Não faz tanto tempo assim, muita gente tinha dúvida em defender o Fora Bolsonaro. Aos que manifestavam dúvida, sempre dissemos: não dá para aceitar a permanência na presidência da República de um neofascista, de um miliciano, de um genocida, de alguém que só foi “eleito” graças a uma fraude.
Os fatos confirmam cada uma das acusações acima. O Supremo
reconheceu que Lula poderia ter sido candidato em 2018. E integrantes do
Supremo também reconheceram que o impeachment de Dilma se deu por razões
políticas; portanto, foi um impeachment ilegal, pois o Brasil não é parlamentarista:
só se afasta uma presidenta se ela tiver cometido crime de responsabilidade. E
não existiu crime de responsabilidade!
Portanto, Dilma deveria ter governado até 2018 e Lula
deveria ter sido candidato. Ambos foram tirados de maneira fraudulenta,
beneficiando a eleição de um cavernícola que assume publicamente suas posições
de extrema direita e seus vínculos com os milicianos. E que, conforme
fartamente demonstrado pela CPI da Covid, contribuiu de maneira direta e indireta
para a morte de centenas de milhares de brasileiros e brasileiras.
Por tudo isso, o impeachment é a única resposta possível.
Apesar disso, muita gente dizia (e alguns seguem acreditando) que o impeachment
é perigoso, pois saindo Bolsonaro entrará Mourão. Quem pensa assim, trabalha
com um único cenário: o do cumprimento estrito do que hoje a Constituição
prevê. Mas o que vimos desde 2016 é exatamente o contrário: o descumprimento da
Constituição e/ou a alteração da Constituição sempre que isso era necessário
para beneficiar as elites. Aliás, hoje estas elites já começam a falar em “semi-presidencialismo”.
Sendo assim as coisas, devemos lutar não apenas pelo
impeachment, mas também lutar para constituir uma maioria congressual que estabeleça
a convocação imediata de eleições presidenciais em caso de impeachment do
presidente. Afinal, tirar Bolsonaro e colocar Mourão não resolverá os problemas
do país. Os fatos recentes mostram que – além do comportamento ditatorial de
sempre – os militares estão metidos em corrupção do quepe ao coturno. Esta gente deve ser mandada, não para os quartéis, mas para a prisão.
E por falar em corrupção, cabe sempre lembrar: o grande
problema do país são os que assaltam o dinheiro público a luz do dia e dentro
da “lei”. Os banqueiros, o agronegócio, os mineradores, os grandes capitalistas
que são beneficiados por decisões do Congresso, do governo e do judiciário. Os que
assaltam o dinheiro público fora da lei devem ser punidos, mas eles são café
pequeno – os grandes criminosos roubam muito mais, ficam com mais da metade do
orçamento público nacional.
Por isso, não vamos esquecer: queremos Fora Bolsonaro, queremos
que junto saiam Mourão e os militares, mas principalmente queremos interromper
as políticas contrárias à soberania nacional, ao bem estar social e às
liberdades democráticas. Políticas que são apoiadas pelos bolsonaristas, mas
também pelo DEM, pelo PSDB, pelo MDB e por todos os outros que agora criticam o
cavernícola, mas que antes o ajudaram a chegar no governo e que seguem votando
nas suas propostas de destruição nacional.
As manifestações de 29 de maio, 19 de junho, 3 de julho e 24
de julho são o caminho: só a luta impedirá a catástrofe. Fora Bolsonaro, fora Mourão,
seu governo e suas políticas!
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