Acabo de ler a entrevista concedida pelo companheiro Raul Pont ao Sul21.
A entrevista pode ser lida neste endereço:
http://www.sul21.com.br/jornal/pt-rs-quer-congresso-extraordinario-ja-sem-mudanca-situacao-fica-insustentavel-diz-pont/
Há alguns trechos da entrevista com os quais estou de acordo.
Mas estou em total desacordo com a opinião de Raul sobre o que fazer, caso o Diretório Nacional aprove realizar o PED antes de realizar o Congresso do Partido.
Segundo Raul, "se a maioria decidir contra a realização do congresso extraordinário, independentemente da marcação do PED para março ou abril, a ideia do Muda PT é chamar um encontro extraordinário para quem quiser participar".
De fato, esta proposta de realizar um encontro extraordinário existe desde que acabou o V Encontro do Partido, realizado no primeiro semestre de 2015.
E, na hipótese do DN aprovar a realização do PED, é correto fazer um encontro extraordinário aberto a todos que desejam mudar o Partido.
Mas não estamos de acordo, de forma alguma, com os objetivos que Raul estabelece para este possível encontro.
Segundo Raul, o objetivo deste encontro seria "ver se temos força, unidade e coesão suficientes para construir outro partido ou promover uma saída organizada do PT buscando a formação de uma frente com outras forças políticas do campo da esquerda. Esse encontro seria realizado independentemente de a direção do partido legitimar ou não".
Esta é a opinião de Raul Pont, salvo é claro se Sul21 tiver editado incorretamente sua entrevista.
Mas esta não é a opinião da tendência petista Articulação de Esquerda.
Tampouco é a opinião do Muda PT, um espaço onde decisões são tomadas por consenso e que nunca aprovou a proposta de um encontro com esta pauta proposta por Raul.
Caso seja necessário realizar um encontro extraordinário, este deve ter como objetivo debater e aprovar medidas para continuar nossa luta por mudar o PT.
Em hipótese alguma participaremos de qualquer iniciativa que tenha como propósito, para usar as palavras de Raul, "construir outro partido ou promover uma saída organizada do PT".
Além de discordarmos deste propósito, discordamos também do pretexto apresentado.
Somos a favor de um congresso plenipotenciário. Este congresso deve, inclusive, poder eleger uma nova direção. Mas também pode decidir manter o PED e dar ao PED a tarefa de eleger uma nova direção.
Quem transforma o PED em questão de princípio é uma parte do grupo que hoje controla a direção partidária.
A esquerda do Partido não deve e não pode cometer o mesmo erro, ou seja, converter a eventual continuidade do PED numa espécie de "limite final".
Tampouco devemos dar, aos que defendem o PED como questão de princípio, o argumento de que do outro lado estão pessoas que desistiram do Partido.
De qualquer ponto de vista, portanto, a posição de Raul é um equívoco.
A sobrevivência do PT está sendo ameaçada por uma combinação entre os exitosos ataques da direita e os erros cometidos pelo Partido ou por setores dele.
Desistir do PT por conta dos erros continuados cometidos por uma parte de sua direção, apenas contribuirá para o êxito da direita.
O PT pode ter sofrido uma grande derrota, pode ter diminuido de tamanho e pode estar correndo risco de vida.
Mas mesmo assim, o PT continua sendo muito maior do que sua direção.
Concordamos com Raul Pont, quando ele afirma que a "campanha organizada pela grande mídia cumpriu seu papel: está destruindo os partidos e a democracia. Nós precisamos ter um partido forte para enfrentar esse processo".
Também concordamos com Raul quando ele diz que "precisamos recuperar o PT para essa tarefa".
Mas é impossível concordar com Raul quando ele diz a seguir: "ou construir outra coisa".
Não é possível concordar, porque não existe como "construir outra coisa" que seja capaz de "enfrentar esse processo" que estamos vivendo.
Basta ver o que aconteceu com os que saíram do PT no último período, inclusive os que saíram apresentando argumentos "de esquerda".
Aliás, não vamos nos iludir: muitos dos que falam em sair do PT, agem motivados pelo mesmo pragmatismo eleitoral que ajudou a levar o PT à crise em que nos metemos.
A real disjuntiva não é, como diz Raul, mudar o PT ou construir outro Partido.
A real disjuntiva é mudar o PT ou ser destruído pela direita.
Nesta segundo hipótese, caberia a outras gerações, noutro momento histórico e noutra situação, começar de novo.
Não gosto muito deste tipo de frase, mas para deixar claro o que eu penso, diria que a nós cabe lutar para vencer ou "morrer tentando".
Isto quer dizer que devemos aceitar passivamente qualquer decisão que o Diretório adote?
Não, claro que não.
O que queremos dizer é: há várias outras formas de rebeldia contra uma direção equivocada.
A única que não aceitamos é aquela que ajuda nossos inimigos externos e nossos adversários internos.
A entrevista pode ser lida neste endereço:
http://www.sul21.com.br/jornal/pt-rs-quer-congresso-extraordinario-ja-sem-mudanca-situacao-fica-insustentavel-diz-pont/
Há alguns trechos da entrevista com os quais estou de acordo.
