1.
Entre o dia 17 de abril e o dia 1º de maio, a correlação de forças entre os golpistas
e o campo popular se alterou significativamente em favor dos primeiros.
2.
O golpismo venceu com ampla margem a votação da admissibilidade na Câmara dos
Deputados, tem clara maioria no Senado e tranquilidade no Supremo Tribunal
Federal.
Desde há muito os setores golpistas tem apostado na
judicialização da política, na partidarização da justiça e na criminalização
dos movimentos sociais. O golpismo conta, ainda, com uma sólida barragem nos
meios de comunicação, fundamental para neutralizar e até mesmo ganhar o apoio
passivo de amplos setores populares. Tem supervisão & apoio internacional,
bem como financiamento empresarial. Sobre a composição da coalizão golpista,
suas origens, estratégia e táticas, ler mais em: http://valterpomar.blogspot.com.br/2016/04/roteiro-para-fala-na-mesa-redonda-de-29.html
3.
Aspecto importante da tática: o golpismo decidiu esfriar a batalha nas ruas e
concentrar-se na frente institucional, o que inclui articular abertamente o
pós-impeachment: a montagem do novo governo e a ofensiva jurídico-policial
contra Lula, o PT e o conjunto da esquerda.
4.
O campo popular, depois das intensas mobilizações que precederam a votação de
17 de abril, entrou numa fase de refluxo. Isto ocorre por diversas razões, entre
as quais a opinião generalizada de que vamos ser derrotados na votação da
admissibilidade pelo Senado, que a presidenta será afastada e que o golpista
assumirá as rédeas do governo, tornando ainda mais difícil a batalha do
julgamento no próprio Senado. A discutir melhor a relação dialética entre o
refluxo e a compulsão derrotista de alguns setores (síndrome de Hardy Har Har).
5.
Apesar do refluxo, seguem ocorrendo mobilizações e cresceu a convicção internacional
e nacional – inclusive entre camadas populares antes neutras ou favoráveis ao
afastamento-- de que estamos diante de um golpe parlamentar-judicial. Mas o
debate político pouco a pouco deixa de ser como impedir o golpe e passa a ser
como enfrentar o cada vez mais provável governo golpista.
6.
Embora certa confusão seja parte inevitável do ambiente que prevalece em
qualquer derrota, a maneira precoce e atabalhoada com que algumas lideranças,
parlamentares e organizações conduziram o debate sobre como enfrentar o cada
vez mais provável futuro governo golpista acabou contribuindo para complicar um
quadro que já seria ruim devido ao refluxo. O mais grave, contudo, é que este
atabalhoamento revela que continua presente entre nós a crença em saídas
mágicas e em acordos salvadores.
7.
A verdade é outra: não haverá saída rápida, fácil nem indolor. A contraofensiva
conservadora iniciada há anos está neste momento atingindo seus objetivos em
toda a América Latina. No caso do Brasil: afastar a presidenta Dilma, mudar o
conjunto da política e neutralizar por um longo período a esquerda. O que
inclui impedir Lula de disputar as eleições de 2018 (via condenação e/ou prisão
e desmoralização) e inviabilizar o funcionamento do PT (via multas e/ou
processos e demonização).
8.
Faremos de tudo para impedir o êxito dos golpistas, agora, no julgamento e
depois. Mas exatamente para termos êxito na luta contra os golpistas, não
devemos embelezar a situação, subestimar os perigos nem superestimar nossas
forças. A situação é muito grave e isto deve ser dito abertamente e com todas
as letras. É preciso abandonar a postura paternalista segundo a qual o realismo
analítico desmobiliza.
9.
O Capital está empurrando a classe trabalhadora, a direita está empurrando a
esquerda para um período de defensiva estratégica. Este fato ainda não foi compreendido
adequadamente e as implicações dele ainda não foram "processadas"
pelo conjunto da militância, nem mesmo pelos principais dirigentes. Deriva
desta incompreensão tanto a insistência nas ilusões com o lado de lá, quanto a
superestimação de nossas forças (e, por decorrência, a aposta em soluções
esquerdistas, dependentes da vontade da vanguarda, desconsiderando o ânimo das
massas populares).
