Já tinha lido uma entrevista do deputado Lindbergh Farias ao Brasil 247, disponível aqui: "A chegada de Galípolo muda tudo para melhor na economia", diz Lindbergh | Brasil 247
Compreendo, mas destaco ser totalmente contraditório com o que o próprio Lindbergh disse publicamente, quando do debate acerca do arcabouço fiscal, para não falar de outras situações mais recentes.
Entretanto, motivos pragmáticos e programação neurolinguística à parte, a postagem do deputado sobre a "classe média em alta" me causou especial preocupação.
Isso porque faz lembrar a comemoração feita por alguns petistas, na época dos governos Lula e Dilma, exatamente acerca do crescimento da "classe média".
Além do equívoco sociológico e além da mediocridade estatística, havia a mais completa ilusão acerca do significado político do que estava ocorrendo.
Na época, muita gente acreditava que a elevação das possibilidades de consumo ampliaria automaticamente a adesão e a votação em nossas candidaturas.
No que deu esta ilusão, totalmente economicista e despolitizada, nós já sabemos.
O incrível é que, mesmo sabendo do ocorrido, voltamos agora a repetir este e muitos outros erros.
Se não houver alteração na política do Partido e do governo, são altas as chances de colhermos retornos decrescentes.
Aliás, já estamos colhendo, como se viu nas eleições municipais de 2024 e como se vê nas pesquisas de opinião, segundo as quais a opinião pública não corresponde como esperado às realizações comemoradas.
Certamente, quando a situação se tornar irreversível, sempre haverá alguém disposto a colocar a culpa na mesma "classe média" que antes era exaltada.
Ainda bem que hoje é domingo. Dá para assistir pela enésima vez O feitiço do tempo. Lá pelo menos o desfecho é mais simpático que a marmota.
https://youtu.be/1mb1MO2EnwY?si=JLq4MWUdpH5FGNlA
ResponderExcluirNo link acima, uma versão mais antiga e filosófica do dilema do eterno retorno.
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ResponderExcluirMesmo sendo só uma minoria, dentro do PT há o núcleo à esquerda, de fato, que não vive no mundo do "Faz de Conta" - em que qualquer fantasia e ilusão é bem vinda e passa a valer - e, muito menos, gosta de brincar de "Estátua" - aquele jogo em que a cada comando do líder todos se paralisam na posição em que se encontram até segunda ordem (perdendo aquele que desobedecer o líder e ousar a se movimentar antes da permissão consentida ao grupo).
ResponderExcluirAo contrário, esse pequeno contingente de filiados se parece mais com um grupo de leitura e interpretação de "A vida como ela é", de Nelson Rodrigues, em que nenhum fato é mascarado ou cinicamente disfarçado para o contentamento hipócrita dos que ditam as regras sociais e, a partir do que identificam, buscam agir em consequência.