segunda-feira, 16 de junho de 2025

Reiterando ao Humberto Costa o já solicitado anteriormente

Prezado Humberto Costa

cc Diretório Nacional do PT

Ontem, dia 14 de junho de 2025, vc solicitou por escrito que eu formalizasse meu pedido de informações.

Assim, reitero o que eu já havia solicitado no dia 15 de abril, há 60 dias portanto, em carta para vc, cc ao DN, a saber:

“Como é de vosso conhecimento, já solicitei privada e publicamente dois esclarecimentos ao PT e também ao companheiro Edinho. Um referente ao suposto uso de jatinho e outro referente a anúncios que estariam sendo pagos pelo DM de Araraquara.

Encaminho agora um relatório detalhado de tais anúncios. O relatório não foi feito por mim, mas por um militante. Escrevi ao companheiro Edinho, para que ele esclareça se o fato procede, assim como os valores.

Seja como for, insisto que o Partido deve tomar providências para normatizar a questão. Especialmente se os valores citados forem verdadeiros (156 mil reais), estamos diante de uma situação que não pode ser tratado como vem sendo: com o silêncio.

No aguardo, atenciosamente”.

Reitero, também, o que escrevi no dia 13 de junho, a saber: “Companheiro Humberto Costa, boa noite. Acabou de terminar o debate entre os candidatos à presidência nacional do PT, em Porto Alegre (RS). Neste debate eu cobrei do companheiro Edinho informações sobre os anúncios da candidatura Edinho pagos pelo DM de Araraquara. Este cobrança foi feita, no dia 15 de abril, em carta dirigida a você presidente nacional do Partido. A resposta do companheiro Edinho foi, entre outras coisas, que já havia prestado os devidos esclarecimentos à direção do Partido. Gostaria, na condição de membro da direção, de candidato e de autor da carta solicitando informações a respeito, que voce presidente Humberto nos informasse quais foram os esclarecimentos dados pelo companheiro Edinho quanto ao tema impulsionamento de anúncios da campanha dele, usando o CNPJ do DM de Araraquara, em valor total que segundo a Meta girou ao redor de 150 mil reais. Destaco que a declaração de Edinho foi dada durante o debate, portanto está disponível nas redes sociais”. 

Anexo envio a mensagem de 15/4, onde estão os prints referentes aos impulsionamentos citados acima.

Atenciosamente, no aguardo, saudações petistas, Valter Pomar, 15 de junho de 2025

Segue abaixo o endereço referente a uma mensagem enviada no dia 9 de abril, com os devidos anexos. 

https://valterpomar.blogspot.com/2025/04/quem-pagou-o-impulsionamento-feito-pela.html?m=0

Seguem abaixo os prints da mensagem enviada dia 15 de abril ao Humberto Costa e reenviada no dia 15 de junho.
























sábado, 14 de junho de 2025

Perguntas matinais

Se você viaja sozinho, pode ir de ônibus.

Mas se viaja com mais três pessoas, pode ser melhor alugar um carro.

Se você voa sozinho, mais em conta ir de “avião de carreira”.

Mas se voa com três assessores, pode ser melhor ir de jatinho.

Isso, é claro, se você tiver um amigo prestativo.

Isto posto, três perguntas: quem paga os assessores? E quem paga suas passagens e hospedagens? Ou não seria de bom tom fazer tais perguntas?

O que realmente me impressiona não é que certas coisas aconteçam e fiquem sem resposta.

O que me impressiona é a desfaçatez de agir assim e, ao mesmo tempo, prometer transparência na condução das finanças partidárias.

