Recomendo fortemente ouvir a digressão do senador Rogério Carvalho acerca dos termos "esquerda" e "direita".
A digressão pode ser escutada aqui: https://x.com/guilherme_amado/status/1889360282960503288
A transcrição do que ele disse está aqui: "Esse negócio de direita e esquerda, tem gente de direita que não é golpista. Tem gente que é de direita que defende a democracia. Tem gente de direita que tem projeto pro Brasil. E isso precisa ser respeitado, isso precisa ser trazido pro diálogo. Não existe um melhor. O melhor é o que resolve o problema das pessoas. Às vezes, soluções, contribuições podem vir da direita, podem vir da esquerda. E a gente precisa entender que essa separação é muito artificializada nesse debate momentâneo no Brasil. Então, você defender que a pessoa possa ter ensino público e gratuito é ser de esquerda? Você defender o SUS é ser de esquerda? Percebe? Defender uma previdência solitária é ser de esquerda? Ou é entender que o Brasil, sem essas condições, não vai oferecer aos brasileiros um mínimo de dignidade? Certo? Se isso é ser de esquerda, por exemplo, eu sou de esquerda. Mas se ser de direita é defender a livre iniciativa, então eu sou de direita porque eu defendo a livre iniciativa".
O senador começa afirmando que existe uma direita que não é golpista. Isto é verdade?
Em tese sim. Mas no Brasil de 2016, a maior parte da direita participou de um golpe. E continua achando que não foi um golpe.
De forma similar, as forças armadas deram um golpe em 1964. Mas no fundo da alma, continuam achando que salvaram a democracia.
Isto para não falar de Hugo Motta e de José Múcio, que não consideram o 8 de janeiro de 2023 como uma intentona golpista.
O golpismo da direita é um efeito colateral da concepção burguesa, oligárquica, elitista, que a direita tem da democracia.
Para manter a democracia dentro de certos limites, para evitar uma democracia popular, a direita apela sempre que necessário para os golpes, seja os preventivos, seja os corretivos.
E fazem isto porque a direita tem mesmo um projeto para o Brasil. Este projeto já sabemos o que é: um pais dependente, sem bem-estar social, com uma democracia oligarquica, com um desenvolvimento super-limitado.
Por esses e por outros motivos, o senador Rogério Carvalho erra ao dizer que "não existe um melhor. O melhor é o que resolve o problema das pessoas".
As "soluções" e "contribuições" oferecidas pela direita podem resolver o "problema" de algumas "pessoas", mas não resolvem os problemas estruturais do conjunto das pessoas que pertencem às classes trabalhadoras.
Além de dizer que "não existe um melhor", Rogério diz também que "essa separação" entre esquerda e direita é "muito artificializada nesse debate momentâneo no Brasil".
O debate em curso no Brasil hoje não é "momentâneo". Há uma crise profunda tanto no Brasil quanto no mundo. A "separação" - ou a polarização - entre esquerda e direita decorre desta crise profunda.
Os capitalistas defendem que o caminho para superar esta crise é colocar o Estado ainda mais a serviço da iniciativa privada, reduzir ainda mais tudo o que for público, social e coletivo, ampliar muito a exploração contra a classe trabalhadora e contra os povos. É isso, por exemplo, que caracteriza o ultraliberalismo de Trump, de Milei e dos cavernícolas de verde-e-amarelo.
Já nós, que representamos os interesses da classe trabalhadora, entendemos que o caminho para enfrentar a imensa crise - ambiental, econômica, social, política, militar e ideológica - que vive o mundo, é colocar em primeiro lugar o social, o coletivo, o público. E reduzir ao mínimo o poder, a propriedade e a riqueza dos capitalistas, ampliando ao máximo a força e os direitos das classes trabalhadoras.
Claro que há pessoas que tentam se equilibrar entre estes dois caminhos. É o caso, pelo visto, do senador Rogério, que se considera de esquerda em algumas questões e de direita em outras questões.
Isso é um direito dele. Ninguém é obrigado a ser consequente.
Embora fosse bastante recomendável, digamos assim, ao menos para quem exerce o papel que ele exerce, ser 100% de esquerda.
No meu planeta como aqui na Terra, a maioria dos seres tem duas pernas: a esquerda e a direita...
ResponderExcluirUsamos ambas para locomoção sem pensar muito, sem vacilar, para não cair.
O coração claro, é vermelho e bate do lado esquerdo.
Lênin é bom lembrar já deu um passo atrás para depois dar dois passos adiante e o fez usando as duas pernas.
E Trump utiliza de formas peculiares e malucas para conforme texto de seu colega na UFABC implementar o plano do PCCh
Ouvi também de Arbex que Trump copia Mao na Revolução Cultural quando coloca adolescentes comandados por Musk para uma devassa no Tesouro americano.
É preciso cuidado com palavras e afina-las aos tempos.
É como um músico quando erra uma corda. Pode doer