sexta-feira, 17 de julho de 2015

Sobre a opinião de Max Altman acerca de Tsipras

Tenho o maior respeito pelo Max Altman. Muitas vezes concordo com suas opiniões acerca da conjuntura internacional e nacional.
Mas acho que ele está equivocado na análise que faz da situação grega, no artigo publicado no site Opera Mundi (ver ao final).
Vejo três problemas de fundo na análise que ele faz.
O primeiro está em não situar a atitude de Tsipras no contexto de uma opção estratégica feita por uma parcela da esquerda europeia.
A saber: aceitar como limite (com o perdão da involuntária ironia) os marcos da União Europeia.
Noutras palavras: uma parcela da esquerda europeia é radicalmente de esquerda, enquanto puder continuar sendo europeia.
Poucos setores da esquerda europeia estão dispostos a cruzar esta linha.
Até onde eu sei, este é o caso do KKE e do PC Português. 
Ironicamente, mas não paradoxalmente, na direita nacionalista parece haver mais disposição de romper com a UE.
O compromisso com a Europa é maior, em alguns setores de esquerda, do que seu compromisso com o Estado do Bem Estar Social ou com a “estratégia eleitoral-institucional”.
Obviamente, este compromisso com os marcos da União Europeia torna-se dia a dia uma submissão aos euromarcos, à política econômica controlada pelo grande capital europeu, especialmente o alemão.
O que coloca a esquerda que pretenda continuar de esquerda diante de um desafio mais complexo e mais difícil de resolver, na atual conjuntura internacional, especialmente num país pequeno, pobre e economicamente fragilizado como a Grécia.
E, tendo em vista a situação brasileira, especialmente da esquerda brasileira de que eu e Max Altman fazemos parte, não me sinto em condições de emitir determinados juízos sobre a atitude de Tsipras.
Embora, óbvio, emocionalmente preferisse que ele tivesse escolhido cruzar o Rubicão.
Acredito que Max Altman tenha conhecimento e talvez até concorde com parte do que disse antes.
Mas uma passagem do seu texto demonstra que sua análise contém mesmo uma questão estratégica mal equacionada.
Refiro-me ao seguinte trecho: “A intransigência de Angela Merkel e da troika chegou ao auge, como se entregasse  uma mauser carregada ao governo grego e dissesse: aponte a arma para a sua têmpora e atire. O projétil não iria somente matar o futuro grego na Europa. Iria matar a eurozona, que foi criada como fortaleza inexpugnável de paz, esperança, democracia e prosperidade”.
Esta última frase expressa a verdade? Ou é exatamente uma fábula que aprisiona a mente de grande parcela da esquerda?? Merkel é uma aberração ou é uma consequência lógica da União Europeia realmente existente???
O segundo problema de fundo da análise de Max Altman é sua interpretação sobre o resultado do plebiscito grego.
Refiro-me ao seguinte: 1) o “não” ao acordo proposto pela troika mandatava o governo a ir até aonde? 2) quais seriam as consequências caso o governo, sem nenhum tipo de preparação prévia, fosse empurrado para fora do Euro?
Não considero possível julgar a opção de Tsipras, sem levar em conta estes dois aspectos, especialmente o segundo.
O plebiscito – como aliás alertou o KKE – era entre duas alternativas de “ajuste”, o ajuste draconiano proposto pela troika e o ajuste suave proposto pelo governo grego.
Quanto ao segundo ponto, os efeitos catastróficos do Grexit foram muito bem explicados pelo ex-ministro das finanças grego, logo depois dele ter saído do governo e antes dele ter se declarado contrário ao acordo proposto por Tsipras.
A respeito de um Grexit, o texto de Max é quase lírico.
