O companheiro Ricardo Capelli escreveu um texto onde responde as críticas que fiz a Aldo Rebelo.
Minhas críticas e as posições de Aldo estão aqui: http://valterpomar.blogspot.com/2016/06/o-que-e-isso-camaradas-sobre-as.html
A resposta de Capelli está reproduzida ao final, bem como alguns dos comentários feitos por quem leu o texto.
Capelli me desanca sem dó nem piedade.
Me acusa de "esquerdismo infantil", "argumentos infantis", "agressões pueris", "caluniar e agredir", "presta serviço a direita". Além de me chamar de revolucionário entre aspas.
Tomei nota mas passo: esta técnica de debate é improdutiva e de péssimo gosto.
Capelli vai além: diz que o PT, Lula e seus dirigentes estão de braços cruzados frente ao golpe.
Obviamente Capelli sabe que os petistas estão mobilizados contra o golpe.
Assim, suponho que o que ele pretendeu dizer é outra coisa, a saber: na opinião dele, a tática adotada pelo PT não vai derrotar o golpe.
E qual a tática que Capelli acha que pode derrotar o golpe? Resposta: o plebiscito pela antecipação das eleições.
Esta proposta tem defensores em vários lugares, inclusive dentro do PT.
Existem várias maneiras de defender esta proposta de plebiscito por antecipação das eleições.
A maneira escolhida por Aldo Rebelo na entrevista ao jornal Valor revela, na minha opinião, todos os problemas e riscos embutidos na proposta.
A defesa que Capelli faz da proposta simplesmente omite todos estes problemas e riscos.
Além de não dizer uma palavra sobre a analogia que Aldo faz entre o momento atual, o plebiscito de 1963 e o golpe de 1964.
Analogia que, se aceita, implicaria aceitar um ponto de vista "revisionista" acerca das causas do golpe de 1964.
Portanto, no seu texto Capelli não defende a proposta de antecipação das eleições.
Parece que ele faz isto.
Mas na verdade o que ele faz é outra coisa: atacar a tática do PT (ou o que ele considera que é a tática do PT).
É uma técnica clássica, que vi Prestes adotar num debate em 1988, em Rondônia: perguntado sobre a baleia, ele respondeu que a baleia vivia no mar e passou a falar do mar.
Quando terminou, parecia que ele havia falado da baleia.
Mas ele só havia falado do mar.
Vejamos frase por frase.
Capelli diz que "o fato concreto é que parte do PT não quer que Dilma volte. Aposta no quanto pior melhor. Aposta que ao deixar Temer e o exército inimigo marchando sozinhos no campo de batalha eles cairão por si só, pelos percalços do caminho, pavimentando uma volta triunfal da “nova oposição” liderada pelo PT e Lula em 2018".
Todo partido tem seus imbecis, portanto é sempre possível que exista alguém que se enquadre nesta definição. Mas falando francamente, não conheço ninguém que corresponda ao conjunto desta definição. Trata-se de caricatura, de um espantalho, mas não corresponde a um personagem concreto.
Capelli diz que "enquanto o inimigo avança para a batalha final da votação do impeachment em agosto, a proposta de Pomar é nos mantermos isolados no “Volta Dilma”, que não vira um voto no Senado e que não tem apoio popular".
Eu não sei se Capelli estava presente na reunião da Frente Brasil Popular, dia 20 de junho, quando eu e a presidenta nacional do PCdoB abrimos o debate sobre a conjuntura.
Naquela ocasião, deixei claro meu ponto de vista, que não é este afirmado por Capelli.
Repito aqui o que disse lá: cresceu a insatisfação com o governo golpista, mas a mobilização organizada ainda não cresceu o suficiente para derrotar o golpismo. Disto decorrem dois cenários fundamentais: ou o golpismo vence no Senado, mas a instabilidade continua; ou o golpismo perde no Senado, por outros motivos que não a mobilização popular.
Afirmei que é exatamente devido a este cenário contraditório que surgem propostas como as do plebiscito. Entretanto, tentei demonstrar que o plebiscito por antecipação das eleições é uma armadilha. E que, na ausência de proposta melhor, acho que nossa tática deve combinar a luta contra o golpe (Fora Temer) pela mobilização em defesa dos direitos. Afirmei, também, que seria principalmente através da defesa dos direitos que poderemos reconquistar o apoio da classe trabalhadora e com isto criar as condições para derrotar o golpismo.
