Até o dia 11 de setembro, as pesquisas de opinião mostravam uma disputa entre Lula e Bolsonaro.
De 12 até 17 de setembro, ocorrem dois fatos marcantes.
O primeiro deles é a transferência de votos, de Lula em favor de Haddad.
Em todas as pesquisas Haddad aparece em segundo lugar.
Se não ocorrer nenhum fato novo, se a transferência de votos de Lula para Haddad continuar no mesmo ritmo, se não cometermos nenhum erro grave, é possível que no dia 6 de outubro Haddad chegue emparelhado ou até em primeiro lugar.
O segundo fato marcante é a consolidação do eleitorado de Bolsonaro.
Se não ocorrer nenhum fato novo, se a decadência das demais candidaturas golpistas continuar no mesmo ritmo, se Bolsonaro não cometer nenhum erro grave, o mais provável é que no dia 6 de outubro ele esteja no segundo turno.
Portanto, a tendência atual é que o segundo turno seja Bolsonaro versus Haddad.
E num segundo turno entre Bolsonaro e Haddad, a tendência é que o petista seja vitorioso.
O que seria uma catástrofe para o conjunto dos golpistas. Pois seu problema não é com Lula, seu problema é com o PT e com a esquerda.
O que os golpistas podem fazer para evitar isto?
No que diz respeito às alternativas eleitorais (pois um setor do golpismo considera alternativas não eleitorais), há três possibilidades fundamentais:
a) tirar Bolsonaro do segundo turno e colocar um golpista mais palatável, o que a esta altura do campeonato suporia algum tipo de "conspiração";
a) apoiar Bolsonaro com tudo, negociando salvaguardas como a autonomia do Banco Central e o parlamentarismo;
b) fazer operações extraordinárias para tentar impedir que Haddad e o PT cheguem ao segundo turno.
Há sinais de que diferentes setores do golpismo estão engajados em cada uma destas alternativas.
A terceira alternativa (tirar Haddad do segundo turno) passa, na prática, por ajudar Ciro Gomes.
Isto não é o sonho dourado dos golpistas. Mas, lembremos: o problema principal deles é com aquilo que o petismo representa.
Até o momento Haddad vem crescendo e abrindo distância em relação a Ciro. Mas para que isto continue assim, não podemos pensar nem agir como se Haddad já estivesse no segundo turno e, portanto, como se já tivéssemos cumprido a tarefa de ganhar e consolidar o eleitorado popular lulista.
Tampouco podemos aceitar a linha de ir ao centro, para conquistar o eleitorado de centro, para assim derrotar o fascismo.
Embalados pelo raciocínio acima descrito, alguns setores defendem que a "defesa da democracia" é o aspecto central da campanha, nos cabendo a) estender a mão para os "setores-golpistas-porém-democráticos" e b) mandar sinais para os "mercados" de que é o bicho não é tão feio assim.
O principal problema do raciocínio e das ações acima descritas, é que elas nos colocam numa "camisa de sete varas".
Afinal, ao admitir que é preciso ir ao centro para derrotar a extrema direita, aqueles setores facilitam a vida de quem está tentando convencer o eleitorado de que o PT não é a melhor alternativa para quem deseja derrotar o fascismo.
A tentativa de convencimento envolve o seguinte discurso: "se o PT for ao segundo turno, o antipetismo pode dar a vitória para Bolsonaro. E se o PT ganhar o segundo turno, os bolsonaristas vão dizer que é fraude e os militares podem dar um golpe. Logo, para evitar que as coisas fiquem piores do que estão, seria melhor colocar no segundo turno um antigolpista que não seja do PT".
Lembremos que, em 1989, algo parecido foi proposto por Brizola a Lula: que ambos renunciassem, apoiando o quarto colocado, que teria supostamente mais chances contra Collor. O quarto colocado era Mário Covas, do PSDB.
Claro, para que o discurso acima tenha alguma credibilidade, é preciso que Haddad pare de crescer e é preciso que Ciro comece a crescer.
Acontece que as ações destinadas a ir ao centro para derrotar a extrema direita, podem efetivamente atrapalhar a transferência de votos de Lula para Haddad e podem, também, contribuir para o crescimento de Ciro.
O problema não está, evidentemente, em enfatizar a democracia. O problema está em nos associarmos aos políticos tradicionais, permitindo que outros capitalizem o repúdio à política tradicional. O problema está em falar para os setores médios e deixar de falar para os setores populares. O problema está em achar que é preciso acenar para os mercados e, em nome disso, não garantir para o povo que vamos dar um "cavalo de pau" naquilo que os golpistas fizeram. O problema está em dissociar a democracia da luta contra o neoliberalismo.