10.
Para sair da defensiva estratégia será necessária reconquistar o apoio da
classe trabalhadora, mudar a linha política (programa e estratégia), adotar
táticas muito precisas, alterar o funcionamento e o comportamento organizativo,
assim como elevar a capacidade dos coletivos dirigentes. Será necessário também
um pouco de tempo e uma boa pitada de sorte. E nada disto será "a
frio". Pelo contrário, teremos que fazê-lo sob ataque inimigo, num
ambiente de recriminações e com diferentes orientações disputando corações e
mentes da militância.
11.
É por isto que ganha imensa importância o que faremos nos próximos dias. Uma
coisa é sair derrotado, desmoralizado e desorientado. Outra coisa é sairmos
derrotados, mas não desmoralizados nem desorientados.
12.
Neste sentido e do ponto de vista tático é preciso considerar um conjunto de
aspectos:
a)
o objetivo/potencial real das mobilizações previstas para a véspera da votação
no Senado;
b)
a tática na sessão final do Senado;
c)
como será a cada vez mais provável "descida da rampa";
d)
a orientação para os integrantes do governo, em caso de derrota na votação do
Senado;
e)
a tática/objetivos no processo de julgamento no Senado;
e)
o que significa, concretamente, não reconhecer a legitimidade do governo
golpista (e o que se fará para encerrar o mais rápido possível o mandato para o
qual o golpista não foi eleito e através de que meios se devolverá ao povo a
decisão que lhe compete por direito);
f)
como enfrentar as medidas práticas do governo golpista e do parlamento
reacionário, o que implica em discutir não apenas seu programa, mas também sua
(deles) tática, que pode oscilar entre “fazer o mal todo de uma vez” e “abrir
pouco-a-pouco o saco de maldades”;
g)
como defender Lula, lideranças e militantes, assim como os partidos e
movimentos sociais, frente aos ataques jurídico-policiais que estão em curso e
os que ainda virão.
13.
Para além destas definições táticas, é preciso reafirmar a necessidade de
debatermos as questões estratégicas e programáticas, num ambiente que sirva
para reforçar a unidade popular, em particular consolidar a Frente Brasil
Popular. Neste sentido será muito importante que se marque a data e se definam os
critérios de participação na segunda conferência da Frente Brasil Popular.
14.
O ideal seria a divulgação, ainda na sexta-feira, de uma "ordem do
dia":
-
conclamando a cidadania democrática, os lutadores do povo, os trabalhadores e
trabalhadores, a juventude, os movimentos sociais, os defensores dos direitos
humanos, os negros e negras, a comunidade LGBT, os povos indígenas, os
ambientalistas, os trabalhadores da cultura e da comunicação a manifestar-se
intensamente nos próximos dias, fazendo tudo o que estiver ao seu alcance no
sentido de alertar o povo brasileiro contra a marcha golpista, que pretende
afastar a presidenta entre os dias 11 e 12;
-
convocando o acompanhamento da votação no Senado, estimulando o escracho dos golpistas
e preparando a homenagem popular aos senadores e senadoras que defendam a
democracia, os direitos sociais e a legalidade;
-
convidando para uma vigília defronte ao Palácio do Planalto, para acompanhar a
presidenta da República, todos e todas que participaram do governo e que dele
serão afastados por decorrência do golpe;
-
propondo a constituição de um “governo paralelo”, que analise e denuncie os
atropelos do governo golpista, que subsidie a defesa da Presidenta e que
contribua na mobilização popular;
-
sugerindo uma reunião nacional da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem
Medo, aberta a outros setores, para fazer um diagnóstico e tentar definir uma
tática comum e concreta de enfrentamento contra o governo golpista;
-
avaliando as diferentes propostas existentes sobre como impedir que o golpista conclua
o mandato para o qual não foi eleito e como devolver a decisão ao povo;
-
alertando o conjunto de lideranças, organizações populares, sindicatos e
partidos, para o fato de que a direita já desencadeou nova ofensiva
criminalizante contra Lula e contra o conjunto da esquerda. E mostrando como
isto faz parte de um movimento mais amplo, que visa impedir que se
repita/retome o ciclo iniciado em 2003.