Aproveitando a deixa, segue abaixo mensagem enviada no dia 13 de junho, depois das 22h00:

“Companheiro Humberto Costa, boa noite. Acabou de terminar o debate entre os candidatos à presidência nacional do PT, em Porto Alegre (RS). Neste debate eu cobrei do companheiro Edinho informações sobre os anúncios da candidatura Edinho pagos pelo DM de Araraquara. Este cobrança foi feita, no dia 15 de abril, em carta dirigida a você presidente nacional do Partido. A resposta do companheiro Edinho foi, entre outras coisas, que já havia prestado os devidos esclarecimentos à direção do Partido. Gostaria, na condição de membro da direção, de candidato e de autor da carta solicitando informações a respeito, que voce presidente Humberto nos informasse quais foram os esclarecimentos dados pelo companheiro Edinho quanto ao tema impulsionamento de anúncios da campanha dele, usando o CNPJ do DM de Araraquara, em valor total que segundo a Meta girou ao redor de 150 mil reais. Destaco que a declaração de Edinho foi dada durante o debate, portanto está disponível nas redes sociais. Atenciosamente, no aguardo, saudações petistas, Valter Pomar, 13 de junho de 2025“

Abaixo a citada carta de 15 de abril, que até agora não foi respondida:

Prezado Humberto Costa

cc Diretório Nacional do PT

 

Como é de vosso conhecimento, já solicitei privada e publicamente dois esclarecimentos ao PT e também ao companheiro Edinho. Um referente ao suposto uso de jatinho e outro referente a anúncios que estariam sendo pagos pelo DM de Araraquara.

Encaminho agora um relatório detalhado de tais anúncios. O relatório não foi feito por mim, mas por um militante. Escrevi ao companheiro Edinho, para que ele esclareça se o fato procede, assim como os valores.

Seja como for, insisto que o Partido deve tomar providências para normatizar a questão. Especialmente se os valores citados forem verdadeiros (156 mil reais), estamos diante de uma situação que não pode ser tratado como vem sendo: com o silêncio.

No aguardo, atenciosamente

 

Valter Pomar

ps. segue abaixo o referido relatório

 

 

ANÚNCIOS PAGOS POR EDINHO SILVA NA META

Identificação na biblioteca da meta: 1304785503951029    
Início: 14/04/2025
Valor: R$ 100 a R$ 199,00

 

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Identificação na biblioteca da meta: 1162871225576350     

Início: 14/04/2025
Valor: R$ 100 a R$ 199,00

 

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Identificação na biblioteca da meta: 1350720739302350     

Início: 14/04/2025
Valor: R$ 100 a R$ 199,00

 

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Identificação na biblioteca da meta: 1055058873111823     

Início: 10/04/2025
Valor: R$ 1.000,00 a R$ 1.500,00

 

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Identificação na biblioteca da meta: 1017787416359759

Início: 09/04/2025
Valor: R$ 600,00 a R$ 699,00

 

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Identificação na biblioteca da meta: 963100725814006

Início: 09/04/2025
Valor: R$ 500,00 a R$ 599,00

 

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Identificação na biblioteca da meta: 692303156703141   

Início: 09/04/2025
Valor: R$ 2.000,00 a R$ 2.500,00

 

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Identificação na biblioteca da meta: 713460771003642

Início: 09/04/2025
Valor: R$ 2.000,00 a R$ 2.500,00

 

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Identificação na biblioteca da meta: 697869469578900 

Início: 10/04/2025
Valor: R$ 800,00 a R$ 899,00

 

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Identificação na biblioteca da meta: 1559087244765693  

Início: 04/04/2025
Valor: R$ 800,00 a R$ 899,00

 

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Identificação na biblioteca da meta: 1044212994190465

Início: 04/04/2025
Valor: R$ 900,00 a R$ 999,00

 

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Identificação na biblioteca da meta: 980228477423141

Início: 01/04/2025
Valor: R$ 1.000,00 a R$ 1.500,00

 

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Identificação na biblioteca da meta: 1230994008449633

Início: 29/03/2025
Valor: R$ 500,00 a R$ 599,00

 

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Identificação na biblioteca da meta: 2145295079243232

Início: 29/03/2025
Valor: R$ 700,00 a R$ 799,00

 

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Identificação na biblioteca da meta: 982700177301437

