sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

O discurso de Marta

O jornal Folha de S.Paulo publicou, hoje, um suposto spoiler do discurso que Marta Suplicy fará no ato convocado para esta sexta-feira, 2 de fevereiro, em que ela vai se refiliar ao PT.

Para quem não leu, está aqui:  https://www1.folha.uol.com.br/poder/2024/02/marta-fara-discurso-de-volta-para-casa-e-evitara-rusgas-passadas-em-refiliacao-ao-pt.shtml?pwgt=l3lfotd05dtlglbb6lb6heb49lk9yyrm7coq5d61atirn30i&utm_source=whatsapp&utm_medium=social&utm_campaign=compwagift

Digo suposto spoiler, porque prefiro aguardar o que Marta de fato dirá. 

Aliás, um passarinho me contou, há muitos dias, que Marta poderia fazer algum tipo de autocrítica, o que além de ser o correto, também tornaria mais fácil a vida dos que, mesmo apoiando a sua candidatura à vice, tem restrições maiores ou menores a seu regresso ao PT.

Espero que o passarinho tenha razão. Não que isso cancele a impugnação, que será reapresentada amanhã; mas por uma preocupação mais estratégica, digamos assim.

Explico.

Espero que Marta faça, em seu discurso, alguma autocrítica - mesmo que com baixas taxas de sinceridade e altas taxas de conveniência - em relação aos ataques que nos fez, quando saiu do Partido; em relação a seu voto em favor do golpe disfarçado de impeachment; em relação a seu voto, no Senado, em favor de medidas extremamente graves contra a classe trabalhadora; em relação a sua participação recente em campanhas eleitorais e no governo Nunes, confrontando o PT.

E assim espero, porque se Marta não fizer alguma autocrítica, especialmente em relação a sua participação no golpe de 2016; e se, mesmo assim, o Diretório Nacional do PT derrotar a impugnação de sua filiação; então na prática uma parcela importante do Partido estará aderindo oficialmente à tese de que em 2016 não ocorreu um golpe.

Para esta parcela do Partido, golpistas passarão a ser apenas os de 8 de janeiro de 2023. Os de 2016, não precisarão de esquecimento, perdão nem anistia, porque suportamente não teriam cometido crime algum.

Afinal, uma coisa é fazer uma aliança com um golpista de 2016, tendo como objetivo derrotar a extrema-direita. Outra coisa, bastante diferente, é refiliar este golpista, com toda pompa e circunstância, no seu "aconchego", como diz a trilha sonora de um vídeo que está sendo amplamente divulgado.

Enfim, aguardemos para ver se pelo menos as aparências serão minimamente mantidas.

De resto, espero que a opção por "ir ao centro", na campanha municipal de São Paulo capital, tenha os efeitos pretendidos. Pois se tem algo pior que pragmatismo, é pragmatismo sem resultados.



 

 

 

 

6 comentários:

  1. Além de não termos candidatura própria, agora temos uma traíra como vice; está desanimador o campo majoritário. Acho que devemos nos preocupar mais é com a câmara, precisamos não só eleger nossos candidatos, como eleger uma bancada forte o suficiente para bancar algum projeto de governo. Nesse sentido, valeria uma campanha dirigida no sentido do voto na legenda, também. Isso seria muito bom do ponto de vista da nossa presença midiática na campanha, uma vez que não temos candidatura própria para prefeito e nem candidatos a vereadores "puxadores de voto". Uma câmara forte é fundamental para o sucesso da nossa administração.
    Entendo que os nossos principais esforços sejam voltados para o nosso partido no sentido de despertar esse voto oculto do eleitorado, não externado publicamente, mas que aparece sempre bem nas pesquisas eleitorais. É importante mantermos nossa sigla PT, nossa estrela e o 13, firmes e fortes na memória da pessoas, como símbolo de resistência. O estrago covarde e infame feito a nossa imagem, aos nossos símbolos pela mídia hegemônica foi muito grande.

