À militância petista
À militância
que apoiou a chapa “Em tempos de guerra, a esperança é vermelha” e a
candidatura de Valter Pomar à presidência nacional do PT
À militância
que apoiou nossas chapas e candidaturas nos estados e cidades do Brasil
A direção
nacional da tendência petista Articulação de Esquerda (Dnae), reunida no dia 9 de
julho de 2025, saúda quem vai neste dia 10 de julho às ruas, exigir que os
ricos paguem impostos e defender a vida além do trabalho. Que as manifestações marcadas
para 10 de julho continuem acontecendo: só a luta transforma a vida! E que se convoquem manifestações também em defesa da soberania nacional, contra a ingerência aberta e descarada praticada pelo governo Trump, em conluio criminoso com a extrema direita cavernícola e vende pátria!!
A direção
nacional da Articulação de Esquerda saúda, também, as centenas de milhares de
petistas que participaram, nos últimos meses, do processo de eleição direta
(PED) das direções do PT. A militância é a grande riqueza do PT!
O PED ainda
não terminou. A totalização prossegue, assim como a conferência dos dados. Há
recursos para serem votados, alguns deles abordando irregularidades
gravíssimas, que mostram como nossa vida interna está sendo contaminada pelos
piores hábitos da política tradicional. E, além disso, no dia 13 de julho,
domingo próximo, vai acontecer o PED em Minas Gerais.
Orientamos a
militância a seguir atenta: destes últimos passos depende o tamanho da nossa
presença nos diretórios partidários e, em especial, nossa presença na comissão
executiva nacional do Partido. Cada voto conta!
Como o
processo ainda não concluiu, não emitimos ainda nenhuma manifestação oficial
sobre o resultado nacional, inclusive sobre a eleição para presidente nacional
do Partido. Não se trata de uma formalidade: infelizmente, tanto na entrada
quanto na saída, o atual presidente nacional do PT segue operando como
representante de uma chapa, não como árbitro de um processo democrático. Não se divulga o resultado de um processo que ainda não foi concluído!
Tão logo o
processo se conclua, a direção nacional da AE divulgará uma nota. Nesta nota
faremos menção aos resultados, mas também às condições em que se deu o
processo. Nosso foco principal, contudo, será nas consequências políticas, que
desde já resumimos da seguinte forma: teremos na presidência do Partido alguém
que agirá como “braço direito” do governo.
Concluído o
processo, teremos pela frente algumas tarefas imediatas, que resumimos a
seguir:
1/indicar
nossa delegação ao encontro nacional de 1 e 2 de agosto. A direção nacional
aprovará a nominata no dia 15/7, levando em consideração os seguintes
critérios: paridade, cotas, representação política, representação regional e
tarefas no encontro;
2/indicar
nossos representantes na direção nacional do Partido. A direção nacional
aprovará a nominata em reunião dia 16/7, levando em consideração os seguintes
critérios: paridade, cotas, representação política, representação regional e
tarefas no próximo período;
3/realizar o
balanço do PED. Pedimos a cada direção municipal que nos envie, para publicação
no jornal Página 13, o balanço completo do processo em sua respectiva cidade.
Também pedimos a cada direção estadual que nos envie, para publicação no jornal
Página 13, o balanço completo do processo em seu respectivo estado. Com base
nesses balanços, a direção nacional vai debater e aprovar um balanço nacional,
que será igualmente publicado no Página 13;
4/preparar
uma edição impressa do jornal Página 13, para distribuir no encontro nacional
do PT, dias 1 e 2 de agosto. Para tal, os artigos devem ser enviados no máximo
até o dia 17 de julho;
5/realizar
uma plenária nacional da AE, na véspera do encontro nacional de 1 e 2 de
agosto, reunindo a Dnae, a delegação nacional e toda a militância que possa
participar. Nessa plenária debateremos as propostas que apresentaremos ao
Encontro Nacional do PT;
6/realizar,
nos dias 28, 29 e 30 de novembro, na cidade de São Paulo (SP), o 10º Congresso
nacional da AE. Neste Congresso, além das resoluções políticas e organizativas,
elegeremos a nova direção nacional da tendência. O regulamento deste congresso
será divulgado posteriormente, bem como o projeto de resolução.
