terça-feira, 15 de julho de 2025

PED: análise preliminar dos números finais

A secretaria nacional de organização acaba de divulgar o "resultado final" do processo de eleição direta das direções do Partido dos Trabalhadores.

Talvez ainda ocorram alterações, pois há recursos para serem votados. Mas os números grossos não devem se alterar.

Ao todo votaram 549.970 pessoas em todo o país.

Comparação: em 2001 votaram 221 mil pessoas; em 2005 votaram 314 mil pessoas; em 2007 votaram 326 mil pessoas; em 2009 votaram 518 mil pessoas; em 2013 votaram 421 mil pessoas; em 2017 não dispomos do número; em 2019 votaram 351 mil pessoas. 

Importante lembrar que o número total de filiados é hoje bem maior do nos anos anteriores. 

Por exemplo: em 2001 o número de filiados era de 401 mil pessoas. Votaram 221 mil. Em 2005 o número de filiados era de 910 mil. Votaram 314 mil. Em 2007 o número de filiados era de 1 milhão e 86 mil. Votaram 326 mil. Em 2009 o número de filiados era de 1 milhão e 387 mil. Votaram 421 mil. Em 2013 o número de filiados era de 1 milhão 718 mil. Votaram 421 mil. Em 2017 o número de filiados era aproximadamente 1 milhão 765 mil. Não disponho do número de votantes. Em 2019 não disponho do número de filiados. O número de votantes foi 351 mil. 

Em 2025 votaram 549 mil pessoas, frente a um universo de filiados de 2 milhões e 949 mil. Ou seja: 18,6%. Em 2013, que foi um PED similar ao atual, votaram 24,5% dos 1 milhão e 86 mil filiados. 

Infelizmente, comprovando a difícil relação entre Pravda e Isveztia, o site do PT postou que o "PT faz maior PED da sua história com quase 550 mil votantes".

Seja como for, estes números exigem uma reflexão política (a influência da conjuntura) e organizativa (acerca da natureza das filiações). Afinal, estamos diante de um crescimento fofo: o aumento no número de filiados não acompanha o aumento da militância, pois nem mesmo cresce o percentual de pessoas que fazem o mínimo, a saber: votar na eleição das direções.

Dos 549.970 que compareceram para votar, parte votou branco ou nulo. No caso dos presidentes, houve 31 mil votos brancos e nulos. No caso das chapas nacionais, houve 41 mil votos brancos e nulos. 

Fato que também merece uma análise: pelo menos 10 mil pessoas votaram para presidente e não votaram nas chapas. Dada a diversidade de chapas nacionais, a única explicação possível deriva de algo que foi dito por uma filiada em Ribeirão das Neves: "é aqui que voto para presidente?"

Entre os votos válidos, Edinho teve 73% dos votos. 

Já a chapa da tendência Construindo um novo Brasil teve 51% dos votos válidos. 

Portanto, do ponto de vista aritmético a atual maioria ampliou seu controle sobre o Diretório Nacional: de 45% a 51%.

Há várias explicações para este resultado. Uma bem simples e totalmente acaciana é a seguinte: eles tiveram mais votos que antes. 

Há razões políticas e organizativas que explicam isso. Entre as razões organizativas, destaco uma: o crescimento no número de eleitores.

Em 2019 votaram 351 mil pessoas. Em 2025 votaram 549 mil pessoas. Ou seja: 198 mil pessoas a mais. Esse crescimento beneficiou principalmente a chapa da CNB.

Vejamos a trajetória desta chapa, desde 2005, quando disputou pela primeira vez com este nome:

-em 2005, 116 mil votos (41,9%)

-em 2007, 126 mil votos (42,68%)

-em 2009, 252 mil votos (55,1%)

-em 2013, 200 mil votos (53,62%)

-em 2017, a CNB teve 49,83% dos votos no congresso

-em 2019, a CNB teve 46,9% dos votos no congresso

-e agora, em 2025, teve 257 mil votos (51%)

Como o modelo de votação em 2019 e 2025 foi diferente, não é possível uma análise direta. Mas como em 2019 votaram 351 mil pessoas, os 46,9% da CNB significa algo perto de 164 mil votantes.

Claro que os números exatos não são esses, mas é possível dizer que entre 2019 e 2025 a CNB cresceu mais ou menos de 164 mil para 257 mil votantes. Algo como 93 mil votos a mais. Se esta estimativa estiver correta, a CNB teria capturado a maior parte dos novos votantes, boa parte dos quais muito provavelmente são recém filiados ao Partido.

Os 10 estados nos quais houve mais novas filiações em 2025 foram: Rio de Janeiro (+82 mil), Pernambuco (+26 mil), Ceará (+39 mil), Pará (+25 mil), Maranhão (+21 mil), Espírito Santo (+3700), Amazonas (+10 mil), Piauí (+7,6 mil), Sergipe (+8,4 mil) e Amapá (+8,4 mil).

Os 10 estados onde se concentram os votantes adicionais são: Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Maranhão.

Abaixo o número de votantes adicionais, nos 10 estados citados:

-em Alagoas votaram mais 10.352

-na Bahia votaram mais 14.249

-no Ceará votaram mais 20.833

-em Minas Gerais votaram mais 16.526

-no Pará votaram mais 13.894

-no Paraná votaram mais 10.768

-em Pernambuco votaram mais  11.906

-no Rio de Janeiro votaram mais 45.648

-em São Paulo votaram mais 10.869

-no Maranhão votaram mais 6.763

O desempenho eleitoral do PT nesses estados justifica esse crescimento? Se tomarmos como parâmetro 2024, a resposta é não. Na maioria destes estados tivemos um péssimo resultado eleitoral nas eleições do ano passado.

Para recordar: 202 das 252 prefeituras que o PT conquistou no primeiro turno de 2024 estão concentradas em cinco estados. Bahia e Piauí com 50 cada, Ceará com 47, Minas Gerais com 35 e Rio Grande do Sul com 20. 

Portanto, a presença de Alagoas, Pará, Paraná, Pernambuco, Maranhão, São Paulo e Rio de Janeiro na lista de crescimento expressivo no número de votantes no PED 2025 em relação ao PED 2019 deve-se a outros fatores.

Naqueles 10 estados citados votaram 161 mil pessoas no PED 2025 a mais do que votaram no PED 2019. 

Nas outras 17 unidades da federação, estão os demais 37 mil votantes adicionais. Este número é menor do que o número de votantes adicionais que houve apenas no estado do Rio de Janeiro: 45 mil.

Vamos agora cruzar a relação acima (estados onde mais cresceu o número de votantes) com a relação de estados onde a CNB foi mais votada.

Os 10 estados onde a CNB recebeu maior número de votos são os seguintes:

-Rio de Janeiro: 42.092 votos

-São Paulo: 35.638 votos

-Ceará 34.544 votos

-Pará 23.428 votos

-Minas Gerais 18.002 votos

-Pernambuco 17.993 votos

-Maranhão 13.239 votos

-Paraná 12.484 votos

-Bahia 12.273 votos

-Piauí 9.497 votos

Como se pode constatar, a diferença entre as duas listas reside em Alagoas e Piauí. Em Alagoas houve muitos votantes adicionais, mas a CNB não foi a principal beneficiada. E no Piauí não houve muitos votantes adicionais e a CNB foi muito bem votada.

