Micro-contribuição
para o Grupo de Conjuntura da FPA
Segunda, 16 de
junho de 2013
Retomo aqui, de
maneira simplificada, o roteiro sobre política internacional latino-americana que
apresentamos em 10/3/2013, na primeira conversa do grupo de conjuntura.
Propusemos
organizar a análise dos acontecimentos na região em torno de duas variáveis
principais: a dinâmica interna de cada país e a dinâmica da integração
regional.
Apontamos que 1) a crise
internacional, 2) a contraofensiva dos Estados Unidos e aliados, 3) as
dificuldades e debilidades dos setores progressistas e de esquerda, produziram
uma situação de equilíbrio relativo entre as forças pró-integração subordinada
e as forças pró-integração autônoma. E que 4) as dificuldades internas vividas
por Brasil, Argentina e Venezuela criaram uma espécie de crise de direção no proceso
de integração, abrindo espaço para a operação Arco do Pacífico.
Neste quadro, propusemos alguns movimentos para o que resta de 2014, tais
como: 1) ajudar a que tenha êxito o processo de negociação FARC-Santos; 2) recuperar
o governo peruano para o projeto de integração regional; 3) trabalhar pela vitória da centro-esquerda
nas eleições chilenas, com base num programa de maior colaboração do Chile com
Unasul e Mercosul, ou seja, de desarticulação do Arco do Pacífico; 4) cooperar com a vitória da esquerda na eleição de El
Salvador e Honduras. A estas medidas, agregamos a necessidade de um gesto
político de forte impacto: 5) Lula assumir a secretaria-geral da Unasul. E
chamamos a atenção para a
realização, neste contexto, do 6) XIX Encontro do Foro de SP.
Estas
medidas, contudo, terão maior ou menor impacto e sustentabilidade, a
depender da 7) superação dos problemas
existentes no tripé Brasil,
Argentina e Venezuela.
Os acontecimentos dos últimos 90 dias (descritos nos diversos textos
elaborados desde março) confirmaram este roteiro de análise. E, embora as noticias
vindas de Honduras, Chile e El Salvador sejam eleitoralmente positivas, o
quadro geral continua sendo marcado pela contraofensiva da direita. E deve
continuar assim pelo menos até o final de 2014, quando teremos mais definido o
quadro institucional regional.
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