A pesquisa merece uma crítica técnica, inclusive sobre o uso do termo "operação" e sobre a qualidade das respostas colhidas em situação de medo intenso, mas para facilitar a argumentação vou partir do pressuposto de que os dados e resultados da pesquisa são 100% corretos.
Dentre eles, destaco os seguintes.
Primeiro: 87% acha que o Rio de Janeiro vive uma situação de guerra.
Segundo: 73% da população acha que a polícia deveria fazer "operações como essa" nas comunidades.
Terceiro: 64% da população do estado do Rio de Janeiro apoia a "operação".
Quarto: 58% acha que a "operação" foi um sucesso.
Quinto: 52% acha que depois da "operação policial", o Rio de Janeiro está "menos seguro".
Sexto: quando a pergunta é "qual deveria ser a primeira reação de um policial que está trabalhando e se depara com uma pessoa com um fuzil na mão?", a resposta que obtém 50% é "buscar prender sem atirar".
Há uma óbvia contradição entre os quatro primeiros e os dois últimos resultados.
O que comprova que está em curso uma disputa ideológica polarizada, na qual a direita consegue levar vantagem porque ela domina a "narrativa" geral segundo a qual estaria em curso uma "guerra".
Portanto, é possível à esquerda virar o jogo quando faz predominar o debate em torno dos resultados concretos desta "guerra" e, a partir daí, estabelecer outra "narrativa": a da segurança pública.
(A direita sabe disto, motivo pelo qual, entre outras coisas, evitou a adequada autópsia dos mortos).
A rigor, a própria pesquisa demonstra que bastaria convencer o eleitorado autoproclamado de esquerda a defender posições de esquerda, que o resultado geral da pesquisa seria bem diferente.
Afinal, segundo a pesquisa, 35% do "eleitorado lulista" e 27% da "esquerda não lulista" aprovam a "operação".
Enquanto o lado de cá está dividido, o lado de lá é quase monolítico: o apoio à "operação" é quase total na direita (92%) e na extrema-direita (93%).
O que também mostra como, em determinados temas, a extrema-direita polariza totalmente a direita gourmet.
Também pelo exposto mais acima, é tão deletéria a posição de Quaquá & assemelhados: ao declarar apoio à "operação" (que qualquer pessoa honesta em relação aos fatos precisa reconhecer que foi uma chacina) e ao reforçar o discurso de que estaria em curso uma "guerra" (onde a lei é matar), os criptofascistas infiltrados entre nós contribuem para reforçar a direita.
Não se combate os fascistas concordando com eles.
Nem se combate o fascismo, tolerando entre nós o criptofascismo.




O jornalista Arbex Jr. hoje, diz sobre alguém que mora numa favela e não tem alternativa de ser "de esquerda".
ResponderExcluirhttps://youtu.be/IiSN0YaLSs8
Aos 29 min até os 34 min
É um problema que nesse combate, a esquerda se situa na classe média e pobre, não na miserável. Benedita ainda é nosso maior ponto de apoio. O pastor e deputado Otoniel de Paula (MDB) também fez observações na veia. Importante é viver e estar junto.
Estou lendo o livro do Darcy Ribeiro, O povo brasileiro. Ele se pergunta nos anos 1990 por que a classe dominante nunca foi derrotada e utiliza uma explicação estrutural para a cristalização dessa situação.Parece contraditório, mas precisa falar de Reforma Agrária pois a burguesia expulsou o povão do campo que luta as cidades. Ela busca restaurar "sobre os escombros, a velha ordem desigualitaria".(p. 21)
Companheiro,
ResponderExcluirNão sei se é impressão minha, mas estou achando pela tua escrita, que estais um pouco sem norte.
Bom, toda força aí, uma baraúna nós gostamos de você.
Escoramento à esquerda.
A ideia desses militares é criar um clima de mau estar na população, compadre, de medo e tentar jogar isso sobre o governo federal, típicas dos manuais militares, o que eles chamam de guerra diversa, para não ter diálogo.
Estamos em disputa hegemônica, um clima de criar terror,nunca se viu tanta ofensa racial, compadres. Nunca se viu tantas pessoas se autorizando para ofender racionalmente os outros.
Isso é construção que recebe estímulos.
Esquerda precisa de pronta resposta mais uma atitude em emergências.
Sociocracia!
Holacracia
Resposta constitucional
Base jurídica para consertação democrática
A solução para os problemas da democracia é um excedente de democracia.
Pra cima!