Início: 29/03/2025
Valor: R$ 900,00 a R$ 999,00

 

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Identificação na biblioteca da meta: 1216969466716719

Início: 29/03/2025
Valor: R$ 1.000,00 a R$ 1.500,00

 

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Identificação na biblioteca da meta: 695586863114640

Início: 29/03/2025
Valor: R$ 500,00 a R$ 599,00

 

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Identificação na biblioteca da meta: 1330862194835832

Início: 29/03/2025
Valor: R$ 1.500,00 a R$ 2.000,00

 

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TOTAL GASTO ENTRE OS DIAS 29/03/2025 E 15/04/2025: entre R$ 15.000,00 a R$ 19.188,00

 

TOTAL GASTO NA ÚLTIMA SEMANA: R$ 6.160,00

 

SEGUNDO DADOS DA META, O PT DE ARARAQUARA JÁ PATROCINOU O TOTAL DE R$ 156.370,00 EM ANÚNCIOS PARA AS PÁGINAS DE EDINHO SILVA

 

FONTE: https://www.facebook.com/ads/library/?active_status=all&ad_type=all&country=BR&is_targeted_country=false&media_type=all&search_type=page&view_all_page_id=185105811599662

 

 

Pago por Partido dos trabalhadores
CNPJ: 51.827.566/0001-22


Na carta enviada ao presidente Humberto constam também os anexos abaixo:























A interessante entrevista de Paulo Pimenta

O deputado federal Paulo Pimenta concedeu uma entrevista ao Globo.

Segundo Pimenta, “o problema do governo não era e não é a comunicação”.

Concordo inteiramente.

E qual seria o “problema”?

Na minha opinião, há vários. 

Um deles é apontado pelo próprio Pimenta, em duas frases ditas em momentos diferentes da entrevista e que reúno a seguir, por minha conta. A saber: “O que dificulta o índice de aprovação do governo não é a falta de políticas públicas, é o ambiente de polarização que o país vive. (…) Nosso objetivo, ao final do primeiro ano, era reduzir a polarização”.

Ou seja: frente a um ambiente de polarização, nosso objetivo era… reduzir a polarização. 

Mesma postura, aliás, que é defendida publicamente pelo candidato à presidente nacional do PT apoiado por Pimenta.

Essa postura, talvez baseada na máxima segundo a qual “quando um não quer, dois não brigam”, geralmente não funciona na política. 

Na luta de classes, normalmente quando um não quer, vence o outro que está disposto a polarizar. 

Este é um dos “problemas” do nosso governo. 

Espero que o resultado do PED 2025 contribua para que adotemos outra postura: a de polarizar e derrotar nossos inimigos.

.








sexta-feira, 13 de junho de 2025

Resposta ao texto do Renato Dagnino

Acabo de ler o artigo “Eleições no PT e a reindustrialização solidária”, escrito pelo professor Renato Dagnino.

O artigo pode ser lido aqui: Eleições no PT e a reindustrialização solidária -

De saída, agradeço ao professor ter dedicado tempo para escrever um artigo a respeito da polêmica travada entre dois candidatos à presidência do PT.

Agradeço em particular o fato dele dedicar a maior parte do artigo a polemizar com minhas opiniões (ou com o que ele acha que são minhas opiniões). 

Confesso que algumas passagens do texto de Dagnino são, para mim, de difícil compreensão. Assim vou me limitar a responder aquilo que eu consegui entender. 

Renato Dagnino começa seu artigo afirmando que teria havido uma “falsa polarização entre Edinho e Valter Pomar nas eleições do PT: enquanto um defende economia solidária e outro reindustrialização, ambos ignoram que apenas 0,02% do PIB vai para redes solidárias contra 23% de subsídios à classe proprietária.”

Sobre a polarização ser falsa, discordo e demonstro a seguir por quê.

Sobre os fatos, no que me diz respeito não ignoro que o grande empresariado privado é subsidiado. Além disso, como o próprio Dagnino reconhece no seu texto, minha posição é defender a economia solidária e a reindustrialização. Quem defende uma coisa ou outra não sou eu.