Os outros estados são os mesmos. No RJ, SP, CE, PA, MG, PE, MA, PR, BA e PI, a chapa da CNB recebeu cerca de 222 mil dos 257 mil votos obtidos em todo o Brasil.

Com um detalhe: do total de 257 mil votos, incríveis 42 mil vieram do Rio de Janeiro, estado onde nosso desempenho em 2024 foi sofrível.

Para além das obviedades acacianas, também há conclusões políticas e organizativas a tirar destes números. 

Uma conclusão óbvia é que se eliminarmos da equação aquilo que não deveria estar lá - filiações industriais, compra de votos, ingerência explícita de pessoas vinculadas a outros partidos, pessoas votando no lugar de outras, atas adulteradas, abuso de poder econômico, uso da máquina, influência eleitoral das emendas parlamentares, assédio de diversos tipos, intimidação contra fiscais, manipulação das comissões organizadores por parte de determinadas chapas e candidaturas, pequeno ou nenhum debate oficial entre as posições concorrentes etc. - o resultado teria sido outro.

Com uma equação depurada, talvez a maioria do Partido continuasse moderada, mas esta maioria seria devidamente moderada por uma maior influência da esquerda.

Outra conclusão, não tão óbvia, é a seguinte: a CNB fez um brutal esforço e extraiu disso um crescimento de... 6 pontos percentuais. 

Detalhe: em alguns casos, o esforço brutal foi feito para que uma facção da CNB tentasse derrotar outra facção da mesma CNB.

Pergunta: o preço pago (em alguns casos é preço mesmo) para alcançar esta maioria absoluta vale a pena para o Partido como um todo? 

(Noutro texto, a análise prossegue.)



 




 






 

segunda-feira, 14 de julho de 2025

Lançamento de livro: Amileto e São Loganso, de Wladimir Pomar

 


Quem estiver hoje em São Paulo capital, propomos aparecer no lançamento do mais recente livro de Wladimir Pomar. Será hoje, segunda, 14 de julho, a partir das 18h30, na livraria Tapera, na Avenida São Luís 187, segundo andar, loja 29. 

Rachel Pomar e Amanda Pomar estarão presentes. A edição é limitada e cada exemplar custa 40 reais. O lançamento coincide com o dia em que Wladimir Pomar faria 89 anos. 



PED: “Neves fora”, muito a fazer & consertar


Neste domingo 13 de julho de 2025, acompanhei o processo de eleição direta das direções partidárias petistas (PED) na cidade de Ribeirão das Neves (MG).

Para quem não conhece, é uma cidade com aproximadamente 330 mil habitantes, colada em Contagem e Belo Horizonte.

Entre 2002 e 2025, o Partido dos Trabalhadores administrou Ribeirão das Neves uma única vez, de 2013 a 2016

Na eleição de 2024, a candidatura petista à prefeitura teve 17 mil votos ou 13% dos votos válidos, enquanto o vencedor (Túlio, do PP) teve 108 mil votos ou 81% dos votos válidos. 

Em fevereiro de 2025 o PT de Ribeirão das Neves tinha 4.044 filiados e filiadas em condições de votar no PED. Mas o número dos que compareceram para votar no PED foi 10% disto. 

Para se ter uma ideia: na disputa mais acirrada do PED, para escolher a presidência municipal do Partido, os votos válidos foram 388, sendo 301 para Marcela Menezes e 87 votos na companheira Telma.

Um detalhe curioso: entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025, 117 pessoas se filiaram ao PT. Ou seja: mesmo que todos estes novos filiados tenham comparecido para votar, a matemática indica que o resultado do PED em Ribeirão das Neves foi definido por quem já era filiado antes das eleições.

No jargão petista, quem decidiu o resultado em Neves foi o que chamamos de “militância”, não os filiados”. O que ajuda a entender a vitória, em Ribeirão das Neves, das chapas e candidaturas da “esperança vermelha” em âmbito municipal e nacional, bem como da chapa e candidatura estadual apoiadas pela esquerda petista.

“Noves fora” (Neves e vários outros casos semelhantes), algo diferente aconteceu no país como um todoem que tivemos cerca de 340 mil novas filiações e 500 mil votantes. 

Uma análise detalhada dos resultados cidade a cidade, estado a estado, provavelmente demonstrará que os resultados foram muito diferentes ali onde prevaleceu a militância e ali onde prevaleceram os filiados. Obviamente, também são muito diferentes as direções que resultam do predomínio de um ou de outro eleitorado. 

O PED em Ribeirão das Neves foi realizada em três locais diferentes. Não fui a um destes locais (Veneza, 64 votos) e passei rapidamente pelo outro (Justinópolis, 203 votos), tendo ficado praticamente todo o dia acompanhando a votação na urna que ficou instalada na Câmara Municipal da cidade (121 votos).

Presenciei ou fui informado de poucas ocorrências: não filiado tentando votar, filiada com nome registrado de maneira incorreta na lista de votantes, filiada em débito com o Partido que não pode votar, filiada que devia votar em outra seção eleitoral, filiada votando em trânsito. 

Fora disto, vários casos de pessoas com dificuldade de preencher a cédula eleitoral e que foram autorizadas a receber auxílio de parentesE pelo menos um caso de filiada que foi impedida de fotografar sua cédula de votação (ela própria disse que estava tentando conferir sua colinha de votação, não fotografar a cédula preenchida).

Além disso, aconteceram diversas dificuldades, algumas decorrentes dos métodos artesanais de organização, outras decorrentes de desvios de conduta, como provavelmente é o caso da ausência de cédulas em quantidade adequada ao número de votantes previstos para uma das seções eleitorais (coincidentemente, a seção onde a candidata apoiada pelo agora ex-presidente municipal do Partido esperava receber menos votos e onde a ausência de cédulas prejudicaria a oponente, que aliás foi efetivamente vitoriosa por larga margem). 

Observando de conjunto o processo de eleição das direções petistas, não apenas em Neves, mas nos estados que visitei pessoalmente durante a campanha, fica a certeza de que poderíamos utilizar muito melhor a energia mobilizada. 

Para isso teria sido/será necessário um pouco mais de organização, um pouco mais de disposição para debater política e tolerância zero com o coronelismo.

A saber: filiações industriais, compra de votos, ingerência explícita de pessoas vinculadas a outros partidos, pessoas votando no lugar de outras, atas adulteradas, abuso de poder econômico, uso da máquina, assédio de diversos tipos, intimidação contra fiscais, manipulação das comissões organizadores por parte de determinadas chapas e candidaturas, pequeno ou nenhum debate oficial entre as posições concorrentes etc.

Seguramente, se fosse/for eliminado o coronelismo, o resultado do PED seria outro.

Como observou uma companheira, talvez a maioria do Partido continuasse moderada, mas esta maioria seria devidamente moderada por uma maior influência da esquerda.

