Jaques Wagner considera que Lula "vamos dizer, passou do ponto".
Onde?
A fonte está aqui: 🚨O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “passou do ponto” ao… | Instagram
Palavras de Wagner, segundo a fonte acima: "Para mim, a única coisa que, vamos dizer, passou do ponto foi a comparação. Porque eu acho que aquele episódio [Holocausto], que foi a maior barbárie do século 20, é um episódio único. Agora, a indignação do presidente, se eu puder apostar, é a indignação da ampla maioria dos seres humanos no mundo”.
De fato, o século 20 foi cheio de barbáries.
E o holocausto foi especialmente terrível.
Vale lembrar que o holocausto foi resultado final de uma decisão política: a de realizar uma "limpeza étnica".
Por isso, quem realmente se indigna com o holocausto, odeia quem defende e quem pratica "limpeza étnica".
E, também, despreza quem acoberta, passa o pano, olha para o outro lado, justifica, minimiza ou muda de assunto.
Tudo isto ajuda a explicar a indignação da "ampla maioria dos seres humanos no mundo", contra a "limpeza étnica" praticada por Israel, tendo como vítima o povo palestino.
Hitler operou uma "limpeza étnica", o governo de Israel quer fazer uma "limpeza étnica".
Israel está, neste momento, oferecendo duas opções ao povo palestino em Gaza: morrer ou desaparecer.
Tudo isso apoiado numa operação ideológica que visa desumanizar os palestinos.
Nisto reside, entre outras coisas, a "comparação" entre o que Israel está fazendo hoje e aquilo que os nazistas fizeram anteontem.
Isto posto, sugiro a Jaques Wagner que releia as frases agora célebres, onde Lula disse o seguinte: "O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando o Hitler resolveu matar os judeus".
Como se pode ver, Lula não falou a palavra holocausto.
Sendo assim, por qual motivo Jaques Wagner fala que Lula "passou do ponto" ao fazer a "comparação"?
Na minha opinião, porque assim manda o "manual": se criticam Israel, fale do holocausto.
E aí a discussão passa a ser sobre o holocausto, "a maior barbárie do século 20", ao mesmo tempo que Israel está praticando aquela que já é uma das maiores barbáries do século 21.
O nome técnico disso é diversionismo.
Falo um pouco mais sobre isto aqui: Valter Pomar: O governo de Israel deveria ''aprender História e pedir desculpas'' - Viomundo
Felizmente, são muitas as vítimas do holocausto que estão do lado certo da história e não aceitam que se use o holocausto como "justificativa" para o genocídio contra o povo palestino.
Por isso, acho que Wagner, vamos dizer assim, "passou do ponto".
Afinal, o diversionismo - mesmo quando vem fantasiado com palavras gentis e sorriso largo - não consegue ocultar a realidade.
E a realidade é que o genocídio precisa parar, a ocupação deve terminar, a Palestina deve ser livre, os criminosos de guerra precisa ser punidos.
Como pode uma fala verdadeira do presidente Lula causar mais impacto do que centenas de milhares de pessoas, sendo maioria mulheres e crianças sendo exterminadas?
ResponderExcluirA geração da Sessão da Tarde, anos diante da televisão, absorveu centenas de filmes e informações, como as q a Globo reproduz fielmente, de que são os eternos e imputáveis coitadinhos. Não importa o quanto enriqueceram ou dominem as instituições. Difícil é desconstruir, melhor seria compor com educação e verdade. Enfim, felizmente a web ampliou os horizontes e muitos questionam os fundamentos de uma história q não se podia questionar, como até hj sem o risco de ser violentamente apontado de antissemita.
ResponderExcluirQuanto ao Wagner, importante análise do " para mim, a única coisa, vamos dizer, q passou do ponto, foi a comparação" Falta clareza, convicção, pois se foi a única coisa que Lula falou com a qual ele discorda não foi dita, não há discordâncias. Em seguida o " eu acho", ausência de conhecimento sobre o holocausto, e sobre o q ele próprio diz.
Ele quer apoiar quem?
Wagner queria a permanência de Aras.
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