Comprovando que o Umberto Eco era um profeta, o apresentador Bruno Ayub, conhecido como Monark, disse o seguinte: “tinha que ter o partido nazista reconhecido pela lei”
A afirmação causou grande repercussão e Monark foi afastado do Flow Poadcast.
Na sequência, Adrilles Jorge, comentarista da Jovem Pan, terminou seu comentário sobre o caso Monark fazendo um gesto com a mão que grande número de pessoas identificou como uma saudação nazista.
A repercussão também foi imensa e Adrilles teria sido demitido da Jovem Pan.
A história não parou por aí, pois no mesmo programa com Monark o deputado federal Kim Kataguire afirmou que "a Alemanha errou em criminalizar o nazismo".
O parlamentar se retratou em seguida, mas há muitas críticas e processos contra ele.
Um desses processos é de autoria do conhecido defensor da democracia Eduardo Bolsonaro, que teria acionado Kim na comissão de ética da Câmara dos Deputados, por "apologia ao nazismo".
Há uma série de detalhes importantes no episódio – a esse respeito vale a pena assistir a íntegra do programa onde tudo começou – mas vou me concentrar aqui na dissidência, mais especificamente nas posições defendidas pelo PCO e por Breno Altman.
O Partido da Causa Operária afirmou o seguinte: “Sobre o caso Monark: o Estado não deve ter o poder de pôr nenhum partido na ilegalidade. O argumento de tornar o fascismo ilegal abre margem também para criminalizar o comunismo. A luta contra o fascismo não passa pela repressão do Estado burguês, mas contra essa repressão”.
E Breno Altman publicou um fio a respeito do tema, começando pelo seguinte: “Seria aberração antidemocrática a legalização de um partido nazista, cuja ideologia incorpora racismo e genocídio. Mas que alguém defenda essa legalização, não a doutrina nazista, seria crime? Trata-se de posição absurda, mas não estaria contemplada pela liberdade de expressão?”
Tanto o PCO quanto Breno são vinculados a esquerda e opositores do nazifascismo.
E Breno é judeu.
Portanto, sua posição acerca do tema abre uma dissidência interessante, para quem deseja refletir mais acerca do problema.
Na minha opinião, a preocupação de ambos (Breno e PCO) é essencialmente a mesma: “tornar o fascismo ilegal abre margem também para criminalizar o comunismo”.
Falando em tese, a preocupação não é descabelada.
Uma prova disto é que tanto Monark quanto Adrilles começaram sua descida ao inferno fazendo uma analogia entre a direita e a esquerda.
Monark afirmou que a esquerda tinha mais espaço que a direita; e Adrilles disse que o comunismo matou mais gente que o nazismo.
Na “lógica” de Monark e de Adrilles, se comunistas podem existir legalmente, então os nazistas teriam o mesmo direito.
Esta lógica não surgiu da cabeça de dois energúmenos convertidos em formadores de opinião; suas raízes remontam pelo menos à Guerra Fria e à teoria do “totalitarismo”.
Portanto, faz sentido o PCO e Breno se preocuparem com o que ainda poder estar vindo por aí (cá entre nós, se um Bolsonaro entrou na parada, tudo é possível).
O que não faz sentido, ao menos na minha opinião, é a decorrência que Breno e o PCO extraem da justa preocupação.
Breno pensa que defender a legalização de um partido nazifascista é atitude coberta pela “liberdade de expressão”.
E o PCO vai mais longe, defendendo que um partido nazifascista poderia existir legalmente.
A posição do PCO não me surpreende nem um pouco e integra uma série que inclui a defesa dos bandeirantes, de Neymar e outras causas célebres.
Mas para não dizer que não falei de flores, vou explicar o que me parece ser a lógica por detrás da posição do PCO.
Eles partem da seguinte ideia: “a luta contra o fascismo não passa pela repressão do Estado burguês, mas contra essa repressão”.
Isto é verdadeiro? Em parte é.
Na Alemanha, na Itália, na Espanha, em Portugal, o Estado burguês foi cúmplice ativo e passivo da ascensão do nazifascismo.
