quarta-feira, 11 de março de 2015

Entrevista concedida a María Constanza Costa

Será publicada nos próximos dias.

La derecha eligió la figura de impeachment y la ilusión de generar un escenario similar al de 1992 ¿En qué medida es posible que el  “Fuera Dilma”  logre calar entre la gente y logre desestabilizar al gobierno?

Um setor da oposição de direita defende enfraquecer o governo e o PT, para ganhar as eleições de 2016 e 2018. 

Outro setor prefere não correr o risco de aguardar até 2018 e defende arriscar o impeachment. 

As duas táticas se alimentam reciprocamente. 

O enfraquecimento do governo e do PT transmite aos setores que defendem o impeachment a impressão de que não haverá resistência, caso tentem afastar a presidenta Dilma. 

E a pressão pelo impeachment tem ajudado a enfraquecer o governo e o PT, criando as pré-condições para uma derrota eleitoral em 2016 e 2018. 

Para evitar a desestabilização e o impeachment, são necessárias basicamente duas ações. 

Em primeiro lugar, que o governo altere sua atitude política e econômica. 

Interromper as medidas de "ajuste" que até agora não afetaram em absolutamente nada o grande capital financeiro especulativo.

E adotar maior protagonismo político, compreendendo que o papel de um governo, especialmente num momento de crise, é eminentemente político, não administrativo.

Em segundo lugar, é preciso que a esquerda política e social deixe claro que há e haverá resistência ativa a qualquer tentativa de impedimento. 

Neste sentido, as manifestações convocadas pela Central Única dos Trabalhadores para o dia 13 de março tem muita importância.

Los aliados como el PMDB ¿Qué rol van a desempeñar en esta puja?

O PMDB ocupa três postos fundamentais na política brasileira: a vice-presidência da República, a presidência do Senado e a presidência da Câmara dos Deputados. 

Portanto, caso a oposição de direita tivesse êxito em seu golpe institucional, seria o PMDB que assumiria.

Para agravar a situação, a maior parte do PMDB está atuando como oposição.

E esta atitude acentuou-se agora que a Procuradoria Geral da República e o Supremo Tribunal Federal decidiram investigar o presidente do Senado e o presidente da Câmara dos Deputados, por suspeita de corrupção.

Para desviar a atenção das acusações de corrupção e também para "comprar proteção", tanto o presidente do Senado quanto da Câmara estão emitindo sinais cada vez mais fortes em direção à oposição de direita.

Novamente, a única saída para o governo e para a esquerda política e social é buscar o apoio das ruas. Mobilizar o povo, como fizemos no segundo turno da recente campanha presidencial.

Lula dijo la semana pasada en un acto de la CUT en defensa de Petrobras “Quiero la paz y la democracia en Brasil, pero si quieren guerra, sé luchar también"  ¿Cree usted que el PT y la CUT tienen la capacidad de articular y conducir una movilización que defienda el gobierno y lo logrado en las calles?

A direção da CUT está mobilizando. 

A base do PT e da CUT querem mobilizar. 

Mas existem setores do governo e da direção nacional do PT que estão catatônicos. 

Acredito que acontecerá com estes setores o que ocorreu no segundo semestre de 2014: por pressão social, graças à mobilização em grande medida espontânea das bases, setores da direção saíram da paralisia e se puseram em movimento.

Usted fue uno de los referentes que firmó un manifiesto contra los nombramientos de Katia Abreu y Joaquim Levy. ¿Qué balance hace de esa solicitada, de la demanda que sectores intelectuales, políticos, sociales le hicieron al gobierno? 

O governo não deu a mínima atenção para a "reclamação". 

O resultado é o que estamos vendo: um governo eleito pela esquerda, que desagrada a esquerda (por estar adotando medidas de ajuste que não afetam o capital financeiro); e um governo que desagrada a direita, porque foi eleito pela esquerda. 

Enquanto Levy for ministro, viveremos esta contradição. 

Mas quando ele deixar de ser ministro, a direita não vai parar de atacar o governo. 

Um setor da oposição de direita não vai descansar enquanto não liquidar a esquerda; salvo, é claro, se os derrotarmos mais uma vez antes disto.

Por último, la ambiciosa agenda de la profundización parece estar postergada y otra vez aparecen las cuentas pendientes de estos 12 años como, por ejemplo,  la necesidad de democratizar los medios de comunicación o la reforma política. Una vez que se logre superar este intento desestabilizador  ¿Considera que el gobierno tendrá la voluntad política, y la fortaleza necesaria para avanzar en estos terrenos?

Hoje o governo não demonstra ter vontade nem força para fazer reformas estruturais. Mas se conseguirmos derrotar a ofensiva da direita, é porque conseguimos virar o jogo. E haverá então condições de materializar a pauta das reformas.

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