Mas estou em total desacordo com a opinião de Raul sobre o que fazer, caso o Diretório Nacional aprove realizar o PED antes de realizar o Congresso do Partido.
Segundo Raul, "se a maioria decidir contra a realização do congresso extraordinário, independentemente da marcação do PED para março ou abril, a ideia do Muda PT é chamar um encontro extraordinário para quem quiser participar".
De fato, esta proposta de realizar um encontro extraordinário existe desde que acabou o V Encontro do Partido, realizado no primeiro semestre de 2015.
E, na hipótese do DN aprovar a realização do PED, é correto fazer um encontro extraordinário aberto a todos que desejam mudar o Partido.
Mas não estamos de acordo, de forma alguma, com os objetivos que Raul estabelece para este possível encontro.
Segundo Raul, o objetivo deste encontro seria "ver se temos força, unidade e coesão suficientes para construir outro partido ou promover uma saída organizada do PT buscando a formação de uma frente com outras forças políticas do campo da esquerda. Esse encontro seria realizado independentemente de a direção do partido legitimar ou não".
Esta é a opinião de Raul Pont, salvo é claro se Sul21 tiver editado incorretamente sua entrevista.
Mas esta não é a opinião da tendência petista Articulação de Esquerda.
Tampouco é a opinião do Muda PT, um espaço onde decisões são tomadas por consenso e que nunca aprovou a proposta de um encontro com esta pauta proposta por Raul.
Caso seja necessário realizar um encontro extraordinário, este deve ter como objetivo debater e aprovar medidas para continuar nossa luta por mudar o PT.
Em hipótese alguma participaremos de qualquer iniciativa que tenha como propósito, para usar as palavras de Raul, "construir outro partido ou promover uma saída organizada do PT".
Além de discordarmos deste propósito, discordamos também do pretexto apresentado.
Somos a favor de um congresso plenipotenciário. Este congresso deve, inclusive, poder eleger uma nova direção. Mas também pode decidir manter o PED e dar ao PED a tarefa de eleger uma nova direção.
Quem transforma o PED em questão de princípio é uma parte do grupo que hoje controla a direção partidária.
A esquerda do Partido não deve e não pode cometer o mesmo erro, ou seja, converter a eventual continuidade do PED numa espécie de "limite final".
Tampouco devemos dar, aos que defendem o PED como questão de princípio, o argumento de que do outro lado estão pessoas que desistiram do Partido.
De qualquer ponto de vista, portanto, a posição de Raul é um equívoco.
A sobrevivência do PT está sendo ameaçada por uma combinação entre os exitosos ataques da direita e os erros cometidos pelo Partido ou por setores dele.
Desistir do PT por conta dos erros continuados cometidos por uma parte de sua direção, apenas contribuirá para o êxito da direita.
O PT pode ter sofrido uma grande derrota, pode ter diminuido de tamanho e pode estar correndo risco de vida.
Mas mesmo assim, o PT continua sendo muito maior do que sua direção.
Concordamos com Raul Pont, quando ele afirma que a "campanha organizada pela grande mídia cumpriu seu papel: está destruindo os partidos e a democracia. Nós precisamos ter um partido forte para enfrentar esse processo".
Também concordamos com Raul quando ele diz que "precisamos recuperar o PT para essa tarefa".
Mas é impossível concordar com Raul quando ele diz a seguir: "ou construir outra coisa".
Não é possível concordar, porque não existe como "construir outra coisa" que seja capaz de "enfrentar esse processo" que estamos vivendo.
Basta ver o que aconteceu com os que saíram do PT no último período, inclusive os que saíram apresentando argumentos "de esquerda".
Aliás, não vamos nos iludir: muitos dos que falam em sair do PT, agem motivados pelo mesmo pragmatismo eleitoral que ajudou a levar o PT à crise em que nos metemos.
A real disjuntiva não é, como diz Raul, mudar o PT ou construir outro Partido.
A real disjuntiva é mudar o PT ou ser destruído pela direita.
Nesta segundo hipótese, caberia a outras gerações, noutro momento histórico e noutra situação, começar de novo.
Não gosto muito deste tipo de frase, mas para deixar claro o que eu penso, diria que a nós cabe lutar para vencer ou "morrer tentando".
Isto quer dizer que devemos aceitar passivamente qualquer decisão que o Diretório adote?
Não, claro que não.
O que queremos dizer é: há várias outras formas de rebeldia contra uma direção equivocada.
A única que não aceitamos é aquela que ajuda nossos inimigos externos e nossos adversários internos.
Essa postura de buscar uma solução fora do PT é a que mais satisfação daria aos nossos inimigos de classe. A grande imprensa já começa a estimular esse debate. A Folha já pautou esse assunto. O PT hoje é maior que todos nós juntos e uma necessidade. O conjunto dos movimentos sociais, mesmo aqueles não petistas nos têm como referência. A construção de alternativas reais da esquerda passa pelo PT. A aniquilação do PT nessa conjuntura terá um impacto enorme. Muiti maior que a do PCB no passado.
ResponderExcluirÉ de extrema irresponsabilidade uma proposta como essa dw Pont?