    ResponderExcluir
  2. Depois que Lula monocraticamente decidiu que Geraldo "Picolé de Chuchu" Alckmin seria seu vice na chapa e o PT aceitou e aplaudiu, a refiliação de Marta é coisa de somenos importância - é besteirinha que sai na urina.
    Alguns comunistas acomodados no PT - Valter Pomar à frente da galerinha - exercerão, como sempre, o sagrado jus esperniandi, mas depois e em breve tempo tudo se acalma.
    (O próprio Pomar, bem me lembro, declarou em entrevista lá no Opera Mundi que "é legal ser do PT".)
    Que os comunistas supracitados aceitem e superem o autoengano: Lula é o dono e senhor da agremiação; se ele decidiu, está decidido.
    Pela enésima vez, recupero trecho de um artigo de Paulo Kliass, explicando didaticamente como se dão certas escolhas eleitorais no PT.
    Eis:
    “Tendo em vista a imensa assimetria de forças que se verifica entre o candidato e seu partido, ocorre que o ex-presidente acumula para si a capacidade de decisão sobre questões essenciais de sua campanha e mesmo da estratégia eleitoral. Esse foi o caso, por exemplo, da escolha de seu vice-presidente e da definição das orientações para a concretização das alianças políticas e eleitorais nos Estados da federação. O candidato conta com um grande grau de liberdade para tomar as decisões e, caso necessário, depois o Partido dos Trabalhadores (PT) monta um jogo de cena para referendar as opções, já implementadas por Lula, em suas próprias instâncias internas de decisão.”
    (Jucemir Rodrigues da Silva)

    ResponderExcluir
  3. Muito convincente o aconchego, pois Elba q declara ter rasgado o título de eleitora, tem o perfil de pessoas oportunistas q só se posicionam quando conveniente, não haveria fundo musical mais conveniente.
    Lí, aí, é o "galerinha" não desceu, não deu p digerir. A tal militância guerreira ser apontada de Comunistas acomodados, oras, o q faz um crítico afundado na poltrona, no ócio de sua pretensão gastar suas energias p apontar o dedo em riste: vc erra!, e julgar ser levado à sério? Chega a ser cômico citar Paulo Kliass , aquele que NUNCA publicou NADA para valorizar, enaltecer, contribuir, elogiar qq ato dos Petistas!! Seus textos são recheados de mas, porém, dessa forma, como era de se esperar, por outro lado...
    O crítico sem auto crítica, vê aquele que trabalha e o chama de acomodado.
    A tônica é a participação popular e aqui estamos expressando nossa indignação com retorno de Marta ao Partido.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. “aqui estamos expressando nossa indignação com retorno de Marta ao Partido.”
      É o exercício do sagrado jus esperneandi.
      Não se diga que a agremiação não é democrática: tudo pode ser discutido e contestado, depois que Lula decidiu...
      Olha que um dia ainda poderemos ter a seguinte chapa presidencial: Fernando Haddad/Tarcísio de Freitas.
      Duvida?
      Reza o ditado: “Do que não se ri o Diabo.”
      Bem me lembro. Em questão de semanas, o que era anátema e heresia – a impensável vice para Geraldo “Picolé de Chuchu” Alckmin - virou dogma de fé.
      Você encontra erro na didática explicação de Paulo Kliass?
      (Jucemir Rodrigues da Silva)

      Excluir
  4. Vamos fazer campanha contra Boulos e Marta Suplicy como fizemos contra o Márcio França para senador por conta dele trazer ao PT o plano NEFASTO de por o golpista Alckmin como vice.

    ResponderExcluir
  5. Quem dera houvesse honestidade dos críticos quando de 2016, afim de evitar a derrocada, havia de fato muito a ser criticado. Mas para que criticar se nesse período ninguém tinha voz, calados, comprados ou acomodados estavam fadados ao silêncio absoluto. Quando ironia, hoje somos criticados por criticar, hj temos críticas até demais. Democracia é isso.
    Mas para registro: De olho na ARMAZENE do "conje" da vaidosa desfigurada.

    ResponderExcluir