Dagnino trata como “natural” que tenha havido uma polarização entre “os candidatos à presidência do PT das duas correntes que se têm confrontado no seu interior e na mídia de esquerda: Edinho (Construindo Um Novo Brasil) e Valter Pomar (Articulação de Esquerda)”. 

Que a polarização ocorreu, é um fato. Que outras candidaturas fazem um debate oblíquo, também é verdade. Mas a polarização AE x CNB não tem, na minha opinião, nada de “natural”, até porque Edinho se esforça para fugir do debate 

Dagnino afirma que “a corrente representada por Valter Pomar tem mostrado não considerar a proposta de Edinho, de que a economia solidária é portadora daquela condição essencial para um desenvolvimento mais igualitário, sustentável etc. E que, por isso, ela não é merecedora da importância que seu oponente a ela confere.”

Minha opinião não coincide com esta síntese feita por Dagnino. Na minha opinião, a tendência petista Articulação de Esquerda defende que a economia solidária deve fazer parte do nosso mix de políticas, tanto agora quanto no socialismo. 

Minha divergência com Edinho é que, na minha opinião, ele trata a economia solidária como se fosse uma alternativa à industrialização e ao socialismo.

Dagnino afirma, também, que “alguns integrantes dessa corrente a consideram um resquício fora de lugar e tempo das propostas do socialismo utópico superadas pela consolidação do capitalismo e suplantadas pelas experiências socialistas. Como algo desmobilizador e diversionista que deve ser denunciado como um tipo de colaboracionismo e até de traição à classe trabalhadora”.

Eu desconheço quem são os “integrantes desse corrente” que pensam isso. Apreciaria que Renato Dagnino me informasse quem são estas pessoas. 

Adianto que participei da redação de praticamente todas as resoluções da Articulação de Esquerda e nunca, absolutamente nunca, escrevemos e aprovamos algo tão idiota quando tratar a economia solidária como "resquício fora de lugar e tempo", "desmobilizador", "diversionismo", “colaboracionismo” e “traição”. 

Para ser educado, acho que Dagnino viaja na maionese ao atribuir à tendência petista Articulação de Esquerda algo que nunca pensamos, que nunca dissemos e que nunca defendemos.

Talvez por nos atribuir uma posição que não é a nossa, Dagnino afirme que minha fala no encerramento do debate de 3 de junho tenha sido feita “talvez devido à insistência de Edinho”. 

Lembro o que eu disse: “Eu sou 100% a favor da economia solidária, do cooperativismo. Mas, eu gostaria de ouvir a mesma ênfase para a industrialização. O Brasil não vai sair da situação primário-exportadora sem industrialização”. 

Cá entre nós, não precisamos da "insistência" de ninguém para dizer a platitude acima.

Renato Dagnino faz toda uma digressão sobre “uma interpretação possível” da minha observação. 

O divertido nessa digressão é que seu foco está no que eu supostamente penso acerca da industrialização. Com isso, o que eu perguntei no debate de 3 de junho – a saber, por qual motivo Edinho não dá ênfase para a industrialização – simplesmente desaparece.

Acerca da digressão de Dagnino, faço duas observações. 

Primeiro: eu não confundo industrialização com subsídios à fração industrial da classe dominante. 

Segundo: o tipo de industrialização que eu defendo não é uma repetição do que houve no passado. 

Aliás, simplesmente não acho possível – na atual etapa do capitalismo – uma industrialização similar a ocorrida entre 1930 e 1980. 

Noutras palavras, o que eu defendo não é o que esta fazendo o governo Lula 3. Entre outros motivos porque não acho crível que “os mesmos atores que desindustrializaram o País em busca de oportunidades de lucro mais atrativas estejam dispostos, mediante relativamente pequenos subsídios adicionais que ela promete, a voltar à cena da indústria”.