Vejamos o que ele diz que Tsipras deveria ter feito: “Deveria retornar ao seu país e convocar uma grande manifestação, transmitida por rede de televisão e rádio. Informar à população de um país pobre como a Grécia dos graves riscos decorrentes da negativa em aceitar as imposições da “troika”. Dizer claramente que poderiam advir desabastecimento, fome, inflação, desemprego, bancarrotas, agruras de todo tipo. E perguntar ao povo se estaria disposto a resistir. Certamente receberia uma vigorosa resposta afirmativa. Ato contínuo, partir para o entendimento interno com sindicatos, movimentos sociais, instituições públicas a fim de manter alguma ordem e evitar o caos. Arrumar as malas e se dirigir aos povos dos países atingidos pelas mesmas mazelas apelando à solidariedade. Diplomaticamente, buscar apoio internacional, em governos amigos, nas Nações Unidas, no papa Francisco, na Igreja Ortodoxa grega. Alargar a fenda entre França e Alemanha, jogar com Obama que tem um olhar distinto do problema da dívida externa. Enfim, lutar, resistir, com coragem e inteligência”.
Certamente receberia uma vigorosa resposta afirmativa? Certamente, de alguns setores. Mas certamente também receberia uma vigorosa resposta negativa, que não se expressaria apenas em caos, desabastecimento, fome, inflação, desemprego, bancarrotas, agruras de todo tipo. Max parece esquecer que Tsipras ganhou uma eleição, não conquistou o poder. E que a Grécia está no campo de ação da OTAN.
Mas o pior está na ilusão acerca de certa solidariedade internacional. Tsipras disse publicamente que bateu na porta dos Estados Unidos, da Rússia e da China. E não teve apoio.
Podemos criticá-lo por não ter seguido adiante, mesmo sem apoio? Podemos criticá-lo por não tentar repetir, agora, o que fizeram os heroicos guerrilheiros comunistas gregos, na metade do século?
Sim, sempre podemos, embora como já disse eu não me sinta muito bem cobrando dos outros uma valentia que anda escassa por aqui.
Mas acima de tudo não acho que seja pedagógico minimizar os problemas, desconhecer as tentativas feitas e omitir as recusas recebidas.
Para que fique claro, eu não tenho dúvida de que o melhor -- estrategicamente falando -- para a Grécia e para o restante é uma ruptura com os marcos (!!!) do Euro.
Acho que o julgamento histórico do Syriza e de Tsipras serão definidos pelo que eles venham a fazer em direção a isto, no presente e futuramente.
Mas acho, também, que uma ruptura lançaria a Grécia numa situação de crise, que exigiria uma estratégia totalmente distinta daquela adotada pelo Syriza.
E, para citar (em mal espanhol) um ditado que Max certamente conhece, qual é mesmo o sentido de pedir peras a olmos?
O terceiro problema que vejo na análise de Max Altman está na interpretação unilateral que ele faz de lutar, resistir, com coragem e inteligência.
Sou totalmente a favor disto tudo.
Mas, como Max sabe muito bem, aliás sabe muito mais do que eu, as vezes para lutar e resistir é preciso dar dois passos atrás.
As vezes o mais inteligente e o mais corajoso é saber quando é chegada a hora de recuar.
Quero deixar claro, mais uma vez: não sei  se Tsipras fez o certo. Mas acho um total absurdo a comparação que Max faz entre Tsipras e Fidel.
Max tem consciência de que sua comparação pisa em terreno perigoso. Reconhece que “comparações históricas são imprecisas e reducionistas”. Mas mesmo assim insiste em fazer, por um “impulso vital” que na minha opinião tem mais que ver com o Brasil do que com a Grécia.
Max diz o seguinte: “O que me ocorre é o que aconteceu com Cuba em seguida à derrocada da União Soviética. Fidel foi à Praça da Revolução e perguntou à multidão ali reunida se estava disposta a resistir. Resistiram, passaram fome, iam a pé para o trabalho pois não havia combustível para os veículos, assavam folha de bananeira à guisa de filé de carne, apagões diários e intermináveis … Resistiram anos e mantiveram a dignidade e a soberania. Aos poucos, com a solidariedade internacional de povos e medidas locais e internacionais, a situação tendeu a melhorar”.
