domingo, 11 de junho de 2017

Antonio Martins e o otimismo seletivo da esquerda não petista

Recomendo a leitura do texto abaixo, de Antonio Martins, publicado no Outras Palavras.

http://outraspalavras.net/capa/jeremy-corbyn-revela-outra-esquerda-e-possivel/

Primeiro e principalmente, pelo que ele informa acerca da Inglaterra e de Jeremy Corbin.

Segundo, por que ele revela um traço muito curioso do pensamento de certa esquerda não petista .

Esta esquerda não petista está sempre atenta aos sinais que vem do exterior: o altermundismo, o Podemos, o Syriza, Parti de Gauche, Melenchon, agora Jeremy Corbin.

Além de atenta -- no que faz muito bem -- é cheia de otimismo com o que acontece lá fora.

Nisto, lembram a atitude de parte dos setores médios brasileiros, quando se trata de comparar o Brasil com o resto do mundo.

Voltando à esquerda não petista, lhes falta otimismo quando se trata de analisar a situação do Partido dos Trabalhadores.

Cá entre nós: se comparamos a história do Labour Party com a história do Partido dos Trabalhadores, o PT ganha de longe em termos de radicalidade e compromisso de classe.

E mesmo assim foi possível à esquerda ganhar o Labour.

Porém, quando se trata do Brasil, Antonio Martins afirma que aqui não há "um instrumento político, uma forma de organização em que possam debater, permanecer mobilizadas, construir visões coletivas sobre o mundo, o país e sua cidade. Os partidos já não cumprem este papel. Não surgiu ainda nada como um Podemos ou como a rebeldia de Jeremy Corbyn no Partido Trabalhista britânico."

Imagino quantas vezes o próprio Jeremy Corbin deve ter ouvido este tipo de profecia acerca do Labour.

Imaginem se ele tivesse acreditado nisto.

Caso Corbin tivesse dado ouvido para os "Antonios Martins" da Inglaterra, o Antonio Martins do Brasil não poderia estar comemorando agora.

 


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