De outro lado, esclareço que sou favorável a ampliar os recursos destinados a chamada economia solidária. E acho que isso cumpriria um papel importante no tipo de reindustrialização que necessitamos. 

Mas não estou de acordo com a premissa de Dagnino, segundo a qual metade da nossa força de trabalho “provavelmente nunca [terá] emprego e salário”. 

Esta premissa de Dagnino é, na minha opinião, similar à de Edinho. 

Ao contrário, eu parto da premissa de que é possível ampliar significativamente o emprego industrial, se houver combinação entre ampliação do bem-estar social, investimento na infraestrutura, substituição de importações e políticas de redução de jornada.

Renato diz que “ao contrário do que deu a entender o Valter Pomar, o apoio à economia solidária é muitas ordens de grandeza menor do que aquele que recebe a ‘industrialização’.”

Eu não "dei a entender" absolutamente nada disto. E obviamente não penso isto. Minha impressão é que Dagnino está espancando uma caricatura que ele próprio criou, mas que não coincide com o que eu penso.

Aliás, ressalto que no debate com Edinho acerca da industrialização e da economia solidária, em nenhum momento eu discuti o que está sendo feito pelo governo Lula 3. 

Se eu estivesse discutindo o que está sendo feito, eu diria mais ou menos o seguinte: o que está sendo denominado de reindustrialização não vai produzir a reindustrialização que o país necessita. E diria, também, que o Estado segue subsidiando as frações dominantes do capital com muito mais recursos do que os destinados a todos outros setores da sociedade. E isso não vai produzir reindustrialização.

No final de seu texto, Renato Dagnino fala da “obsolescência do conceito de indústria que nos lega um passado capitalista em ruínas”. Infelizmente, isto é não é verdade. Basta olhar para a queda de braço titânica entre Estados Unidos e China para perceber que o conceito e a realidade prática da “indústria” seguem sendo decisivos. Logo, se o Brasil abrir mão da indústria, ele seguirá dependente e servil frente aqueles que a possuem.

A grande novidade é que hoje, diferente do passado, nenhuma fração da classe capitalista tem interesse e/ou capacidade de liderar a reindustrialização do país. Esta novidade torna possível e necessária uma industrialização de novo tipo, seja na relação com os trabalhadores assalariados, seja na relação com o meio ambiente, seja na relação com os trabalhadores que são pequenos proprietários. 

Que nessa industrialização de novo tipo a chamada economia solidária terá muito a contribuir, não tenho dúvida alguma. Assim como não tenho dúvida de que os maiores interessados num discurso que relativiza, minimiza, secundariza e omite o papel da industrialização são aqueles que defendem manter o Brasil como economia primário-exportadora e paraíso do capital financeiro.

Uma observação mais: o candidato que defende o status quo criticado por Dagnino não sou eu, é Edinho. Mas tirante uma gozação inicial, Edinho é no fundamental poupado das críticas. Curioso...


quinta-feira, 12 de junho de 2025

A concepção de partido de Edinho

Na quarta-feira dia 11 de junho de 2025 a tendência Construindo um Novo Brasil realizou uma "Super Live".

O grande evento - que segundo eles mesmos contou com a participação de 300 (sic) pessoas - mereceu uma postagem na conta de Edinho Silva no Instagram.

A postagem pode ser vista no seguinte endereço: https://www.instagram.com/reel/DKy9wj0sdCF/?igsh=bXBra3VxbDhod2Ns

A postagem comprova duas coisas.

Primeiro: revela que Edinho conta com uma estrutura de campanha diferenciada, digamos assim. Tem até fundo de palco, uma coisa meio brega mas bastante cara.

(As 16h05 de 12/6 o companheiro Jilmar Tatto me ligou para dizer que a super live da CNB foi feita com a estrutura da secretaria nacional de comunicação do PT; e que a mesma estrutura está disponível para todas as candidaturas. Jilmar não soube dizer se o fundo de palco brega também foi pago pelo PT.)

Quem paga esta estrutura de campanha?