Não foi o que ocorreu no PED 2025, por uma série de fatores cuja análise detalhada somente poderá ser feita depois quenos próximos dias, tiver sido totalizado o resultado de Minas Gerais e, também, depois que tiverem sido votados os recursos

Somente então conheceremos o resultado final e poderemos fazer um balanço completo do PED 2025, inclusive comparando com os resultados de 2001, 2005, 2007, 2010, 2013, 2017 e 2019.

Participei de todos estes processos, ou coordenando campanhas (como as de Júlio Quadros 2001, Iriny Lopes 2010 e indiretamente Lindbergh 2017) ou como candidato a presidente nacional (2005, 2007, 2013, 2019 e novamente em 2025). 

Em um único caso, em 2005, trabalhei ativamente para ser candidato; nos demais o decisivo foram as circunstâncias. Esta foi a situação principalmente em 2025, quando as pessoas que na minha opinião deveriam ter assumido a tarefa não podiam, não queriam ou não se sentiam em condições. 

Quais seriam estas condições para disputar a presidência do Partido

Se olharmos para o resultado do PED 2025 nos estados e nacionalmente, parece haver uma condição que sobressai: ser ou ter sido parlamentar.

Para quem defende que isto (ser ou ter sido parlamentar) não deve ser uma condição, mas apenas uma possibilidade, é imprescindível  ao longo dos próximos quatro anos - preparar diversas companheiras e companheiros que possam vir a disputar a presidência nacional do Partido.

Entre outras coisas, tais camaradas precisam participar ativamente do debate e da condução da política nacional, conhecer o partido em todo país e ajudar na sua construção, ter visibilidade nos meios e nas redes. E, como primeira condição, defender a “linha justa”.

Darei toda a contribuição necessária neste sentido, até porque “when i’m sixty four seguirei ligado no 220, mas cumprindo outras tarefas. 

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Trumpaço ou trumpeço?


Muita gente presente na manifestação realizada ontem, em várias cidades do Brasil, em favor da tributação dos ricos, da redução da jornada de trabalho e do fim da escala 6x1.

Voz corrente na manifestação é que a carta de Trump contribuiu, em alguma medida, para a mobilização, introduzindo na pauta mais um tema fundamental: a defesa da soberania nacional contra a ingerência dos Estados Unidos.

Muitas pessoas iam além e diziam que a carta de Trump teria sido um "tiro no pé". Não um trumpaço, mas um trumpeço.

Em favor desta conclusão, tais pessoas elencavam os seguintes argumentos: i/ficou exposto que o cavernícola & famiglia pensam neles mesmos, em primeiro, segundo, terceiro, quarto e quinto lugar, deixando os interesses do país totalmente de lado; ii/Tarcísio, o homem do boné, teria escorregado de candidato à presidente para a condição de candidato à vassalo; iii/os jornalões (Estadão, Globo, Folha) teriam sido obrigados a dar razão ao governo; iv/Lula teria recebido de presente a possibilidade de defender uma bandeira extremamente atraente e que a extrema-direita vive tentando manipular: a da unidade da Nação contra os inimigos externos.

Alguns lembraram, também, que mesmo que Trump cumpra a promessa de aumentar as tarifas, o Brasil poderia substituir importações e substituir também exportações.

Tudo isso é verdade. E não precisa escarafunchar para encontrar algo mais: tanto Tarcísio quanto o cavernícola sabiam do que ia acontecer e conspiraram contra a Pátria. O cavernícola mantém seu filhote na gringolândia. E o governador deu, dias atrás, a seguinte declaração: alinhamento com Sul Global seria “perigoso”. Sem falar nas gestões para o cavernícola negocie com o pato uma "saída"...

Isto tudo posto, é importante examinar a situação de conjunto. 

Primeiro, convém lembrar que existem no Brasil muitos leitores do clássico livro Oportunidades perdidas: como desperdiçar situações perfeitas e transformar vitórias em derrotas

Não consigo entender, por exemplo, por qual motivo se escolheu dar entrevistas ao invés de convocar cadeia nacional de rádio e tv. Noutras palavras: porque, para falar com o povo, precisamos legitimar a mediação das empresas de comunicação??

Segundo, convém lembrar que a preocupação de Trump não é exatamente com o cavernícola, mas sim com a posição do Brasil no mundo. O cavernícola, as bigh techs, as tarifas, tudo isso são "meios" para o que realmente o Pato Trump deseja: colocar o Brasil de volta no quintal, nos afastar dos BRICS e do Sul Global.

A questão, portanto, é quanto eles estão dispostos a investir (e inclusive a perder) para alcançar este objetivo. A julgar por inúmeras outras experiências, os EUA estão dispostos a gastar o que for preciso. Pois o que está em jogo é o domínio do mundo. Não se trata de tarifas nem de comércio, se trata de uma guerra pela hegemonia.

Terceiro, convém recordar que embora haja brava gente disposta a morrer pelo Brasil, o que queremos não é morrer tentando, o que queremos é triunfar, é vencer, é derrotar os que nos querem avassalar. E isso tudo exige certos pressupostos de que no momento não dispomos, por exemplo soberania alimentar, energética, digital, comunicacional, produtiva e militar.

Quarto e principalmente, é importante recordar que até pouquíssimo tempo nada disso estava no mapa de voo de boa parte da esquerda brasileira. Vamos recordar: havia quem imaginasse ser possível fazer um acordo com o capital financeiro e agora estamos engolindo juros de 15%. Havia quem imaginasse que seria possível fazer um acordo com a direita neoliberal gourmet e agora estamos tendo que lutar pelo direito do presidente governar. Havia, também, quem imaginasse que seria possível ter uma relação racional (!) com os EUA e agora estamos lidando com este trumpaço.

Levando em consideração tudo isto, o mais recomendável é não subestimar nossos inimigos: nem o império, nem a extrema-direita, nem o restante da quadrilha. Afinal, a vida raramente é justa. E a sorte só aparece para quem luta por ela. Luta muito. 

O que na situação concreta significa ir além das medidas imediatas e tomar todas as medidas estruturais indispensáveis à defesa da nossa soberania nacional. Mesmo que isso desagrade a direita neoliberal gourmet que, na falta de outra opção, está momentaneamente apoiando as medidas anunciadas pelo presidente Lula.








 

quinta-feira, 10 de julho de 2025

O Estadão e os mafiosos


O jornal O Estado de S. Paulo publicou um editorial intitulado "Coisa de mafiosos", desancando tanto Trump quanto Bolsonaro. Chega a dizer, inclusive, que frente ao ataque trumpista a reação inicial de Lula foi "correta". Sobra até para Tarcísio, que leva uma paulada: "deplorável".

A íntegra do editorial do Estadão está ao final desta postagem.

O editorial repercutiu muito nas fileiras da esquerda, especialmente aquela que busca reconstruir a frente ampla abalada pela gula da bancada de direita no Congresso nacional e pela insaciável postura da turma da bufunfa financeira.

Sem dúvida, o Editorial comprova que - nas questões que envolvem a soberania nacional - é possível e necessário construir frentes amplas. A grande questão, como sempre, é que não basta definir "contra quem", é preciso também dizer "a favor do quê".

