sábado, 28 de junho de 2025

Vai ter segundo turno?


Sexta 27 de junho aconteceu o último debate entre os 4 candidatos que disputam a presidência nacional do PT.

Último… do primeiro turno.

A questão é: haverá segundo turno? 

Como não há pesquisas, o que podemos é especular sobre o óbvio.

A saber: o segundo turno depende da votação obtida pelas três candidaturas que propõem uma mudança na política seguida atualmente pelo Partido vis a vis a votação obtida pelo candidato supostamente favorito. 

Vale dizer que o suposto favoritismo tem algumas razões de ser.

Primeiro, as filiações realizadas recentemente. Embora critique as “filiações sem critério”, Edinho será o maior beneficiado por elas.

Segundo, o peso das “máquinas” do governo federal, de três governos estaduais, de vários governos municipais, de metade da bancada federal etc.

Terceiro, o abuso de poder econômico, tolerado por quem deveria fiscalizar e impedir esta distorção.

Quarto e paradoxalmente, a existência de disputas ferozes entre apoiadores de Edinho, notadamente na capital de São Paulo e nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro. Quanto mais feroz a disputa, mais gente é mobilizada por turmas que se enfrentam localmente mas que apoiam o mesmo candidato nacionalmente.

Quinto, as fraudes anunciadas.

Estes e outros fatores ampliam a vantagem que Edinho dispõe desde a largada, devido ao apoio de grupos que, no atual Diretório Nacional do PT, possuem somados mais de 50% dos votos.

Apesar disso tudo, pode haver segundo turno? Pode, por exemplo:

1/ se a situação política empurrar parte da base do Partido à votar em quem defende mudar a linha política;

2/se a participação da verdadeira militância superar o peso dos que Edinho demagogicamente denomina de filiados sem critério;

3/se as máquinas não operarem a todo vapor;

4/se houver uma fiscalização eficaz no dia 6 de julho.

Além disso, pode contribuir muito na realização do segundo turno a percepção de que Edinho simplesmente não sabe o que fazer na atual conjuntura política.

Até mesmo na tendência de Edinho existe muita gente incomodada com a atitude dele nos debates. 

Não se trata apenas do ar de enfado, do visível incômodo ao ser questionado e dos lugares comuns apresentados com ares de grande sabedoria. 

O que mais incomoda - até mesmo quem o apoia - é a ausência de qualquer opinião, de qualquer diretriz, de qualquer sugestão acerca de como enfrentar a direita neoliberal tradicional, que está em pé-de-guerra contra o governo.

Se este incômodo virar voto ou pelo menos abstenção de votar nele no primeiro turno, aumentam muito as chances de segundo turno.

Por isso, quem deseja mudança de rumos nos próximos dias deve combinar a intensa defesa de nossas chapas e candidaturas, com o apelo explícito em favor do segundo turno, quando será possível explicitar melhor as propostas (e a falta de propostas) de cada qual.

Assim o Partido evitará comprar gato por lebre.

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