http://www.pagina13.org.br/2013/10/saiu-o-pagina-13-de-outubro-de-2013/
A filiação de Marina ao PSB e a permanência de Serra no PSDB obedecem ao mesmo princípio: unir forças para derrotar o PT. Como disse a ex-petista: derrotar “o chavismo petista”. Já o marqueteiro João Santana deu uma desastrada entrevista à Época, dizendo que Dilma vai ganhar no primeiro turno e chamando os adversários de “anões políticos”. Confirma-se assim que o PT precisa mudar. De estratégia, de tática, de organização. E conseguir um marqueteiro mais modesto, que não se considere nem atue como figura pública e dirigente partidário.
A filiação de Marina ao PSB e a permanência de Serra no PSDB obedecem ao mesmo princípio: unir forças para derrotar o PT. Como disse a ex-petista: derrotar “o chavismo petista”. Já o marqueteiro João Santana deu uma desastrada entrevista à Época, dizendo que Dilma vai ganhar no primeiro turno e chamando os adversários de “anões políticos”. Confirma-se assim que o PT precisa mudar. De estratégia, de tática, de organização. E conseguir um marqueteiro mais modesto, que não se considere nem atue como figura pública e dirigente partidário.
Esta edição do Página 13 dedica a maior parte de
seus textos ao processo de eleição das direções partidárias, o chamado PED.
Trazemos, também, um debate sobre o Pré-Sal, uma chamada para o Congresso da
Ubes, assim como uma homenagem ao companheiro Luis Gushiken.
No dia 2 de outubro, foi divulgada a lista
(supostamente) final de petistas aptos a votar no PED, dias 10 e 24 de novembro.
O número de filiados e filiadas aptos é de 806 mil.
O número ainda pode sofrer alterações, a depender de recursos pendentes.
Infelizmente, este número não é produto apenas da mobilização voluntária
dos filiados. Como todos sabem, ainda que não reconheçam publicamente, ele é
produto em certa medida de cotização coletiva disfarçada de cotização
individual.
Esta irregularidade pode gerar outra: os mesmos que fizeram cotização
coletiva disfarçada de individual, podem lançar mão de transporte irregular e,
inclusive, alteração de atas onde não houver fiscalização.
O mais grave, entretanto, é que não sabemos quanto
dos petistas estarão informados da existência e das propostas das diferentes
chapas e candidaturas, em âmbito nacional, estadual e municipal. Até o momento,
menos de 30 mil pessoas participaram ou assistiram algum dos debates
presidenciais.
A depender deste conjunto de fatores, a composição
do próximo Diretório Nacional do Partido pode excluir diversos setores, entre
os quais várias das chapas da esquerda petista.
Mais grave que isto, podemos ter um cenário em que
uma única chapa terá maioria absoluta, o que a experiência recente já
demonstrou ser meio caminho andado para o desastre.
A pluralidade no Diretório Nacional, e um segundo
turno para a disputa da presidência nacional do Partido, são importantes para a
democracia interna e esta é importante para o desempenho público do Partido. No
caso deste PED, um segundo turno presidencial é especialmente importante, tendo
em vista que até o momento o presidente em exercício e candidato à reeleição
tem escapado de emitir opinião sobre vários temas polêmicos.
Como jornal publicado por uma tendência petista, Página
13 tem óbvia posição nas eleições partidárias. Entendemos que o PT precisa
mudar.
Precisamos de autonomia financeira: um partido de
trabalhadores não pode depender de recursos do empresariado. Comunicação de massas,
com web, TV, rádio e imprensa todo dia. Formação política para nossa
militância. Reforçar vínculos com a juventude, a classe trabalhadora,
movimentos sociais, mulheres, negros, indígenas, movimento ambientalista e
lgbt. Direções que defendam as posições do PT, nas ruas e urnas, nos
parlamentos e governos. Que lembrem que Partido é partido, governo é governo. E
que ninguém, nenhuma liderança, nem mesmo o Lula e a Dilma, pode desrespeitar
as decisões adotadas pela base.
Entendemos, também, que o PT precisa de outra estratégia.
A estratégia adotada em 1995 não dá conta dos desafios que vivemos neste Brasil
de 2013. Precisamos de uma nova estratégia, para um Brasil que clama por
reformas estruturais, uma América Latina
que precisa de integração regional, um mundo em crise cuja solução está no
socialismo.
Uma estratégia que dê ênfase à governabilidade
social, que compreenda que vivemos num momento de fortes conflitos com o grande
Capital, com as direitas e com o imperialismo, e que para isso precisamos de aliados
de verdade, não de aliados que se comportam e votam como inimigos.
Defendemos que o PT precisa reeleger Dilma, para
fazer um segundo mandato melhor do que o atual. Um mandato marcado pelas
reformas estruturais: uma reforma política profunda, Assembleia Constituinte, Lei
da Mídia Democrática, reforma tributária progressiva, reforma agrária e urbana,
mais qualidade e financiamento das políticas públicas de transporte, de saúde,
de educação, de cultura etc.
Este é o programa para reeleger Dilma, manter os
atuais governos e eleger novos, ampliar nossa bancada no Congresso e nas
assembleias legislativas.
É com base nesse programa que reafirmaremos nossa
aliança com a grande maioria do povo, a juventude, a classe trabalhadora, quem
pode mudar nosso país.
É deste lado que estamos e por isto pedimos teu voto
e teu apoio militante para a candidatura de Valter Pomar e para a chapa “A
esperança é vermelha”.
Além disso, pedimos a todos os petistas e
simpatizantes que estimulem os debates, garantam a
fiscalização do processo eleitoral e votem nas chapas que fazem oposição ao
grupo atualmente majoritário no Partido, para garantir segundo turno na disputa
presidencial e para garantir um diretório nacional plural.
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