E é nesse ponto que a porca torce o rabo. 

Para começo de conversa, diferente do que diz explicitamente o editorial, não estamos diante de uma operação que atende aos "interesses particulares de Trump". Claro que o estilo da besta é inconfundível, mas neste caso existe muito método por detrás da aparente loucura. Afinal, aos Estados Unidos só há um caminho: virar o mundo de ponta cabeça. Pois no mundo que ele forjaram depois de 1945 e depois de 1971, eles estão perdendo o jogo. 

Logo, não se trata de uma guerra comercial onde perco um comprador e, então, vou à busca de outro. Trata-se de uma maratona contra quem não vai respeitar absolutamente nenhuma regra, sendo capaz de fazer muito estrago no meio do caminho. Assim sendo, as medidas necessárias para realmente proteger o Brasil deste tipo de violência vão muito além do que a vã filosofia fenícia do nosso grande empresariado é capaz de suportar.

Precisamos de soberania produtiva, o que implica numa industrialização 50 anos em 5. De soberania energética, o que implica recuperar a Petrobrás e a Eletrobrás para o controle 100% público. De soberania alimentar, o que implica em mais reforma agrária e menos agronegócio. De soberania digital, o que significa entre outros coisas Lei de Meios e construir nossas big techs nacionais e preferencialmente públicas. De soberania militar, o que implica mudar o ministro da Defesa, a orientação do oficialato e a doutrina atualmente aceita, de "defesa hemisférica". 

Ou seja, precisamos de tudo ao contrário do que é defendido pelo empresariado e pelo Estadão, como se pode constatar pelas posições adotadas no passado recente, em 2018, quando frente ao segundo turno entre Haddad e o agora denominado "mafioso", o Estadão disse tratar-se de uma "escolha difícil". Para quem não lembra, está aqui: Uma escolha muito difícil - Estadão

Um trecho para recordar memória: "De um lado, o direitista Jair Bolsonaro (PSL), o truculento apologista da ditadura militar; de outro, o esquerdista Fernando Haddad (PT), o preposto de um presidiário. Não será nada fácil para o eleitor decidir-se entre um e outro."

Assim, ótimo que agora o Estadão ataque os mafiosos. Mas ninguém se iluda com a disposição de luta exibida no aniversário do 9 de julho. Como diziam amigos antigos, no dia seguinte certos jornais servem apenas para embrulhar peixe.


SEGUE O EDITORIAL DO ESTADÃO

Coisa de mafiosos

Que o Brasil não se vergue diante dos arreganhos de Trump. E que aqueles que são verdadeiramente brasileiros não se permitam ser sabujos de um presidente americano que envergonha a democracia

O presidente americano, Donald Trump, enviou carta ao presidente Lula da Silva para informar que pretende impor tarifa de 50% para todos os produtos brasileiros exportados para os EUA. Da confusão de exclamações, frases desconexas e argumentos esquizofrênicos na mensagem, depreende-se que Trump decidiu castigar o Brasil em razão dos processos movidos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro pela tentativa de golpe de Estado e também por causa de ações do Supremo Tribunal Federal (STF) contra empresas americanas que administram redes sociais tidas pelo STF como abrigos de golpistas. Trump, ademais, alega que o Brasil tem superávit comercial com os EUA e, portanto, prejudica os interesses americanos.

Não há outra conclusão a se tirar dessa mixórdia: trata-se de coisa de mafiosos. Trump usa a ameaça de impor tarifas comerciais ao Brasil para obrigar o País a se render a suas absurdas exigências.

Antes de mais nada, os EUA têm um robusto superávit comercial com o Brasil. Ou seja, Trump mentiu descaradamente na carta para justificar a medida drástica. Ademais, Trump pretende interferir diretamente nas decisões do Judiciário brasileiro, sobre o qual o governo federal, destinatário das ameaças, não tem nenhum poder. Talvez o presidente dos EUA, que está sendo bem-sucedido no desmonte dos freios e contrapesos da república americana, imagine que no Brasil o presidente também possa fazer o que bem entende em relação a processos judiciais.

Ao exigir que o governo brasileiro atue para interromper as ações contra Jair Bolsonaro, usando para isso a ameaça de retaliações comerciais gravíssimas, Trump imiscui-se de forma ultrajante em assuntos internos do Brasil. É verdade que Trump não tem o menor respeito pelas liturgias e rituais das relações entre Estados, mas mesmo para seus padrões a carta endereçada ao governo brasileiro passou de todos os limites.

A reação inicial de Lula foi correta. Em postagem nas redes sociais, o presidente lembrou que o Brasil é um país soberano, que os Poderes são independentes e que os processos contra os golpistas são de inteira responsabilidade do Judiciário. E, também corretamente, informou que qualquer elevação de tarifa por parte dos EUA será seguida de elevação de tarifa brasileira, conforme o princípio da reciprocidade.

Esse espantoso episódio serve para demonstrar, como se ainda houvesse alguma dúvida, o caráter absolutamente daninho do trumpismo e, por tabela, do bolsonarismo. Para esses movimentos, os interesses dos EUA e do Brasil são confundidos com os interesses particulares de Trump e de Bolsonaro. Não se trata de “América em primeiro lugar” nem de “Brasil acima de tudo”, e sim dos caprichos e das ambições pessoais desses irresponsáveis.

Diante disso, é absolutamente deplorável que ainda haja no Brasil quem defenda Trump, como recentemente fez o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que vestiu o boné do movimento de Trump, o Maga (Make America Great Again), e cumprimentou o presidente americano depois que este fez suas primeiras ameaças ao Brasil por causa do julgamento de Bolsonaro.

Vestir o boné de Trump, hoje, significa alinhar-se a um troglodita que pode causar imensos danos à economia brasileira. Caso Trump leve adiante sua ameaça, Tarcísio e outros políticos embevecidos com o presidente americano terão dificuldade para se explicar com os setores produtivos afetados.

Eis aí o mal que faz ao Brasil um irresponsável como Bolsonaro, com a ajuda de todos os que lhe dão sustentação política com vista a herdar seu patrimônio eleitoral. Pode até ser que Trump não leve adiante suas ameaças, como tem feito com outros países, e que tudo não passe de encenação, como lhe é característico, mas o caso serve para confirmar a natureza destrutiva desses dejetos da democracia.

Que o Brasil não se vergue diante dos arreganhos de Trump, de Bolsonaro e de seus associados liberticidas. E que aqueles que são verdadeiramente brasileiros, seja qual for o partido em que militam, não se permitam ser sabujos de um presidente americano que envergonha os ideais da democracia.

quarta-feira, 9 de julho de 2025

Sobre a carta de Trump



A carta (ver ao final) que Trump enviou ao presidente Lula é um ultraje sem nenhum rigor.

Quem quer que defenda os termos desta carta, direta ou indiretamente, deve ser tratado como traidor da pátria.

O governo precisa responder a esta "declaração de guerra" em cadeia nacional de rádio e tv.

