Quem é petista ou acompanha os debates do PT sabe das críticas que tenho ao governo Dilma Rousseff.
Por isto, me sinto totalmente a vontade para defender a presidenta, seu governo e meu partido, da crítica feita por Gilberto Maringoni, dirigente nacional do PSOL, num post em sua página do Facebook.
A crítica de Maringoni pode ser encontrada aqui:
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=964098683800414&id=100006008748448
Maringoni propõe “entender as razões” do discurso de Bolsonaro.
E quais seriam as tais “razões”?
Segundo Maringoni, o “apelo a temas caros à esquerda só pega porque estarem fortemente ligados ao desastre que representou o segundo mandato de Dilma Rousseff”.
Não é genial?
As “razões” do discurso da extrema-direita estariam no “apelo” popular que certos “temas” ganharam com Dilma e o ajuste fiscal de 2015.
Maringoni não se pergunta em nenhum momento por quais motivos foi a extrema-direita — e não uma direita “normal”, por exemplo tucana — que se aproveitou do desgaste causado ao PT.
Nem se pergunta por quais motivos o discurso de extrema-direita vinha crescendo antes de 2015. Não só no Brasil, é bom lembrar.
Entre estes motivos, o papel dos meios de comunicação.
Com isso, o que poderia ser uma crítica séria a uma política errada, converte-se indiretamente numa benevolente justificativa para o discurso da extrema-direita.
Mas não para aí.
Maringoni assume como verdadeiro que “socialismo hoje, no imaginário popular, não é uma doutrina que pregue a igualdade. É um conjunto de ideias e práticas que desemprega, mente, ataca direitos etc. etc”.
Ou seja: Maringoni excluiu do tal “imaginário popular” todo mundo que não comprou a narrativa da extrema-direita.
É como se o Brasil pudesse ser explicado a partir do que pensa parte dos 57 milhões que votaram em Bolsonaro.
Maringoni diz ser “essencial saber porque atacar o socialismo e outras bandeiras progressistas passou a render votos e pontos para a direita, coisa que não acontecia anos antes.”
Em que país vive Maringoni?
Pois no Brasil não deve ser.
O anticomunismo (e as demais formas do pensamento de extrema-direita) não começou em 2015.
E o uso deste tipo de expediente nas campanhas eleitorais também não começou em 2018.
Basta lembrar das campanhas de Serra, de Aécio e de Collor-nossa-bandeira-não-será-vermelha.
Aliás, também não começou em 2015 esta prática de gente de esquerda fazer coro com a direita.
Aonde Maringoni vai parar, eu não sei.
Considerando as peripécias de seu partido de origem, o MR8, temo pelo que virá por aí....
Maringoni desconsidera as ações externas(internacionais) do inimigo, assim como desconsidera os efeitos da existência dos governos do PT para acúmulo de forças da Esquerda mundial. A construção de um porto em Cuba foi fundamental para as atuais condições de resistência diante das ações imperialistas. Tais desconsiderações, deixam nítidos os limites da perspectiva eleitoral-bairrista do psolista.
ResponderExcluir