Até por isto, Lindbergh manifestou grandes expectativas com o que seria a política de juros sob Gabriel Galípolo, atual presidente do Banco Central.
Mas - o tempora, o mores - Galípolo deu continuidade à política de juros de RCN.
Surpresa zero, pois enquanto diretor Galípolo já votara, na maioria dos casos, com esta política.
Diante desta situação, Lindbergh está sendo obrigado a fazer um verdadeiro contorcionismo: por um lado, criticar a política de juros; por outro lado, poupar Galípolo.
É o que pode ser visto aqui: Lindbergh critica aumento da Selic: ‘é urgente rever essa política monetária’ | Brasil 247
Destaco o trecho: "“O mercado defende ajuste fiscal, mas ao mesmo tempo pressiona por uma política monetária que causa um verdadeiro rombo nas contas públicas. Entendemos que a decisão de dezembro, tomada por Roberto Campos Neto, já deixou pré-fixado dois aumentos de 1% na Selic. Esse Guidance deixou amarrado o BC, mas chamo atenção para os efeitos dessa política tanto para aspecto fiscal quanto para a atividade econômica”.
Guidance é um termo simpático, mas em bom português o que se passa é algo bem simples: Galípolo está dando continuidade à política que ele mesmo ajudou a implementar.
Portanto, se queremos que o atual presidente do Banco Central implemente uma política de juros diferente, será necessário mais pressão, menos delusion e nenhuma fallacy.
O governo Lula está adaptado ao regime neoliberal. Curiosamente foram governos conservadores na Europa do pós 2a Guerra que aplicaram na lei as conquistas sociais do pleno emprego e direitos sociais. Em retribuição quando a social democracia aplicou os planos de ajustes do neoliberalismo nos anos 1990 até hoje.
ResponderExcluirDeve ser dialético o problema...
"Como asseverou com acerto Pascal: nunca se faz tão perfeitamente o mal, como quando é feito com boa-vontade e pureza de coração. "
L. Boff "Igreja Carisma e Poder", p. 97
A MALDIÇÃO DA GUIDANCE
ResponderExcluirEra uma vez um bruxo diabólico, cruel, perverso, bolsonarista, e tudo que vocês podem imaginar de ruim e mais um pouco, chamado Campos Neto.
Campos Neto era presidente do Banco Central de Pindorama há quatro anos.
Durante seu reinado no BC, suas maldades foram até premiadas por seguidores do culto da maléfica deusa Dona Banca – em Pindorama, foi erguido um templo secreto a ela dedicado numa avenida chamada Faria Lima.
Certa vez, vejam vocês, Campos Neto chegou a ser premiado como o Melhor Presidente de Banco Central da América Latina e Caribe por um grupo de sacerdotes da Deusa Banca que se reunia num sodalício satânico conhecido como LatinFinance.
Só pra despistar e enganar a galera, o LatinFinance, na mesma ocasião, agraciou Haddad, o Grão-Vizir da Economia, reconhecidamente um indômito campeão na defesa dos trabalhadores de Pindorama, como o Melhor Ministro da Fazenda.
Continuemos.
Quando estava no finalzinho o reinado de terror de quatro anos de Campos Neto no Banco Central, o Sultão Lula nomeou Gabi Galípolo para a Presidência do Banco Central.
Odes e canções foram compostas para Gabi, o Menino de Ouro do Sultão Lula. Daqui pra frente, tudo ia ser diferente.
Porém, o arquimalvado feiticeiro Campos Neto tinha um último trunfo.
Foi assim...
Quando já estava pra ir embora do Banco Central, Campos Neto tirou da mala uma poderosíssima bruxaria e com ela enfeitiçou o Menino de Ouro e todos os cavaleiros que o Sultão Lula tinha designado para com ele, Gabi, juntarem forças no Copom – uma espécie de Távola Redonda do Banco Central que decide o rumo da economia ao dizer de quanto será uma tal de Taxa Selic.
Após quatro anos tocando o terror, Campos Neto lançara o diabólico feitiço conhecido como Guidance.
Mandinga de altíssimo poder, a Guidance garantiu a Campos Neto controlar o Banco Central e o Copom, mesmo afastado e gozando da boa vida em sua luxuosa mansão infernal.
A Guidance era trabalho tão forte que pegou até em quem não era do Banco Central. Uma montoeira dos que amaldiçoavam a Taxa Selic nas alturas nos tempos de Campos Neto, inclusive na imprensa dita progressista, agora via como sábia e celebrada virtude a elevação da mesma pelo Menino de Ouro e seus cavaleiros.
Conta-se que o Sultão Lula e sua corte foram dos primeiros a ser vítimas do sortilégio.
Dizem alguns que o trabalho poderá ser desfeito quando encontrarem e exumarem uma cabeça de burro que Campos Neto teria enterrado num determinado quintal.
Mas em que quintal?
O do BC? O do Ministério da Fazenda? No do Jaburu? Ali sob o gramado do Alvorada? Nos fundos da Granja do Torto? Num sítio de Gabi Galípolo? Escondida num cofre do Tesouro?
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Há quem ponha em dúvida essa fábula dizendo que, já no início do atual reinado, o Sultão Lula e o Grão-Vizir Haddad combinaram um teatrinho com Campos Neto.
Pra usar a gíria dos malandros da Faria Lima, tudo já estaria adrede ‘precificado’.
(Jucemir R. da Silva)