Definitivamente, o senador Hamilton Mourão não é uma vaca fardada.
Quem quiser detalhes sobre a tal vaca, pode ler aqui:
https://www.osguedes.com.br/2019/01/31/o-mourao-que-se-dizia-vaca-fardada-e-o-mourao-que-posa-de-democrata/
Apesar de não ser uma vaca fardada, as ações de Mourão também geram consequências gravíssimas.
Assim sendo, é preciso levar muito a sério o discurso feito pelo senador no dia 8 de fevereiro de 2024.
A íntegra do discurso de Hamilton Mourão está aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=FJeinQ5FPBA
Quem quiser tratar este discurso como liberdade de expressão, o faça.
Quem quiser tratar este discurso como jus esperneandi, o faça.
E quem quiser aproveitar o carnaval para vestir uma fantasia de Poliana, pode fazê-lo também.
Mas quem preferir não tapar o sol com a peneira, deve tomar imediatamente as mais duras medidas jurídicas e políticas contra o senador, que usou a tribuna do Senado para ler calmamente uma "ordem-do-dia" em que conclama os comandantes militares a não "se omitir perante a condução arbitrária de processos ilegais que atingem seus integrantes ao largo da justiça militar".
O que realmente isto quer dizer, fica claro no contexto de um discurso em que se faz várias referências a Hitler, a China Comunista, a União Soviética e, inclusive, se invocou o espírito do tenentismo contra "a revanche histórica das oligarquias".
Portanto, melhor não subestimar.
Afinal, em 2022 a cúpula das forças armadas se dividiu entre os que apoiavam o golpe e os que achavam que não havia condições de dar um golpe naquele momento.
Em 2023, a cúpula das forças armadas acobertou, com o apoio ativo do ministro da Defesa José Múcio, a articulação da intentona golpista de 8 de janeiro.
E agora, em 2024, quando a Polícia Federal bate na porta de uma parte dos golpistas fardados, Mourão pede uma reação dos "comandantes militares".
O roteiro é conhecido.
Sendo assim, melhor tomar medidas imediatas.
Contra Mourão, contra a turma golpista-mas-não-agora, contra os que desejam submeter os golpistas fardados ao julgamento-entre-pares da (in)justiça militar.
E, claro, demitir o ministro da Defesa.
Que, a cada dia que passa, demonstra a quem serve.
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