Por exemplo: é certo atacar Bolsonaro por ser de extrema-direita, mas não devemos esquecer de falar do programa econômico-social de Bolsonaro.
Que fala que votaria em Alckmin, se Alckmin estivesse no segundo turno, apenas para derrotar Bolsonaro, não está contribuindo para derrotar Bolsonaro.
Pois se a disputa deixar de ser “golpistas versus não golpistas”, se cair no esquecimento a disputa “neoliberais versus antineoliberais”, se a disputa passar a ser “Bolsonaro contra o resto do mundo da política”, isto ajudaria Bolsonaro. E ajudaria a limpar a barra do resto do golpismo.
Os golpistas estão fazendo outras operações para reduzir a transferência de votos de Lula em direção a Haddad.
Por exemplo, impedir que se associe positivamente Lula com Haddad, especialmente junto aos setores populares, que serão os que vão decidir a parada.
As únicas associações permitidas/divulgadas serão aquelas que possam ser exploradas negativamente.
Nossa resposta deve ser: nunca esquecer nem minimizar o fator Lula.
Os golpistas também buscam impedir ou dificultar que falemos de nosso programa, tentando nos obrigar a debater a trilogia poste/prefeitura/corrupção.
Nossa resposta deve ser: 2018 não é o terceiro turno das eleições para prefeito, nem é uma batalha entre supostos corruptos e supostos não corruptos. 2018 é o momento de fazer vitoriosa a pauta do povo, nosso programa, nossas propostas de emergência.
O eleitorado petista e uma parte do eleitorado lulista já estão transferindo o voto e fariam isto para qualquer um que fosse indicado.
Mas outra parte do eleitorado lulista ainda está analisando/decidindo o que vai fazer e para conquistar esta parte precisamos, entre outras coisas, lembrar que não estamos no segundo turno.
E lembrar também, especialmente diante das recentes declarações de Bolsonaro e de generais, que se para nós “eleição sem Lula é fraude”, para eles "eleição com PT" é fraude.
O único jeito de derrotar isto é reconquistando o máximo de apoio popular. É radicalizando pela esquerda, colocando em pauta os temas de interesse do povo, que conseguiremos derrotar a extrema direita.
De 12 até 17 de setembro, ocorrem dois fatos marcantes.
O primeiro deles é a transferência de votos, de Lula em favor de Haddad.
Em todas as pesquisas Haddad aparece em segundo lugar.
Se não ocorrer nenhum fato novo, se a transferência de votos de Lula para Haddad continuar no mesmo ritmo, se não cometermos nenhum erro grave, é possível que no dia 6 de outubro Haddad chegue emparelhado ou até em primeiro lugar.
O segundo fato marcante é a consolidação do eleitorado de Bolsonaro.
Se não ocorrer nenhum fato novo, se a decadência das demais candidaturas golpistas continuar no mesmo ritmo, se Bolsonaro não cometer nenhum erro grave, o mais provável é que no dia 6 de outubro ele esteja no segundo turno.
Portanto, a tendência atual é que o segundo turno seja Bolsonaro versus Haddad.
E num segundo turno entre Bolsonaro e Haddad, a tendência é que o petista seja vitorioso.
O que seria uma catástrofe para o conjunto dos golpistas. Pois seu problema não é com Lula, seu problema é com o PT e com a esquerda.
O que os golpistas podem fazer para evitar isto?
No que diz respeito às alternativas eleitorais (pois um setor do golpismo considera alternativas não eleitorais), há três possibilidades fundamentais:
a) tirar Bolsonaro do segundo turno e colocar um golpista mais palatável, o que a esta altura do campeonato suporia algum tipo de "conspiração";
a) apoiar Bolsonaro com tudo, negociando salvaguardas como a autonomia do Banco Central e o parlamentarismo;
b) fazer operações extraordinárias para tentar impedir que Haddad e o PT cheguem ao segundo turno.
Há sinais de que diferentes setores do golpismo estão engajados em cada uma destas alternativas.
A terceira alternativa (tirar Haddad do segundo turno) passa, na prática, por ajudar Ciro Gomes.
Isto não é o sonho dourado dos golpistas. Mas, lembremos: o problema principal deles é com aquilo que o petismo representa.
