quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Os 8 integrantes do "Centrãozinho" infiltrado no PT

Mais escandaloso do que doze petistas votarem na PEC das prerrogativas é o fato de oito petistas terem ajudado a aprovar o voto secreto.

Para quem não sabe, o voto secreto foi inicialmente derrubado, mas depois foi restaurado numa manobra dirigida diretamente por Hugo Motta (aquele que era tido como confiável por alguns).

Os doze petistas que votaram na PEC agiram de forma inaceitável, mas seu voto não decidiu o resulado final.

Já os oito votos de petistas foram decisivos para aprovar "o voto secreto nas votações para abertura de processos criminais".

Para que o voto secreto fosse aprovado, eram necessários 308 votos.

A proposta passou por 314 votos contra 168.

Se os oito petistas não tivessem votado a favor, a proposta teria recebido 314 menos 8 igual a 306 votos e não teria sido aprovada.

Detalhe curioso: dos 8 petistas, 6 eram parte dos 12 que haviam votado originalmente na PEC.

Aqui está a lista dos 12.


Mas destes 12, metade se arrependeu. Outros seis persistiram. E dois outros se juntaram à empreitada. Aqui está a lista dos 8.



Repito um detalhe importante: para ser aprovado o voto secreto, eram necessários 308 votos. Se os 8 petistas não tivessem votado a favor, a proposta teria recebido 306 votos e teria sido rejeitada. 

E se ao invés de 8, tivessem sido apenas 6 votos, a proposta teria recebido 308 votos e portanto ficaria no limite. Os dois votos a mais foram, portanto, cirurgicamente calculados.

Cabe a Valmir Assunção e João Daniel explicar por quais motivos vieram em socorro do voto secreto, que é um aspecto especialmente absurdo da PEC das prerrogativas. 

Mas olhando a operação de conjunto, a precisão cirúrgica não dá margem à dúvida: existe dentro do PT um "Centrãozinho". 

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

311 picaretas

Por 311 a 166 foi aprovada a urgência de um projeto de anistia aos golpistas.

Em menos de 24h ficou demonstrado que de absolutamente nada serviu o voto dos doze parlamentares petistas em favor da chamada PEC das prerrogativas.

Como já disse alguém, tentar impedir a derrota nos desmoralizando terá como único resultado nossa derrota desmoralizante.

A única forma de derrotar a anistia para os golpistas é denunciando e mobilizando a sociedade contra os 311 picaretas.

Espero que a nova direção nacional do PT faça a coisa certa.

O "aceno" de Jilmar Tatto

 


Jilmar Tatto é um dos doze parlamentares petistas que votou a favor da PEC das prerrogativas.

Diante da péssima repercussão, divulgou uma explicação.

A explicação de Tatto começa por algo óbvio: a correlação de forças no Congresso é muito ruim para nós, cabendo ao PT o "dever" de "garantir a governabilidade e buscar o diálogo permanente".

Acontece que o "dever" é do Partido, não de fulano ou beltrano.

Portanto, se fosse o caso de votar a favor da tal PEC, a decisão caberia à direção do Partido, da qual Tatto faz parte e cuja executiva reuniu-se na manhã do mesmo dia em que ocorreu a polêmica votação.

Mas nem a direção do Partido, nem a bancada do Partido recomendaram voto na tal PEC.

Portanto, o tal "dever" não serve de justificativa para o voto que os 12 deram a favor da PEC das prerrogativas.

Mas para Tatto, ao menos nesse caso, a chave do dever parece estar noutro lugar: “a liberação do Governo para que a base votasse livremente, parte da bancada do PT optou por votar com a maioria nesta PEC por entender que seria o gesto necessário aos partidos do dito Centrão, para evitar o mal maior que é a aprovação da PEC da Anistia”.

Se entendi direito, é assim: se o governo tivesse indicado votar contra, Jilmar teria obedecido. Mas como o governo liberou, Jilmar votou de acordo com o que acha que é seu “dever”.

Entretanto, como no fundo Jilmar sabe que seu voto pode não “evitar o mal maior”, ele amplia a aposta e diz que seu gesto abriria “caminho para a votação da MP da conta de luz, a isenção do Imposto de Renda para ganha R$5 mil, redução do IR para quem ganha até R$7,5 mil, a taxação dos super-ricos, o fim da escala 6x1 e a Tarifa Zero no transporte público”.

