Não sei quem foi o inventor da falsidade segundo a qual o nazismo e o fascismo seriam de esquerda.
Seja quem for, não teria sido falso dizer que alguns nazistas e fascistas vieram da esquerda.
O nome “nacional socialista”, por exemplo, está relacionado a um micro partido infiltrado e depois colonizado por Hitler, inicialmente por ordem da inteligência (sic) militar alemã.
(Sou de opinião que uma certa seita denominada “operária” está prontinha para operação similar.)
Já os “fascios de combate” viraram o que viraram em boa medida graças a Mussolini, personagem antes importantíssimo no Partido Socialista italiano.
(Em defesa do PS, vale dizer que expulsaram Mussolini antes disso acontecer.)
Tudo isso para dizer que ninguém deveria se espantar com certas afinidades entre as posições da extrema-direita e as recentes declarações de WQuaquá sobre segurança pública (ver vídeo).
Como se pode ver no vídeo, Quaquá elogia o trabalho de toda a PM do Rio de Janeiro, especialmente do BOPE. O paradigma de segurança pública de Quaquá é o “combate”. Não tem legalidade e, principalmente, não tem novidade na política de (in)segurança que Quaquá propõe, política que não deu certo em lugar nenhum: no fim das contas a principal vítima é a população pobre que Quaquá diz querer defender. Vitima também uma parte dos policiais envolvidos, que morre, se suicida, enlouquece.
Não somos a favor de “dar rosa para bandido”. Aliás é também por isso que confrontamos as posições de Quaquá, enquanto outros calam, quando não se associam, tolerando que faça filiações em massa e blindando-o na comissão de ética do Partido.
Somos a favor de uma política que efetivamente funcione. E, no que toca a segurança pública, as “propostas” de Quaquá - vindas da mesma pessoa que passa o pano nos irmãos Brazão e faz alianças com bolsonaristas - soam ademais como bravata de valentão. Mas é uma bravata especialmente perigosa, porque valida um tipo de política de (in)segurança pública que, repetimos, já vem sendo testada e dando errado em todo lugar.
Como disse um companheiro que entende do riscado mil vezes mais do que eu: “a fala do prefeito Quaquá não tem diferença nenhuma da fala do tenente Derrite... pura demagogia e visão de extrema direita. A diferença é que o Derrite tem mais legitimidade da narrativa de extrema direita...única diferença.”
Último registro: não é por acaso que Quaquá começa sua entrevista (ver vídeo) atacando a esquerda. Notem que ele não ataca uma parte da esquerda; ele ataca “a” esquerda. Isso faz parte do mesmo mecanismo mental que levou um Aldo Rebelo (ex-PCdoB) para o colo da direita. Aliás, o mesmo mecanismo mental que levava Mussolini a atacar a esquerda ao mesmo tempo que falava de “revolução” o tempo todo.
Em resumo: como todo partido de massa, o PT possui no seu interior todas as posições que existem na classe trabalhadora. Tem socialistas, tem social democratas, tem trabalhistas, tem social liberal de jatinho. E tem, inclusive, gente costeando o alambrado do fascismo.
O que me espanta não é que existam. O que me espanta é a tolerância de que gozam, inclusive por parte de gente que defende, como centro da tática, combater o fascismo e defender a democracia.
Talvez vendo Quaquá “fazendo arminha” eles se toquem do perigo que corremos.
Pomar,
ResponderExcluirfulanizar o problema desse riscado não vai resolver o nó górdio que você apontou que é a omissão.
Alguém vai sempre ocupar um lugar nessa estrutura monstruosa que são as relações de controle territorial com o crime e fluxo financeiro que passa pelo sistema político e financeiro.
Sim, altas finanças
Uns andam de jatinho e outros fazem arminha porque apenas ocupam um espaço.
Quem desatar esse nó conquistará a Ásia
Não resolve fulanizar