A prisão de grandes empresários, como parte da Operação Lava Jato, gera uma pressão direta e outra indireta sobre o PMDB e o PSDB.
A pressão direta é feita pelos empresários, presos ou ameaçados. A indireta é causada pelo temor de que, mais cedo que tarde, a casa caia na cabeça daqueles dois partidos.
A pressão direta e indireta conduz ao mesmo lugar: é preciso que o PMDB e o PSDB façam um acordo e coloquem um ponto final nas investigações.
E o único jeito "aceitável" de fazer isto é colocando um "ponto final" no governo e no PT -- que seriam consagrados como os bodes expiatórios da novela toda.
As recentes reações da presidenta Dilma contra o golpismo mostram que até o governo já se deu conta do enredo.
Mas deixaram tudo ir tão longe -- sem falar na insistência no ajuste fiscal e na crença na aliança com o PMDB -- que a cada dia torna-se mais difícil deter uma "conspiração" feita à luz do dia e dos holofotes da TV.
Paradoxalmente, o enfraquecimento do PT e do governo despertaram tantos apetites, que há bastante confusão no lado de lá.
O PMDB parece dividido em três "turmas" (evito palavra mais pesada para não ferir suscetibilidades): a de Temer, a de Renan e a de Cunha.
Temer parece agir de forma a) que o mundo não caia na sua cabeça & b) se acontecer algo a presidência caia no colo dele & c) se não acontecer nada ele não passe por traidor.
Cunha quer que o mundo caia na cabeça da Dilma e também de Temer, para que ele assuma a presidência interina (e vai que dá parlamentarismo....).
Já Renan parece querer uma solução via Serra, seja qual for.
O PSDB está igualmente dividido, ao que parece também em três "turmas".
Aécio deseja nova eleição já, para se beneficiar do recall.
Serra parece simpático ao parlamentarismo e contra qualquer coisa que ajude Aécio e Alckmin.
Alckmin prefere 2018 mas também não pode posar como conciliador.
Ou seja: o "golpe" estaria sendo retardado pela divisão entre os potenciais golpistas.
Divisão que também está relacionada à dúvidas sobre a consistência jurídica da coisa toda (entenda-se: consistência jurídica não é legitimidade, legalidade ou provas, mas sim apoio majoritário nos tribunais).
E também relacionada aos desdobramentos de médio e longo prazo do golpismo.
As forças democráticas e populares não podem assistir passivas a esta situação, nem podem fazer depender nosso futuro imediato da divisão entre as forças de centro-direita.
Até porque já existe um ambiente na sociedade que pode gerar, a qualquer momento, um fato extraordinário que catalize a definição da crise.
Doença oportunista, lembramos, é fatal para doentes que já estão fracos por outros motivos.
Daí a necessidade urgente das forças democráticas e populares --a começar pelo PT -- saírem da apatia e convocarem uma jornada de mobilização nacional, para que a denúncia do golpismo da direita não fique apenas na retórica.
Mas nada disto adiantará se a presidenta Dilma não politizar sua proverbial coragem.
Não basta falar duro e firme contra o golpismo. É preciso mudar a política econômica, já! Pois com esta política econômica, é muito difícil mobilizar o povo em defesa da democracia.
E é preciso mudar a política do governo frente ao PMDB e frente aos meios de comunicação.
Não adianta "reclamar" do golpismo, nem reconhecer que estamos em "ponto morto".
É preciso construir uma solução diferente daquela que está expressa na equação Levy + PMDB.
E uma solução não apenas tática, para este momento, mas que também esteja a serviço de outra estratégia.
A "nação petista" -- a maioria dos filiados, simpatizantes e eleitores do Partido --, assim como as bases de todas as forças democráticas e populares, quer resistir de algum jeito e espera que suas direções façam algo e as convoquem à luta.
Mas certas direções parecem viver noutra dimensão temporal, na qual há tempo para tudo, na qual as coisas vão se arrumando, na qual nada é tão grave quanto parece.
Para além da psicologia, uma das explicações políticas para este comportamento apático e abúlico é que alguns (tanto nas bases do governo, quanto na "oposição de esquerda") já jogaram a toalha e se movimentam de direito para evitar o golpe, mas de fato para disputar os despojos no day after.
Pior do que uma traição, trata-se de um erro: não haverá day nem year after.
Em caso de derrota, especialmente de derrota em condições humilhantes, muito tempo passará até que outra esquerda consiga reerguer-se.
Claro: tudo pode acontecer tudo, inclusive nada. A coisa está tão confusa, que tanto pode reverter, quanto ter um desfecho súbito por fatores que ninguém controla, como pode se arrastar, arrastar, arrastar...
Mas tampouco esta última é boa alternativa, até porque ela produz uma rendição & desmoralização em câmera lenta, da qual é exemplo o recente acordo de "preservação de emprego" com redução de salários.
Na ausência (até agora) de um comando nacional e na ausência (até agora) de uma política de governo que contribua para a reação, o que deve ser feito?
Propomos: 1) insistir na mudança da linha do partido e do governo; 2) insistir na mobilização e na retomada do trabalho de massa; 3) construir a frente democrática e popular; 4) reforçar em nossa pauta a defesa da democracia e contra o golpismo.
E preparar-se para agosto, pois há sinais de que a direita pretende ir muito além do que fez em março. E em mês de agosto, especialmente no Brasil, cachorro solto é especialmente perigoso.
A pressão direta é feita pelos empresários, presos ou ameaçados. A indireta é causada pelo temor de que, mais cedo que tarde, a casa caia na cabeça daqueles dois partidos.
A pressão direta e indireta conduz ao mesmo lugar: é preciso que o PMDB e o PSDB façam um acordo e coloquem um ponto final nas investigações.