Ou seja: o voto de Jilmar supostamente nos ajudaria em toda a pauta do povo. Um evidente exagero, por diversos motivos.


Jilmar termina sua explicação dizendo não esperar “concordância” nem “complacência”, só um debate “respeitoso” e “sem ataques pessoais”.


Assim sendo: quanto ao mérito, especialmente no atual contexto, a PEC das prerrogativas não merece o voto de nenhum parlamentar de esquerda, por ser como Tatto mesmo reconhece um “retrocesso”.


Para além do mérito, há o contexto. A péssima repercussão indica que os 12 cometeram, na melhor das hipóteses, um erro de avaliação.

Esse erro tem uma causa, denominada há tempos de "cretinismo parlamentar", ou seja: achar que o Parlamento é o centro do mundo, importando pouco o que acontece fora dele.

Nas últimas semanas, saímos da defensiva e crescemos nas pesquisas porque fomos para o enfrentamento, não capitulando de antemão à correlação de forças existente no Congresso. O comportamento dos 12 nesse episódio foi na contramão disso.

O mais grave, contudo, é quando (para citar um amigo) o cretinismo parlamentar é mais cretino que parlamentar. Nestes casos, o pragmatismo não dá resultados e o "aceno" em questão assume um formato que não vou descrever aqui para não ofender sensibilidades.


O gesto amargo de Kiko Celeguim

 O companheiro Kiko, presidente do PT no estado de São Paulo, divulgou um pequeno texto explicando seu voto a favor da “PEC das prerrogativas”.

Kiko começa seu texto afirmando duas verdades.

Primeiro, reconhece a “indignação” generalizada contra o voto dado por ele e outros doze.

Segundo, lembra que o “parlamento é um espaço de negociação permanente”.

Esse segundo argumento explica mas não justifica. 

Quem negociou o quê, em troca do quê?

Segundo Kiko, o Centrão “precisava” de uma sinalização do PT para “meio que reduzir os danos da aprovação dessa PEC, que é a que importa para eles, mais do que a anistia”.

Ou seja: em troca de doze votos na “pec das prerrogativas”, supostamente estaríamos ajudando a aprovar nossas pautas e a impedir a aprovação da anistia.

Kiko reconhece que a tal PEC das prerrogativas atende a “interesses particulares”. Inclusive por isso, na minha opinião, pelo mérito e pelo contexto, tal PEC não mereceria nunca nosso voto.

Mas será que o “gesto amargo” de votar na PEC seria um sacrifício heroico em nome de um bem maior?

Não concordo com esta tese. Penso que estamos sendo enganados, como já fomos enganados outras vezes, inclusive recentemente.

O que pode barrar a anistia é pressão popular legítima, não negociação com bandidos. O voto dos doze foi no sentido oposto.

Foi um voto “amargo”. Amargo não para os doze, mas para todo o PT.

Segue abaixo o texto criticado


“Entendo a indignação dos companheiros, mas parlamento é um espaço de negociação permanente.

Tem muita coisa importante na pauta da Câmara essa semana: a MP da conta de luz (beneficia 60mi de pessoas), a redução do IR e a taxação dos super-ricos e, especialmente, a anistia a Jair Bolsonaro.

Pode não parecer, mas tudo isso está caminhando junto. Nós precisamos dos votos do Centrão para aprovar as nossas pautas e eles precisavam de uma sinalização do PT para meio que reduzir os danos da aprovação dessa PEC, que é a que importa para eles, mais do que a anistia.

Eu e mais onze deputados do PT, incluindo o nosso líder do governo, topamos fazer esse gesto amargo em nome do que entendemos serem conquistas mais importantes neste momento. Principalmente impedir a anistia a Jair Bolsonaro e militares.

Digo isso com a tranquilidade de quem foi prefeito por anos e não respondo e nenhum processo, portanto não tenho nenhum interesse particular nisso.”

Doze votos inaceitáveis

resolução abaixo está sendo debatida, neste momento, pela direção nacional da AE.


“Vencemos importante batalha, mas a guerra está longe do fim”

A condenação de Bolsonaro e de vários comandantes militares constitui uma grande vitória, entre outros motivos porque o Brasil é um país onde é raro acontecer uma punição contra os crimes praticados por integrantes das elites. 

Bolsonaro e seus cúmplices merecem ser condenados e presos, não apenas pelo golpe que tentaram e deu errado, mas pelo conjunto da obra, com destaque para o assassinato de centenas de milhares de pessoas durante a pandemia.

