A retórica é uma arte.
Mais uma vez nosso PT renovará suas direções, e agora por eleições diretas depois de dois PEDs
indiretos e uma prorrogação de mandato. Temos de reconhecer a árdua e difícil tarefa que as últimas direções do PT enfrentaram sob a presidência do companheiro Rui Falcão e depois de nossa presidente Gleisi Hofmann em condições de ataque e guerra jurídica contra o partido e o nosso projetovpolítico.
O momento político exige de nós a luta pela unidade da CNB e do PT, na sua diversidade e no
seu pluralismo, além da construção de uma maioria que vá além da CNB e assegure ao partido a governabilidade nos próximos quatro anos. Essa unidade se expressa na participação de todas as correntes e tendências políticas na direção nacional e em sua executiva, e no reconhecimento das candidaturas, todas representativas e legítimas: o companheiro Rui Falcão, militante político da luta contra a ditadura, com experiência na presidência do PT, parlamentar e de governo; Romênio Pereira, dirigente experiente do PT que representa o Movimento PT; e, por fim, Valter Pomar, militante e dirigente do PT, historiador e professor, que representa a Articulação de Esquerda.
O apoio à candidatura do companheiro Edinho
Silva, de início dentro da CNB e agora no PED,
baseia-se na legitimidade e na sua experiência
como vereador, deputado estadual, presidente
duas vezes do PT paulista, quatro vezes prefeito e ministro de Estado no Governo da presidenta
Dilma. Edinho tem uma vasta experiência na
direção do PT e nos governos que dirigiu e participou, conhece o mundo parlamentar e vem
de uma vida de lutas, nas pastorais da juventude e operária da Igreja Católica.
Como eu, foi office-boy, depois funcionário de uma empresa, operário na fábrica de meias Lupo e na extinta metalúrgica Climax, atual Electrolux.
Apaixonado por futebol, atuou como atleta nas
categorias de base da Ferroviária na década de
1980. Identificado com as propostas democráticas e socialistas do PT, filiou-se em 1985, aos 20 anos de idade. Foi presidente do Diretório Municipal de Araraquara e coordenador regional, assessorou nossa bancada de deputados estaduais durante a Constituinte Estadual, da qual participei como deputado. Em 2007, foi eleito presidente do PT de São Paulo e reeleito com voto de 90% dos filiados e filiadas. Em 2010, foi eleito deputado estadual com 184.397 votos, sendo votado em 500 municípios do Estado.
Creio que Edinho está à altura do desafio de
presidir o PT nesse momento histórico e nessa
conjuntura que enfrentamos. Tem experiência e
competência para nos dirigir com apoio do
presidente Lula e não só da CNB como também de outras correntes e lideranças do PT, respeitando a unidade na diversidade e no pluralismo do partido.
Temos a tarefa de praticamente reconstruir o PT
depois de uma década de ataque frontal, de
perseguição e mesmo tentativas de cassação de
nosso registro, sem falar no golpe parlamentar-
jurídico que sequestrou o mandato da nossa
presidenta Dilma e da infame prisão do nosso
companheiro Lula num processo ilegal, sumário e
político, felizmente já anulado pelo Supremo
Tribunal Federal. A tarefa de unificar toda a
esquerda numa frente que vá além do PV e do
PCdoB para enfrentar o PL e o bolsonarismo.
A conjuntura e as condições que governamos
exigem de nós a capacidade de fazer alianças mais amplas que a centro-esquerda, mas ao mesmo tempo criar as condições de mobilização popular, social e sindical para fazer avançar as reformas estruturais que o país reclama: a política, tributária e financeira, o que exige que nosso PT se autorreforme para retomar a capacidade de mobilização, recriando nossas sedes, nos emponderando nas redes, expandindo a formação política via EAD, ampliando e refazendo nossas relações com os movimentos sociais e nossas campanhas nacionais.
É preciso ainda continuar nossa transição
geracional e nosso compromisso com a diversidade e o pluralismo interno,organizar as oposições aos governos estaduais da direita, sustentar e orientar nossa atuação no governo e no Parlamento e, principalmente, reviver as instâncias partidárias e nossa democracia de base, as consultas e relações entre os diretórios municipais e estaduais, as bancadas, governos e nossa direção nacional, facilitadas hoje pelo uso das videoconferências, o que não substitui, pelo contrário, a presença dos dirigentes nos estados, municípios e principalmente nas lutas e mobilizações, e não só pelas redes.