Portanto, Capelli me atribui uma proposta que não é a minha. É também uma técnica antiga: voce atribui ao adversário uma proposta ridícula, espanca esta proposta e em seguida desfila em triunfo.
Capelli diz que "a opção de Pomar é pelo isolamento e pela derrota. Uma visão esquerdista infantil que conduzirá o Brasil à uma violenta onda neoliberal. É a famosa visão: “Cairemos honrados, Derrotados, mas de Pé”, enquanto o povo será massacrado e direitos históricos suprimidos".
Convenhamos: quem tenta conduzir o Brasil à uma violenta onda neoliberal é a direita. Atribuir isto ao esquerdismo, seja de quem for, é dar ao esquerdismo uma força que o esquerdismo não possui. Aliás, existem situações históricas em que -- não importa qual a tática adotada pelas esquerdas -- a direita nos impõe derrotas. Assim, embora possa ser bom para a luta política, nem sempre é exato atribuir a derrota às opções conjunturais deste ou daquele setor da esquerda.
Por outro lado, sempre devemos buscar saídas. Mas não podemos, nunca, adotar como suposta solução aquela do ditado: não sendo possível vencê-los, vamos nos unir a eles.
Um dos erros da proposta do plebiscito pela antecipação das eleições consiste, na minha opinião, em que busca dividir o lado de lá fazendo uma concessão em algo fundamental. Noutras palavras, para derrotar os golpistas, adota parcialmente uma das premissas do golpismo: a de que falta legitimidade ao governo Dilma para exercer seu mandato até o final.
Um dos erros da proposta do plebiscito pela antecipação das eleições consiste, na minha opinião, em que busca dividir o lado de lá fazendo uma concessão em algo fundamental. Noutras palavras, para derrotar os golpistas, adota parcialmente uma das premissas do golpismo: a de que falta legitimidade ao governo Dilma para exercer seu mandato até o final.
Capelli reclama que eu chego "a escrever que o Plebiscito teria validade depois da votação! Ora, se esta proposta é para tentar virar a votação, como defendê-la após a votação? Abre mão da disputa de Agosto de forma escancarada".
Vou tentar explicar: se defendessemos agora o plebiscito, estaríamos aceitando em tese ser legítimo interromper o mandato da presidenta antes de 31 de dezembro de 2018. Ou seja: estariamos aceitando a legalidade e a legitimidade de um instrumento que não existe em nossa Constituição, a saber, o referendo revocatório. Portanto, a partir daí, nosso argumento teria que ser escrito assim: impeachment sem crime de responsabilidade é golpe, mas impeachment via plebiscito é democrático...
Inclusive por estes motivos acima, sou contra o plebiscito agora. Mas, se o Senado efetivar o impeachment, a situação muda qualitativamente. Por qual motivo? Porque neste caso estaríamos recorrendo a um instrumento que não está na Constituição, mas agora para abreviar o mandato de um presidente golpista.
Portanto, não se trata de "abrir mão da disputa de agosto". Trata-se de não abrir mão da legalidade.
Capelli diz que, "segundo Pomar, se voltasse condicionada a convocação do Plebiscito, “Dilma voltaria derrotada”. É impressionante a abstração completa da correlação de forças e da realidade concreta. Abstrai que estamos sendo seguidamente derrotados e que a volta de Dilma vinculada à convocação do plebiscito seria um revés para o projeto neoliberal em curso. Em resumo, para Valter Pomar, para “Dilma voltar com Plebiscito, MELHOR NÃO VOLTAR”. (??!!!?)
Peço aos leitores que verifiquem meus textos e tentem achar, em qualquer deles, a frase que Capelli me atribui entre aspas. Esta frase simplesmente não existe. Capelli coloca aspas numa frase, como se tivesse sido dita por mim. Acontece que eu nunca disse isto.
Isto posto, vamos ao mérito: para que a volta da presidenta Dilma seja um revés para o projeto neoliberal, é necessário que ela volte em condições de interromper e reverter as medidas neoliberais.
O problema é que Capelli mistura dois níveis de análise. No âmbito da política, sem dúvida o retorno de Dilma seria um revés para as forças golpistas. Mas no âmbito da economia, não é automático que o retorno seja um revés para o projeto neoliberal.