E as manifestações convocadas para o dia 10 de julho e as que virão precisam incluir este tema na sua pauta.

Isto posto, estava na cara que isto ia acontecer.

Basta citar um fato: o governador de São Paulo disse que era "perigoso" para o Brasil aliar-se ao Sul Global.

Certamente já sabia do que ia ocorrer. 

O caso é simples: se Obama e Biden intervieram no Brasil para derrubar Dilma, com base no que se deveria acreditar que Trump não tentaria fazer o mesmo contra Lula?

Isto posto, vale a pena analisar alguns trechos da carta de Trump, para ver com que tipo de animal estamos lidando.

Vamos lá.

A carta começa defendendo em toda linha o cavernícola: "A forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro (...) é uma vergonha internacional. Esse julgamento não deveria estar acontecendo. É uma caça às bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!"

Trata-se, como é se pode ver pelo imperativo em maiúsculas, de um autocrata que se acha imperador do mundo, com direito a dar ordens nas instituições de outros países.

A carta segue falando dos "ataques insidiosos do Brasil às eleições livres". 

Quais ataques? Contra quais eleições? No exterior, o único senão que lembro ter sido feito pelo governo brasileiro foi contra a eleição na Venezuela, mas certamente não é disso que Trump está falando. Já no Brasil, o único "ataque insidioso" contra as "eleições livres" partiu exatamente da gangue liderada pelo cavernícola, a quem Trump defende.

Depois a carta fala novamente de ataques contra "os direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos (como ilustrado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS às plataformas de mídia social dos EUA, ameaçando-as com multas de milhões de dólares e expulsão do mercado brasileiro)".

Ou seja: exigir que empresas dos Estados Unidos obedeçam a legislação brasileira é um desrespeito à "liberdade de expressão dos americanos". Que esta liberdade esteja sendo exercida na casa dos outros é um detalhe que escapa totalmente a quem se julga imperador do mundo.

"Em parte" devido a estes "ataques", Trump anuncia que "a partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% sobre todos e quaisquer produtos brasileiros enviados aos Estados Unidos". Confirmando o que já dissemos outras vezes, não está em curso uma guerra comercial, mas sim uma guerra comercial; não estamos diante de uma questão de política tarifária, mas sim de politica tarifária.

Trump diz que o relacionamento dos EUA com o Brasil é uma "longa e muito injusta relação comercial engendrada pelas tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil". Contra isso, de nada adiante argumentar que não faz sentido cobrar tarifas mais altas de um país com quem os Estados Unidos mantém superávit. 

Para o governo Trump, não se trata de economia, mas de economia política. O objetivo é apertar o cerco contra o Brasil, fazer o país romper com o "Sul Global", alinhar o país aos EUA e se possível ganhar uns trocos a mais.

Tanto é assim que Trump chega a dizer que "a tarifa de 50% está muito aquém do necessário para garantir um campo de jogo nivelado entre nossos países". E se alguém não tiver conseguido entender, Trump complementa com a seguinte oferta: "não haverá tarifa se o Brasil, ou empresas dentro do seu país, decidirem construir ou fabricar produtos dentro dos Estados Unidos". Ou seja: para ele o preço justo é aquele que incentiva a produção nos Estados Unidos.

Caso resistamos, eles vão dobrar a aposta: "se por qualquer motivo vocês decidirem aumentar suas tarifas, então, qualquer que seja o número que escolherem para aumentá-las, será somado aos 50% que cobraremos". 

Pouco importa se Trump sabe que está mentindo. O fato relevante é que ele agem cheio de razão, como se fosse mesmo verdade que existam "déficits comerciais insustentáveis contra os Estados Unidos". Os números são o oposto: o Brasil é que tem déficit. Por conta disto, sempre tem alguém que acredita ser possível resolver a parada comprando da China e não mais dos Estados Unidos. Se fosse apenas uma guerra comercial, esta seria a solução lógica. Mas como se trata de uma guerra comercial, é preciso saber que a coisa não vai parar por aí.

Aliás, basta ler a frase seguinte da carta de Trump: "Esse déficit é uma grande ameaça à nossa economia e, de fato, à nossa segurança nacional!"

Segurança nacional: é disto que se trata. E caso alguém tenha dúvida, a penúltima frase da carta diz assim: "Vocês nunca ficarão decepcionados com os Estados Unidos da América". 

Isto tudo posto, recomenda-se que nossa resposta também leve em conta que estamos diante de uma ameaça à nossa segurança nacional. Ou tomamos medidas imediatas e extraordinárias para construir nossa soberania alimentar, energética, comunicacional, produtiva e militar; ou estaremos correndo algo risco.

Afinal, já sabemos o que acontece com os países que "decepcionam" o império e não têm musculatura para defender-se.

SEGUE A ÍNTEGRA DA CARTA DE TRUMP, TRADUZIDA PARA O PORTUGUÊS

“Conheci e me relacionei com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o respeitei profundamente, assim como a maioria dos outros líderes mundiais. A forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato — inclusive pelos Estados Unidos — é uma vergonha internacional. Esse julgamento não deveria estar acontecendo. É uma caça às bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!

Em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil às eleições livres e aos direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos (como ilustrado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS às plataformas de mídia social dos EUA, ameaçando-as com multas de milhões de dólares e expulsão do mercado brasileiro), a partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% sobre todos e quaisquer produtos brasileiros enviados aos Estados Unidos, separadamente de todas as tarifas setoriais. Produtos transbordados para evitar essa tarifa de 50% estarão sujeitos à tarifa mais alta.

Além disso, tivemos anos para discutir nosso relacionamento comercial com o Brasil e concluímos que devemos nos afastar da longa e muito injusta relação comercial engendrada pelas tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil. Nosso relacionamento tem sido, infelizmente, longe de ser recíproco.

Por favor, compreenda que a tarifa de 50% está muito aquém do necessário para garantir um campo de jogo nivelado entre nossos países. E é necessário ter isso para corrigir as graves injustiças do regime atual. Como você sabe, não haverá tarifa se o Brasil, ou empresas dentro do seu país, decidirem construir ou fabricar produtos dentro dos Estados Unidos e, de fato, faremos tudo o que for possível para obter aprovações rapidamente, profissionalmente e rotineiramente — ou seja, em questão de semanas.

Se por qualquer motivo vocês decidirem aumentar suas tarifas, então, qualquer que seja o número que escolherem para aumentá-las, será somado aos 50% que cobraremos. Compreenda que essas tarifas são necessárias para corrigir os muitos anos de políticas tarifárias e não tarifárias e barreiras comerciais do Brasil, que causam esses déficits comerciais insustentáveis contra os Estados Unidos. Esse déficit é uma grande ameaça à nossa economia e, de fato, à nossa segurança nacional! Além disso, devido aos contínuos ataques do Brasil às atividades de comércio digital de empresas americanas, bem como a outras práticas comerciais injustas, estou instruindo o Representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, a iniciar imediatamente uma investigação da Seção 301 sobre o Brasil.