Concordo plenamente com o camarada Luis Sergio e com o camarada Valter. Devemos transformar o PT num partido de esquerda, proletário e revolucionário, mas que aglutine as mais diversas correntes, tendências e movimentos sociais. Criar mais um grupelho de "siris na lata (só fazem barulho!)" só iria inviabilizar ainda mais a luta por um Brasil socialista. Não só não devemos partir ainda mais o campo progressista, criando mais um partido, como devemos, ao lado de mudar o PT, congregar os movimentos sociais, sindicatos e partidos de esquerda numa ampla frente de resistência e luta. Vamos desmentir o dito de que a esquerda só se une na cadeia!
ExcluirQue absurdo!!! Isso é fazer o jogo do adversário. Ao invés de procurar como refortalecer, vem com essa besteira. Parece até artigo de inimigo...
ResponderExcluirEsses grupelhos revestidos e alimentados pela moral burguesa.
ExcluirÉ a turma que se diz de esquerda, mas ajuda a direita!...
ResponderExcluirPrecisamos combater essa postura no PT de se comportar como pecadores!...
No presente momento, quando sofremos derrota e o inimigo tem sucesso, precisamos de líderes corajosos, que não perdem a cabeça, que não se amedrontam, que não entram em pânico, que não se entregam ao desespero frente aos revesses.
Demonstrar coragem não vale só para o período de sucesso, mas também para o período de refluxo.
Valter, concordo plenamente com voce. Ajudei a construir o PT neste Amazonas desde o início. Guardo todos os passos de sua construção aqui e no país. Varios amigos e amigas, desistiram e tentaram construir outros ou caminharam com outros partidos de esquerda. Muito mais depressa apareceram os equivocos, do que na caminhada do PT, que pelo menos aqui caminhou unido e democraticamente até 1990, quando começaram as interferencia via cúpula, de gente que achava que deveriamos nos aliar rumo centro (direita). Questionamos, mas fomos vencidos. Assim de cima vieram determinaçoes que violaram todos os principios que construiram o partido: Em vez dos 30% que os eleitos... deveriam dar ao partido, recorreram às mazelas da direita submetendo-se às propinas das empresas, desapareceram os cursos de formação política e o partido inchou de filiados, que so acobertaram as ânsias de poder das cúpulas, despresaram-se da mesma forma, os principios do partido na escolha ou indicação dos cargos federais, após a vitória de lula, indicando apenas os apaniguados das cúpulas antidemocraticas no poder... Acho que a grave crise do momento, favorece a retomada do PT com a força de suas origens. Agora a maiora que estava aí só para mamar nos sucessos cultivando ou aplaudindo a ânsia de poder vai deixar o PT e não voltarão para incomodar. Estamos em um ótimo momento para retomar o Pt que realmente incomodou e
ResponderExcluirincomoda a Casa Grande
O Partido precisa - com atraso sofrível - se reorganizar para um tempo de guerra. Ação, em pé de guerra, e, não, posturas administrativas que não resolvem absolutamente nada !...
ResponderExcluirO grupo que fundou o PSOL tentou isto e só ajudou a direita se fortalecer. A HH nem está mais com eles, porque agora é financiada pelo Itaú da Marina, na REDE (e o Randolfe, o radicaloide do senado, também está na tal REDE). O freixou não tem condições de vencer no Rio, por causa do sectarismo de esquerda purista. Por isto concordo que é necessário lutar e, mesmo que não se consiga vitória, a ética do guerreiro é a de morrer lutando (esta luta sempre renasce das cinzas; como o PT renasceu das cinzas da lutas anteriores a 1980).
ResponderExcluirO PT é maior até do que o número de filiados, ou será que alguém pensa que menos de 2 milhões de filiados é o total de cidadãos vinculados ao PT? Os 20% a 30% do eleitorado que sempre votou no PT, nesta ou naquela grande cidade não são PT também?
Para quem está de fora da máquina partidária, os que sofrem com o peso de declarar apoio e voto ao PT de dois em dois anos, o pior que pode acontecer é ver lideranças abandonarem o partido, como Marta, ex Suplicy; ou Cristovam; ou Marcela e Paulo Búfalo; ou Luciana Genro; ou Chico Alencar; ou ou ou ou...
Eles foram, nós, eleitores do PT, ficamos.
Concordo plenamente,Valter Pomar. Ao invés de se posicionar à esquerda no partido e lutar por suas ideias e interesses de classe, um grupo equivocado quer seguir o caminho do PSOL e do PSTU e tentar acabar com o PT, para que propósito, não se sabe. Derrotas sempre fizeram parte da história do PT que, apesar das divergências internas, mesmo com a defecção de alguns, conseguiu manter o brilho das estrelas, tão admirado por parte significativa da nação. Criar outro "partideco" de extrema-esquerda é tudo que a direita quer para tornar mais fácil seus interesses de classe. Basta de sectarismo. Que a maldição da estrela caia sobre as cabeças de pessoas tão pouco interessadas nas conquistas dos trabalhadores. Quanto mais dividida a esquerda, melhor para os exploradores do povo.
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