De antemão,
a direção nacional destaca que travamos o bom combate, em defesa das coisas
justas e belas. E conseguimos vitórias importantes, nos estados e municípios,
que devem ser valorizadas, inclusive realizando atividades nos próximos meses,
com a presença da direção nacional da tendência.
Valorizamos
e agradecemos também as centenas de pessoas que apoiaram financeiramente nossa
campanha, numa demonstração de que é possível ter finanças militantes.
No que diz
respeito ao processo nacional, segundo a última totalização (que não é
definitiva) teriam votado 450.818 pessoas em todo o Brasil, de um eleitorado
total apto a votar composto por 2.949.507 filiados e filiadas.
Ou seja, um
comparecimento de 15%. A depender de quantas pessoas votem em Minas Gerais, o total
de participantes no PED 2025 girará ao redor de 500 mil pessoas.
Em
comparação a outros partidos políticos existentes no Brasil, é um grande feito.
Em comparação ao desempenho do próprio PT, nem tanto. Afinal, em 2001 votaram
221 mil pessoas; em 2005 votaram 314 mil pessoas; em 2007 votaram 326 mil
pessoas; em 2009 votaram 518 mil pessoas; em 2013 votaram 421 mil pessoas; em
2017 não dispomos do número; em 2019 votaram 351 mil pessoas.
O número
alcançado até agora (450 mil) está dentro das estimativas, que oscilavam entre
400 e 600 mil participantes. Entretanto, é preciso registrar que em fevereiro
de 2025 foram registradas 340 mil novas filiações. Quando comparamos o
comparecimento (450 mil) com o número de novas filiações (340 mil), fica
evidente que tinham razão os que diziam ser necessário fazer um
recadastramento, pois tratava-se de um “número excessivo” e fortemente
artificial.
Depois que
secretaria nacional de organização divulgar o resultado por estados e cidades,
será necessário estudar a distribuição regional e municipal desses votos, o que
certamente revelará outras interessantes novidades.
Segundo a
mesma totalização, Edinho Silva teria conseguido 311.348 votos ou 73% do total
de votos válidos, que seriam 424.944.
O
significado destes números fica evidente quando comparamos com o resultado de
outros PED, nos quais o comparecimento foi proporcionalmente maior, apesar do
número total de filiados ser muito menor: Dirceu em 2001 teve 113 mil votos
(55,6%); Berzoini em 2005 teve no primeiro turno123 mil votos (42%) e 115 mil
votos no segundo turno (51,6%); o mesmo Ricardo Berzoini em 2007 teve no
primeiro turno131 mil votos (43%) e 69 mil votos (62%) no segundo turno; José
Eduardo Dutra teve em 2009 274 mil votos (58%); Rui Falcão em 2013 teve 268 mil
votos (69,5%).
Nos dois
processos posteriores, a eleição não foi direta. Nos respectivos congressos
nacionais do Partido, entre as delegações Gleisi Hoffmann teve 62% dos votos em
2017 e 71,5% dos votos em 2019.
Portanto, em
números proporcionais o resultado obtido por Edinho Silva é similar ao obtido
por Rui Falcão e Gleisi Hoffman, confirmando o seguinte: quando se alia a
outras tendências partidárias, a candidatura apoiada pela “Construindo um Novo
Brasil” conquista cerca de ¾ dos votos válidos.
Isso, assim
como o resultado obtido nas chapas, sobre o qual falaremos a seguir, é produto
de um combo de fatores: em primeiro lugar, a força política acumulada há
décadas; e também as filiações em massa, o uso das máquinas (governo federal,
governos da Bahia, Piauí e Ceará, dezenas de prefeituras, dezenas de mandatos
parlamentares), o abuso de poder econômico, o apoio da mídia comercial, a
parcialidade de inúmeras direções partidárias e, inclusive, a interferência
aberta de políticos de partidos de direita.
