quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Contribuição ao balanço da comunicação da campanha Márcio Pochmann


Contribuição ao balanço da comunicação da campanha Márcio Pochmann
(segunda versão)

1. A área de comunicação da campanha Pochmann 2012 cobriu as seguintes atividades: programas de TV e rádio do horário eleitoral gratuito de prefeito e vereadores, campanha nas redes sociais, assessoria de imprensa, pesquisas quantitativas e qualitativas, mídia training , diagramação dos materiais impressos, preparação dos debates de TV e rádio, bem como outras atividades relacionadas.
2. Propomos que o Partido organize uma publicação eletrônica, contendo uma descrição e uma análise detalhada de cada uma destas áreas, tendo em vista orientar nossa campanha de 2016. Antecipadamente, podemos dizer o seguinte:

Majoritário, programas de TV e rádio
3. O Partido viveu um “choque cultural” nesta campanha, no que toca a comunicação. As campanhas de 2000 e 2004 foram feitas com “prata da casa”, num sistema semi-artesanal. Já a campanha de 2012 adotou um padrão empresarial, que já era usual em campanhas petistas de outras cidades, mas que em Campinas ainda não era praticado.
4. A principal dificuldade política decorrente do padrão empresarial de campanha é o risco da direção política da campanha sair das mãos do Partido e cair nas mãos do marketing. Para evitar isto, é decisivo que: a) o Partido tenha unidade de comando, linha política clara e definida com antecedência; b) que as candidaturas sigam a orientação do Partido; c) que o Partido tenha autonomia financeira.
5. Uma segunda dificuldade, decorrente do padrão empresarial da campanha, está ligada as opções de comunicação estrito senso. Há uma relação direta entre forma e conteúdo político. Para evitar o conflito entre a linha política de direito (aquela definida pelo Partido) e a linha política de fato (aquela implementada pela campanha), é fundamental que: a) o Partido antecipe em pelo menos um ano a escolha da candidatura e as decisões de pré-campanha, de forma que as alternativas comunicacionais possam ser debatidas e testadas previamente; b) que o Partido conheça e debata em profundidade os temas vinculados à comunicação de massa, a propaganda política e ao chamado marketing eleitoral.
6. O fato de trabalhar com um candidato pouco conhecido, escolhido há pouco tempo e sem experiência prévia de campanha, obrigou a comunicação a lançar mão de expedientes técnicos que reforçaram o “choque cultural” acima descrito. A boa notícia é que grande parte das polêmicas travadas na campanha, acerca da comunicação, dizem respeito a problemas que não têm porque se repetir em 2016.
7. Um dos expedientes técnicos foi o uso das pesquisas qualitativas como ferramenta para guiar as opções do programa. Trata-se de uma ferramenta valiosa, mas a interpretação dos resultados, bem como a opção por esta ou aquela solução, é uma decisão subjetiva da campanha. Em 2016, um Partido melhor estruturado, mais capilarizado na cidade e uma candidatura com patamar de partida mais sólido poderão tomar estas decisões com mais consistência.

Proporcionais, programa de rádio e TV
8. Além das questões gerais já mencionadas, há um aspecto que deve ser agregado no que diz respeito à campanha dos proporcionais: é preciso reforçar ainda mais o voto na legenda. O ideal é que isto seja feito combinando três elementos: chamar o voto no Partido, defender a atuação da bancada e apresentar a nominata. As condições políticas da campanha de 2012 tornaram impossível fazer isto, uma vez que havia fragilidades na atuação da bancada eleita em 2008 e não existiam candidaturas prioritárias definidas pelo Partido. Estes elementos podem e devem ser corrigidos em 2016.

Campanha nas redes sociais
9. O acompanhamento do tráfego na rede confirma que a campanha de Pochmann foi das mais ativas. O Partido deve manter, ao longo dos próximos quatro anos, uma estrutura permanente de atuação nesta área; investir na formação política dos militantes ativos nas redes; e fornecer, com a antecedência necessária, os insumos programáticos e políticos para que a campanha possa ser feita. Aliás, a debilidade e o atraso na formulação dos insumos programáticos, afetou o conjunto do trabalho de comunicação.

Assessoria de imprensa
10. O limite principal do trabalho de assessoria de imprensa está vinculado ao alinhamento político-partidário dos meios de comunicação em Campinas. Por melhor que seja nosso trabalho nesta área, ele no fundamental faz “redução de danos”. Por isto, para além do diálogo político com os meios locais, o Partido deve investir na democratização da comunicação social regional, através das rádios comunitárias, solicitação de canais de TV para entidades do movimento social, criação de um site noticioso que cubra a política regional e criação de um jornal impresso.

Pesquisas
11. A campanha demonstrou que o Partido precisa conhecer muito mais os aspectos objetivos e subjetivos de Campinas. Os próximos quatro anos devem servir para uma “imersão” profunda de nossos quadros dirigentes, com um programa sistemático de estudo sobre a cidade, sobre nossa população, sobre as soluções para nossos problemas. Devemos, também, constituir uma equipe própria de pesquisas.

Materiais impressos
12. Os materiais impressos produzidos pela estrutura da campanha foram, na maioria dos casos, derivativos da campanha na TV. Logo, materiais genéricos, que cumpriam seu papel, mas que não atendiam adequadamente temas e setores específicos. Em 2016 devemos ter uma estrutura melhor, com quadros políticos destacados apenas para a função de redatores.

Debates
13. Devemos avaliar separadamente os debates do primeiro turno, com muitos candidatos e a indefinição sobre quem iria ao segundo turno; e os debates do segundo turno. É importante que todos os debates sejam assistidos por uma equipe de especialistas, que produza um relatório reservado para consumo do candidato e da direção executiva.
14. Nossas duas principais debilidades, nos debates, foram: a técnica do oponente e os flancos políticos do Partido. A técnica se enfrenta com técnica e esta se aprimora com a experiência, portanto é fundamental que o candidato seja submetido, ao longo dos próximos 4 anos, a uma exposição continuada. Quanto aos flancos políticos, estes devem ser debatidos no balanço geral campanha: como tratar os governos Demétrio, Hélio, Izalene e o mensalão.




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