Se desejarem abrir seus até então fechados mercados comerciais aos Estados Unidos e eliminar suas tarifas e políticas tarifárias e não tarifárias e barreiras comerciais, poderemos, talvez, considerar um ajuste nesta carta. Essas tarifas podem ser modificadas, para cima ou para baixo, dependendo do nosso relacionamento com seu país. Vocês nunca ficarão decepcionados com os Estados Unidos da América.

Obrigado por sua atenção a este assunto!





Resolução da AE sobre o PED

À militância petista

À militância que apoiou a chapa “Em tempos de guerra, a esperança é vermelha” e a candidatura de Valter Pomar à presidência nacional do PT

À militância que apoiou nossas chapas e candidaturas nos estados e cidades do Brasil

A direção nacional da tendência petista Articulação de Esquerda (Dnae), reunida no dia 9 de julho de 2025, saúda quem vai neste dia 10 de julho às ruas, exigir que os ricos paguem impostos e defender a vida além do trabalho. Que as manifestações marcadas para 10 de julho continuem acontecendo: só a luta transforma a vida! E que se convoquem manifestações também em defesa da soberania nacional, contra a ingerência aberta e descarada praticada pelo governo Trump, em conluio criminoso com a extrema direita cavernícola e vende pátria!!

A direção nacional da Articulação de Esquerda saúda, também, as centenas de milhares de petistas que participaram, nos últimos meses, do processo de eleição direta (PED) das direções do PT. A militância é a grande riqueza do PT!

O PED ainda não terminou. A totalização prossegue, assim como a conferência dos dados. Há recursos para serem votados, alguns deles abordando irregularidades gravíssimas, que mostram como nossa vida interna está sendo contaminada pelos piores hábitos da política tradicional. E, além disso, no dia 13 de julho, domingo próximo, vai acontecer o PED em Minas Gerais.

Orientamos a militância a seguir atenta: destes últimos passos depende o tamanho da nossa presença nos diretórios partidários e, em especial, nossa presença na comissão executiva nacional do Partido. Cada voto conta!

Como o processo ainda não concluiu, não emitimos ainda nenhuma manifestação oficial sobre o resultado nacional, inclusive sobre a eleição para presidente nacional do Partido. Não se trata de uma formalidade: infelizmente, tanto na entrada quanto na saída, o atual presidente nacional do PT segue operando como representante de uma chapa, não como árbitro de um processo democrático. Não se divulga o resultado de um processo que ainda não foi concluído!

Tão logo o processo se conclua, a direção nacional da AE divulgará uma nota. Nesta nota faremos menção aos resultados, mas também às condições em que se deu o processo. Nosso foco principal, contudo, será nas consequências políticas, que desde já resumimos da seguinte forma: teremos na presidência do Partido alguém que agirá como “braço direito” do governo.

Concluído o processo, teremos pela frente algumas tarefas imediatas, que resumimos a seguir:

1/indicar nossa delegação ao encontro nacional de 1 e 2 de agosto. A direção nacional aprovará a nominata no dia 15/7, levando em consideração os seguintes critérios: paridade, cotas, representação política, representação regional e tarefas no encontro;

2/indicar nossos representantes na direção nacional do Partido. A direção nacional aprovará a nominata em reunião dia 16/7, levando em consideração os seguintes critérios: paridade, cotas, representação política, representação regional e tarefas no próximo período;

3/realizar o balanço do PED. Pedimos a cada direção municipal que nos envie, para publicação no jornal Página 13, o balanço completo do processo em sua respectiva cidade. Também pedimos a cada direção estadual que nos envie, para publicação no jornal Página 13, o balanço completo do processo em seu respectivo estado. Com base nesses balanços, a direção nacional vai debater e aprovar um balanço nacional, que será igualmente publicado no Página 13;

4/preparar uma edição impressa do jornal Página 13, para distribuir no encontro nacional do PT, dias 1 e 2 de agosto. Para tal, os artigos devem ser enviados no máximo até o dia 17 de julho;

5/realizar uma plenária nacional da AE, na véspera do encontro nacional de 1 e 2 de agosto, reunindo a Dnae, a delegação nacional e toda a militância que possa participar. Nessa plenária debateremos as propostas que apresentaremos ao Encontro Nacional do PT;

6/realizar, nos dias 28, 29 e 30 de novembro, na cidade de São Paulo (SP), o 10º Congresso nacional da AE. Neste Congresso, além das resoluções políticas e organizativas, elegeremos a nova direção nacional da tendência. O regulamento deste congresso será divulgado posteriormente, bem como o projeto de resolução.

De antemão, a direção nacional destaca que travamos o bom combate, em defesa das coisas justas e belas. E conseguimos vitórias importantes, nos estados e municípios, que devem ser valorizadas, inclusive realizando atividades nos próximos meses, com a presença da direção nacional da tendência.

Valorizamos e agradecemos também as centenas de pessoas que apoiaram financeiramente nossa campanha, numa demonstração de que é possível ter finanças militantes.

No que diz respeito ao processo nacional, segundo a última totalização (que não é definitiva) teriam votado 450.818 pessoas em todo o Brasil, de um eleitorado total apto a votar composto por 2.949.507 filiados e filiadas.

Ou seja, um comparecimento de 15%. A depender de quantas pessoas votem em Minas Gerais, o total de participantes no PED 2025 girará ao redor de 500 mil pessoas.

Em comparação a outros partidos políticos existentes no Brasil, é um grande feito. Em comparação ao desempenho do próprio PT, nem tanto. Afinal, em 2001 votaram 221 mil pessoas; em 2005 votaram 314 mil pessoas; em 2007 votaram 326 mil pessoas; em 2009 votaram 518 mil pessoas; em 2013 votaram 421 mil pessoas; em 2017 não dispomos do número; em 2019 votaram 351 mil pessoas.

O número alcançado até agora (450 mil) está dentro das estimativas, que oscilavam entre 400 e 600 mil participantes. Entretanto, é preciso registrar que em fevereiro de 2025 foram registradas 340 mil novas filiações. Quando comparamos o comparecimento (450 mil) com o número de novas filiações (340 mil), fica evidente que tinham razão os que diziam ser necessário fazer um recadastramento, pois tratava-se de um “número excessivo” e fortemente artificial.

Depois que secretaria nacional de organização divulgar o resultado por estados e cidades, será necessário estudar a distribuição regional e municipal desses votos, o que certamente revelará outras interessantes novidades.

Segundo a mesma totalização, Edinho Silva teria conseguido 311.348 votos ou 73% do total de votos válidos, que seriam 424.944.

O significado destes números fica evidente quando comparamos com o resultado de outros PED, nos quais o comparecimento foi proporcionalmente maior, apesar do número total de filiados ser muito menor: Dirceu em 2001 teve 113 mil votos (55,6%); Berzoini em 2005 teve no primeiro turno123 mil votos (42%) e 115 mil votos no segundo turno (51,6%); o mesmo Ricardo Berzoini em 2007 teve no primeiro turno131 mil votos (43%) e 69 mil votos (62%) no segundo turno; José Eduardo Dutra teve em 2009 274 mil votos (58%); Rui Falcão em 2013 teve 268 mil votos (69,5%).