15.
Se o processo de julgamento for concluído com condenação ou se ficar publicamente
evidente que o julgamento será uma farsa com resultado previamente conhecido,
será imprescindível defender que se devolva ao povo o direito de decidir. As
várias propostas sobre como fazer isto (plebiscito, antecipação das eleições,
eleições presidenciais, eleições gerais, constituinte) supõe aprovação prévia
pelo Congresso. Portanto, sua materialização dependeria da própria maioria
congressual de direita querer aprovar alguma delas ou de uma imensa campanha democrática
que tenha mais sucesso do que as Diretas. Fora estes dois casos, o papel de
cada uma destas palavras de ordem é de propaganda e agitação.
16.
É absolutamente didático que a ação da PGR contra Lula e Dilma esteja
baseada nas declarações do senador Delcídio do Amaral. Por outro lado, que o “partido
aliado" considerado por alguns até há pouco como "prioritário"
esteja no centro da armação golpista. E, por fim, que só recentemente amplos
setores tenham percebido que para termos êxito na defesa da democracia era fundamental
mudar imediatamente a política econômica. Em certos momentos, dar cavalo de pau
é a atitude menos perigosa. Os exemplos confirmam o fracasso de uma determinada
linha política (programa, estratégia, táticas).
17.
Os que desde há muito alertavam para a tempestade que estava se armando, não
necessariamente serão capazes agora de propor uma linha adequada para o que vem
por aí. O que podemos e devemos é tentar contribuir:
a)
estimulando a compreensão da situação: estamos diante de uma difícil equação,
que pode ser resumida em defender uma radicalização na estratégia num ambiente
de refluxo tático;
b)
estimulando a organicidade, fortalecendo as organizações coletivas, a
auto-sustentação militante, as redes de comunicação;
c)
preparando o espírito e adotando medidas práticas para enfrentar a ofensiva
econômico-social, político-ideológica e jurídico-policial que se abate sobre o
conjunto da esquerda;
d)
estimulando a convicção de que esta contraofensiva conservadora será dura, mas
pode ser derrotada e será derrotada a medida que reconquistemos o apoio da
classe trabalhadora, especialmente da juventude, para um programa de
transformações democrático-populares e socialistas.
18. No caso
especifico do Partido dos Trabalhadores, esperamos que o Diretório Nacional
convoque um Congresso extraordinário do Partido, para aprovar outra linha
política e para discutir como fortalecer a direção nacional do Partido.
19. Não se confunda
isto com a discussão acerca da eficiência, qualidade e representatividade
política individual dos atuais dirigentes nacionais. Colocar a discussão nestes
termos desvia o foco do central: a linha política da maioria dirigente. Não se
trata, portanto, de debater indivíduos; mas sim de debater a renovação e
fortalecimento de um coletivo dirigente capaz de implementar uma nova linha
política.
20. Não será
fácil mudar a linha política, nem será fácil renovar/fortalecer a direção
partidária. Mas é isto que devemos fazer, se realmente compreendemos o tamanho
dos nossos problemas e a profundidade das mudanças necessárias para preservar o
PT. E sejamos claros: preservar o Partido dos Trabalhadores, manter a coesão da
energia social acumulada pela classe trabalhadora desde os anos 1980, é
condição essencial para atravessar com mais rapidez e menor custo os tempos bicudos
que temos pela frente.