Tudo o que
sempre dissemos sobre o PED, se confirma: na forma como é realizado hoje, traz
para dentro do Partido os piores hábitos da política tradicional, o que
significa desde transporte empresarial de eleitores até compra aberta de votos.
Sendo este o
contexto, o desempenho das três outras candidaturas presidenciais precisa ser
analisado com detalhe.
Segundo a
mesma totalização divulgada pela secretaria nacional de organização, Rui Falcão
teria recebido 49.572 votos ou 11,67% dos votos válidos; Romênio Pereira teria
recebido 44.167 votos ou 10,39% dos votos válidos; e Valter Pomar teria
recebido 19.857 votos ou 4,67% dos votos válidos. Estes números devem se
alterar, depois que forem incluídos os votos de Minas Gerais.
Cabe lembrar
que a candidatura de Rui Falcão foi apoiada por um combo de tendências, que ele
próprio fazia questão de enumerar em cada um dos debates de que participou:
setores do Novo Rumo, Avante, Democracia Socialista, Diálogo e Ação Petista,
Militância Socialista e outros segmentos.
Já as
candidaturas de Romênio Pereira e de Valter Pomar foram “solteiras”, ou seja, lançadas
por suas respectivas
tendências, a saber: Movimento PT e Articulação de Esquerda.
Cabe
lembrar, ainda, que havia uma desproporção total no que diz respeito aos apoios
recebidos por cada uma destas candidaturas, no que diz respeito a deputados
federais, deputados estaduais, vereadores e presidentes de diretórios
partidários, entre outros. Como um voto vale um voto, nada disto altera os
resultados em si, mas deve ser levado em conta, mostrando a força relativa da
militância da AE e da difusão de nossas posições, o que ficará mais explícito
quando dispusermos dos resultados detalhados por estados e por cidades.
No que diz
respeito às chapas, o resultado foi o seguinte: a chapa da CNB teve 51,62% dos
votos; a chapa do Movimento PT recebeu 12,21% dos votos; a chapa da Resistência
Socialista recebeu 11,22% dos votos; o “Campo Popular”, um combo de tendências
(EPS, Novo Rumo, Avante, Socialismo em Construção, Movimento Brasil Popular) recebeu 10,74% dos votos; a
chapa Muda PT, um casamento entre as tendências Democracia Socialista e
Militância Socialista, alcançou 7,34% dos votos; a chapa Esperança Vermelha recebeu
3,88% dos votos; a chapa da “Tribo” recebeu 1,81%; a chapa do Diálogo e Ação
Petista recebeu 1,18%.
Estes
resultados todos devem sofrer alterações, em alguns casos significativas,
depois que forem incorporados os votos de Minas Gerais. Só então, bem como
depois da votação dos recursos, é que será conhecida a composição do Diretório
Nacional e da Comissão Executiva Nacional.
No caso da
CNB, além do número de cadeiras conquistadas no Diretório, é preciso conhecer
quem serão as pessoas indicadas. Afinal, como é público, a tendência
Construindo um Novo Brasil segue com divergências internas profundas, o que se
traduziu inclusive em várias chapas e candidaturas concorrentes em vários
estados e em várias cidades do país. Paradoxalmente, esta disputa, que em
alguns casos se transformou em batalha campal, engordou a votação nacional da
chapa da CNB.
No caso das
chapas-combo (Campo Popular, Muda PT), é preciso conhecer como ficará a
distribuição entre as forças internas, o que permitirá conhecer o tamanho
aproximado de cada tendência. Na mesma linha, é preciso considerar o resultado
obtido nas disputas pelas direções estaduais e municipais. Numa análise
preliminar, entendemos que a AE se saiu relativamente bem com outras forças
integrantes da mal denominada “esquerda petista”. Mas, repetimos, do ponto de
vista político muito depende do resultado de Minas Gerais e de seu impacto
sobre a composição da executiva nacional do PT.