Até o momento Haddad vem crescendo e abrindo distância em relação a Ciro. Mas para que isto continue assim, não podemos pensar nem agir como se Haddad já estivesse no segundo turno e, portanto, como se já tivéssemos cumprido a tarefa de ganhar e consolidar o eleitorado popular lulista.
Tampouco podemos aceitar a linha de ir ao centro, para conquistar o eleitorado de centro, para assim derrotar o fascismo.
Embalados pelo raciocínio acima descrito, alguns setores defendem que a "defesa da democracia" é o aspecto central da campanha, nos cabendo a) estender a mão para os "setores-golpistas-porém-democráticos" e b) mandar sinais para os "mercados" de que é o bicho não é tão feio assim.
O principal problema do raciocínio e das ações acima descritas, é que elas nos colocam numa "camisa de sete varas".
Afinal, ao admitir que é preciso ir ao centro para derrotar a extrema direita, aqueles setores facilitam a vida de quem está tentando convencer o eleitorado de que o PT não é a melhor alternativa para quem deseja derrotar o fascismo.
A tentativa de convencimento envolve o seguinte discurso: "se o PT for ao segundo turno, o antipetismo pode dar a vitória para Bolsonaro. E se o PT ganhar o segundo turno, os bolsonaristas vão dizer que é fraude e os militares podem dar um golpe. Logo, para evitar que as coisas fiquem piores do que estão, seria melhor colocar no segundo turno um antigolpista que não seja do PT".
Lembremos que, em 1989, algo parecido foi proposto por Brizola a Lula: que ambos renunciassem, apoiando o quarto colocado, que teria supostamente mais chances contra Collor. O quarto colocado era Mário Covas, do PSDB.
Claro, para que o discurso acima tenha alguma credibilidade, é preciso que Haddad pare de crescer e é preciso que Ciro comece a crescer.
Acontece que as ações destinadas a ir ao centro para derrotar a extrema direita, podem efetivamente atrapalhar a transferência de votos de Lula para Haddad e podem, também, contribuir para o crescimento de Ciro.
O problema não está, evidentemente, em enfatizar a democracia. O problema está em nos associarmos aos políticos tradicionais, permitindo que outros capitalizem o repúdio à política tradicional. O problema está em falar para os setores médios e deixar de falar para os setores populares. O problema está em achar que é preciso acenar para os mercados e, em nome disso, não garantir para o povo que vamos dar um "cavalo de pau" naquilo que os golpistas fizeram. O problema está em dissociar a democracia da luta contra o neoliberalismo.
Por exemplo: é certo atacar Bolsonaro por ser de extrema-direita, mas não devemos esquecer de falar do programa econômico-social de Bolsonaro.
Que fala que votaria em Alckmin, se Alckmin estivesse no segundo turno, apenas para derrotar Bolsonaro, não está contribuindo para derrotar Bolsonaro.
Pois se a disputa deixar de ser “golpistas versus não golpistas”, se cair no esquecimento a disputa “neoliberais versus antineoliberais”, se a disputa passar a ser “Bolsonaro contra o resto do mundo da política”, isto ajudaria Bolsonaro. E ajudaria a limpar a barra do resto do golpismo.
Os golpistas estão fazendo outras operações para reduzir a transferência de votos de Lula em direção a Haddad.
Por exemplo, impedir que se associe positivamente Lula com Haddad, especialmente junto aos setores populares, que serão os que vão decidir a parada.
As únicas associações permitidas/divulgadas serão aquelas que possam ser exploradas negativamente.
Nossa resposta deve ser: nunca esquecer nem minimizar o fator Lula.
Os golpistas também buscam impedir ou dificultar que falemos de nosso programa, tentando nos obrigar a debater a trilogia poste/prefeitura/corrupção.
Nossa resposta deve ser: 2018 não é o terceiro turno das eleições para prefeito, nem é uma batalha entre supostos corruptos e supostos não corruptos. 2018 é o momento de fazer vitoriosa a pauta do povo, nosso programa, nossas propostas de emergência.
O eleitorado petista e uma parte do eleitorado lulista já estão transferindo o voto e fariam isto para qualquer um que fosse indicado.
Mas outra parte do eleitorado lulista ainda está analisando/decidindo o que vai fazer e para conquistar esta parte precisamos, entre outras coisas, lembrar que não estamos no segundo turno.
E lembrar também, especialmente diante das recentes declarações de Bolsonaro e de generais, que se para nós “eleição sem Lula é fraude”, para eles "eleição com PT" é fraude.