Aliás, quem pagou os mais de 150 mil reais gastos pelo Diretório Municipal de Araraquara para impulsionar propaganda da campanha de Edinho?

Segundo: a postagem revela que Edinho defende uma concepção que coloca sua tendência acima do Partido.

Palavras de Edinho: "o PT só será forte se a CNB conseguir construir um centro político que seja forte no Partido dos Trabalhadores".

Como há pessoas que falam muito e refletem pouco, há sempre o risco do próprio Edinho não se dar conta das consequências práticas desta formulação.

Mas o que está dito, está dito. 

Portanto, segundo Edinho a força do PT não depende da relação do Partido com a classe trabalhadora, a força do  PT não depende da militância, a força do PT não depende do bom funcionamento das instâncias, a força do PT não depende da formulação política adequada. 

O PT será forte, segundo Edinho, se a CNB "conseguir construir  um centro político que seja forte" do Partido.

Só!!!

Evidente que todo Partido precisa de uma direção, de uma orientação que seja hegemônica, isso que Edinho chama de "centro político", termo que a velha guarda do movimento comunista usava muito. E que segue usando na China, por exemplo, onde Xi Jinping é o "centro" do núcleo dirigente. 

Não sei se Edinho sabe da matriz comunista do termo, nem acho que ele pretenda vestir uma túnica Mao; aliás, talvez ele tenha gostado da palavra apenas porque ela ecoa seu desejo nada oculto de "levar o PT ao centro".

Seja como for, é óbvio que o PT precisa de uma direção, de um "centro". A questão está em saber quem e como

A ideia segundo a qual uma única tendência teria a missão, a capacidade, o poder, a legitimidade de "construir" este "centro" relega ao restante do Partido, tanto às demais tendências quanto à imensa maioria do Partido que não pertence a nenhuma tendência, o papel secundário de "vir atrás", se subordinar, se curvar, cumprir papel acessório.

Esta ideia segundo a qual a CNB teria o "destino manifesto" de "construir o centro" é o que explica boa parte da postura "partido dentro do Partido" que tem sido cada vez mais recorrente na prática de dirigentes da CNB. 

Postura que os leva, por exemplo, a fazer de tudo para controlar a tesouraria do Partido (controle que remonta ao período pré-CNB, pois a genealogia vai até 1995).

É essa concepção segundo a qual a CNB sabe o que é melhor para o Partido que os faz achar normal rasgar o estatuto e as resoluções congressuais, por exemplo permitindo mandatos vitalícios para parlamentares e para dirigentes partidários.

No fundo, no fundo, eles vão se transformando num "partido dentro do Partido". No passado, a Articulação dos 113 foi criada para combater quem pensava assim. Que voltas que o mundo dá.

Mas como a história é mais forte que certos desejos, o que está acontecendo na prática é que a CNB está totalmente dividida, rachada, enfrentada. Em  muitos estados há várias chapas da CNB disputando entre si o comando do Partido. 

Aliás, é bom dizer que há setores da CNB cuja prática destoa deste ponto de vista expresso por Edinho. Assim como há, aqui e ali, outras tendências que copiam  a conduta de "partido dentro do Partido".

Mas no plano nacional a coisa está tão confusa que até hoje não se sabe ao certo quais foram as bases do acordo entre as várias alas da CNB. A tal Super Live, aliás, parece ter sido uma tentativa de mostrar unidade. Mas como se sabe, as aparências enganam.

O problema de fundo é que hoje, diferente do passado, não existe mais na CNB real unidade política acerca da estratégia, do programa e da concepção de partido. 

Por isso, aconteça o que acontecer no PED, não tem como virar realidade a frase "o PT só será forte se a CNB conseguir construir um centro político que seja forte". 

Pelo contrário: para o PT ser forte, será preciso entre muitas outras coisas que a cúpula da CNB desça do pedestal e se disponha a participar em pé de igualdade da construção coletiva de uma nova estratégia para o Partido. 