Sobre o que
não pode haver dúvida, entretanto, é que a tendência CNB ampliou sua maioria no
Diretório Nacional, completando trinta anos de hegemonia ininterrupta, mesmo
com altos e baixos. A dúvida é saber quais os efeitos disto sobre a atuação do
PT, na atual conjuntura mundial e nacional, em particular levando em
consideração as políticas e as atitudes defendidas, durante o PED, pelo
candidato à presidência nacional lançado pela CNB.
Evidente
que, depois que tiver concluída a batalha e conhecidos os resultados, nos cabe
medir muito bem as palavras e evitar o pessimismo e a negatividade. Mas os
fatos recentes confirmam o que dissemos na campanha: precisamos de uma direção
disposta a implementar uma tática de polarização política contra as duas
direitas, contra a extrema-direita e, também, contra a direita tradicional
neoliberal que comanda o Congresso e o Banco Central. E precisamos de uma
estratégia que nos permita lidar com os tempos de guerra em que vivemos.
Acontece que os discursos e as propostas apresentadas por Edinho Silva e pelos
representantes da CNB apontam noutro sentido.
Finalmente,
sobre a Articulação de Esquerda, nos cabe fazer um balanço de conjunto do
processo e também de nosso desempenho.
Do ponto de
vista estritamente político, travamos o bom combate e apresentamos com lealdade
e nitidez nossas posições ao conjunto do Partido. Do ponto de vista eleitoral,
tivemos um resultado absoluto melhor, mas proporcionalmente inferior ao de
2019. Como já foi dito, nossa participação no Diretório Nacional e na Comissão
Executiva Nacional depende da conclusão da totalização, dos recursos e dos
resultados em Minas Gerais. O que confirma que era necessário cumprir, em todos
os estados, a política aprovada por nosso congresso nacional, a saber: lançar
candidaturas presidenciais nos estados ou pelo menos nas capitais, uma vez que
isso potencializaria o desempenho das chapas (o que em alguns casos significaria
reduzir danos ou pelo menos manter os espaços já existentes, noutros casos
poderia resultar numa ampliação da votação).
Seja como
for, no contexto em que ocorreu o PED, com destaque para as filiações em massa
e as fraudes, algumas efetuadas diretamente no cadastro oficial do Partido, devemos
apontar que o resultado obtido por nossa chapa nacional foi na verdade
impressionante. Afinal, das 8 chapas nacionais, há algumas que se beneficiaram
das disputas regionais e municipais e há outras que perderam com isso. Há
chapas que são coalizões de grupos e outras que são impulsionadas por uma única
tendência. Há chapas que têm apoio de imensas estruturas e há outras cujo
desempenho dependeu quase que unicamente do convencimento político e do
engajamento militante. Em todos estes quesitos, nós fazemos parte do segundo
grupo.
Levando tudo
isto em conta, nossa votação, embora numericamente pequena, é muito valiosa, porque
expressou a combinação entre adesão a nossa orientação política e presença
militante e organizada na base.
Isto
confirma a importância de uma tendência como a Articulação de Esquerda,
militante, orientada pela política, disposta a combater a degeneração mesmo
quando isso implique em cortar na própria carne. Infelizmente, alguns de nossos
aliados mais próximos só se deram conta disto tardiamente, perdendo de vista
que era necessário sair do PED acumulando mais organicidade. Neste espírito,
devemos voltar a todas as cidades onde recebemos votos e transformar nossa
votação em organicidade.
Mas repetimos:
é indispensável manter nossa representação na comissão executiva nacional do PT.
E todos devem contribuir nisso, até as 17 horas do dia 13 de julho.
Seja como
for, travamos o bom combate. Diferente de outras tendências, que não
apresentaram o que pensam, que se ocultaram em composições, a nossa apresentou
com nitidez uma visão programática, estratégica, tática e organizativa. Este é
o ponto de partida para, no próximo período, seguirmos em nossa luta por um
Brasil democrático, popular e socialista.
Viva o PT!
Viva a
militância!
Viva quem
tem a esperança vermelha batendo do lado esquerdo do peito!
Palestina
Livre!
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