Não vou discutir o que aconteceu em Cuba nos anos do período especial e depois. Limito-me a lembrar um detalhe que Max sabe mas omite: Fidel era expressão do poder, Tsipras é chefe de governo.
Suas condições para resistir, hoje, são totalmente diferentes das que tinha Fidel, naquela época.
Se Tsipras fosse chefe de um governo revolucionário e capitulasse, ele poderia ser cobrado de maneira mais dura? Claro que sim!
Mas mesmo assim, lembremos o que fez Lenin, chefe de um poder revolucionário recém-conquistado, frente às exigências alemãs em Brest Litovski. Resistiu ou capitulou?
O raciocínio de Max autoriza a perguntar: que posição defenderiam certos críticos de Tsipras, se pudessem opinar na época (não agora, que já sabemos o que aconteceu, mas na época) sobre as negociações de Brest Litovsk?
Defenderiam as mesmas posições de Trotsky? De Radek? De Bukharin? Ou Lenin, que “traiu a revolução” e “capitulou frente aos alemães”, como se dizia na época??
Repito, não sei se Tsipras agiu corretamente. Não sei o que fará. Não sei o que vai acontecer. Mas acho que este tipo de julgamento no fundo moral feito por Max – para quem Tsipras “dobrou os joelhos, perdeu a honra e não terá como respirar nem arrumar a casa” – desconsidera variáveis políticas essenciais.
Como disse antes, entendo o “impulso vital” que nos leva a vociferar contra quem nos parece estar desperdiçando uma grande oportunidade histórica. Mas prefiro ser mais paciente com os gregos e concentrar energias em mostrarmos, nós mesmos e aqui mesmo, que estamos à altura do que a história exige.
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Max Altman: Tsipras teve a ousasia de se rebelar, mas não está à altura de Fidel Castro 
 Por Max Altman, no Ópera Mundi
As exigências financeiras feitas pela “troika” (Comissão Europeia, Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional), sob a hegemonia da Alemanha, durante os anos a partir de 2008, destroçaram a economia grega, levaram ao desemprego em massa, que atingiu duramente 25% da população economicamente ativa, ao colapso do sistema financeiro. As drásticas medidas de austeridade impostas empurraram a dívida externa dos 128% para os 177% do PIB, absolutamente impagáveis. A economia se deteriorou dramaticamente com as receitas fiscais em queda livre, produção, emprego e renda em forte descenso, quebra de empresas e negócios com avidez de capital que não mais existia.
O impacto social e humanitário foi espantoso: 40% das pessoas passaram a viver na  pobreza, boa parte na miséria, os suicídios se multiplicaram, a mortalidade infantil cresceu aceleradamente e o desemprego entre os jovens chegou perto de 50% entre outras drásticas mazelas.
Uma disseminada corrupção, evasão de divisas, sonegação fiscal endêmica e uma contabilidade fraudada do governo grego anterior do social-democrata Pasok estiveram na origem do problema da dívida. O povo grego arcou então com boa parte da austeridade, verdadeiro arrocho, imposto pela chanceler alemã, Angela Merkel: salários foram cortados; gastos sociais governamentais, podados; pensões, reduzidas; privatizou-se; e, as relações de trabalho foram desregulamentadas, com aumento de impostos. Uma conjuntura econômica que não era vista na Europa desde os anos 1929-1933. O medicamento prescrito por Berlim e pela “troika” longe de curar a doença, provocou hemorragia.
Com esse cenário de fundo, feriram-se as eleições de janeiro de 2015. O partido de esquerda Syriza venceu o pleito valendo-se de uma plataforma de nítido enfrentamento à política de austeridade da “troika”. Seu líder, o jovem Alexis Tsipras, foi conduzido à chefia de governo.