Obrigada Valter Pomar por seus lúcidos e pertinentes "PALPITES", abrç, San
ResponderExcluirO CUMPAÑERO POMAR está corretíssimo.
ResponderExcluirTodas as suas inflexões e análises são coerentes com a voz da militância, dos sindicatos, de quem pensa e carrega todos os dias o pesado fardo da defesa intransigente do projeto de poder democrático e popular. Assino embaixo cada parágrafo e me coloco na linha de reverberação da "ordem do dia".
Se tivermos que descer a rampa, que o façamos com festa e muita alegria. A presidenta DILMA CORAÇÃO VALENTE ROUSSEFF bem o merece pois fez o melhor governos dos últimos 50 anos.
Walter tens mostrado os rumos neste vazio de formulação que o pt vive. Já falava alguns dias atrás de constituirmos um "governo" paralelo, como ja o fizemos no passado. Acho que a proposta do plebiscito das eleições proposto pelo PCdoB se ajusta mais pra esse momento.
ResponderExcluirEm relação ao PT defendo uma radicalidade militante, talvez num primeiro momento a convocação de um congresso extraordinário que deverá convocar um congresso estatuinte de refundação (não sei bem se o termo é este) ou renovação para, sim, impor uma maioria que dêem cabo ao projeto burocrático, personalista e pragmático que levou o PT a essa condição de partido da gestão da ordem burguesa.
Por fim, o apoio e o fortalecimento as duas frentes devem ser uma prioridade neste momento de crise golpista, bem como incentivar outras frentes de setores e segmentos sociais e profissionais que com a crise golpista estão incidindo na conjuntura como os estudantes que estão ocupando escolas, os intelectuais do Fórum 21 (aqui em Belém tem realizado a Ocupe a Praça da República), entre outras iniciativas.
A defesa dos partidos de esquerda contra a criminalização jurídica é também um processo que devemos lutar, mas podemos pensar em outros instrumentos de luta na ação eleitoral como a nossa capacidade de criarmos UMA FRENTE AMPLA DEMOCRÁTICA para a disputa eleitoral de 2018 que restaure o Programa Democrático e Popular para o Brasil.
Saudações e luta!
José Oeiras
Walter tens mostrado os rumos neste vazio de formulação que o pt vive. Já falava alguns dias atrás de constituirmos um "governo" paralelo, como ja o fizemos no passado. Acho que a proposta do plebiscito das eleições proposto pelo PCdoB se ajusta mais pra esse momento.
ResponderExcluirEm relação ao PT defendo uma radicalidade militante, talvez num primeiro momento a convocação de um congresso extraordinário que deverá convocar um congresso estatuinte de refundação (não sei bem se o termo é este) ou renovação para, sim, impor uma maioria que dêem cabo ao projeto burocrático, personalista e pragmático que levou o PT a essa condição de partido da gestão da ordem burguesa.
Por fim, o apoio e o fortalecimento as duas frentes devem ser uma prioridade neste momento de crise golpista, bem como incentivar outras frentes de setores e segmentos sociais e profissionais que com a crise golpista estão incidindo na conjuntura como os estudantes que estão ocupando escolas, os intelectuais do Fórum 21 (aqui em Belém tem realizado a Ocupe a Praça da República), entre outras iniciativas.
A defesa dos partidos de esquerda contra a criminalização jurídica é também um processo que devemos lutar, mas podemos pensar em outros instrumentos de luta na ação eleitoral como a nossa capacidade de criarmos UMA FRENTE AMPLA DEMOCRÁTICA para a disputa eleitoral de 2018 que restaure o Programa Democrático e Popular para o Brasil.
Saudações e luta!
José Oeiras
Walter tens mostrado os rumos neste vazio de formulação que o pt vive. Já falava alguns dias atrás de constituirmos um "governo" paralelo, como ja o fizemos no passado. Acho que a proposta do plebiscito das eleições proposto pelo PCdoB se ajusta mais pra esse momento.