Caso tivesse prevalecido no STF a absolvição proposta pelo ministro Fux, isso teria dado grande impulso para a extrema-direita na sua luta por tentar reconquistar o controle do governo federal. Nesse sentido, vencemos uma batalha muito importante, mas a guerra ainda está longe de terminar. 

É preciso lembrar que a prisão ainda não ocorreu. Devemos pressionar pela prisão imediata dos condenados e pela condenação dos demais envolvidos. Mas para isso é preciso derrotar a proposta de anistia para os golpistas, proposta que tem grande apoio no Congresso Nacional. 

Para impedir a aprovação da anistia para os golpistas, o caminho é intensificar a denúncia, a mobilização e a polarização. 

Nesse sentido, condenamos a inaceitável a atitude dos doze deputados petistas que votaram a favor da chamada PEC das prerrogativas. No mérito e no contexto em que está sendo proposta, tal PEC não deveria nunca merecer nosso apoio. Pior ainda é votar a favor desta PEC, supostamente em troca de uma redução no alcance da anistia que a direita quer aprovar no Congresso. E mais grave ainda é ter votado a favor, contra a orientação da liderança da bancada, como parte de uma negociação paralela entre um setor da bancada e um setor da direita.

Lamentavelmente, a executiva nacional do Partido, reunida no mesmo dia em que os doze deputados votaram, não tomou posição a respeito da PEC. Mas o debate travado na CEN mostrou que há importantes dirigentes nacionais do Partido que consideram admissível fazer este tipo de acordo com a direita. Há quem fale até em negociar nosso voto a favor de uma anistia parcial, em troca da aprovação da isenção no Imposto de Renda.

A disposição para fazer este tipo de acordo revela que, em algumas bocas, o discurso “contra o fascismo” pode não passar de mera demagogia. 

Revela, também, que uma parcela de nossa direção segue sem perceber a dimensão da operação que está em curso, na qual a anistia para os golpistas é parte importante da operação de um setor das direitas em favor da candidatura de Tarcísio.

Está evidente, ademais, que o conjunto da oposição está subindo o tom contra o governo e contra a esquerda em diferentes frentes de batalha. Partidos que participam do governo, estão sinalizando o desembarque. E, caso vençam as eleições presidenciais de 2026, as direitas tentarão indultar Bolsonaro, assim como trabalharão para alterar a composição do Supremo, o que pode levar a uma modificação nas decisões adotadas pelo STF no dia 11 de setembro de 2025. Isso já foi deixado claro pelo governador de São Paulo, o neofascista Tarcísio de Freitas, em discurso feito no dia 7 de setembro. 

Está evidente, também, que o governo Donald Trump seguirá pressionando o Brasil. O objetivo de Trump não é elevar as tarifas, mas sim eleger um presidente submisso aos Estados Unidos. E não devemos subestimar a pressão do imperialismo, nem a postura subalterna das direitas e das elites brasileiras. 

Neste contexto, o nosso caminho não pode ser, em hipótese alguma, o dos acordos espúrios com as direitas. Pelo contrário, devemos intensificar a denúncia, a polarização, a mobilização. E devemos, também, trabalhar para cassar o mandato de Eduardo Bolsonaro e tomar medidas diretas contra todos os traidores da pátria, inclusive Tarcísio. Devemos, também, aumentar a solidariedade prática com Cuba, com a Venezuela e com a Palestina, também vítimas da escalada trumpista. 

É a polarização que nos permitirá vencer em 2026. As pesquisas de opinião confirmam que a situação melhorou, desde que o governo e o PT voltaram a polarizar. Mas se mudarmos de postura, se voltarmos a postura de acordos inaceitáveis e incompreensíveis, estaremos contribuindo para confundir nossa base social e eleitoral, ao mesmo tempo que o inimigo seguirá polarizando e influenciando grandes setores da população. 

Nesse sentido, os doze que votaram a favor da PEC das prerrogativas – entre os quais um membro da executiva nacional, o presidente estadual do PT no estado de São Paulo e um ex-líder da bancada - na prática estão jogando água no moinho das direitas. Entre outros motivos porque uma anistia, mitigada ou não, contribuiria para o esforço de unificação da direita. Não admira, portanto, que o voto dos 12 tenha gerado ampla indignação na base partidária.