Sustentar o governo do presidente Lula e suas
propostas de retomada do projeto de
desenvolvimento nacional, sintetizados na Nova
Indústria Brasil, no PAC e na transição energética-ambiental. Defender a reforma tributária progressiva, a revisão do Imposto de Renda dos ricos, a maior participação dos trabalhadores e trabalhadoras no Orçamento. Reafirmar nosso compromisso com a reforma agrária e a agricultura familiar orgânica e sustentável. Reforçar o debate sobre a liderança brasileira na COP-30 e as ações de enfrentamento à emergência climática. Defender o fim da escala 6x1, impedir o desmonte das estatais e bancos públicos, e do Estado de Bem-Estar Social conquistado com todas suas limitações na Constituinte de 1988.
Derrotar de novo a extrema-direita e o bolsonarismo, sem anistia ou mudanças no Código Penal que livre os golpistas de prestar contas à Justiça, mas ao mesmo tempo aumentar nossa bancada na Câmara e no Senado, nossos governos estaduais, e nossa presença nas assembleias legislativas, com atenção especial ao Senado, onde o bolsonarismo trama a retomada de seu projeto autoritário e ditatorial, criando assim as condições para dar continuidade ao nosso projeto político e reeleger o Presidente Lula em 2026.
O ataque ao sindicalismo e à luta em defesa do
emprego, dos direitos trabalhistas e da Justiça do
Trabalho deve ser uma prioridade frente à escalada de fortalecimento do sindicalismo patronal e do desmonte da legislação que protege os direitos conquistados na luta das últimas décadas. O PT deve priorizar a reforma política nos próximos anos, construindo uma proposta e a defendendo junto à cidadania. Trata-se de uma urgência, dada a degradação do parlamento via o desvirtuamento das emendas parlamentares e os desvios de recursos para fins eleitorais e mesmo enriquecimento ilícito, o avanço do parlamento sobre os poderes constitucionais do presidente, a indecente decisão de aumentar o número de deputados e as ameaças à independência dos poderes, seja o Judiciário ou o Executivo.
É preciso uma verdadeira mudança na vergonhosa concentração de renda e no cartel bancário financeiro, na política de juros e nas metas da inflação, que exigem uma radical reforma tributária e financeira, capaz de pôr fim à apropriação e expropriação da renda nacional pelo capital financeiro e agrário, num circuito entre o Banco Central e a Faria Lima, que cada vez mais concentra renda, via os juros altos únicos no mundo. O serviço da dívida pública e praticamente a isenção histórica que gozam nossas elites da obrigação de pagar impostos limitam nossa capacidade de investimento, impedem que o Estado financie o gasto social, com o agravante de que a saída de uma elite que representa 1% da população é exatamente a manutenção do status quo e o fim do Estado de Bem-Estar Social, com o desmonte dos bancos públicos, das estatais e da nossa capacidade de planejar e financiar o desenvolvimento nacional.
Ao PT e às esquerdas resta a tarefa histórica de
concluir a revolução social brasileira inacabada,
que exige duas condições: a soberania e
independência nacional, de um lado, e a democracia, de outro, num mundo onde
precisamos ter lado, lutar contra a extrema-direita
e o neofascismo e manter nossa política externa
independente e não alinhada, guiada pelos
interesses nacionais e pelo nosso projeto de
desenvolvimento e integração regional.
Nosso lugar é no Sul Global, nos Brics e na relação com a América do Sul e América Latina, com a África e os países árabes. Nosso norte é o bem-estar de nosso povo e a defesa de nossa cultura, nossa soberania, nossa terra e riquezas naturais, e nossa independência financeira e tecnológica. Sem isso nada será possível, mesmo com nossa riqueza e soberania alimentar e energética, com nosso mercado interno e nosso imenso território continental.