Nos dois processos posteriores, a eleição não foi direta. Nos respectivos congressos nacionais do Partido, entre as delegações Gleisi Hoffmann teve 62% dos votos em 2017 e 71,5% dos votos em 2019.

Portanto, em números proporcionais o resultado obtido por Edinho Silva é similar ao obtido por Rui Falcão e Gleisi Hoffman, confirmando o seguinte: quando se alia a outras tendências partidárias, a candidatura apoiada pela “Construindo um Novo Brasil” conquista cerca de ¾ dos votos válidos.

Isso, assim como o resultado obtido nas chapas, sobre o qual falaremos a seguir, é produto de um combo de fatores: em primeiro lugar, a força política acumulada há décadas; e também as filiações em massa, o uso das máquinas (governo federal, governos da Bahia, Piauí e Ceará, dezenas de prefeituras, dezenas de mandatos parlamentares), o abuso de poder econômico, o apoio da mídia comercial, a parcialidade de inúmeras direções partidárias e, inclusive, a interferência aberta de políticos de partidos de direita.

Tudo o que sempre dissemos sobre o PED, se confirma: na forma como é realizado hoje, traz para dentro do Partido os piores hábitos da política tradicional, o que significa desde transporte empresarial de eleitores até compra aberta de votos.

Sendo este o contexto, o desempenho das três outras candidaturas presidenciais precisa ser analisado com detalhe.

Segundo a mesma totalização divulgada pela secretaria nacional de organização, Rui Falcão teria recebido 49.572 votos ou 11,67% dos votos válidos; Romênio Pereira teria recebido 44.167 votos ou 10,39% dos votos válidos; e Valter Pomar teria recebido 19.857 votos ou 4,67% dos votos válidos. Estes números devem se alterar, depois que forem incluídos os votos de Minas Gerais.

Cabe lembrar que a candidatura de Rui Falcão foi apoiada por um combo de tendências, que ele próprio fazia questão de enumerar em cada um dos debates de que participou: setores do Novo Rumo, Avante, Democracia Socialista, Diálogo e Ação Petista, Militância Socialista e outros segmentos.

Já as candidaturas de Romênio Pereira e de Valter Pomar foram “solteiras”, ou seja, lançadas por suas respectivas tendências, a saber: Movimento PT e Articulação de Esquerda.

Cabe lembrar, ainda, que havia uma desproporção total no que diz respeito aos apoios recebidos por cada uma destas candidaturas, no que diz respeito a deputados federais, deputados estaduais, vereadores e presidentes de diretórios partidários, entre outros. Como um voto vale um voto, nada disto altera os resultados em si, mas deve ser levado em conta, mostrando a força relativa da militância da AE e da difusão de nossas posições, o que ficará mais explícito quando dispusermos dos resultados detalhados por estados e por cidades.

No que diz respeito às chapas, o resultado foi o seguinte: a chapa da CNB teve 51,62% dos votos; a chapa do Movimento PT recebeu 12,21% dos votos; a chapa da Resistência Socialista recebeu 11,22% dos votos; o “Campo Popular”, um combo de tendências (EPS, Novo Rumo, Avante, Socialismo em Construção, Movimento Brasil Popular) recebeu 10,74% dos votos; a chapa Muda PT, um casamento entre as tendências Democracia Socialista e Militância Socialista, alcançou 7,34% dos votos; a chapa Esperança Vermelha recebeu 3,88% dos votos; a chapa da “Tribo” recebeu 1,81%; a chapa do Diálogo e Ação Petista recebeu 1,18%.

Estes resultados todos devem sofrer alterações, em alguns casos significativas, depois que forem incorporados os votos de Minas Gerais. Só então, bem como depois da votação dos recursos, é que será conhecida a composição do Diretório Nacional e da Comissão Executiva Nacional.

No caso da CNB, além do número de cadeiras conquistadas no Diretório, é preciso conhecer quem serão as pessoas indicadas. Afinal, como é público, a tendência Construindo um Novo Brasil segue com divergências internas profundas, o que se traduziu inclusive em várias chapas e candidaturas concorrentes em vários estados e em várias cidades do país. Paradoxalmente, esta disputa, que em alguns casos se transformou em batalha campal, engordou a votação nacional da chapa da CNB.

No caso das chapas-combo (Campo Popular, Muda PT), é preciso conhecer como ficará a distribuição entre as forças internas, o que permitirá conhecer o tamanho aproximado de cada tendência. Na mesma linha, é preciso considerar o resultado obtido nas disputas pelas direções estaduais e municipais. Numa análise preliminar, entendemos que a AE se saiu relativamente bem com outras forças integrantes da mal denominada “esquerda petista”. Mas, repetimos, do ponto de vista político muito depende do resultado de Minas Gerais e de seu impacto sobre a composição da executiva nacional do PT.

Sobre o que não pode haver dúvida, entretanto, é que a tendência CNB ampliou sua maioria no Diretório Nacional, completando trinta anos de hegemonia ininterrupta, mesmo com altos e baixos. A dúvida é saber quais os efeitos disto sobre a atuação do PT, na atual conjuntura mundial e nacional, em particular levando em consideração as políticas e as atitudes defendidas, durante o PED, pelo candidato à presidência nacional lançado pela CNB.

Evidente que, depois que tiver concluída a batalha e conhecidos os resultados, nos cabe medir muito bem as palavras e evitar o pessimismo e a negatividade. Mas os fatos recentes confirmam o que dissemos na campanha: precisamos de uma direção disposta a implementar uma tática de polarização política contra as duas direitas, contra a extrema-direita e, também, contra a direita tradicional neoliberal que comanda o Congresso e o Banco Central. E precisamos de uma estratégia que nos permita lidar com os tempos de guerra em que vivemos. Acontece que os discursos e as propostas apresentadas por Edinho Silva e pelos representantes da CNB apontam noutro sentido.

Finalmente, sobre a Articulação de Esquerda, nos cabe fazer um balanço de conjunto do processo e também de nosso desempenho.

Do ponto de vista estritamente político, travamos o bom combate e apresentamos com lealdade e nitidez nossas posições ao conjunto do Partido. Do ponto de vista eleitoral, tivemos um resultado absoluto melhor, mas proporcionalmente inferior ao de 2019. Como já foi dito, nossa participação no Diretório Nacional e na Comissão Executiva Nacional depende da conclusão da totalização, dos recursos e dos resultados em Minas Gerais. O que confirma que era necessário cumprir, em todos os estados, a política aprovada por nosso congresso nacional, a saber: lançar candidaturas presidenciais nos estados ou pelo menos nas capitais, uma vez que isso potencializaria o desempenho das chapas (o que em alguns casos significaria reduzir danos ou pelo menos manter os espaços já existentes, noutros casos poderia resultar numa ampliação da votação).

