Dizem que o
vampiro só entra numa casa, se alguém abre a porta. Foi isso que fez o governador Camilo Santana, ao solicitar e agradecer a Bolsonaro pela operação
de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Na prática, o governador deixou que a segurança pública do estado do Ceará passe a ser comandada pelas Forças Armadas,
que segundo Bolsonaro estariam intervindo numa “guerra urbana”.
Portanto, numa
operação de pinça, um braço do bolsonarismo estimula o caos e o outro braço vem
reestabelecer a “ordem”.
Script similar parece ter sido implementado
no caso Adriano: um miliciano ligado ao clã Bolsonaro morre durante operação da
PM da Bahia, o presidente e um de seus filhos acusam o PT de estar envolvido
com tortura e execução.
É uma versão
mais elaborada de uma técnica que todos conhecemos: depois de praticar o
assalto, o criminoso mesmo grita “pega ladrão”.
Os dois
episódios devem ser vistos no contexto.
Em primeiro
lugar, uma operação política cujo objetivo é atingir não apenas o PT, mas a
força que a oposição tem no nordeste, onde mais de 60% da população explicita
que votará, em 2020 e 2022, em candidaturas contrárias a Bolsonaro.
Em segundo
lugar, uma operação que visa fortalecer o setor de extrema direita do golpismo,
contra aqueles setores da direita golpista que acreditam ser possível implantar
o ultraliberalismo e manter as aparências.
Em terceiro
lugar, uma operação preventiva contra as mobilizações populares, presentes e
futuras, que se opõem à política econômica e social de Bolsonaro.
Lei de
Segurança Nacional contra Lula, general Heleno criticando "chantagem" parlamentar, Braga substituindo Onyx, GLO no Ceará, são peças de uma fechadura “lenta,
gradual e segura”.
O carnaval que nos perdoe, mas a reação a
isso tem que ser imediata.
Dentre as
muitas iniciativas que precisam ser adotadas, cabe destacar engrossar as mobilizações programadas
para 8 de março, 14 de março e 18 de março, as quais pode se somar uma retomada
da mobilização dos petroleiros, a depender de como evoluam as negociações.
É
preciso que o conjunto do campo democrático e popular se coloque em movimento,
convertendo as mobilizações específicas numa mobilização unificada pelos
direitos, pelas liberdades, pela soberania, contra o neofascismo e contra o
ultraliberalismo.
Ao mesmo
tempo, é preciso tentar impedir que o ocorrido no Ceará se espalhe, especialmente nos
demais estados governados pela oposição.
Mas para que isso seja possível, há uma condição necessária, ainda que não suficiente: quem
governa, precisa se dispor a governar também as polícias.
Adaptando aquela frase
famosa, a segurança pública é um assunto importante demais para ser deixada
para os militares; fazer isto em tempos bolsonaristas é suicídio programado; e agradecer ao Bolsonaro, bom, melhor não escrever o que vêm à mente diante de tal atitude.
Espero que a executiva nacional do PT atue com presteza frente à situação. Pois as escolas de samba não são as únicas que estão se preparando para desfilar.
Concordo Valter
ResponderExcluirA direção do PT ainda não entendeu de conjunto a gravidade do momento que estamos vivendo com o avanço do fascismo
Precisamos apostar todas as fichas nas mobilizações que se avizinham e participar do carnaval incentivando o sendo crítico da população pobre e oprimida a criticar de forma lúdica este governo e projeto de poder
Pois é, Valter, refletir neste momento e agir sobretudo é fundamental, daqui a pouco, o bonde se foi e a coisa tá decidida, ganharam as eleições em 2018,sem que percebecem o que de fato é o bolsonarismo.
ResponderExcluirEnquanto isto, Lula viaja pra Europa com Dilma e Haddad ... sinceramente ...
ResponderExcluirA Direita não só "nada de braçada" como roem o PT por dentro ...
E se enfiarem Haddad em 2022 vai ser a nossa pá de cal.