Assim sendo, virei "posta restante" dos textos de César Benjamin.
Alguns são interessantes, como sua previsão acerca da guerra.
Outros nem tanto, como o que ele termina dizendo que "precisamos de um novo Barão".
Penso eu que nem de brincadeira algo assim deva ser escrito, exceto por quem acredita que nosso futuro estaria no passado. E salvo, é claro, se estivermos nos referindo ao Barão de Itararé!!!
Além dos textos de César Benjamin, também recebo muitos textos do Paulo Nogueira Batista Jr.
Ambos têm pelo menos duas coisas em comum: mesmo quando erram feio são geniais, mas sempre no singular.
Ou seja: fazem parte de uma camada da intelectualidade que desistiu ou nunca quis ser "orgânica".
Escolha que explica certo tipo de crítica que, da minha parte, considero irresponsável, no sentido de crítica feita por quem não tem responsabilidade em dirigir a ação de organizações coletivas.
Acho os textos de Batista Jr. sempre interessantes, por causa & embora marcados por uma abordagem da questão nacional que é diferente da que defendo (a respeito, sugiro ler o fantástico livro O Brasil não cabe no quintal de ninguém, publicado em 2019).
Como não podia deixar de ser, Batista Jr. está inconformado com o acordo Mercosul-União Europeia.
Também estou, como se pode ler aqui: Valter Pomar: Em favor do desacordo Mercosul-UE
Batista Jr. está tão inconformado que escalou agressivamente contra Lula, como se pode ler abaixo.
Sou petista. Não sou lulista, nunca fui.
E talvez por isso mesmo acho que Batista Jr. neste caso perdeu a mão.
Não porque Brizola, como o Barão, não tivesse seus méritos (e deméritos).
Acontece que, assim como não "precisamos de um novo Barão", tampouco precisamos nem devemos ter saudades do populismo, nem mesmo do populismo em sua variante brizolista.
Entre outros motivos porque não foi o populismo que teve êxito em derrotar eleitoralmente a direita tucana neoliberal entre 2002 e 2014, nem foi o populismo que teve êxito em enfrentar a extrema-direita em 2018 e derrotar eleitoralmente a extrema-direita em 2022, nem será o populismo que conseguirá impedir a volta delles ao governo federal em 2026.
Quem fez isso foi o PT e Lula, nessa ordem. Não é preciso "confiar" em nós para admitir este fato.
Ah, mas foram apenas derrotas eleitorais!
Ah, mas fizeram concessões!!
Ah, mas cometeram erros gravíssimos!!!
Certamente que sim.
Escrevo a respeito o tempo todo, inclusive a respeito de certas alianças e das concessões aos capitalistas "nacionais", que alguns não por acaso esquecem de citar quando criticam o PT e Lula.
Mas que novidade há em cometer erros e fazer concessões, seja no caso do PT e Lula, seja no caso da esquerda brasileira em outras épocas??
Por pudor pré-natal, não vou listar aqui a lista de concessões e erros que heróis da pátria como Brizola e Prestes cometeram ao longo de sua vida. Nem vou listar aqui os erros cometidos por Lula e pelo PT, meu candidato e meu partido.
Eles são heróis da pátria apesar & por causa de tudo que fizeram, erros inclusive. Motivo pelo qual o verbo "confiar" simplesmente não se aplica, ao menos não no sentido privado, corriqueiro e maniqueísta do termo.
Exemplo: eu "confio" que os textos de Batista Jr. sempre me farão aprender, mas não "confio" nas conclusões que ele apresenta.
Acrescento o seguinte: mesmo quando são irresponsáveis (no sentido acima descrito, ou seja, feitas por quem não tem a responsabilidade de dirigir a ação de organizações coletivas), as críticas precisam ter consequência.
Qual é a consequência que se tira da crítica feita por Batista Jr.?
Deixo a pergunta para quem saiba responder.
Da minha parte, seguirei pedindo ao povo brasileiro que "confie" seu voto a Lula nos dois turnos da eleição presidencial de 2026.
E seguirei criticando sem dó nem piedade o acordo neocolonial.

Concordo com o texto e com às críticas ao Batista Junior... Ele errou na mão... Também direi na Bahia que confiem o voto em Lula (Brasil), e na Bahia, ao Jerônimo ...
ResponderExcluirUm bom texto e os questionamentos procedem com o populismo Brizolista e as vezes Lulista. Também acredito que o acordo com a União Eurpeia é prejudicial ao Brasil. Nossa alternativa é os Brics
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