Seja como for, no contexto em que ocorreu o PED, com destaque para as filiações em massa e as fraudes, algumas efetuadas diretamente no cadastro oficial do Partido, devemos apontar que o resultado obtido por nossa chapa nacional foi na verdade impressionante. Afinal, das 8 chapas nacionais, há algumas que se beneficiaram das disputas regionais e municipais e há outras que perderam com isso. Há chapas que são coalizões de grupos e outras que são impulsionadas por uma única tendência. Há chapas que têm apoio de imensas estruturas e há outras cujo desempenho dependeu quase que unicamente do convencimento político e do engajamento militante. Em todos estes quesitos, nós fazemos parte do segundo grupo.

Levando tudo isto em conta, nossa votação, embora numericamente pequena, é muito valiosa, porque expressou a combinação entre adesão a nossa orientação política e presença militante e organizada na base.

Isto confirma a importância de uma tendência como a Articulação de Esquerda, militante, orientada pela política, disposta a combater a degeneração mesmo quando isso implique em cortar na própria carne. Infelizmente, alguns de nossos aliados mais próximos só se deram conta disto tardiamente, perdendo de vista que era necessário sair do PED acumulando mais organicidade. Neste espírito, devemos voltar a todas as cidades onde recebemos votos e transformar nossa votação em organicidade.

Mas repetimos: é indispensável manter nossa representação na comissão executiva nacional do PT. E todos devem contribuir nisso, até as 17 horas do dia 13 de julho.

Seja como for, travamos o bom combate. Diferente de outras tendências, que não apresentaram o que pensam, que se ocultaram em composições, a nossa apresentou com nitidez uma visão programática, estratégica, tática e organizativa. Este é o ponto de partida para, no próximo período, seguirmos em nossa luta por um Brasil democrático, popular e socialista.

Viva o PT!

Viva a militância!

Viva quem tem a esperança vermelha batendo do lado esquerdo do peito!

Palestina Livre!

 

9 de julho: a renúncia de Genoino


Acabo de falar por telefone com José Genoino.

Nada de excepcional, conversamos desta forma duas ou mais vezes por semana.

Ele me pediu notícias do PED.

E comentamos sobre o cerco da direita contra o governo.

No final da ligação, critiquei o feriado de 9 de julho, dedicado à contrarrevolução bandeirante.

Genoino lembrou então do 9 de julho de 2005, quando ele renunciou à presidência nacional do PT. 

Há quase exatos 20 anos, na noite de 8 para 9 de julho de 2005, Múcio Magalhães, Iriny Lopes, Sônia Hypolito e este que vos escreve estivemos na casa de Genoino, para conversar sobre a situação.

Genoino morava na mesma casa há muitos anos, sendo esse um dos muitos motivos que me levavam a recusar até mesmo qualquer insinuação que fosse feita contra ele. 

No dia 9 de julho fomos chamados pelo “campo majoritário”, que comunicou ter escolhido Tarso Genro para substituir Genoino na presidência, com chances inclusive de Tarso vir a ser o candidato (da então “maioria”) à presidência nacional do PT no PED que ocorreria em 2005.

Nos opusemos fortemente ao nome de Tarso Genro. Os acontecimentos futuros confirmaram quem tinha razão nesta questão. 

A reunião do Diretório Nacional, naquele 9 de julho de 2005, foi acima de tudo dolorosa. Como um dos vice-presidentes, tive que estar na mesa que dirigiu os trabalhos. 

Algum dia, depois de ser cremado, talvez escreva tudo o que sei e penso que sei sobre aquela época, inclusive sobre quem acho que realmente pode ser chamado de guerreiro do povo brasileiro.

Pano rápido.

Vinte anos depois, Genoino segue sendo camarada, como era desde quando o vi pela primeira vez, numa reunião no Grupo Educacional Equipe, acho que em 1978.

Na ocasião perguntaram como ele podia opinar sobre a política adotada na Guerrilha do Araguaia, se fora preso logo no início. Lembro dele responder que todo mundo ali tinha opiniões sobre a Revolução Russa de 1917, porque ele não poderia ter sobre uma Guerrilha ocorrida há tão pouco tempo??

Nestes quase 50 anos divergimos muito, como se pode inferir da leitura do texto disponível no endereço abaixo, escrito pouco antes da queda:

https://teoriaedebate.org.br/2005/04/20/debate-25-anos-de-pt-com-a-palavra-a-maioria/

Mas também convergimos muito, como se pode ver num dos adesivos que Genoino carrega no peito, na foto que ilustra esta postagem. Apesar de táticas diferentes, operamos neste PED de 2025  com um mesmo propósito. Fomos derrotados. Mas pelo menos foi em boa companhia. 

Abaixo, só para ilustrar, uma foto de quando visitamos a China, em 2004.








Inadimplente não pode ser dirigente

Olá militância do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras de Minas Gerais.

Como vocês sabem, um inaceitável recurso ao Judiciário obrigou o PT a fazer uma escolha: OU realizar o PED sob intervenção judicial OU adiar o PED em MG.

Decidimos adiar.

Mas agora que a justiça foi restabelecida, no próximo dia 13 os petistas de Minas vão poder escolher suas direções municipais, sua direção estadual e também vão poder votar para a direção nacional do Partido.

A quem já decidiu que vai votar na chapa nacional 220, peço que consiga mais votos.

A votação que nossa chapa receberá em MG será decisiva para saber se continuaremos ou não representados na executiva nacional do PT.

E a quem ainda não decidiu em quem vai votar, peço que considere com carinho votar em nós.

Por um PT militante, presente nos territórios, atuante nos anos ímpares e não apenas em anos eleitorais.

Por um PT engajado nas lutas sociais, pelo fim da escala 6x1, pela redução da jornada de trabalho, pela tributação dos ricos, por uma Palestina livre.

Por um PT que enfrente tanto a extrema direita quanto a direita tradicional, porque ambas são neoliberais

Por um PT que luta pela reeleição de Lula em 2026, mas que começa essa luta agora, em 2025, enfrentando esta maioria de direita do Congresso nacional que tenta implantar um parlamentarismo ilegal.

Por um PT que entenda que não basta reeleger Lula, é preciso reeleger em condições dele fazer um governo melhor.

Por um PT comprometido com a transformação do Brasil.

Um Brasil soberano, com democracia popular, bem estar social, desenvolvimento e industrialização.

Um Brasil integrado na América Latina e Caribe, comprometido com a construção do outro mundo possivel.

Um Brasil socialista.

Por estes e por outros motivos, quero pedir um voto de confiança na chapa nacional Em tempos de guerra a esperança é vermelha, de número 220

E quero agregar um motivo a mais.

A nossa chapa não se omitiu.

Dissemos explicitamente que só pode dirigir o PT quem contribui financeiramente com o PT.

Inadimplente não pode ser dirigente.

Também dissemos que é inaceitável recorrer ao Judiciário contra uma posição aprovada pelo Diretório Nacional do Partido.

O Judiciário não pode virar a última instância deliberativa do PT

Nós apoiamos a Leninha como nossa candidata à presidenta estadual do PT e queremos pedir teu voto para a nossa chapa nacional.

Como já dissemos, o voto dos petistas de MG vai decidir se nossa chapa estará ou não representada na próxima executiva nacional do PT. 

Esperamos contar com a sua confiança, seu apoio e seu voto.

No dia 13, todo mundo ligado no 220!

Viva o PT!