Portanto, derrotar o nazifascismo exigia, nos casos citados e no limite, enfrentar o Estado burguês realmente existente.
Mas existe outra parte nesta história: nos países citados, o nazifascismo não tomou o poder da noite para o dia. Houve um processo e neste processo foi correto e necessário lançar mão de todos os instrumentos disponíveis para tentar deter o fascismo. Inclusive lançar mão de alguns instrumentos do tal Estado burguês.
Falando em termos mais gerais: não está errado cobrar da “democracia burguesa” que reprima o nazifascismo.
O erro está em acreditar que o fará, ou pelo menos que o fará de maneira consequente.
O erro está, portanto, em terceirizar para o Estado burguês a defesa das liberdades democráticas.
Se adotássemos a lógica defendida pelo PCO, não deveríamos defender a punição para os golpistas de 64, para os torturadores, para os ocultadores de cadáveres etc.
Adaptando as palavras do PCO: “a luta contra os golpistas e torturadores não passa pela repressão do Estado burguês, mas contra essa repressão”.
É como se o PCO dissesse algo mais ou menos assim: aguardemos a revolução e aí vamos tratar os canalhas como eles merecem. E até lá, não caberia pedir punição para eles. Nem caberia defender a proibição de partidos nazifascistas.
Como já foi dito, Breno não compartilha deste ponto de vista. Mas sua posição tampouco está correta.
Por exemplo: Breno compara o “direito de defender a legalização do nazismo” com o “direito de defender a legalização das drogas”.
Afirma “que a limitação de expressão, sob regimes políticos burgueses, mais cedo ou mais tarde acaba se voltando contra a esquerda e a classe trabalhadora”.
E, nos limites de uma democracia burguesa, Breno defende “o modelo britânico e norte-americano para liberdade de expressão, ilimitado e desregulamentado", frente ao modelo "alemão, com seus controles subjetivos, que levaram a expurgos preventivos à direita e à esquerda.”
Primeiro, um comentário: se o modelo “britânico e norte-americano” fosse isso que Breno afirma, Assange não estaria em cana e o macartismo não teria existido.
A liberdade de expressão nos regimes burgueses (e nos demais) pode assumir várias formas, mas nenhuma delas é ideal, nenhuma delas é plena, nenhuma delas pode ser avaliada desconsiderando as condições da luta política em curso em cada momento da história.
Portanto, não existe liberdade de expressão “em geral”, que beneficie a todos igualmente.
Pelo contrário: a liberdade de expressão das posições de esquerda é maior onde a liberdade de expressão das posições de direita é menor.
Onde as ideias nazifascistas, racistas, fundamentalistas, misóginas, colonialistas, imperialistas etc. circulam com mais liberdade, as de esquerda enfrentam maiores dificuldades.
E, portanto, devemos sim combater a “liberdade de expressão” de posições que não têm – como é público, notório e incontroverso - a menor disposição de conviver, não apenas com a liberdade de expressão, mas tampouco têm a menor disposição de conviver com a esquerda, com os diferentes etc etc.
Se os defensores das liberdades democráticas forem tolerantes com os nazifascistas, as liberdades democráticas estarão com os dias contados.
Por isso não vejo sentido algum em comparar a defesa da possibilidade da legalização do nazifascismo com a defesa da legalização das drogas (estou usando os termos do Breno, embora prefira falar em descriminalização).
Para começo de conversa, a aparência das frases esconde a diferença profunda entre os conteúdos: o nazifascismo termina em repressão e guerra; a descriminalização das drogas vai no sentido oposto.
Em segundo lugar, defender a possibilidade da legalização do nazisfascismo é como defender a possibilidade da legalização do racismo. O cidadão que defende isto pode não ser um racista, mas defende conceder ao racismo meios para agir (ainda mais) impunemente.
Do meu ponto de vista, o “direito de defender a legalização do nazismo” deve ser tratado como o “direito de defender a legalização do racismo”: a ferro e fogo.
Especialmente nesse momento histórico, não dá para ter a mínima tolerância.