Entretanto, não basta travar a batalha no Congresso contra a anistia para os golpistas. É preciso atuar em inúmeras outras frentes. Entre elas, a política econômica. É preciso baixar os juros, mudar as metas de inflação e deixar de lado a meta do déficit zero. Se não fizermos isso, a economia não vai contar a nosso favor em 2026. Aqui, novamente, o debate travado na direção nacional do PT confirma que há setores que se dizem contra os juros altos, mas não querem publicizar isso; se dizem contra as atuais metas de inflação, mas omitem que elas foram definidas por um colegiado onde nosso governo é maioria; reclamam do déficit zero, mas nada fazem para pressionar o governo a mudar de rota.

Reiteramos que nossa vitória depende do povo, não das instituições. Os setores da classe dominante que ontem trabalharam pela condenação de Bolsonaro são os mesmos que, anteontem, trabalharam a favor do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff e a favor da condenação, prisão e interdição eleitoral do presidente Lula. Afastado Bolsonaro, nada impede aqueles setores de novamente cerrar fileiras em favor da nossa derrota nas eleições presidenciais. 

Rejeitamos, portanto, todas as ilusões nas “instituições”, no chamado “estado democrático de direito” e no suposto compromisso destas elites com a democracia. 

Se queremos reeleger Lula, se queremos ampliar nossa presença nos parlamentos e governos estaduais, se queremos aprovar reformas populares, se queremos o fim da escala 6 por 1, se queremos reduzir a jornada de trabalho, se queremos que os ricos paguem impostos, só há um caminho: pela esquerda, conscientizando, organizando e mobilizando o povo.

A direção nacional da AE, 17 de setembro de 2025

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Sobre a condenação

(O texto abaixo é uma proposta de editorial para a edição de setembro do jornal Página 13. Inclui emendas feitas por Pedro Pomar e Rita Camacho. Ainda não inclui todas as emendas feitas pela Dnae)

EDITORIAL

Sobre a condenação

Em 2018, Eduardo Bolsonaro disse que “se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Não manda nem um jipe. Manda um soldado e um cabo”.

Em março de 2016, portanto dois anos antes da supracitada fanfarronada do zero-zero-alguma-coisa, vazou o áudio de uma conversa entre Romero Jucá e Sérgio Machado. Durante a conversa, que versava sobre a necessidade de um “grande acordo nacional” para derrubar a presidenta Dilma Rousseff, o senador Romero Jucá afirmou que seria necessário que este “acordo” fosse feito “com o Supremo, com tudo”.

O golpe contra Dilma (e contra Lula) teve êxito, tendo como desdobramento a eleição de Bolsonaro. Já o golpe bolsonarista não teve êxito nem na sua primeira fase – os planos para assassinar Lula, Alckmin e Moraes logo após o segundo turno da eleição de 2022  – nem na segunda fase, em 8 de janeiro de 2023.

Após centenas de prisões, investigações da PF, novas prisões e o devido processo no Supremo Tribunal Federal, no dia 11 de setembro de 2025, o cavernícola Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão.

Os demais réus do núcleo dirigente do fracassado golpe também foram condenados, a saber: General Walter Braga Netto: 26 anos; Almirante Almir Garnier: 24 anos; Anderson Torres: 24 anos; General Augusto Heleno: 21 anos; General Paulo Sérgio Nogueira: 19 anos; Alexandre Ramagem: 16 anos, 1 mês e 15 dias; Tenente-coronel Mauro Cid: 2 anos em regime aberto. 

Há vários motivos que explicam este desfecho. Um deles é bastante óbvio: diferente do golpe contra Dilma (e Lula), praticado por quase toda a classe dominante, o golpe fracassado de Bolsonaro tinha como um de seus alvos outro setor da classe dominante, a saber, um pedaço da direita gourmet, muito bem representada no STF e na Rede Globo.

Em sua autodefesa, este setor da classe dominante teve a firmeza que muitas vezes faltou ao nosso governo e ao nosso Partido nos dias, meses e anos que vieram depois do segundo turno da eleição presidencial de 2014.

Outro motivo, também bastante óbvio, é que o governo Lula, grande parte do povo e toda a esquerda brasileira defendiam que Bolsonaro fosse condenado e preso.

O julgamento e a condenação de Bolsonaro e de vários comandantes militares constituem uma grande vitória.

Primeiro, pelo ineditismo: o Brasil é um país onde os crimes das elites são costumeiramente anistiados.

