Temos quatro acordos fundamentais:
1) a necessidade de aprofundar o debate acerca dos temas de fundo;
2) a necessidade de superar os métodos artesanais na condução do Foro;
3) a necessidade de ter maior incidência prática;
4) a avaliação positiva que fazemos acerca do Foro (passado, presente, futuro);
Destaco isto: não apenas a trajetória do Foro é positiva, como vivemos um momento especialmente positivo, haja visto o sucesso do XVIII Encontro do Foro, a entrada da Venezuela no Mercosul e a campanha regional em favor da candidatura Hugo Chavez.
Porém, é importante que fiquem claras as diferenças de opinião; inclusive porque esclarecer as eventuais diferenças ajuda na unidade de ação.
Algumas das diferenças existentes:
1.A caracterização do período histórico global
-sob determinados aspectos, ainda estamos no período aberto pela dissolução da URSS
-do ponto de vista da luta pelo socialismo, trata-se de um período que sainda pode ser denominado como de defensiva estratégica
-o socialismo de mercado com características chinesas e o atual processo de reformas em Cuba devem ser vistos neste contexto
2.Os avanços ocorridos desde 1998 na América Latina ocorreram/ocorrem nos marcos desta situação global de defensiva estratégica
-se não houver alteração neste contexto de defensiva estratégica global, mais cedo ou mais tarde se esgotará o processo regional de mudanças
3.A defensiva estratégica global é tão forte, que alguns de nós acabam superestimando as mudanças feitas onde governamos
-a formação sócio-econômica existente nos países em que a esquerda ganhou eleições, desde 1998, na América Latina e Caribe, é capitalista, não socialista
-é preciso diferenciar e não confundir os objetivos socialistas que animam vários governos da região, das medidas de natureza anti-imperialista e pró-capitalismo de Estado adotadas em vários casos
4.A defensiva estratégica global é tão forte, que acabamos subestimando algumas de nossas dificuldades, a saber:
-contraofensiva da direita
-dificuldades nos elos mais fracos da cadeia progressista
-operação Arco do Pacífico e as dificuldades que enfrentamos no México, Colômbia, Peru e Chile
5.Há sinais de esgotamento das diferentes estratégias adotadas pelas esquerdas latinoamericanas. Em alguns casos, este esgotamento é produto do sucesso das ações realizadas até agora. Isto está relacionado com:
-mudanças na demanda global por comodities
-continuidade do modelo primário-exportador
-peso do setor financeiro e das transnacionais
-dificuldades em superar as assimetrias entre os países da região
-fraqueza relativa das organizações populares
-limites impostos pela legislação eleitoral
-peso da burocracia do Estado
6.No terreno específico dos partidos, qual deveria ser seu papel?
-formulação, educação
-balanço, avaliação
-direção estratégica
-até porque os governos se equivocam, se ganham/perdem
-até porque a experiência do Leste Europeu demonstra que a estatização dos partidos é danosa
-até porque precisamos de lideranças coletivas
-a conclusão é que a relação partido/governo deve ser dialética, cabendo aos partidos defender, sustentar, apoiar, mas também empurrar, pressionar, orientar
-mas o que está passando de fato, é que temos na maioria dos casos temos o que poderia se denominar de partidos de retaguarda
-a direção estratégica dos processos está nos governos, não nos partidos
7.O debate que alguns fazem, acerca da necessidade de uma Internacional, de certa forma ressuscita a idéia de que existiriam duas esquerdas, sendo que no Foro estaríamos todas, enquanto numa futura Internacional estariam apenas os verdadeiros revolucionários
-a homogeneidade não conduz à verdade
-além da arrogância implícita e do risco de esvaziamento simbólico (não prático), esta idéia desconsidera que a maioria de nossos partidos têm em seu interior uma imensa pluralidade
-ilusão acerca da possibilidade de ter uma estratégia mundial
-o balanço da III Internacional
-na prática, o que podemos ter é uma estratégia regional
-o Foro de São Paulo é o eixo real a partir do qual devemos ter uma atuação internacional, através do estímulo a formação de Foros semelhantes em outras regiões e relações bilaterais
*
Devemos prosseguir o debate, através de uma revista eletrônica (textos até 31 de agosto, com no máximo 40 mil caracteres), artigos sobre:
-o que significa aprofundar as mudanças
-quais são as modalidades de integração
-análise sistemática da ação dos governos
-pontos débeis
-pontos fortes
-situação internacional
-caracterização do período
1) a necessidade de aprofundar o debate acerca dos temas de fundo;
2) a necessidade de superar os métodos artesanais na condução do Foro;
3) a necessidade de ter maior incidência prática;
4) a avaliação positiva que fazemos acerca do Foro (passado, presente, futuro);
Destaco isto: não apenas a trajetória do Foro é positiva, como vivemos um momento especialmente positivo, haja visto o sucesso do XVIII Encontro do Foro, a entrada da Venezuela no Mercosul e a campanha regional em favor da candidatura Hugo Chavez.
