Dois amigos me enviaram o vídeo acima, contendo um trecho de um discurso feito pelo companheiro Edinho, um dos pré-pré-candidatos à presidência nacional do PT.
Nesse trecho, Edinho diz que toda organização tem um centro; que o centro do PT seria a tendência Construindo um Novo Brasil (CNB); e que na CNB o centro é a seção de São Paulo.
Tudo parece mais ou menos condizente com os fatos, gostemos ou não.
Mas cabe perguntar é: as coisas estão indo bem? Se estão, não há porque mudar. Se não estão, o melhor que podemos fazer é mudar: mudar a linha política, mudar o funcionamento e, inclusive, mudar o tal “centro”.
No trecho que me enviaram, a preocupação de Edinho é debater outro assunto: as críticas feitas contra o hegemonismo da seção paulista da CNB.
Edinho responde às críticas contra “São Paulo” (leia-se, contra a seção paulista da tendência CNB), lembrando que nosso Partido é nacional.
E é mesmo!
Mas, curiosamente, na hora de defender os “direitos” de São Paulo (leia-se, o espaço da seção paulista da CNB), Edinho meio que esquece o argumento nacional e destaca a importância regional de São Paulo, como se pode constatar no vídeo.
Não sou da CNB e, na briga entre eles, nesse momento torço pela briga. Mas não posso deixar de dizer que o argumento de Edinho acerca de São Paulo é equivocado.
Afinal, “São Paulo” é hoje o centro da classe dominante, o centro da “reação”, como se dizia antigamente. E isto não é de agora. Basta lembrar da contrarrevolução de 1932.
O grande problema do Brasil é a hegemonia desta classe dominante cujo “centro”, cuja seção estadual principal está em São Paulo (segundo alguns, na Faria Lima). Neste sentido, São Paulo é o grande “problema regional” do Brasil.
E um de nossos grandes problemas, como Partido, é que em São Paulo, onde a CNB (“unificada”) dispõe de ampla maioria na direção do Partido, não estamos conseguindo enfrentar adequadamente a classe dominante.
Infelizmente, ao menos no trecho que me enviaram, Edinho não reflete sobre isso.
E sem uma reflexão sobre o fracasso da politica implementada em São Paulo, qual seria então o argumento para defender a hegemonia da seção paulista da CNB sobre toda a CNB e, a partir disto, sobre todo o Partido?
Resta só, como "argumento", o destino manifesto versão bandeirante: “non ducor, duco”!
Como não sou da CNB, não faço ideia do apoio que este tipo de argumento alcança na base da referida tendência.
Mas como a direção do Partido e seu presidente são eleitos, não nomeados, caberá à base do Partido decidir, a partir do debate político, quem será nosso “centro” de 2025 em diante.
Espero que no debate a maioria, inclusive a maioria da CNB, se dê conta de que precisamos mudar. E mudar rápido!!
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