Aliás, acho bizarro ver meu velho companheiro Breno – conhecido como defensor acérrimo da correção de medidas extremas em situações extremas – ser tão liberal (ou será libertário?) no trato do “direito de defender a legalização do nazismo”, como se o debate político no Brasil transcorresse num ambiente de chá das cinco em filme inglês de sessão da tarde.
Isto posto, penso que Breno está certo ao alertar para os riscos contidos na “criminalização da luta política”, no “recurso permanente ao Ministério Público e aos tribunais”.
De fato, a “judicialização da política” é um perigo, assim como é um perigo a partidarização da justiça (Breno fala de “politização da justiça”, mas isso na minha opinião é impossível de evitar. O possível de evitar é a partidarização da justiça).
Mas os riscos acerca dos quais Breno nos alerta são da mesma natureza dos riscos acerca dos quais o PCO nos alerta, ao falar dos limites do Estado burguês no combate ao nazifascismo.
Os riscos existem, mas é preciso lidar com eles, sem abrir mão dos instrumentos supostamente disponíveis dentro da própria democracia burguesa. Sem testar os limites, a maioria das pessoas nem vai saber da sua existência.
Para dar um exemplo: não foi errado abrir processos judiciais contra os torturadores; errado foi transformar este palco em um dos terrenos principais da luta contra o golpismo de ontem.
Um último comentário: o lado de lá não precisa de pretextos para atacar a esquerda, os comunistas, os revolucionários.
Até por isso, não ganhamos absolutamente nada "amaciando" na luta contra quem passa o pano no nazifascismo.
O importante é não acreditar nem um tiquinho na seriedade das convicções antifascistas de quem critica o Monark, mas apoia e/ou tolera o genocídio do povo, desde o povo palestino até a juventude negra das periferias brasileiras.
"Se adotassemos a lógica defendida pelo PCO, não deveríamos defender a punição para os golpistas de 64, para os torturadores, para os ocultadores de cadáveres etc."
ResponderExcluirQue coisa mais absurda! O que tem a ver defender liberdade política com defender impunidade para torturadores? É uma distorção total e completa da política do PCO! Como se o PCO não tivesse organizado vários atos de 31 de março (inclusive SOZINHO ano passado) contra os fascistas brasileiros de 1964. Inadmissível essa falsificação grotesca do Valter Pomar.
"É como se o PCO dissesse algo mais ou menos assim: aguardemos a revolução e aí vamos tratar os canalhas como eles merecem. E até lá, não caberia pedir punição para eles. Nem caberia defender a proibição de partidos nazifascistas."
Totalmente errado. A posição do PCO é a mesma de Trotsky durante a ascensão do fascismo na década de 1930: a classe operária deve se organizar para combater com suas próprias mãos os seus piores inimigos. O estado está do lado dos fascistas, e portanto contar com o regime político para impedir o fascismo é a mais certa via de derrota. Vou considerar (tristemente) que o dirigente experiente Valter Pomar é ignorante na matéria, porque ao invés de adentrar na discussão política de como combater o fascismo, faz uma caricatura grotesca do PCO.
Outra coisa, independente do "modelo da conchinchina" sobre liberdade de expressão, o programa dos partidos revolucionários sempre foi o da LIBERDADE IRRESTRITA. Isto é, seja qual for o "modelo" de liberdade de expressão do regime em voga, os comunistas têm como programa a defesa da mais absoluta liberdade possível (porque obviamente, a liberdade só interessa para quem é inimigo do estado; segundo a teoria leninista, todas as classes oprimidas pela burguesia).
Outro erro do Valter é achar que se possa combater a "liberdade de expressão de uma opinião". Na verdade o que há é o combate à liberdade de expressão em si. Ou um direito é absoluto, ou ele não é verdadeiramente um direito, ou dito de outro modo, é um direito tutelado pelo Estado, o que é completamente bizarro, uma vez que os direito existem justamente para proteger o cidadão do poder do Estado.
"Se os defensores das liberdades democráticas forem tolerantes com os nazifascistas, as liberdades democráticas estarão com os dias contados."