Cinco meses de intensas negociações se passaram para a reconfiguração da dívida. Esse duro processo, conduzido pela “troika” numa inesgotável sucessão de chantagens, condicionamentos e pressões, tinha por objetivo central impor uma humilhante derrota à pretensão de Atenas de manter, ainda que minimamente, sua soberania política e o controle das finanças. Tramava-se e se preparava o terreno — e isto foi denunciado pelo ministro grego Yanis Varoufakis — para que a Grécia fosse retirada da zona do euro (o chamado ‘Grexit’) com o fim de disciplinar os Estados membros que viessem a resistir aos seus planos. O que se exigia a capitulação todo o transe.
Na tradicional e histórica postura germânica — vocalizada pela chanceler Merkel — não se buscava apenas a derrota da Syrisa e sim a imposição de uma humilhante rendição que servisse de alerta para outros países europeus igualmente envolvidos em pesadas dívidas com os organismos internacionais. O látego sobre o lombo dos gregos estava erguido: que não ousassem incorrer na audácia de desobedecer as exigências dos banqueiros e dos dirigentes políticos que agem em seu nome. E que o açoite servisse de advertência a outros países europeus vergados sob o peso da dívida externa. Se na Grécia a proporção da dívida sobre o PIB era de 177%, na Itália, Portugal e Espanha rondava os 120%, na Irlanda, 110% e 106 % na Bélgica.
A intransigência de Angela Merkel e da troika chegou ao auge, como se entregasse  uma mauser carregada ao governo grego e dissesse: aponte a arma para a sua têmpora e atire. O projétil não iria somente matar o futuro grego na Europa. Iria matar a eurozona, que foi criada como fortaleza inexpugnável de paz, esperança, democracia e prosperidade.
Tsipras, inesperadamente, convoca um plebiscito e comanda uma curta e acirrada campanha pelo “Não”. O povo grego iria dar a resposta se curvava a espinha e aceitava as determinações da “troika” ou se rebelava-se. A resposta, digna e justa, de 5 de julho foi um contundente “Não”: 61,3% contra 38,7%.
O mundo desenvolvido — e a Alemanha em particular — foi colhido de surpresa pela valente atitude do povo helênico. Insatisfeitos e incorformados, os credores trazem de volta o candente tema da dívida à mesa de discussões. E esse crucial assunto transborda para amplos setores da opinião pública mundial.
Para Paul Krugman e Joseph Stiglitz, prêmios Nobel de Economia, assim como para Thomas Piketty, Feffrey Sachs e tantos outros, a postura de Berlim e da “troika” , tomada sob a inspiração dos cães de guarda do neoliberalismo, era um tiro de misericórdia ao projeto comum europeu. Do estrito ponto de vista da política econômica, a lista de exigências elaborada pelos ministros de Finanças do euro era simplesmente “uma loucura”. O ultimato de rendição incondicional era para Krugman, “um ato de pura vingança que carregava em si a total destruição da soberania nacional grega sem qualquer esperança de alívio ou resgate”.
O que conta agora para Merkel e a “troika” são os interesses do capital financeiro e sua insaciável voracidade. Se para tanto for necessário assistir à tragédia da destruição da Grécia, amém! Onde está a nobre tradição humanista e libertária nascida do Iluminismo? Onde ficam as alardeadas consignas da “Europa dos povos e das nações”, insistentemente repetidas pelos hipócritas burocratas da União Europeia?  A democracia, os direitos humanos e a solidariedade para certos chefes de Estado não passam de fachada cujo objetivo é assegurar a sacrossanta taxa de lucro do grande capital.