Segundo, pelo conjunto da obra: Bolsonaro merecia ser condenado não apenas pelo que tentou e deu errado, mas por tudo que fez, com destaque para as centenas de milhares de pessoas que morreram durante a pandemia.

Terceiro, porque uma eventual absolvição daria impulso para a extrema-direita na sua luta por reconquistar o controle do governo federal.

Tivemos uma grande vitória, mas a história não termina aí.

Primeiro é preciso lembrar que tramita e tem grande apoio no Congresso Nacional uma proposta de anistia.

Segundo, porque um setor da oposição deve subir o tom contra o governo e contra a esquerda em outras frentes de batalha, como aliás deixou claro o governador de São Paulo, o neofascista Tarcísio de Freitas, em discurso feito no dia 7 de setembro.

Terceiro, é preciso lembrar que – caso vença as eleições presidenciais de 2026 – a extrema-direita pode tanto tentar indultar Bolsonaro, quanto alterar a composição do Supremo, o que em tese pode levar a uma modificação nas decisões adotadas no dia 11 de setembro de 2025.

Quarto, é preciso lembrar que o governo Donald Trump prometeu reagir (Benito Mussolini, lembrem, foi resgatado por paraquedistas nazistas e posto à cabeça de um governo fake, de onde foi posteriormente escorraçado e executado por partisans ligados ao Partido Comunista Italiano).

Quinto, é preciso lembrar que ainda há muita gente no Brasil que apoia e acredita no cavernícola. 

Sexto, é preciso lembrar do acaso, do inesperado, daquilo que ninguém imaginou que podia acontecer, mas acontece, e tudo vira de ponta-cabeça.

Por isso tudo e mais um pouco, vamos comemorar o resultado, vamos festejar, vamos fazer circular os memes mais engraçados a respeito do ocorrido, mas também vamos lembrar que a luta continua e que um dos próximos passos é reeleger Lula na eleição presidencial de 2026.


quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Quinto e "último" texto sobre a comunicação da AE

Concluindo o informe sobre as atividades de comunicação sob minha alçada, na direção nacional da AE, falarei neste texto acerca de Antivírus, do Manifesto Petista e do Contramola.

O Antivírus foi concebido como uma "live" onde apresentaríamos a opinião da direção nacional da AE sobre temas políticos e organizativos, com ênfase nas questões táticas e conjunturais. A apresentação ficou geralmente a cargo de duas pessoas: Natália Sena e deste que vos escreve. Várias vezes contamos com a participação de Patrick Campos Araújo. Muito raramente contamos com a participação de outras pessoas.

Durante bastante tempo, conseguimos manter a periodicidade semanal. Mas por diversos motivos de força maior ou menor, houve quebras na periodicidade. Em certo momento, decidiu-se manter o programa, mas no formato podcast. Mais recentemente, interrompemos a produção do programa.

Neste link se pode acessar os 140 primeiros episódios do Antivírus: 

https://youtube.com/playlist?list=PL_baCn6mVJXysp46MNrcBwwjZ-C4aGBLQ&si=0nnExAxnFUm2885Y

O Contramola foi concebido como uma "live" dedicada aos temas programáticos e estratégicos. Num primeiro momento, a apresentação ficou a cargo também deste que vos escreve, de Natália e Patrick. Num segundo momento, o programa ficou a cargo de Luiz Sérgio Canário. Depois ele parou de ser editado e o nome Contramola foi utilizado para nomear um programa semanal de análise de conjuntura no Brasil 247. Depois do PED, interrompemos este programa.

O Manifesto Petista foi uma iniciativa fundada por um grupo de militantes petistas. Participaram da iniciativa, além deste que vos escreve, Emílio Font, Natália Sena, Jandyra Uehara, Patrick Campos, Douglas Martins, Celso Marcondes, Maria Carlotto, Rita Camacho, Rui Falcão e José Genoíno. O Manifesto fez inúmeras entrevistas e mantém um site. Desde o PED, está praticamente congelado.

Assim que estiver pronta, divulgaremos a playlist dos citados programas, para que se possa ter uma ideia do grande número de edições e de seu conteúdo.

Nos três casos, é importante que os/as militantes da tendência envolvidos/as, respectivamente, em cada iniciativa apresentem sua opinião a respeito. 

A minha opinião é a seguinte:

-no caso do Manifesto Petista, minha opinião é que o ideal é que a iniciativa tenha prosseguimento. Entretanto, antes faz-se necessário debater três questões diferentes. A primeira é um balanço da iniciativa, seja do ponto de vista jornalístico, seja do ponto de vista político. A segunda é discutir se a AE enquanto tendência deve se envolver formalmente na iniciativa ou se mantemos a situação atual, em que nossa participação se dá em caráter individual. A depender do que decidamos acerca desta segunda questão, cabe (ou não) discutir nossa opinião coletiva acerca da continuidade da iniciativa e os devidos desdobramentos,

-no caso do Antivírus e do Contramola, sou de opinião que devemos reativar os programas, sendo o Antivírus um programa voltado à tratar do PT e o Contramola um programa destinado a tratar da situação política. Entendo que ambos programas devem ser no modelo "live", mas também no formato podcast. Mas há uma condição fundamental: ambos programas precisam ser apresentados pelas pessoas que nos representam no Diretório Nacional do PT;

-nos três casos, cabe à direção nacional da AE que será eleita no X congresso decidir quem dirigirá nosso trabalho de comunicação como um todo, cabendo à esta pessoa convocar reuniões específicas para debater as questões acima e dar os devidos encaminhamentos. 

Noutro texto, tratarei dos demais temas que estavam sob minha responsabilidade na direção nacional da AE. Abaixo, os links dos programas citados e também dos demais textos acerca da politica de comunicação.

Contramola: Contramola - Entrevista com Guilherme Estrela | Página 13

Antivírus: (3) Canal Contramola - YouTube

Manifesto Petista - Um espaço para ontribuir com o PT no debate sobre temas da conjuntura

Valter Pomar: Texto para Tribuna de Debates do X congresso da AE

Valter Pomar: Outro texto para a Tribuna de Debates

Valter Pomar: Terceiro texto para Tribuna de Debates

Valter Pomar: Catálogo da editora Página 13

Valter Pomar: Quarto texto para Tribuna de Debates, ainda sobre comunicação

Quarto texto para Tribuna de Debates, ainda sobre comunicação

Em textos anteriores, falei sinteticamente acerca da revista Esquerda Petista, acerca da Editora Página 13 e acerca do Orientação Militante.

Os textos citados, mais o catálogo (incompleto) da Editora Página 13, podem ser lidos nos endereços abaixo:

Valter Pomar: Texto para Tribuna de Debates do X congresso da AE

Valter Pomar: Outro texto para a Tribuna de Debates

Valter Pomar: Terceiro texto para Tribuna de Debates

Valter Pomar: Catálogo da editora Página 13

Como já foi explicado, cabe ao companheiro Marcos Jakoby dar um informe sobre o site Página 13, que ele vem editando com a retaguarda do companheiro Emílio Font (a quem também recomendo dar um informe a respeito).

Na minha opinião, a futura direção nacional da AE deve manter o companheiro Marcos Jakoby na função de editor de nossa página eletrônica. Mas considero necessário indicar uma segunda pessoa para como editora adjunta. 

Entendo que o mesmo vale para a revista Esquerda Petista, para a Editora e para o Orientação Militante: se faz necessário indicar três pessoas para assumir a editoria e outras três para assumir a editoria adjunta, respectivamente. É preciso que mais pessoas assumam e compartilhem as tarefas editoriais.

O mesmo vale para o trabalho de retaguarda que hoje está concentrado na pessoa do Emílio Font. Mas sobre isso, que tem uma dimensão técnica, entendo que cabe a ele propor como funcionar.

Também como já foi explicado, cabe ao companheiro Patrick Campos Araújo dar um informe sobre o podcast, tanto sobre a dimensão editorial quanto sobre a dimensão técnica. Sou de opinião que o Patrick deve continuar a frente do podcast, sendo recomendável também constituir uma editora adjunta.

No caso das redes sociais, cabe às companheiras Alana Gonçalves e Natália Sena dar o informe e fazer propostas.

A seguir falarei do jornal Página 13.

O jornal Página 13 existe desde 1998. Desde então publicamos 287 edições, impressas e/ou digitais. O número de páginas variou, aproximadamente, de 4 a 40 páginas. A tiragem variou, aproximadamente, de 1 mil a 10 mil exemplares. A quase totalidade das edições impressas foi digitalizada; as tiragem editadas desde a pandemia estão disponíveis em nossa página eletrônica.

Aqui as edições impressas digitalizadas:

https://drive.google.com/drive/folders/1LYoWHDNCzeZHJBAmg_PGC_GReiPx535P?usp=drive_link

Aqui as edições mais recentes, na sua maioria digitais:

https://pagina13.org.br/jornal-pagina-13/edicoes-anteriores/

O jornal já foi vendido, inclusive com assinaturas. Mas há bastante tempo ele é distribuído gratuitamente, inclusive em atos de rua (por exemplo, na recentemente manifestação de 7 de setembro) e em atividades do Partido (por exemplo, no recente encontro nacional do PT). 

Várias pessoas assumiram a edição e a diagramação do jornal, desde sua criação (a respeito, ver a edição de número 100, que conta parte de nossa história). Há vários anos, o jornal vem sendo editado por este que vos escreve e pelo companheiro Emílio Font. Mais recentemente, contratamos o trabalho profissional de revisão e preparação de textos, feito pela companheira Rita Camacho.

Diferente da revista Esquerda Petista, destinada a debater temas programáticos, organizativos e estratégicos de fundo e de médio/longo prazo, o jornal Página 13 tem como objetivo incidir nos debates táticos e de curto prazo, a partir do ponto de vista da Articulação de Esquerda. 

O jornal tem inúmeras debilidades, políticas, jornalísticas e logísticas, mas o simples fato dele existir desde 1998 e trazer uma cobertura de qualidade sobre os mais diversos temas são fatos extremamente positivos. 

Além de dar continuidade ao jornal, a direção nacional da AE, que será eleita no X Congresso, deve: a) convocar uma reunião específica para fazer o balanço do jornal; c) constituir uma equipe editorial, com pessoas responsáveis pela editoria geral, editoria geral adjunta, editoria de arte e editorias especializadas (internacional, nacional, partido, tendência, movimentos etc.); d) publicar um livro digital com a integra das edições ou, pelo menos, com as capas.

No próximo texto, falarei do Antivírus, do Manifesto Petista e do Contramola.


Catálogo da editora Página 13


Desde 1993, a tendência petista Articulação de Esquerda vem publicando livros e folhetos.

Na maior parte dos casos, a edição foi feita sob responsabilidade da direção nacional da tendência, através do dirigente responsável pela comunicação.

Há pelo menos dois casos de livros publicados por outras editoras e depois republicados por nós.

Há inúmeros livros cuja publicação foi paga pelos autores, como é o caso da maioria dos livros de autoria do Wladimir Pomar.

Parte das publicações estão disponíveis em formato digital na página eletrônica da tendência. Mas como se pode ver por algumas das capas que ilustram esta postagem, há títulos que só existem em formato impresso.

Pedimos a quem disponha dos arquivos em pdf de livros e folhetos publicados pela Editora, mas que não constam da relação abaixo, que envie aos cuidados do companheiro Marcos Jakoby, para que ele os publique na página eletrônica.

Segue uma versão inicial e incompleta do catálogo da Editora Página 13.

Resoluções de Conferências nacionais da AE

1ª e 2ª Conferências

https://pagina13.org.br/download/socialismo-ou-barbarie-documentos-da-articulacao-de-esquerda-1993-1999-2/

3ª, 4ª, 5ª e 6ª Conferências

https://pagina13.org.br/download/novos-rumos-para-o-governo-lula-2-edicao/

7ª, 8ª e 9ª Conferências

https://pagina13.org.br/download/livro-a-esperancca-e-vermelha-resolucoes-nacionais-20042005-e-2006/

10ª e 11ª Conferências

https://pagina13.org.br/download/resolucoes-da-10-e-11-conferencias-nacionais-da-ae-2008-2009/

Resoluções de Congressos da AE

1º, 2º e 3º Congressos

https://pagina13.org.br/download/resolucoes-do-1-2-e-3-congressos-nacionais-20112015-e-2016/

4º, 5º, 6º e 7º Congressos

https://pagina13.org.br/download/resolucoes-4-5-6-e-7-congressos-nacionais-2017-2019-2021-e-2022/

8º Congresso

https://pagina13.org.br/download/resolucoes-do-8-congresso-nacional-da-ae-2023/

9º Congresso

https://pagina13.org.br/download/jornal-pagina-13-n276-marco-2025/

https://pagina13.org.br/download/revista-esquerda-petista-n16-maio-2025/

Livros diversos 

A esperança é vermelha: resoluções nacionais (2004,2005 e 2006):

https://pagina13.org.br/download/livro-a-esperancca-e-vermelha-resolucoes-nacionais-20042005-e-2006/


A estratégia da luta pelo socialismo no Brasil: Resoluções do 4° Congresso da Articulação de Esquerda:

https://pagina13.org.br/download/resolucoes-do-4-congresso-da-articulacao-de-esquerda/

Novos Rumos para o Governo Lula - 2ª ed.:

https://pagina13.org.br/download/novos-rumos-para-o-governo-lula-2-edicao/

Resoluções da X Conferência Nacional da Articulação de Esquerda:

https://pagina13.org.br/download/resolucoes-da-x-conferencia-nacional-da-articulacao-de-esquerda-2008-2/

Resoluções do 3° Congresso da Articulação de Esquerda:

https://pagina13.org.br/download/resolucoes-do-3-congresso-da-articulacao-de-esquerda/

Resoluções do 7° Congresso da Articulação de Esquerda:

https://pagina13.org.br/download/livro-resolucoes-do-7-congresso-da-articulacao-de-esquerda/

Um Partido para tempos de guerra:

https://pagina13.org.br/download/um-partido-para-tempos-de-guerra-resolucoes-2-congresso-da-ae-2015/

Cadernos de Formação Vol. 1 - História do Brasil:

https://pagina13.org.br/download/cadernos-de-formacao-vol-1-historia-do-brasil/

Cadernos de Formação Vol. 2 - História do Socialismo:

https://pagina13.org.br/download/cadernos-de-formacao-vol-1-historia-do-socialismo/

Cadernos de Formação Vol. 3 – História do PT:

https://pagina13.org.br/download/cadernos-de-formacao-vol-3-historia-do-pt/

O PT e a juventude - Bruno Elias e Rodrigo Cesar:

https://pagina13.org.br/download/o-pt-e-a-juventude-por-bruno-elias-e-rodrigo-cesar/

O Brasil, a Universidade e o movimento estudantil: teses da AE aos Congressos da UNE - Rodrigo Cesar:

https://pagina13.org.br/download/o-brasil-a-universidade-e-o-movimento-estudantil-teses-da-ae-aos-congressos-da-une/


A dialética da história Tomo 1 - Wladimir Pomar:

https://pagina13.org.br/download/livro-a-dialetica-da-historia-tomo-1-wladimir-pomar/

A miragem do mercado - Wladimir Pomar, 3ª ed.:

https://pagina13.org.br/download/livro-miragem-do-mercado-wladimir-pomar/

Amileto & São Longanso: contos do sertão profundo – Wladimir Pomar, 1ª ed.:

https://pagina13.org.br/livro-amileto-sao-longanso-contos-do-sertao-profundo-wladimir-pomar/

Pensando a longo prazo - Wladimir Pomar:

https://pagina13.org.br/livro-pensando-a-longo-prazo-de-wladimir-pomar/

Quase lá: Lula, o susto das elites - Wladimir Pomar, 3ª ed.: 

https://pagina13.org.br/livro-quase-la-lula-o-susto-das-elites/

Quase lá: Lula, o susto das elites - Wladimir Pomar, 4ª ed.:

https://pagina13.org.br/quarta-edicao-do-livro-quase-la-lula-o-susto-das-elites/

Rasgando a cortina - Wladimir Pomar, 3ª ed.:

https://pagina13.org.br/download/rasgando-a-cortina-3-edicao-livro-de-wladimir-pomar/

100 anos de comunismo no Brasil - Valter Pomar:

https://pagina13.org.br/download/livro-100-anos-de-comunismo-no-brasil/

A Metamorfose - Valter Pomar, 2ª ed.:

https://pagina13.org.br/download/a-metamorfose-por-valter-pomar-ed-2016/

Articulação de Esquerda 1993-2018 – Vinte (e cinco) anos não são nada - Valter Pomar:

https://pagina13.org.br/download/articulacao-de-esquerda-1993-2018-vinte-e-cinco-anos-nao-sao-nada/

Sabáticos - Valter Pomar:

https://pagina13.org.br/livro-sabaticos-de-valter-pomar/

Sandália Monzon, 210 - Valter Pomar:

https://pagina13.org.br/download/livro-sandalia-monzon-210-valter-pomar/

Socialismo - Valter Pomar, 2ª ed.:

https://pagina13.org.br/download/socialismo-por-valter-pomar/