E o único jeito "aceitável" de fazer isto é colocando um "ponto final" no governo e no PT -- que seriam consagrados como os bodes expiatórios da novela toda.
As recentes reações da presidenta Dilma contra o golpismo mostram que até o governo já se deu conta do enredo.
Mas deixaram tudo ir tão longe -- sem falar na insistência no ajuste fiscal e na crença na aliança com o PMDB -- que a cada dia torna-se mais difícil deter uma "conspiração" feita à luz do dia e dos holofotes da TV.
Paradoxalmente, o enfraquecimento do PT e do governo despertaram tantos apetites, que há bastante confusão no lado de lá.
O PMDB parece dividido em três "turmas" (evito palavra mais pesada para não ferir suscetibilidades): a de Temer, a de Renan e a de Cunha.
Temer parece agir de forma a) que o mundo não caia na sua cabeça & b) se acontecer algo a presidência caia no colo dele & c) se não acontecer nada ele não passe por traidor.
Cunha quer que o mundo caia na cabeça da Dilma e também de Temer, para que ele assuma a presidência interina (e vai que dá parlamentarismo....).
Já Renan parece querer uma solução via Serra, seja qual for.
O PSDB está igualmente dividido, ao que parece também em três "turmas".
Aécio deseja nova eleição já, para se beneficiar do recall.
Serra parece simpático ao parlamentarismo e contra qualquer coisa que ajude Aécio e Alckmin.
Alckmin prefere 2018 mas também não pode posar como conciliador.
Ou seja: o "golpe" estaria sendo retardado pela divisão entre os potenciais golpistas.
Divisão que também está relacionada à dúvidas sobre a consistência jurídica da coisa toda (entenda-se: consistência jurídica não é legitimidade, legalidade ou provas, mas sim apoio majoritário nos tribunais).
E também relacionada aos desdobramentos de médio e longo prazo do golpismo.
As forças democráticas e populares não podem assistir passivas a esta situação, nem podem fazer depender nosso futuro imediato da divisão entre as forças de centro-direita.
Até porque já existe um ambiente na sociedade que pode gerar, a qualquer momento, um fato extraordinário que catalize a definição da crise.
Doença oportunista, lembramos, é fatal para doentes que já estão fracos por outros motivos.
Daí a necessidade urgente das forças democráticas e populares --a começar pelo PT -- saírem da apatia e convocarem uma jornada de mobilização nacional, para que a denúncia do golpismo da direita não fique apenas na retórica.
Mas nada disto adiantará se a presidenta Dilma não politizar sua proverbial coragem.
Não basta falar duro e firme contra o golpismo. É preciso mudar a política econômica, já! Pois com esta política econômica, é muito difícil mobilizar o povo em defesa da democracia.
E é preciso mudar a política do governo frente ao PMDB e frente aos meios de comunicação.
Não adianta "reclamar" do golpismo, nem reconhecer que estamos em "ponto morto".
É preciso construir uma solução diferente daquela que está expressa na equação Levy + PMDB.
E uma solução não apenas tática, para este momento, mas que também esteja a serviço de outra estratégia.
A "nação petista" -- a maioria dos filiados, simpatizantes e eleitores do Partido --, assim como as bases de todas as forças democráticas e populares, quer resistir de algum jeito e espera que suas direções façam algo e as convoquem à luta.
Mas certas direções parecem viver noutra dimensão temporal, na qual há tempo para tudo, na qual as coisas vão se arrumando, na qual nada é tão grave quanto parece.
Para além da psicologia, uma das explicações políticas para este comportamento apático e abúlico é que alguns (tanto nas bases do governo, quanto na "oposição de esquerda") já jogaram a toalha e se movimentam de direito para evitar o golpe, mas de fato para disputar os despojos no day after.
Pior do que uma traição, trata-se de um erro: não haverá day nem year after.
Em caso de derrota, especialmente de derrota em condições humilhantes, muito tempo passará até que outra esquerda consiga reerguer-se.
Claro: tudo pode acontecer tudo, inclusive nada. A coisa está tão confusa, que tanto pode reverter, quanto ter um desfecho súbito por fatores que ninguém controla, como pode se arrastar, arrastar, arrastar...
Mas tampouco esta última é boa alternativa, até porque ela produz uma rendição & desmoralização em câmera lenta, da qual é exemplo o recente acordo de "preservação de emprego" com redução de salários.
Na ausência (até agora) de um comando nacional e na ausência (até agora) de uma política de governo que contribua para a reação, o que deve ser feito?
Propomos: 1) insistir na mudança da linha do partido e do governo; 2) insistir na mobilização e na retomada do trabalho de massa; 3) construir a frente democrática e popular; 4) reforçar em nossa pauta a defesa da democracia e contra o golpismo.
E preparar-se para agosto, pois há sinais de que a direita pretende ir muito além do que fez em março. E em mês de agosto, especialmente no Brasil, cachorro solto é especialmente perigoso.
Caro Valter,
ResponderExcluirO duro é ter que ler um artigo de um alto dirigente do PT: "Tudo isso, demonstra o quanto é necessário organizarmos a volta às ruas e praças das áreas populares, para dialogarmos com a população, ouvirmos seus reclamos e apresentarmos soluções....sic...Alberto Cantalice: Por um partido unido e nas lutas
Pare de criticar a proposta do ajuste. Tá feita. Novas propostas é o caso.
Mas, e a condução do Partido?...esses dirigentes, conforme apresentei acima, estão a altura do desafio e das tarefas?....
O que é pior, o Sítio do PT filtra e não publica. Tem que baba o ovo!...
ResponderExcluirBabar, digo.
ResponderExcluirE ver o "líder" do PT Humberto C., gracinha, diria a Hebe, num Pinga-fogo da Globo com o Caiado!,,,,,,,putz.....
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