto de agitação fabril sobre o que seriam hoje os tribunais
de conciliação.
Sobre las
huelgas
1899-1924.
Análise do papel
das greves como forma de luta etc.
Projeto de
declaração da redação de Iskra e de Zaria
(1900-1925)
Trata-se de uma
explicação da “linha editorial” de ambas as publicações.
324: Tem a
curiosidade de mostrar como encarava o papel do jornal: “hacer de nuestros
órganos, órganos de toda la democracia”, em que “se expongan y se examinen
todos los problemas democráticos sin limitarnos estrechamente a los que se
relacionen com el proletariado”
De como estuvo Iskra a punto de apagarse
(1900-1924)
É um texto genial,
um relato escrito ou para si mesmo, ou
para alguém próximo como Kruspskaya. Descreve de maneira absolutamente direta
os membros do Emancipação do Trabalho.
330: Sobre
Plekhanov, por exemplo, diz que “manifestava sempre uma intolerância, uma
incapacidade e um desinteresse absoluto por compreender os argumentos alheios,
e ademais falta de sinceridade, sim, precisamente, falta de sinceridade”.
332: diz
diretamente que Plekhanov é um “ditador” no grupo Emancipação do Trabalho
335: diz que eles
deviam ser os redatores, tanto porque “os ‘velhos’ são extremamente
intolerantes, como porque seriam incapazes de realizar cuidadosamente este
trabalho pesado e ingrato da redação”
336: relata que
passaram a noite acordados, ele e Potressov, debatendo o que havia ocorrido na
reunião e chega a dizer, textualmente, que “meu ‘amor’ por Plekhanov havia
desaparecido como por encanto; me sentia ofendido e amargurado ao extremo.
Jamais, jamais no curso da minha vida havia experimentado por nenhum homem uma
estima e um respeito tão sinceros, tal vénération; ante ninguém me havia
comportado com tanta ‘humildade’; e jamais havia recebido semelhante ‘pontapé’.”
336: esse homem é
um perverso, sim, um perverso que se encontra baixo influência de um egoísmo
mesquinho e de uma vaidade pessoal, um homem que é um hipócrita.
337: “isso
acontecia porque havíamos estado enamorados por Plekhanov; se esse amor não
houvesse existido, se nos tivéssemos comportado com ele com mais serenidade,
com mais sentido comum, se o tivéssemos olhado com um pouco de distanciamento,
então nos teríamos conduzido de outro modo com ele, não teriamos sofrido tal
derumbe, no sentido literal da palavra, não teríamos sofrido esta ‘ducha moral’,
segundo a justa expressão de Arséniev”
338: e o jovem
apaixonado recebe daquele em quem depositou seu carinho, uma amarga lição: é
necessário comportar-se com todos “sem sentimentalismo”, é preciso ter uma pedra no lugar do coração
[A respeito de
Plekhanov, ler Plejánov. El padre del marxismo ruso. Samuel H. Baron. Siglo
XXI, setembro de 1976.]
Projeto de acordo
(entre os grupos
que editam Zaria/Iskra e Emancipação do Trabalho)
1900-1940
Declaracion de
la redaccion de Iskra
(publicado em 1900,
no primeiro número de Iskra)
Linha editorial.
Prologo ao
folheto As jornadas de maio em Jarkov
(descrição do
primeiro de maio de 1900, em Jarkov)
Literatura
operária. Ela prevê 356: que o movimento operário russo está chegando,
precisamente a uma destas épocas de agitação e de explosões.
Tarefas
urgentes de nosso movimento
(publicado no
número 1 de Iskra, em 1900)
-trata-se de uma
crítica ao economicismo, baseada na história de como o socialismo e o movimento
operário russo se uniram em movimento socialdemocrata
-há que preparar homens que não consagrem a revolução suas tardes livres, mas toda sua vida
-há que preparar homens que não consagrem a revolução suas tardes livres, mas toda sua vida
La guerra com
China
-denúncia do
imperialismo russo
La escision em
la Union de socialdemocratas rusos em el extranjero
-relata a cisão
(Rabocheie Dielo/economicistas versus Socialdemocrata/Emancipação do Trabalho)
-apoia Plekhanov
Anotacion del 29 de diciembre de 1900
É um texto do mesmo
estilo das notas sobre a reunião com Plekhanov.
Relata a
conversação com Struve, no contexto das tentativas que eles fizeram de ampliar
o leque de colaboradores de Zaria e de Iskra.
374: O início diz
assim:
29/XII/1900, sábado, a las 2 de la manana
29/XII/1900, sábado, a las 2 de la manana
Quiero anotar mis impresiones sobre la conversacion
de hoy com el “melizo” [Struve]. Fue una reunion notable e “histórica” em su
gênero (Arseniev, Vielika, el mellizo +sua esposa + yo); por ló menos histórica
em mi vida; fue um balance, si no de una época, por ló menos de uma pagina de
mi vida y determino para mucho tempo mi conducta y el camino a seguir.
Acotaciones marginales
É um texto muito
interessante, sobre violência policial e burocracia judicial: o caso do
camponês Timofei Vasilievich Vozdujov, que foi fazer uma reclamação no posto
policial, terminou espancado e morreu no dia seguinte no hospital.
Saiu em Zaria,
número 1, abril de 1901.
Texto longo:
381-407
Leva forzosa
de 183 estudiantes
Sobre o
recrutamento forçado de estudantes envolvidos em “desordens coletivas”. Tem de
tudo, desde violação de uma jovem até um ato público contra um jornal “venal”.
El partido
obrero y el campesinato
Trata-se de um de
muitos textos da época, em que ele discute a relação entre o campesinato e a
SD. Aparece aqui com força a ideia de “levar a luta de classes ao campo”,
leia-se, permitir que o capitalismo e a luta de classes típica da época capitalista
se desenvolva livremente no campo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário