O Senado acaba de aprovar a anistia-para-criminosos-disfarçada-de-dosimetria.
A bancada do PT votou contra.
O presidente Lula sinalizou que irá vetar.
A única surpresa em todo o episódio foi o comportamento do atual líder do governo no Senado, senador Jaques Wagner.
Segundo a ministra Gleisi Hoffmann, o líder do governo teria cometido "erro lamentável", ao fazer um acordo que ajudou na celeridade da votação.
Erro?
Não foi um erro. Foi uma escolha, como o próprio Wagner admitiu: já que a anistia tinha maioria para ser aprovada, ele escolheu não opor resistência, em troca da votação de outra pauta de interesse do governo.
Há quem defenda a escolha feita por Wagner. É o caso daquele que nunca falha, o famoso Quaquá.
Da minha parte, acho que a escolha de Wagner foi um total desastre.
Acabamos de fazer grandes mobilizações contra a anistia-disfarçada-de-dosimetria; portanto, a escolha de Wagner está sendo considerada por muita gente como uma reles traição.
E, o que é pior, como se trata de uma escolha feita pelo "líder", mesmo negando ter agido em nome do governo, a atitude de Wagner alimentou a impressão de que estaríamos fazendo jogo de cena.
Não estamos.
Mas por isso mesmo Wagner deveria pedir demissão da liderança do governo. Ou deveria ser imediatamente substituído.
Seja como for, a atitude de Wagner neste episódio mostrou, para quem ainda não conhecia, o que é o cretinismo parlamentar, segundo o qual o mundo começa e termina dentro do Parlamento, onde esse tipo de toma-lá-dá-dá é considerado uma "arte".
Uma "arte" de cretinos.

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