segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

"Quaquá está certo"

O jornalista Luís Nassif publicou um texto intitulado "Quaquá está certo: os Brazão são bode expiatório de Carlos Bolsonaro".

O texto de Nassif pode ser lido aqui: 

https://jornalggn.com.br/politica/quaqua-esta-certo-os-brazao-sao-bode-expiatorio-de-carlos-bolsonaro-por-luis-nassif/

No segundo parágrafo do texto de Nassif, pode-se ler o seguinte: "O deputado Quaquá está correto. Não há nenhuma lógica nessa versão de um crime praticado pelos irmãos Brazão – ligados à pequena delinquência do Rio de Janeiro, não ao Escritório da Morte, como os Bolsonaro".

Não sei em que parâmetros Nassif se baseia, para qualificar como "pequena" a delinquência dos irmãos Brazão. 

Acho o termo "pequena" muito modesto, em se tratando de uma dupla com "passagem", entre outros lugares, na Câmara dos Deputados e no Tribunal de Contas.

Mas estou de acordo com Nassif acerca do seguinte: os Brazão são delinquentes.

Na minha opinião, delinquentes barra pesada. 

Acerca de delinquentes, Quaquá tem dois pesos e duas medidas. 

Alguns delinquentes ele ameaça com a "vala" e diz que o pau vai comer. 

Outros, ele trata como se fossem de estimação.

Os motivos, eu imagino. 

Sobre o outro ponto, acerca do qual Nassif diz que Quaquá está "correto", reproduzo abaixo o que eu escrevi dia 1 de julho de 2024.

Está tendo grande repercussão um trecho da entrevista concedida por Washington Quaquá para a Hildegard Angel.

O Brasil 247 divulgou um recorte, que pode ser conferido aqui: 

https://x.com/brasil247/status/1807355674478903575?s=46&t=nfCl0UX4p-m3ApNw6ANlQg

Nele, Quaquá declara ter “certeza absoluta” de que os Brazão não são culpados pela morte de Marielle Franco.

Os Brazão podem não ser culpados? Podem.

A acusação contra os Brazão pode estar sendo utilizada para desviar a atenção dos verdadeiros culpados? Pode.

Portanto, Quaquá pode estar certo? Também pode.

Ele pode estar certo acerca do envolvimento da família cavernicola? Com certeza pode.

Mas nada disso explica a "defesa serial" que Quaquá faz dos Brazão. 

Neste particular, sua postura pública afeta negativamente o Partido ao qual ambos pertencemos.

Ademais, “certeza absoluta” acerca de quem foi o mandante só tem ou quem foi o mandante, ou quem tem provas “absolutas” sobre quem foi o mandante. 

Portanto, a ênfase “absoluta” de Quaquá neste caso revela ou que ele sabe muito mais do que diz, ou bazófia de fanfarrão.

Ao se expor tanto na defesa de dois bandidos contumazes, Quaquá passa a impressão ou de que perdeu qualquer parâmetro, ou de que deve algo, ou de que teme o que ambos possam fazer e dizer, ou que sua tática de disputar o voto do bolsonarismo o está levando longe demais.

Aliás, nenhuma das hipóteses é contraditória com as demais.

O que eu pensava em julho de 2024, sigo pensando agora.

Diferente de Quaquá, não quero mandar ninguém para a vala.

Mas tampouco tenho "delinquente de estimação". Nem grande, nem médio, nem pequeno.

Um comentário:

  1. O Rio de Janeiro não é para principiantes. Tem suas peculiaridades.

    Crime organizado, terra arrasada e a própria fragilidade do PT. (O PSOL é talvez mais forte no Estado)

    Difícil que seja homogêneo o petismo. Estou falando um pouco sobre a forma. Precisa encontrar civilidade sem perder a ternura, jamais.

    Voltando ao conteúdo, tem a fakeada em JF, a estranha morte de Bebiano, o plano contra Lula, Alckmin e Xandão... e muito mais que não sabemos.

    O Quaquá não tem certeza de quem matou Kennedy. Ele é da terra do RJ e está expressando o que vive. Pode estar errado?




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