Por isto, aliás, que a Frente Brasil Popular tem insistido junto a presidenta, para que ela divulgue uma Carta para o povo brasileiro, explicando quais medidas adotará em seu regresso.
Capelli diz que eu teria afirmado que "o Plebiscito por Novas Eleições é o “Plano B de setores da Direita”. Qual Pomar? Aponte um? No planeta em que vivo li editoriais de Folha, Globo, Merval e cia dizendo que plebiscito por novas eleições são o verdadeiro Golpe que a esquerda quer aplicar. Curioso que, neste ponto de vista, Valter Pomar se alinhe com a linha editorial do PIG".
Novamente, Capelli me cita distorcendo as palavras.
O que eu disse foi: "Não admira que alguns considerem que esta proposta pode converter-se num plano B para setores da direita, especialmente aqueles que estão mais preocupados em manter Meirelles na Fazenda do que em manter Temer na presidência."
Ou seja. o plano A da direita é manter Temer. Mas se Temer desgastar-se demais, a direita pode recorrer a outras soluções. Uma delas é antecipar a eleição presidencial. Claro, se a direita optar por isto, não seria necessário plebiscito. Aliás, cá entre nós, o plebiscito é uma folha de parreira que setores da esquerda colocam para encobrir a proposta de antecipação das eleições.
Capelli diz que eu beiro "o ridículo ao dizer que Aldo Rebelo defende um certo “Marinismo”, um neologismo infantil criado por ele para dizer que entre a “esquerda pura que ele acredita representar(sic)” e a direita, Aldo estaria capitulando ao defender a terceira via da conciliação de classes."
Novamente alerto que o método de citação de Capelli conduz a confusão. Pergunto: quem foi que disse a frase "esquerda pura que ele acredita representar(sic)"??? Eu não fui.
Isto posto, o termo "marinismo" não é meu. É do ex-governador Ciro Gomes. Sugiro ao Capelli que escreva um post dizendo, ao Ciro, metade das ofensas que dirigiu a mim. Vai ser divertido...
Mas o mérito é: o raciocínio de Aldo é todo baseado na lógica de superar a polarização. Esta é a mesma linha de argumentação de Marina e de muitos outros. No que toca ao Aldo, basta ler a entrevista concedida por ele ao Valor para confirmar isto.
Capeli me acusa de desconhecer "que o país vive um impasse óbvio que afeta objetivamente a vida do povo, bateremos 14% de desemprego já já, e que a tarefa da política é construir saídas para as crises, mediações possíveis dentro do mundo real. Posa de “revolucionário” quando na verdade presta serviço a direita.".
Eu acho que há várias definições possíveis para o que é política. O risco de alguma deles é que servem para justificar qualquer coisa. Por exemplo: "mediações possíveis dentro do mundo real". Se há várias mediações possíveis, qual o critério para escolher esta e não aquela?
Este deveria ser o debate entre nós. Eu acho que a "mediação" proposta por Aldo/Capelli não ajuda, desacumula, contém riscos. Ele acha que a "mediação" proposta por mim contém riscos, é perigosa etc. Isto é o debate de mérito, a tal análise concreta da situação concreta. A alternativa é a escolástica, o esgrimir de conceitos que podem ser mais ou menos corretos em tese, mas não dizem nada sobre o que fazer aqui e agora.
No concreto: para derrotar o golpismo, há dois caminhos fundamentais. Um deles é negociar com uma parte dos golpistas, oferecendo algo em troca (no caso, parte do mandato da presidenta). Outra é mobilizar as camadas populares em defesa dos seus direitos e vincular isto ao Fora Temer e a luta contra o golpe.
O principal risco deste segundo caminho é não dar tempo. Os riscos do primeiro caminho são, entre outros: a) ser inviável em si, entre outros motivos por não existirem tantos senadores dispostos a mudar de voto; b) ser uma armadilha, em que abrimos mão de parte da legalidade, sem garantia nenhuma de que fazendo isto poderemos vencer; c) mesmo que dê tudo certo, resultar num governo tão fraco, que não conseguirá reverter as políticas neoliberais, nos conduzindo a... d) facilitar/pavimentar o caminho para um governo de direita consagrado nas urnas.