Aqui temos a suprema ironia. Bolsonaro está no poder e meia esquerda trabalhou para destruir o movimento Fora Bolsonaro. Guilherme Boulos sentou para fazer um acordo para dividir a avenida Paulista com os fascistas "semana sim, semana não" em 2020. Queriam que o MBL estivesse nos atos "Fora Bolsonaro", e alçaram Kim Kataguiri, Joice Hasselmann e Alexandre Frota à posição de "grandes aliados da esquerda". Aqui é a suprema ironia. No mundo da política real, a esquerda é completamente amigável com os fascistas. Quem não quis punir os torturadores foi a esquerda reformista. O próprio PT não quis avançar nisso. Mas se um garoto besta diz algo, a esquerda transfere essa sua nulidade no mundo real para uma luta imaginária e retórica contra o fascismo. E na retórica, vejam só, até o Bolsonaro está condenando o nazismo.
Em suma, Valter Pomar já estava capotando com a defesa da ação desmiolada na igreja de Curitiba. Agora já está falsificando a discussão que está posta sobre a liberdade de expressão.
Pomar, suponho que sua referência ao escritor, semiólogo, "profeta" e vamos nos render ... polímata, Umberto Eco, seja ao seu famoso texto UR FASCISMO ou Fascismo Eterno. Pergunto pois poderia ser indiretamente sobre vários artigos da coletânea PAPE SATAN ALEPE publicado no Brasil também que tratam sobre esse achatamento da verdade histórica produzido pela internet.
ResponderExcluirRecomendo ao Pomar e aos leitores deste blog um artigo de R. MAESTRI abaixo:
https://jornalggn.com.br/opiniao/a-grande-apologia-do-capitalismo-de-umberto-eco-no-livro-sobre-o-ur-fascismo-por-rogerio-maestri/
Sobre os defensores do PCO, só pra lembrar, é verdade que Trotsky disse o que disse sobre liberdades de opinião etc e tal. Mas vale levantar o quanto isto já não está datado, pois ele não assistiu o que foi a Solução Final, decidida em 31 de Julho 1941.
Trotsky foi assassinado no México em 21 de agosto de 1940 segundo a Wikipedia.
Nós estamos vivos e assistindo ao renascimento do nazismo e fascismo. Em breve, podemos ver a legalização de outras idéias como escravismo etc etc. Se Marx já repetia aquele ditado "nada que é humano me surpreende" é bom combatermos as idéias e não apenas as causas econômicas dessas idéias. De forma adequada, claro, sem rir ou chorar. Menos mythos, mais logos...
Excelente análise!
ResponderExcluirÓtima análise.
ResponderExcluirTratar esse tema de forma diferente à análise em questão, defendendo a “liberdade de defesa” ideológica [aqui tratada como liberdade de expressão] e até a existência legal de mecanismos políticos doentios, em nome da democracia, dessa liberdade de expressão e por considerar que a ideologia e a legalização partidária – apenas isto – comunista corre risco, é, antes de tudo, no mínimo, uma falta de leitura da realidade brasileira e/ou uma complacência com as regras e farsas do sistema dominante.
Gosto de algumas posições do PCO contra os golpistas, inclusive colocando pra correr golpistas de nossas mobilizações populares. Mas quando defendeu o patrimônio público, no caso da estátua de Borba Gato, e agora essa liberdade de expressão de apologia ao nazifascismo. Será que todos estamos errados. Será que somos muito arrogantes? Sempre digo que falamos o que queremos, mas temos consequência. E nesse caso não podemos ser moderados, devemos ser radicais mesmo, sem modestia, e sem generosidade. A segunda guerra foi a maior lição para a humanidade. Não devemos ter os mesmos erros. A memória deve estar sempre viva. Cadeia nesses CANALHAS em defesa de nossa dignidade humana.
ResponderExcluirMaria da Fe
Já estão atacando sede de partido de esquerda:
Excluirhttps://www.causaoperaria.org.br/rede/dco/politica/uma-tipica-provocacao-da-direita/
Já estão passando leis anti-comunistas:
https://www.portaldealagoas.com.br/camara-de-maceio-aprova-campanha-contra-o-comunismo/
Nessas horas não dá pra ser robozinho da Globo, que que ter um pouco de cérebro.