Com esse espírito e ânimo convido filiados e
filiadas do PT, nossa brava e guerreira militância,
a participar do PED, na construção das chapas, no debate político e votando no próximo dia 6 de
julho. Vamos dar uma demonstração da força de
nossa democracia interna e de nossa capacidade
de unir o PT na diversidade e na pluralidade, para
reeleger nosso presidente Lula em 2026 e dar
continuidade ao nosso projeto político em defesa
do Brasil democrático e popular, reiterando nosso
compromisso com a CNB e a candidatura mais
ampla do nosso companheiro Edinho Silva.
Saudações petistas e socialistas,
José Dirceu.
Grande Zé,
ResponderExcluirÉ pra você
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa
Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço
O seu lábio e a sua voz
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
Cheiro de nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva
Do meu coração
Já faz tempo eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Nossos ídolos ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você pode até dizer
Que eu 'tô por fora
Ou então que eu 'tô inventando
Mas é você que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem
Esse é o Novo Brasil
Pra dar o rumo certo ao PT e Brasil, só Valter Pomar.
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ResponderExcluirComentário feito alhures.
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Papo sério: se a militância petista há muito anda desanimada, essa cartinha de José Dirceu ainda mais a desanima.
...
“fazer alianças mais amplas do que a centro-esquerda, mas, ao mesmo tempo, criar condições de mobilização popular, social e sindical”
Trade off político.
Mais alianças em direção à direita vai justamente em sentido contrário ao da mobilização popular.
...
Essa entrevista do futuro presidente do Partido dos Trabalhadores, lá no Opera Mundi, sobejamente confirma que Edinho é o nome perfeito que hoje corresponde ao que se tornou a agremiação.
Edinho, o Dialogador, é o lulismo em estado puro.
Para a entrevista, Edinho foi ligado no automático. Se, por exemplo, o santista Altman perguntasse “Edinho, o que fazer para que o Santos ganhe do CRB e avance na Copa do Brasil?”, a resposta seria “Diálogo.”
A mesma coisa caso perguntasse “O que os físicos devem fazer para realizar uma fusão nuclear a frio?”.
Não devemos encarar Edinho como um humano carne e osso: é tão somente um algoritmo lulista que nos fornece sempre a mesma resposta.
...
Dizem as más línguas que o fechamento de Gleisi e Quaquá com a candidatura de Edinho esbarrava numa séria divergência ideológica quanto aos rumos do partido: com quem ficaria a Tesouraria?
Partilha resolvida, divergência superada.
Não há nada que um bom diálogo não resolva, não é mesmo?...
(Jucemir Rodrigues da Silva)
Eu gosto de escutar e ler as histórias de vida pessoal dos companheiros e companheiras, admiro, vibro, viajo nas aventuras que cada um conta como chegou até aqui. Gosto de ouvir histórias vida e superação. Cria afetos e memórias. Até o momento gostei bastante de todas as ideias levantadas pelos candidatos, mas uma ideia 💡 foi a melhor de todas, foi a ideia de trabalho para efetivar a "estatização do sistema financeiro no BR". Boa sorte sorte ao PT e boas eleições internas do partido.✊🏿⚒️💜🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟⚖️🐼🏹🌈🤩🤩🤩🤩🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟
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ResponderExcluirOlha Valter Pomar, não sei se vc vai ler o meu comentário, mas eu gosto muito do PT e a causa que o Manifesto do PT abraça. Eu era militante do PT, mas confesso que me decepcionei com este governo do Presidente Lula, totalmente desalinhado com o q o manifesto propõe, que é a luta pela causa dos trabalhadores. Quando eu vi que o tal do Edinho Silva está candidato e q setores do governo, como por exemplo, Gleisi Hoffman, o estão apoiando me decepcionei e pedi DESFILIAÇÃO do partido. Se ele vencer vai ser por manipulações e talvez compra de votos. Não acredito que os trabalhadores estejam felizes com o atual governo do Lula, voltado para as classes dominantes, refém dos mercados e de cunho elitista, direitista e neoliberal. Não foi absolutamente para isso que eu votei no Lula, para ser um Bolsonaro menos agressivo. Se você ganhar as eleições, ou o Rui Falcão, vou voltar a militância e filiação ao PT. Caso contrário, não quero ser conivente com esse Edinho Silva e com o caráter neoliberal que o PT está tomando. Meu total repúdio ao Edinho Silva!!! Se vc vencer, nós vemos novamente dentro do partido.
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