Em 52 cidades está ocorrendo segundo turno.
Mas antes disso, já está em curso o debate sobre quem ganhou e quem perdeu.
E por quais motivos isso aconteceu.
Há muitas variáveis envolvidas.
Uma delas é o dinheiro.
Como sabemos, continua havendo "dinheiro não declarado" (com o perdão do eufemismo) e compra de votos, sem falar de outros mecanismos que integram a chamada democracia burguesa.
Feita esta ressalva - nem todo dinheiro usado é contabilizado - vale a pena comparar os recursos que cada campanha declarou e a votação que obteve.
Como são 463 mil candidatos em todo o país, isto dá um certo trabalho, digamos assim.
Alguém - não sei quem - começou este trabalho, analisando a bancada de eleitos e primeiros suplentes da Federação Esperança Brasil na cidade de Campinas
Vejam abaixo.
Supondo que os dados sejam corretos, o resultado é muito didático.
Os seis primeiros nomes são os mais votados da Federação Esperança Brasil em Campinas. Cinco são do PT e 1 (Gustavo Petta) é do PCdoB. Destes seis, quatro (Petta, Guida, Paolla, Cecílio) já são vereadores.
Quando ordenamos os seis por votação obtida em 2024, fica assim: Paolla, Guida, Wagner, Gustavo, Cecílio e Evelyn.
Quando agrupamos os seis por ordem de recursos financeiros, fica assim: Wagner, Gustavo, Evelyn, Guida, Paolla e Cecílio.
Uma conclusão possível é que, se você tem mandato, dinheiro não é o único fator. Petta já tem mandato, foi o segundo colocado em termos de recursos mas ficou em quarta posição em termos de votos. Jà Paolla foi a quinta colocada em termos de recursos, mas ficou em primeiro lugar em termos de votação.
Outra conclusão possível é: se você não tem mandato, dinheiro influi bastante. Wagner e Evelyn não têm mandato. Wagner foi o primeiro colocado em termos de recursos, mas ficou em terceira posição em termos de votos. Evelyn foi a terceira colocado em termos de recursos, mas ficou em sexta posição em termos de votos.
Terceira conclusão: se os seis tivessem obtido o mesmo recurso, a ordem da nominata provavelmente seria outra. Mas é possível, também, que o número de eleitos fosse menor, uma vez que parte dos atuais eleitores talvez não tivesse sido contatado pelas respectivas campanhas.
O que leva à quarta conclusão é: nesse sistema eleitoral, a esquerda está fadada a sempre eleger bancadas menores do que as da direita.
Por isso, mais importante do que brigar por ter mais recursos para X ou Y se elegerem, é mudar o sistema e instituir o voto em lista. Assim, teremos motivos institucionais para parar de brigar dentro do mesmo partido (ou dentro da Federação, para quem gosta dessa geringonça) e para voltar a lutar unidos contra nossos inimigos.
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