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ExcluirMuitos judeus, felizmente, compartilham com o posicionamento do PCO! Obrigado, eterno!
ResponderExcluirEstão linchando um idiota que se expressou mas no momento estamos cogitando nós aliar com um canalha que efetivamente prejudicou a vida do povo utilizando os mecanismos de poder, os alvos estão errados
ResponderExcluirSe não me equivoco foram os economistas austríacos e não a teoria (?) do totalitarismo os primeiros a fazer circular a ideia de que o nazi-fascismo e o comunismo eram duas faces de uma mesma moeda, e isso antes mesmo que os canhões da 2ª Guerra tivessem "esfriado". O neoliberalismo é portanto o primeiro produto do anticomunismo da Guerra Fria - e provável e teimosamente será seu último.
ResponderExcluirO argumento explicitamente "político" desenvolvido naquela época pelos economistas de que aqueles dois regimes e as duas ideologias eram a mesma coisa girava em torno do tema do "Estatismo" - tema caríssimo a estes economistas ultra liberais. O que eles afirmavam era que o nazismo, o fascismo e o comunismo na verdade resultavam de um mesmo fenômeno, o intervencionismo estatal, que seria o "primeiro passo", um "desvio" do bom e velho caminho do liberalismo do século XIX, em direção ao "Caminho Servidão", não por acaso o nome do livro de Frederich Hayek.
Só mais tarde apenas, já em plena vigência da Guerra Fria, é que outros pensadores de corte liberal, conservador e antigos socialistas recém convertidos ao "Ocidente" passam a usar o conceito "totalitarismo" dentro também do contexto do anticomunismo de Guerra Fria. O sucesso econômico, político e social do arranjo keynesiano-socialdemocrático durante os anos 50 e 60 faz com que essa corrente de pensamento liberal-conservadora guarde uma prudente distância daqueles economistas austríacos que ficam totalmente desmoralizados e isolados em função do seu dogmatismo e pela flagrante discordância entre suas convicções ultra liberais e a realidade do mundo no pós guerra. A social democracia europeia e a grande sociedade dos EUA não caminharam para a servidão como indicava a "teoria" "política" austríaca, ao contrário, foram esses economistas e seus associados em Chicago que caminharam para o ostracismo.
O uso do conceito do totalitarismo desenvolvido pela Teoria Crítica de Frankfurt ou por Hannah Arendt (nos dois casos alemães que viviam e davam aulas nas universidades dos EUA) não tem nada a ver com aquela usada pelo liberalismo conservador anticomunista de Guerra Fria ou pelo neoliberalismo.
Portanto o uso maroto e malandro dessa tal ideia vulgar de que comunismo e nazismo ou fascismo são tudo a mesma coisa não passa na verdade do velho anticomunismo de Guerra Fria de sempre alimentados e disseminados por neoliberais e neocons. Na verdade é o neoliberalismo o verdadeiro totalitarismo real que pode ser visto com mais clareza o fim das ilusões neoliberais: a globalização, o fim da história, o fim das ideologias e o fim da divisão política entre esquerda e direita do mundo entre 1989 e 2009 e a erosão do seu chão econômico: a partir da Crise Econômica de 2008/9 e com a emergência do "capitalismo" Chinês.
Me desculpe mas não consigo encaixar essa discussão com podcast Monark, Kim, Tabata et caterva. Talvez o conceito de populacho e ralé desenvolvida por Hannah Arendt possa até ser usada. O Brasil é um caso tão raro que parece conectar o século XIX com o XXI de uma maneira paradoxal. Talvez seja essa a ideia do Brasil como país do futuro, um futuro que ninguém quer ancorado no século XIX e com um potencial destrutivo do século XXI.
(*) "tudo no Estado, tudo para o Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado" esse era o lema do fascismo italiano que foi usado como argumento para igualar bem rasteiramente e artificial (não histórica) o fascismo italiano, o nazi fascismo alemão e o comunismo de tipo soviético.