Ao Diretório Nacional do PT
A direção nacional da Articulação de Esquerda, tendência petista, encaminhou à Comissão executiva nacional e agora encaminha ao Diretório Nacional do Partido, o pedido de que se debate com urgência a questão abaixo descrita.
Diante dos últimos fatos, a saber:
1. Noticiário, não desmentido pelo governo federal até agora, sobre reorientação do Centro de Informações do Exército (CIE), no sentido de passar a monitorar os movimentos sociais;
2. Prisões cautelares de ativistas, totalmente ilegais, com fartas indicações de prévio conhecimento pelo Ministério da Justiça e posteriores manifestações favoráveis a essas operações policiais, tanto do MJ como da Advocacia Geral da União (RJ, RS e SP);
3. Prisões de lideranças indígenas pela Polícia Federal (RS);
4. Manifestação oficial do Ministério da Defesa, baseada em relatório das Forças Armadas, negando à Comissão Nacional da Verdade que tenha havido torturas e execuções durante a Ditadura Militar;
5. Violências cometidas contra quilombolas por Fuzileiros Navais e Exército (BA);
6. Morte de popular por contingentes das Forças Armadas e, no protesto subsequente, prisão e processo contra populares por desacato (RJ);
7. Continuação das chacinas de jovens negros e pobres, promovidas por grupos de extermínio ligados às Polícias Militares, especialmente em SP e no RJ,
8.Considerando, finalmente, que os atuais comandantes das Forças Armadas estão nos seus cargos desde 2007, embora tenham participado de um motim contra o governo Lula após o lançamento do PNDH-3.
Torna-se urgente que o Diretório Nacional do PT debata o cenário, levando em conta, especialmente, os riscos ao processo de democratização representados pela permanência, nas Forças Armadas, da ideologia e cultura antidemocráticas, antipopulares e profundamente reacionárias, atualizadas por um antipetismo visceral, expresso em inúmeras mensagens de generais que circulam pela sociedade extravasando seu ódio ao governo e ao PT.
Brasília, 13 de agosto de 2014
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