domingo, 3 de novembro de 2013

Comentários sobre o texto da Folha de S. Paulo

No dia 2 de novembro de 2013, a Folha de S.Paulo publicou uma matéria sobre o PED 2013, assinada por Marina Dias e por Diógenes Campanha.

A matéria motivou uma reação do Markus Sokol, contra o que ele corretamente considerou uma distorção de suas palavras.

Da minha parte, faço os seguintes comentários sobre o que foi publicado pela Folha:

1.Lula não é articulador da "recondução" do Rui. Tecnicamente, Rui é como um "interino", pois foi eleito pelo DN depois do afastamento do Dutra. Melhor dizer que Lula busca articular sua eleição.

2.O objetivo de Lula não parece ser "isolar as alas petistas que criticam as alianças". O objetivo é mais simples: ter um presidente que no limite acate suas orientações, sobre assuntos variados, inclusive mas não apenas as alianças. Até porque o mandato dos eleitos agora será de 4 anos.

3.O "governo de coalizão" não é o principal alvo da crítica dos outros cinco candidatos, noves fora Rui. Não é o alvo principal, por exemplo, do Paulo Teixeira. Quanto a mim, não estou de acordo com a atual política de alianças, mas considero que o atual governo de coalizão, a atual governabilidade, decorre de uma estratégia. Por isto o principal alvo de minha crítica é a estratégia atual, que defendo alterar.

4.Não defendo a "qualificação das alianças". Quem defende isto e usa estas palavras é o Paulo Teixeira. Eu defendo aliança com base em programa etc. Chamar isto de "qualificação" é algo que eu nunca fiz.

5.Paulo Teixeira não é "dono" de cerca de 17% dos votos petistas. Ninguém é dono de ninguém. A Folha não deveria empregar esta palavra.

6.A Folha me atribui a frase: "Para conseguir um mandato Dilma superior ao primeiro, precismaos mudar a política que segue a lógica da governabilidade". Até "precisamos mudar a política" é o que eu penso. Mas esta política não "segue a lógica da governabilidade". É o contrário: é a lógica da governabilidade institucional, com estes aliados que estão aí, que segue a lógica da política (estratégia de mudança sem reformas).

7.Não estou incomodado com a participação atuante de Lula. Ele tem todo o direito de tomar posição. Lamento e critico, contudo, a contradição entre seu discurso a favor da renovação, e seu apoio ao candidato que expressa o continuísmo.

8.Na tabela publicada pela Folha, fala-se que a chapa de que faço parte é composta majoritariamente por integrantes da própria corrente, mas não se diz o nome da chapa A Esperança é Vermelha, nem o nome da tendência Articulação de Esquerda.

9.Segundo a mesma tabela, Rui Falcão é apoiado por duas chapas. Faltou citar entre seus apoios a chapa do Movimento PT. Sem isto, a soma dos percentuais será menor que 100%.

10.O que está esgotado é a estratégia, não o "modelo". Não uso a palavra "modelo" para me referir a estratégia. O modelo em si não está esgotado, pois não se trata exatamente de um modelo, mas de uma estratégia. Que se esgota não pelos seus problemas endógenos, mas pela interação destes problemas com o entorno (se não houvesse crise internacional, por exemplo, a estratégia ainda não teria se esgotado);

11.Vários setores do PT são contra a aliança com o PMDB, mas não por ele ser capitalista, mas sim por ser conservador e contrário a mudanças profundas na sociedade brasileira.

12.Não apareceu nada, na matéria, acerca das propostas relativas ao funcionamento do Partido.

13.Os títulos e as linhas-finas são de responsabilidade integral dos editores, que forçaram a barra ao, referindo-se a Sokol, falar que "corrente sustenta que vale a pena romper com o PMDB e sacrificar a reeleição de Dilma". Como o próprio Sokol, insuspeito, explicou, não é esta a posição dele.


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