sábado, 16 de abril de 2016

Alternativas para a noite de domingo e depois



Até o final de domingo 17 de abril, é preciso ampliar a mobilização popular, reforçar o esclarecimento da população e aumentar a pressão sobre os parlamentares.

Não pode haver paz ou respeito para com os parlamentares que votarem a favor do golpe.

Já no dia 21 de abril, o povo brasileiro poderia homenagear Tiradentes escrachando cada um destes picaretas, carimbando-os como traidores da pátria e da democracia.

Se o número de picaretas for 341 ou menor, o processo de impeachment contra a presidenta Dilma será arquivado.

Após a merecida comemoração, o governo precisará agir muito rápido: medidas imediatas de geração de emprego e recomposição da renda popular, integrar no ministério lideranças combativas, pactuar um programa de curto e médio prazo com a esquerda política e social, preparar as próximas batalhas contra a oposição de direita.

Derrotado o impeachment, as diferentes frações do movimento golpista terão que decidir sua tática.

Poderão apresentar imediatamente um novo pedido, poderão concentrar-se nas eleições de 2016 para depois voltar à carga, poderão dedicar-se a sabotar o governo tendo em vista as eleições presidenciais em 2018, poderão realizar ao mesmo tempo todas estas ações etc.

A única coisa que o golpismo não fará é respeitar a legalidade, as liberdades democráticas e a soberania popular. O que impede qualquer pacto, acordo, conciliação ou ilusão nossa com esta gente.

A Frente Brasil Popular e cada uma das organizações que a integram, as demais frentes e organizações, assim como cada uma das pessoas que saíram às ruas em defesa das liberdades democráticas, precisarão manter-se alertas, organizados e mobilizados.

Imediatamente poderíamos convocar, para o Primeiro de Maio, grandes manifestações em defesa das liberdades democráticas, dos direitos sociais, das reformas estruturais e de uma política econômica popular.

Derrotado o impeachment, o Partido dos Trabalhadores deveria realizar um congresso extraordinário, recompor sua linha política e seus organismos dirigentes, capacitando-se assim para contribuir com as demais forças da esquerda brasileira, a quem caberá vencer as duras batalhas que virão, entre as quais a eleição presidencial de 2018, onde Lula está convocado a comparecer munido de um programa e de uma estratégia distintas de 2002.

Mas caso o número de deputados picaretas for 342 ou maior, o processo de impeachment contra a presidenta Dilma seguiria para análise do Senado.

Neste cenário, caso sejam cumpridos os ritos e prazos previstos em lei, o Senado teria até o dia 11 de maio para deliberar se aceitaria ou não o processo. Como para aceitar bastaria maioria simples, o mais provável neste caso é que o processo fosse aceito, situação na qual a presidenta seria afastada temporariamente para julgamento. Mas para afastar em definitivo a presidenta, o golpismo precisaria de 2/3 dos votos do Senado,

Sendo assim, a batalha contra o golpe entraria em uma nova etapa. O intervalo entre a votação na Câmara e a primeira votação no Senado serviria então como ensaio geral para esta nova etapa, onde precisaríamos de ainda maior mobilização, disposição de luta e unidade das forças políticas e sociais que estão mobilizadas enfrentando o golpismo.

Não pode haver paz nem respeito frente a um governo ilegítimo, resultante de um golpe parlamentar conduzido por um corrupto, encabeçado por uma víbora que pretende sepultar os direitos sociais inscritos na Constituição de 1988.

Não pode haver paz nem respeito frente a uma quadrilha de picaretas, que de público fala contra a corrupção, mas conspira para arquivar todas as investigações contra seus crimes.

Apesar da força exibida pelo golpismo nas instituições e na mídia, a resistência popular cresce a cada dia. E as pesquisas confirmam que Lula é forte candidato às presidenciais de 2018.

Por tudo isto, independente do que ocorra domingo 17 de abril, o golpismo insistirá na linha adotada até aqui: tentar impedir Lula de concorrer em 2018, criminalizar a esquerda e interditar o PT, desrespeitar as liberdades democráticas e a soberania do povo.

Por isto mesmo, independente do que ocorra domingo 17 de abril, as forças de esquerda, populares e democráticas precisam derrotar o golpismo minando suas bases de apoio, democratizando a comunicação, reformando a institucionalidade eleitoral e política, retomando o caminho das mudanças econômicas e sociais.

Igualmente por isto, independente do que ocorra domingo 17 de abril, caberá ao governo tomar medidas imediatas em defesa da economia popular. Medidas que se fazem ainda mais necessárias e urgentes, na hipótese dos golpistas prevalecerem na Câmara e antes da votação no Senado.

É possível derrotar o golpismo, agora, amanhã e depois. Quem nos dá esta certeza é a resposta generosa, animada, combativa e enérgica de milhões de brasileiros e brasileiras que, em todo o país, repetem: Golpe Nunca Mais. Resposta que no começo esteve basicamente restrita à militância, mas que agora espalhou-se não apenas pelo mundo progressista e da cultura, mas também pelos setores mais populares e moradores das periferias,

O caminho passa pela mobilização social e pelo esclarecimento da população, bem como por ações imediatas de governo no sentido de gerar emprego e renda, desenvolvimento e mudanças.

Mas derrotar o golpismo exige, acima de tudo, muita clareza acerca do que está em jogo.

Não se trata do governo, do PT ou de Lula. Trata-se das liberdades democráticas, das conquistas sociais, de nossa política externa e do futuro da sociedade brasileira.

Motivos mais do que suficientes para lutar, hoje, amanhã, nas próximas semanas, meses, anos, agora e sempre.

7 comentários:

  1. A luta de classe sempre exigirá a mobilização dos progressistas.

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  2. Parabéns pelo texto, Valter. O caminho é esse mesmo. Abs. Anivaldo padilha

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  3. Acredito na derrubada do Golpe, mas é fundamental que PT, vá para a frente de luta. O PT não conseguiu ser coerente na prática, assumindo cargos de relevância e muitos foram engolidos pela prática burguesa. A luta e no cotidiano.

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  4. Acredito na derrubada do Golpe, mas é fundamental que PT, vá para a frente de luta. O PT não conseguiu ser coerente na prática, assumindo cargos de relevância e muitos foram engolidos pela prática burguesa. A luta e no cotidiano.

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