Nesse sentido, um bom começo é provocar um segundo turno na disputa da presidência nacional do PT. 

segunda-feira, 9 de junho de 2025

"Cadê a assinatura do PT?"


Três dos quatro candidatos à presidência nacional do PT assumiram publicamente o compromisso de defender a ruptura das relações diplomáticas entre Brasil e Israel, assim como as decorrentes medidas relativas a outros acordos, convênios, parcerias e negócios.

A militância petista que está de acordo com esta posição deve comparecer nos atos do dia 15 de junho portando bandeiras, camisetas, estrelas e todo e qualquer símbolo do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras.

Estaremos lá, para reafirmar que o PT está do lado da Palestina. Se a marca do PT não está no cartaz de convocação, vamos então imprimir nossa marca nas ruas! 

Nenhum centavo, nenhuma gota de suor, nenhuma amizade, nenhum tipo de tolerância com o Estado terrorista de Israel.

Palestina livre, do rio ao mar!





domingo, 8 de junho de 2025

O “custo Edinho”, segundo um prócer da CNB


No dia 7 de junho de 2025 aconteceu em Fortaleza o primeiro debate entre as 8 chapas que disputam o Diretório Nacional do PT.

Quem tiver interesse em assistir a íntegra do debate, deve acessar aqui: 


Das 8 chapas, 3 apoiam Edinho Silva; 2 apoiam Rui Falcão; 1 está dividida entre apoiadores de Rui e de Edinho; 1 apoia Romênio Pereira e 1 apoia Valter Pomar.

Detalhe: 7 das 8 chapas fizeram duras críticas, diretas ou indiretas, à situação do Partido. Ou seja: duas das três chapas que apoiam Edinho o fazem por razões outras que não a satisfação com o estado da arte.
 
Os elogios à situação do Partido ficaram por exclusiva conta da chapa da tendência “Construindo um novo Brasil” (CNB), representada no debate por José Guimarães, deputado federal e líder do governo Lula. 

Mas tem um senão: os elogios enfáticos de Guimarães foram limitados ao que ele chamou de “case” do PT do Ceará. 

A julgar pelo que disse o deputado, o Partido no Ceará seria um paraíso de democracia, vigor partidário e sucesso eleitoral. A visão de Guimarães foi contestada por outras pessoas presentes ao debate, que além de problemas organizativos e nos governos, criticaram as alianças heterodoxas e inclusive o ingresso no Partido de políticos de direita.

Lembrado que o desempenho eleitoral no PT no Brasil e particularmente no estado de São Paulo é muito ruim, Guimarães retrucou “acusando” o crítico de ser “paulista”. Óbvio que se tratou de um artifício retórico, pois não faz sentido culpar a minoria de esquerda pelas escolhas feitas pelo setor moderado. Mas o que importa mesmo é que Guimarães foi incapaz de falar qualquer coisa que fosse em defesa da CNB nacional e de Edinho Silva.

Infelizmente, o debate oficial terminou nesse momento. Mas of the records ocorreu a seguinte troca de farpas entre um militante da esquerda e um militante da CNB: 

Esquerda: “paulista por paulista, vote num que seja de esquerda. Edinho não está à altura da tarefa”.

CNB: “Lula vai pagar caro por isso”.

Esquerda: “se Edinho for eleito, quem pagará caro não será Lula, mas o Partido como um todo”.

Tendo em vista a “patente” da pessoa que precificou o “custo Edinho”, a conclusão é que o desempenho do cavalo do comissário dependerá muito mais do engajamento da “máquina” do que da capacidade política e do carisma do candidato.

O oposto vale para as outras candidaturas. No PT, como nas eleições tradicionais, a esquerda só crescerá se polarizar, colocar o dedo na ferida e apresentar alternativas. 

Exatamente por isso temos dito que embora sejam 8 chapas e 4 candidatos, na verdade só existem 2 alternativas: ou manter ou mudar a linha política do governo e do Partido.

Temos 28 dias para fazer a mudança vencer!