Fazer política no século XXI e o debate sobre a
política
Política é luta pelo poder. O mal uso da palavra
“poder” pelo Frei Betto.
Poder com P maiúsculo, Política com P maiúscula: a
luta pelos destinos da humanidade, da sociedade, do Brasil.
Nos remete a discutir que futuro queremos.
A postura da classe dominante: abordagem
conservadora (mudar para que tudo continue como antes).
Por isto ordem e progresso, “revolução” de 64, “novo
tempo” dos tucanos.
A postura predominante nos setores médios: abordagem
melhorista (consertar aqui e ali/diferenciar do reformismo forte).
A postura de alguns setores radicalizados: abordagem
utópica (tudo de bom).
Abordagem correta:
partir da análise concreta da situação concreta, ou seja, qual a
situação real, quais as alternativas postas pelas forças em luta.
Qual a situação real:
-mundo capitalista,
-capitalismo em crise, crise global, declínio EUA,
deslocamento geopolítico.
-polarizado entre dois projetos capitalistas, “kapital
financeiro” e “kapitalismo de Estado”.
-imensas contradições que não podem ser solucionadas
pelos interesses privados,
-solução passa por controle social das riquezas
geradas socialmente,
-entretanto forças socialistas estão globalmente na
defensiva
-motivo pelo qual podemos ter ou mais do mesmo
-ou até mesmo uma grande catástrofe
-colocando uma reforma profunda ou uma revolução
social como necessárias, devido a profundidade dos impasses globais e da crise
Brasil, caso particular da situação latinoamericana
-histórico de dependência, desigualdade e democracia
restrita
-saltos de qualidade quando a metrópole entra em
crise
-a metrópole está em crise
-coincidindo com deslocamento da correlação de
forças, nos marcos de uma “estratégia chilena”, abrindo grandes possibilidades
-problema é que nos períodos anteriores a vanguarda
coube a setores da classe dominante e o protagonismo principal coube ao
governo/Estado
-hoje a situação é bem mais confusa
-a classe dominante continua economicamente
dominante, kapital financeiro e transnacional continua controlando o Estado,
mas o Estado está mais fraco que antes (em comparação com capital privado e em
comparação com necessidades) e, por outro lado, classe dominante não controla
mais como controlava o governo
-de outra parte, as camadas populares que ascenderam
ao governo, não controlam todo o governo, não controlam o Estado, não são
classe dominante
-a isso se agregam mudanças sociológicas e
geracionais, mais ofensiva das classes dominantes contra a democracia/soberania
popular em geral e contra os partidos políticos em particular
-a janela pode se fechar e a oportunidade pode ser
perdida
-pior: a oportunidade de um desenvolvimento de novo
tipo (igualdade, democracia, soberania, integração) pode ser perdida
Qual política?
-do ponto de vista ideológico, defender o socialismo
contra o capitalismo (Capital contra Trabalho, Público contra Mercado etc.)
-do ponto de vista programático, defender um
desenvolvimento democrático-popular articulado com o socialismo, ou seja, que
amplie a independência (o que exige integração), que amplie a igualdade e que
amplie a democracia
-do ponto de vista estratégico, combinar luta cultural/ideológica,
luta político-social, ação parlamentar e governamental, no sentido de criar
outra correlação de forças no governo e na sociedade em favor de reformas
estruturais
-do ponto de vista tático, ganhar 2014,
democratização da comunicação e reforma política, indústria cultural e educação
Qual reforma política?
-uma que preencha a falha sistêmica entre o tipo de
mudança que o país precisa e o tipo de Estado/política que temos hoje
-reforma do Estado, com três propósitos: reduzir o
poder do grande capital financeiro/transnacional, fortalecer a capacidade de
intervenção do Estado e para ampliar o controle social popular sobre o Estado
-alteração de qualidade na política pública de
cultura, comunicação e educação
-reforma do judiciário, um poder “sem rampa”
-reforma eleitoral, para garantir voto em lista
fechada, paridade e fim do financiamento empresarial, proporcionalidade efetiva
na Câmara e no Senado
-defesa da Constituinte
Ganhar o povo para estas ideias: matar a corrupção
na fonte, fortalecer os partidos, reverter a americanização da política
brasileira
Façamos isto antes que eles o façam: está em curso
uma onda conservadora.
O abaixo-assinado da Iniciativa Popular proposta
pelo PT.
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