sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Reginaldo Lopes e Venezuela: subindo de classe

Que a grande imprensa fale besteira, faz parte.

Que alguns petistas repitam estas besteiras, também faz parte.

Exemplo: a opinião do deputado Reginaldo Lopes sobre a posição do governo brasileiro em Kazan.

Tal opinião pode ser lida aqui:


Segundo o deputado, o Brasil seria uma espécie de professor que dá notas para os países da região. “Não fez o dever de casa, não sobe de classe”.

O Brasil, nos governos Lula e Dilma, sempre recusou tal postura de “agência certificadora”. Entre outros motivos porque seria impossível competir com os EUA no quesito arrogância & prepotência.

Além de querer copiar a sutileza dos gringos, o deputado parece querer copiar também a ignorância.

Afinal, qualquer pessoa bem informada sabe que vários integrantes dos BRICS não correspondem (ainda bem!)  ao “standard USA de democracia”. 

É o caso, entre outros, de Cuba, cuja inclusão na “lista de pretendentes a participar dos BRICS” foi corretamente apoiada pelo Brasil. 

Portanto, qualquer que tenha sido o critério do governo brasileiro para vetar a inclusão da Venezuela, falar que o “recado” teria relação com a “democracia” é, na melhor das hipóteses, lacração demagógica.

Sobre o papel da “democracia” nas razões do veto brasileiro, recomendo ler o que diz Celso Amorim na entrevista abaixo:

Segundo Amorim, “a questão com a Venezuela [no Brics] não tem a ver com democracia”.

Moral da história: Reginaldo não sabe do que está falando. Mas sabe muito bem porque está falando. 

Seu objetivo é “subir de classe”. 

Nesse quesito, reconheço que ele está indo muito bem.





2 comentários:

  1. Entrevista de Amorim esclareceu. Maduro precisa ser maduro e entender o rito.
    E não perder a ternura, jamais.

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  2. Cualquiera sea la razón que esgrima Brasil para explicar su veto a Venezuela lo pone, lamentablemente, al nivel del gendarme global, EEUU, no obstante haber firmado la Declaración de Kazán, numeral 10, que repudia este tipo de sanciones.

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