segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Migalhas cotidianas


O que aprendemos no dia-a-dia se perde na correria do tempo. Assim, ficam alguns registros.

Segunda, 10 de fevereiro, aniversário do PT. Em resposta ao card "ainda estamos aqui na luta pelo socialismo", alguém responde: "Entendo você, mas não sei se é o caminho, abordar dessa forma? Socialismo está estigmatizado. Talvez algo como: Na luta por uma social democracia. Ou Por uma sociedade equilibrada". Sem falar do comunista-comunista-para-caralho que "passa para avisar" que o PT, na opinião dele, "não é socialista".

Domingo, 9 de fevereiro, converso com um jornalista que me convidou para dar uma entrevista e que divulgou a referida usando um card que associa minha foto com uma frase que não é minha. O cidadão diz que "a frase seria sua se ela estivesse entre aspas. Isso é básico no jornalismo". Eu contesto que o público que verá o card não é composto por jornalistas e que, ao ver uma foto minha, acompanhada de um traço que sai da minha boca e termina com uma frase, vai achar que a frase é minha. Ou aceito o card que me imputa uma dúvida que não é minha ou a entrevista seria cancelada: "basta não aceitar, camarada". Não aceitei, entrevista cancelada.

Sábado, 8 de fevereiro, leio no instagram de um camarada comunista a seguinte frase: a "principal matriz" de seu partido é "a defesa da soberania nacional". Outra frase: "então quando eu quero criar o capitalismo brasileiro na verdade eu quero é a base material para um salto de qualidade e civilizatório". É impressionante a força da Declaração de Março de 1958, até mesmo na organização que surgiu lutando contra ela.

Sexta 7 de fevereiro, leio em um interessante material publicado por um sindicato, uma série de frases ditas por lideranças da luta contra o racismo. No meio delas, um Gilberto Freyre fora do lugar e o Zumbi dos Palmares, totalmente no lugar certo, restando saber  se a frase citada como dele foi captada pelos personagens do Túnel do Tempo ou do Ministério do Tempo

Quinta 6 de fevereiro recebo a seguinte mensagem: "Muita repetição contextual. O texto poderia ser bem menor, exato, expedito. Lembro ao camarada que ninguém tem mais paciência de ler, de se instruir pra se desenvolver. Hoje escrevemos para idiotas de plantão, não para camaradas de verdade!". Como se vê, tem gente que é de esquerda, mas lembra William Bonner acerca de Homer Simpson.

Quarta, 5 de fevereiro, pensando na frase "o Brasil é dos brasileiros", lembrei de um livro intitulado: "Nenhum homem é estrangeiro". Certas variantes da retórica nacionalista, sem tempero internacionalista, pode jogar água noutros moinhos.


Um comentário:

  1. Não deixe ninguém por palavras em sua boca. Com aspas ou sem. Honestidade não tem preço e você agiu certo: sim ou não, o que sair disso vem do maligno.
    Mas ao final perdoe pois eles não sabem o que fazem.
    Não deixe o amor esfriar, jamais.

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