quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Lula e Galípolo ou sobre como criar corvos

É conhecido o ditado: crea cuervos y te sacarán los ojos.

Cria corvos e eles comerão seus olhos.

Ajude inimigos e eles vão te causar dano.

Este ditado vem à mente, quando se lê o texto abaixo, publicado recentemente pela coluna Painel, da Folha de S.Paulo.

Lula libera auxiliares a aumentarem tom das críticas 
à gestão Galípolo no BC
Frustrado com o presidente do BC, Gabriel Galípolo, Lula deve 
liberar auxiliares diretos a aumentarem o tom das críticas à alta 
taxa de juros.  
O petista não pretende atacar diretamente Galípolo, indicado por 
ele, como fazia com seu antecessor no cargo, Roberto Campos 
Neto, que foi nomeado por Jair Bolsonaro. Mas, segundo um 
aliado, ele se sente surpreendido negativamente com a defesa 
enfática do atual BC ao patamar da Selic, de 15%. 
De acordo com um interlocutor, o petista pretende autorizar 
auxiliares como Alckmin, Haddad e Gleisi Hoffman a fazer 
críticas mais duras ao BC. Outro que deve ter essa prerrogativa 
é Guilherme Boulos, caso assuma a Secretaria Geral. 
Segundo esta fonte, o objetivo é não deixar a Faria Lima falando 
sobre o tema e oferecer um contraponto, com o argumento de 
que a economia já está esfriando e que a taxa pode baixar de 
forma segura. 
Para o governo, a discussão sobre política monetária não pode 
ser apenas técnica, mas também tem um componente político.

Lembro que no recente encontro nacional do PT, realizado nos dias 1, 2 e 3 de agosto de 2025, a maioria dos delegados rejeitou uma proposta que propunha que o Partido fizesse exatamente isso.

Recomendo aos interessados assistir o debate a respeito, em especial as falas contrárias (ou seja, favoráveis a manter o silêncio obsequioso do Partido frente à alta taxa de juros).

(Tentei achar o link, sem sucesso.)

O incrível é que há alguns poucos dias, em reunião da executiva nacional do PT, importante dirigente nacional argumentou que o Partido não deveria incluir em resolução uma crítica pública aos juros. Segundo o cidadão, o papel do Partido seria fazer chegar sua opinião crítica ao presidente.

Da defesa de um partido de vanguarda à exaltação do embargo auricular: assim caminha parte da humanidade.




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