O único jeito de derrotar isto é reconquistando o máximo de apoio popular. É radicalizando pela esquerda, colocando em pauta os temas de interesse do povo, que conseguiremos derrotar a extrema direita.
Desculpem,mas às vezes é hora de tirar o time de campo e combater nas trincheiras.
ResponderExcluirA ida do PT ao segundo turno levará ou os fascistas ao poder ou se Haddad ganhar a uma radicalização nas ruas da direita organizada e a um golpe civil-militar.
Deveríamos apoiar Ciro e aos poucos ir desfazendo a lavagem cerebral anti-pt.
Ciro é só Ciro.
ExcluirCiro não representa os brasileiros. Muito menos as classes e movimentos populares.
Vamos conquistar os votos para Haddad, candidato de LULA, com o programa e projeto popular de LULA, do PT para o povo.
Por isso, todo cuidado é pouco. As coligações nos Estados podem refletir uma maior ou menor tendencia a eleger golpistas ou não golpistas ou apoiadores ou não do golpe...O anti-petismo tem que ser vencido com luta estratégica e tática do PT, se sairmos do protagonismo dessa luta não temos garantia nenhuma que poderemos tomar a dianteira mesmo que seja o Ciro na presidência. Temos sim que dialogar com mais intensidade com os setores populares, dos avanços que tivemos nos governos do PT e que Pós golpe estamos perdendo...Num provável segundo turno entre Haddad e o coiso acredito que Haddad terá maior apoio para ganhar as eleições, sem precisar se comprometer com setores nem de extrema, e centro direita....Devemos disputar voto a voto no convencimento com muita elegância sem entrarmos nas provocações que o lado de lá está fazendo, ou seja, mostraremos os nossos progressos durante os nossos governos. #LulaLivre...#OPovoNoPoder
ResponderExcluirDiscordo PLENAMENTE desse raciocínio soberbo de que só o PT é a solução.
ResponderExcluirExatamente por esse cenário de golpe emergente, o raciocínio deve ser outro. Vou de Ciro e faço campanha. Se for Haddad x Bolsonaro pro segundo turno, estamos perdidos, ou nas urnas, ou fora delas.
De jeito nenhum.
ExcluirAs classes populares amam LULA e são gratos de paixão.
A estratégia de Lula foi genial. Como sempre.
O tempo é campanha, uma semana, é que não está a nosso favor. TEMOS que nem respirar e só pensar em conversar com o povo boca a boca. Eu nem durmo mais.
Nem o PT (Lula, Hadad e Cia), nem o Bolsonaro e Cia no governo poderá determinar o futuro do país e das classes em conflito, afinal não estamos tratando do poder efetivamente em sem de quem será o gerente dos negócios da burguesia brasileira e seu sócio majoritário, o imperialiomo. A questão será decidida a partir de dois fatores: o quanto a crise da economia capitalista exige da burguesia eedo imperialismo em termos de ataques as condições de vida dá classe trabalhadora e das massas oprimidas e da capacidade dessas resistirem aos ataques. O que quero dizer, de forma resumida, é que a questão tática de em quem ou como votar deve, necessariamente, partir de: qual tática localiza melhor a vanguarda e depois as massas, pra melhor resistir aos ataques. Em tal situação, não me parece producente vender ou difundir a garça de a questão será resolvida nas urnas a partir de tal ou qual candidato.
ResponderExcluirApós as eleições, com a Vitória de Haddad, a luta continuará e terá que ser diária.
ExcluirSeguimos na contracorrente, o candidato está acenando não para o centro mas para a direita; uma reedição do duplo discurso, antes Dilma, agora Haddad, de fato esses caras não aprendem e insistem em governar a "pátria" a qualquer custo.
ResponderExcluirNão se trata de governar a qualquer custo. Trata-se de fazer que o povo tenha acesso ao que precisa para viver dignamente. Retirar o monopólio da mídia e não afrouxar com o mercado. Revogar as sandices do Temer e realinhar a rota mais à esquerda. Argentina de Macri em decadência já tá aí, aparecendo no noticiário. Vamos enfrentar o que precisar ser enfrentado. A onda vermelha está de volta.
ExcluirÉ, exatamente isso que precisamos fazer. E faremos. O que sofremos nos deixou mais alertas e capazes de encarar este enfrentamento. "O único jeito de derrotar isto é reconquistando o máximo de apoio popular. É radicalizando pela esquerda, colocando em pauta os temas de interesse do povo, que conseguiremos derrotar a extrema direita"
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