O UOL
divulgou, no dia 1 de março, uma entrevista concedida pelo presidente Lula ao
portal e ao jornal suíço Les Temps.
Não ouvi o
áudio da entrevista, portanto não tenho como checar se há diferenças entre o
que foi dito e o que foi publicado.
Isto posto, quero comentar dois trechos da entrevista publicada, um que achei extremamente
positivo, o outro extremamente equivocado.
O extremamente
positivo é o destaque dado à desigualdade. Sobre isso falarei noutro texto.
O extremamente equivocado é a opinião dada acerca do crime de responsabilidade. Sobre
isto falarei aqui.
Podemos
avaliar que não há mobilização popular em favor do impeachment.
Podemos constatar
que não há correlação de forças no Congresso para aprovar o impeachment.
Podemos achar
que não basta afastar Bolsonaro, pois há Mourão, Guedes, Moro e toda a corja
neofascista e ultraliberal.
Podemos cobrar do Congresso e do STF que tomem a atitude prevista na Constituição.
Podemos deixar que quem pariu Mateus, o embale.
Podemos muitas
coisas.
Podemos até
achar que é melhor ter paciência por 4 anos. E depois mais 4, quem sabe, restando saber nesta toada que país teremos em 2022 ou em 2026.
O que não
podemos é negar (ou colocar na condicional, como uma hipótese futura) algo que
até mesmo setores da direita reconhecem: o presidente Bolsonaro é uma
fábrica de crimes de responsabilidade.
Dito de outro
jeito: o que “acaba com a democracia” não é reconhecer que Bolsonaro cometeu crimes de responsabilidade, para os quais uma solução prevista em lei é o impeachment.
O que "acaba com a democracia" é ter um neofascista e amigo de milicianos
na presidência da República.
A entrevista
citada está disponível aqui:
https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2020/03/01/a-esquerda-perdeu-o-discurso-e-tera-de-reconstrui-lo-diz-lula.htm
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