ResponderExcluirEm relação ao PT defendo uma radicalidade militante, talvez num primeiro momento a convocação de um congresso extraordinário que deverá convocar um congresso estatuinte de refundação (não sei bem se o termo é este) ou renovação para, sim, impor uma maioria que dêem cabo ao projeto burocrático, personalista e pragmático que levou o PT a essa condição de partido da gestão da ordem burguesa.
Por fim, o apoio e o fortalecimento as duas frentes devem ser uma prioridade neste momento de crise golpista, bem como incentivar outras frentes de setores e segmentos sociais e profissionais que com a crise golpista estão incidindo na conjuntura como os estudantes que estão ocupando escolas, os intelectuais do Fórum 21 (aqui em Belém tem realizado a Ocupe a Praça da República), entre outras iniciativas.
A defesa dos partidos de esquerda contra a criminalização jurídica é também um processo que devemos lutar, mas podemos pensar em outros instrumentos de luta na ação eleitoral como a nossa capacidade de criarmos UMA FRENTE AMPLA DEMOCRÁTICA para a disputa eleitoral de 2018 que restaure o Programa Democrático e Popular para o Brasil.
Saudações e luta!
José Oeiras
Exclusivo! A trama internacional que sustenta o GOLPE NO BRASIL!!!
ResponderExcluirESPIONAGEM, CHANTAGEM, AMEAÇAS, CRIMES!!!
O acovardamento do STF e toda a JUSTIÇA brasileira tem um porquê!
Parlamentares amedrontados, instituições neutralizadas, compra de votos, O SUBMUNDO DO GOLPE que nos atinge.
Como será o amanhã? Como reagiremos? Como impediremos o enredo já traçado?
Leiam em: LUZ, CÂMERA, AÇÃO!!! A HORA DO CONTRAGOLPE CHEGOU!!!
https://rebeldesilente.wordpress.com/2016/05/04/luz-camera-acao-a-hora-do-contragolpe-chegou/
Quanto ao ítem 15, minha sugestão é de entrarmos, imediatamente, em ESTADO DE ASSEMBLEIA NACIONAL POPULAR CONSTITUINTE, debatendo com o povo brasileiro novas leis para a Constituição que foi rasgada pela elite com o GOLPE.
ResponderExcluirOs Deputados Federais e os Senadores do PT dever retornar, imediatamente, aos estados pelos quais foram eleitos e iniciarem a mobilização, junto com demais parlamentares do PT e demais esquerdas, chamando o povo a debater uma nova constituição.
Eles deverão debater com demais movimentos sociais, as novas leis e as mobilizações.
Em dois meses se recolhem as sugestões para a nova Carta Magna, em quatro se define a Nova Constituição.
No dia da votação do "IMPEACHMENT" já teremos uma nova Constituição pronta, caso a Dilma caia, impediremos a posse de TEMER com o povo na rua.
Antes disto, devemos ocupar as retransmissoras da REDE GLOBO e impedir que seus repórteres consigam fazer suas reportagens e matérias jornalísticas.
Junto a isto, todos os CONSULADOS E A EMBAIXADA ESTADUNIDENSE, em Brasília, devem, também, ter manifestações 24 hs por dia, para denunciar ao mundo a promoção do GOLPE no brasil, por este país terrorista.
Esta é, em resumo, a proposta para superarmos a crise que se abate sobre nosso país.
Vocês podem ler mais no blog REBELDE SILENTE: https://rebeldesilente.wordpress.com/
Att. Fábio Brito.
É isso aí, companheiro!
ResponderExcluirA nossa política é justa, mas para ser vitoriosa a correlação de forças têm que muito favorável. Desse modo, comunicação, organização, mobilização e agitação são as ações necessárias.
COMUNICAR, ORGANIZAR, MOBILIZAR E AGITAR!...Eis nossas tarefas!...