quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Lula, Dilma e a (im)paciência

Recomendo a todo mundo ouvir a entrevista dada por Lula hoje, 26 de janeiro, à rádio CBN do Vale do Paraíba.

A entrevista pode ser ouvida neste link:

https://youtu.be/phsLZpGTrPQ

A entrevista – pela forma e pelo conteúdo – confirma os motivos pelos quais muita gente vai votar em Lula, eu inclusive.

Isto posto, há três passagens da entrevista que me chamaram a atenção.

A primeira delas é o que Lula fala sobre Alckmin.

Podemos ou não concordar com entregar a vice para Alckmin (eu não concordo).

Mas a maneira como Lula aborda o assunto na entrevista para a CBN “valoriza” excessivamente o “passe” do cidadão.

Se foi essa a intenção, seria na minha opinião um duplo erro. 

Outra passagem que me chamou a atenção é sobre como enfrentar o desemprego.

Lula disse  que fará de tudo para acabar com o desemprego.

Menos, segundo entendi, fazer um “plano emergencial para gerar emprego”.

Nesse caso, o ritmo de geração de empregos dependeria excessivamente dos “mercados”, cabendo ao governo criar o ambiente, estimular e até financiar.

A prudência indica o contrário: o tema da fome e do desemprego precisam ter solução muito veloz e só a ação direta do Estado pode garantir isso.

A terceira passagem da entrevista que me chamou a atenção foi sobre Dilma.

O tema tem vários aspectos, vou me limitar a um.

Em meio a vários elogios à companheira Dilma, Lula diz o seguinte: “Aonde que a companheira Dilma, na minha opinião, erra? É na política. Ela não tem a paciência que a política exige que a gente tenha para conversar, para ouvir as pessoas dizerem não, para atender as pessoas mesmo quando você não gosta do que elas estão falando.”

Eu nunca trabalhei nem com Lula, nem com Dilma, então não tenho tantos elementos pessoais para opinar. Mas já ouvi inúmeros relatos a respeito dos respectivos estilos. 

E a conclusão que tiro destes relatos e da fala de Lula acerca do que ele considera "erro" - a falta de paciência de Dilma - é a seguinte: não importa como a gente aja, não importa se somos simpáticos ou antipáticos, se somos pacientes ou impacientes, a classe dominante passa a régua.

Dilma foi presa durante a ditadura militar.

Lula também foi preso durante a ditadura.

E Lula foi preso durante a "democracia".

Portanto, não é exatamente com "paciência" e "conversa" que se consegue resolver determinados problemas.


 

 

 

10 comentários:

  1. Que alguns militantes perucas soltas, por falta de conhecimento tenha essa opinião sobre Dilma, vá lá! Mas o Lula?

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  2. Que alguns militantes perucas soltas, por falta de conhecimento tenham essa opinião sobre Dilma, vá lá! Mas, Lula? Lamentável

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  3. Pronto agora os extremamente críticos já tem um motivo para falarem mal Lula. Nem Jesus agradou a todos mas de Lula exigem perfeição. 🙄

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  4. Na Democracia devemos ser altruístas, não significa deixar passarem por cima do processo histórico e entregar numa bandeja a cabeça da classe trabalhadora.

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  5. Nem Jesus aceitaria Akckmin e a sua OPUS DEI...Quem aceita é quem não combateu o tucanato paulista e brasileiro por quase trinta anos...

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  6. "Na noite de 30 de abril de 2012,o tradicional discurso dos presidentes lulistas aos trabalhadores por ocasião do Primeiro de Maio veio com sabor diferente. Em lugar do cardápio algo insosso de avanços lentos sem confronto político, a primeira mandatária mulher ofereceu ao público prato apimentado. Dilma Rousseff dedicou o pronunciamento a atacar os bancos. “É inadmissível que o Brasil, que tem um dos sistemas financeiros mais sólidos e lucrativos, continue com um dos juros mais altos do mundo”, asseverou em rede nacional de rádio e TV. Do alto dos 64% de aprovação de que então dispunha, concluiu confiante: “Não vamos abrir mão de cobrar com firmeza de quem quer que seja que cumpra o seu dever”. No caso, o dever era a redução dos juros para garantir o crescimento da economia. O gesto presidencial funcionava como ponta do iceberg da guerra desenvolvimentista, centrada naquele momento na “batalha do spread”, etapa decisiva da conflagração.

    De 2011 a 2012, em iniciativa de audácia inesperada, os desenvolvimentistas invadiram a cidadela sagrada das decisões monetárias e avançaram aos saltos, pressionando instituições privadas para reduzirem os próprios ganhos, com o apoio das divisões pesadas dos bancos públicos e de ousada mudança nas regras da poupança. Quando a refrega parecia ganha, abrindo caminho para horizontes rooseveltianos, o poderoso Banco Central (BC) voltou a elevar a taxa Selic (abril de 2013) e, na prática, devolveu ao mercado financeiro controle sobre parte fundamental da política econômica. A decisão tornava manca a perspectiva de retomada do desenvolvimento nacional e paralisava o avanço progressista quando ele soava irresistível.

    https://www.scielo.br/j/nec/a/sWvZ7c6KRLYHT5jrh6FZSfG/?lang=pt

    Dilma enfrentou praticamente sozinha e isolada essa súcia toda, uma plutocracia reacionária e selvagem, uma imprensa que faz parecer respeitável a da Coréia do Norte, uma "classe" "média" que parece mais uma turba de linchadores.

    Merece mais que nosso respeito e nossa admiração. Nós é que não estivemos a altura dela e de seu governo. A nossa vara é que era curta.

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  7. Volta Dilma Rousseff, guerreira do povo brasileiro!

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  8. O papel de LULA, ao defender ALCKMIN como vice-presidente, corre o risco de repetir as tratativas vergonhosas do primeiro-ministro britânico CHAMBERLAIN com HITLER: não conseguiu nem paz, nem glória!

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  9. LULA, você lerá a nossa faixa: FORA ALCKMIN! PINHEIRINHO, PRESENTE!

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  10. Vale a pena ver de novo

    Primeiro clipe de campanha de Alckmin tem referência ao ...

    https://www.redebrasilatual.com.br/politica/2018/08/primeiro-clipe-de-campanha-de-alckmin-tem-referencia-ao-pcc-em-bandeira-do-brasil/

    Mudam os tucanos de plantão, a pax continua? Após o artigo acima publicado em 2018 (você leu?) os chefes foram para presídios federais.

    O sistema recebe, legaliza o capital no circuito financeiro global desde os anos 90, que coincide com a ascensão tucana.

    O problema não é confiar no indivíduo A. B ou C... o problema é o NÓS (plural). A, B ou C podem ter boa índole, e quem é cristão vive o que São Paulo ensinou.

    https://www.bibliaonline.com.br/ara/1co/13

    Petistas são lulistas, mas o petismo não é lulismo. Esse coletivo não pode fazer confusão. Se Lula é a cabeça do PT, que o PT seja o pescoço grudado no corpo da classe trabalhadora brasileira. A DNPT , militantes e simpatizantes devem avaliar o risco de fazer acordos que futuramente vão apodrecer todo o corpo e matar a alma.

    Os lulistas amam de paixão. Os petistas também, mas não podem ser cegos aos perigos. Sabedoria é ouro.

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