A regente de toda essa encenação é Angela Merkel, governante de um país que jamais se preocupou em honrar suas dívidas nem cumprir com as reparações por ações de guerra não provocadas contra outros países. A própria Grécia ainda aguarda o ressarcimento dos horrores e destruição suportados pela ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1953, uma conferência liderada pelos Estados Unidos, Reino Unido e França, resolveu quitar mais de 60% da dívida que se arrastava desde a Primeira Guerra Mundial, o que criou as condições favoráveis a um reerguimento econômico, conduzido pacificamente. A Alemanha terminou de pagar a renegociação mais de meio século depois, em outubro de 2010, sem se preocupar pelo “confisco” sofrido pelos credores nem com o dogma da propriedade privada, agora defendida belicosamente pela “troika”. Historiadores ressaltam que o cancelamento de dois terços de sua dívida externa foi mais importante que o Plano Marshall para resgatar a Alemanha dos escombros e encaminhá-la ao progresso.
Na madrugada de 13 de julho, Alexis Tsipras ouviu dos ministros de Finanças e dos diretores da “troika” os termos de uma rendição incondicional na guerra econômica e política em curso. Coube ao ministro de Finanças da Finlândia, Alexander Stubb, a missão de dar a conhecer as cláusulas da capitulação. Exigiu-se da Grécia três conjuntos de medidas, de imediata aplicação, a fim de poder receber aportes financeiros: ratificação pelo Congresso helênico e por meio de leis, até 15 de julho, dos itens acordados; draconianas reformas trabalhistas e previdenciárias; e, significativo aumento de impostos: amplo leque de privatizações e intervenção em fundos de privatização e de pensão. Compensações e limitações alegadas como triunfos da posição grega não passam de medidas cosméticas que em nada atingem o núcleo da questão.
Syriza teve a ousadia de se rebelar, apostando na democracia e venceu as eleições. Tsipras teve a dignidade de apelar a uma consulta popular para decidir o curso da ação que o governo devia tomar para enfrentar a crise e obteve a vitória.
Há momentos cruciais, no curso dos acontecimentos, em que um personagem ingressa, pelo seu ato, definitivamente na História. Tsipras teve em mãos essa possibilidade e a jogou fora. Não tinha o direito de contrariar a manifestação de seu povo, apenas uma semana antes. Deveria retornar ao seu país e convocar uma grande manifestação, transmitida por rede de televisão e rádio. Informar à população de um país pobre como a Grécia dos graves riscos decorrentes da negativa em aceitar as imposições da “troika”. Dizer claramente que poderiam advir desabastecimento, fome, inflação, desemprego, bancarrotas, agruras de todo tipo. E perguntar ao povo se estaria disposto a resistir.
Certamente receberia uma vigorosa resposta afirmativa. Ato contínuo, partir para o entendimento interno com sindicatos, movimentos sociais, instituições públicas a fim de manter alguma ordem e evitar o caos. Arrumar as malas e se dirigir aos povos dos países atingidos pelas mesmas mazelas apelando à solidariedade. Diplomaticamente, buscar apoio internacional, em governos amigos, nas Nações Unidas, no papa Francisco, na Igreja Ortodoxa grega. Alargar a fenda entre França e Alemanha, jogar com Obama que tem um olhar distinto do problema da dívida externa. Enfim, lutar, resistir, com coragem e inteligência.
Comparações históricas são imprecisas e reducionistas. O que me ocorre é o que aconteceu com Cuba em seguida à derrocada da União Soviética. Fidel foi à Praça da Revolução e perguntou à multidão ali reunida se estava disposta a resistir. Resistiram, passaram fome, iam a pé para o trabalho pois não havia combustível para os veículos, assavam folha de bananeira à guisa de filé de carne, apagões diários e intermináveis … Resistiram anos e mantiveram a dignidade e a soberania. Aos poucos, com a solidariedade internacional de povos e medidas locais e internacionais, a situação tendeu a melhorar.
Finda a reunião com a “troika”, Tsipras baixou a cabeça, enfiou a papelada na pasta e voou para Atenas. Lá passou a articular a aprovação pelo Congresso dos termos do acordo, argumentando que com os novos aportes teria como respirar por algum tempo e arrumar a casa. Dobrou os joelhos, perdeu a honra e não terá como respirar nem arrumar a casa.


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