Porém, é importante que fiquem claras as diferenças de opinião; inclusive porque esclarecer as eventuais diferenças ajuda na unidade de ação.
Algumas das diferenças existentes:
1.A caracterização do período histórico global
-sob determinados aspectos, ainda estamos no período aberto pela dissolução da URSS
-do ponto de vista da luta pelo socialismo, trata-se de um período que sainda pode ser denominado como de defensiva estratégica
-o socialismo de mercado com características chinesas e o atual processo de reformas em Cuba devem ser vistos neste contexto
2.Os avanços ocorridos desde 1998 na América Latina ocorreram/ocorrem nos marcos desta situação global de defensiva estratégica
-se não houver alteração neste contexto de defensiva estratégica global, mais cedo ou mais tarde se esgotará o processo regional de mudanças
3.A defensiva estratégica global é tão forte, que alguns de nós acabam superestimando as mudanças feitas onde governamos
-a formação sócio-econômica existente nos países em que a esquerda ganhou eleições, desde 1998, na América Latina e Caribe, é capitalista, não socialista
-é preciso diferenciar e não confundir os objetivos socialistas que animam vários governos da região, das medidas de natureza anti-imperialista e pró-capitalismo de Estado adotadas em vários casos
4.A defensiva estratégica global é tão forte, que acabamos subestimando algumas de nossas dificuldades, a saber:
-contraofensiva da direita
-dificuldades nos elos mais fracos da cadeia progressista
-operação Arco do Pacífico e as dificuldades que enfrentamos no México, Colômbia, Peru e Chile
5.Há sinais de esgotamento das diferentes estratégias adotadas pelas esquerdas latinoamericanas. Em alguns casos, este esgotamento é produto do sucesso das ações realizadas até agora. Isto está relacionado com:
-mudanças na demanda global por comodities
-continuidade do modelo primário-exportador
-peso do setor financeiro e das transnacionais
-dificuldades em superar as assimetrias entre os países da região
-fraqueza relativa das organizações populares
-limites impostos pela legislação eleitoral
-peso da burocracia do Estado
6.No terreno específico dos partidos, qual deveria ser seu papel?
-formulação, educação
-balanço, avaliação
-direção estratégica
-até porque os governos se equivocam, se ganham/perdem
-até porque a experiência do Leste Europeu demonstra que a estatização dos partidos é danosa
-até porque precisamos de lideranças coletivas
-a conclusão é que a relação partido/governo deve ser dialética, cabendo aos partidos defender, sustentar, apoiar, mas também empurrar, pressionar, orientar
-mas o que está passando de fato, é que temos na maioria dos casos temos o que poderia se denominar de partidos de retaguarda
-a direção estratégica dos processos está nos governos, não nos partidos
7.O debate que alguns fazem, acerca da necessidade de uma Internacional, de certa forma ressuscita a idéia de que existiriam duas esquerdas, sendo que no Foro estaríamos todas, enquanto numa futura Internacional estariam apenas os verdadeiros revolucionários
-a homogeneidade não conduz à verdade
-além da arrogância implícita e do risco de esvaziamento simbólico (não prático), esta idéia desconsidera que a maioria de nossos partidos têm em seu interior uma imensa pluralidade
-ilusão acerca da possibilidade de ter uma estratégia mundial
-o balanço da III Internacional
-na prática, o que podemos ter é uma estratégia regional
-o Foro de São Paulo é o eixo real a partir do qual devemos ter uma atuação internacional, através do estímulo a formação de Foros semelhantes em outras regiões e relações bilaterais
*
Devemos prosseguir o debate, através de uma revista eletrônica (textos até 31 de agosto, com no máximo 40 mil caracteres), artigos sobre:
-o que significa aprofundar as mudanças
-quais são as modalidades de integração
-análise sistemática da ação dos governos
-pontos débeis
-pontos fortes
-situação internacional
-caracterização do período
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