O principal risco deste segundo caminho é não dar tempo. Os riscos do primeiro caminho são, entre outros: a) ser inviável em si, entre outros motivos por não existirem tantos senadores dispostos a mudar de voto; b) ser uma armadilha, em que abrimos mão de parte da legalidade, sem garantia nenhuma de que fazendo isto poderemos vencer; c) mesmo que dê tudo certo, resultar num governo tão fraco, que não conseguirá reverter as políticas neoliberais, nos conduzindo a... d) facilitar/pavimentar o caminho para um governo de direita consagrado nas urnas.
Capelli afrma que eu "expressa, sem constrangimento, a fina flor do hegemonismo petista, ao considerar que qualquer saída fora do PT é capitulação."
Aqui Capelli quase se rende ao mais recente esporte nacional: espancar o PT.
Evidentemente, há no PT e noutros partidos de esquerda gente hegemonista, assim como há gente que faz aliança com qualquer um. Não compartilho nenhum destes pontos de vista.
Porém, defenso ser preciso tomar cuidado com o seguinte: há quem, a pretexto de combater o suposto ou real hegemonismo (melhor seria dizer exclusivismo) do PT, na verdade está buscando construir um arco de alianças em que a esquerda seja comandada pelo centro.
Porém, defenso ser preciso tomar cuidado com o seguinte: há quem, a pretexto de combater o suposto ou real hegemonismo (melhor seria dizer exclusivismo) do PT, na verdade está buscando construir um arco de alianças em que a esquerda seja comandada pelo centro.
Na minha opinião, a lógica política expressa na entrevista de Aldo Rebelo ao jornal Valor conduz a isto, ou seja, aceitar a hegemonia de outros setores político-sociais.
Capelli reclama das críticas que faço a Aldo no debate sobre a previdência.
O que tenho a dizer sobre isto neste momento é repetir o que já disse no texto atacado por Capelli: "Frente a uma pergunta imbecil do Valor ("O senhor acha que a esquerda custa a aceitar teses já pacificadas no resto do mundo em relação à Previdência?"), Aldo não se dá ao trabalho nem mesmo de citar a luta atual dos comunistas e da esquerda francesa., para demonstrar que não há nada de "pacífico" na questão previdenciária, em nenhum lugar do mundo. Pelo contrário, ele capitula integralmente aos pontos de vista da direita: "Já passou da hora de a esquerda aceitar a discussão da idade mínima e da convergência de regras para homens e mulheres na Previdência. A agenda da esquerda não pode se limitar ao multiculturalismo".
Capelli diz que enquanto eu escrevia "teses desconexas", "Aldo Rebelo presidia a Câmara dos Deputados na maior ofensiva contra o então Presidente Lula".
Sinceramente, não sei o que dizer. Eu escrevi as tais "teses desconexas" há poucos dias. Aldo presidiu a Câmara há 10 anos. Como no caso das aspas, acho que Capelli as vezes escorrega na retórica.
E,, na boa, não sei no que ajuda, neste debate, dizer que "enquanto muitos dos Cardeais Petistas desertavam ou choravam como crianças no colo uns dos outros, dando como certa a queda de Lula, Aldo ocupava o front".
Capelli afirma que "o que Aldo afirmou, e foi distorcido por má fé, é que a esquerda deve enfrentar o debate da Previdência como forma de defendê-la, que a simples negação é a marcação de posição esquerdista e derrotada, que a direita ADORA."
Sempre há o risco de distorcer o que alguém disse, assim como sempre pode ocorrer que o Valor tenha editado a entrevista de maneira inadequada. Mas peço que seja relido o trecho abaixo, que está no texto criticado por Capelli:
(...) Aldo não está discutindo propriamente a história, mas sim opinando sobre o presente: ele quer e defende uma solução para a crise que implique em um pacto com a maioria do atual Congresso nacional.
Nas suas palavras. "Um novo governo daria ao eixo do Executivo uma âncora importante para a estabilidade. Os fatores que reduzem o coeficiente de legalidade e legitimidade do Executivo têm uma causa muito clara que é o afastamento da presidente e a ascensão do vice. É preciso encontrar na Câmara e no Senado os personagens que conduzirão este debate".
No fundo, trata-se de uma radicalização da chamada governabilidade institucional.
No limite, aceita-se entregar o governo a quem tem maioria no parlamento.(...).
Notem que nesta linha de raciocínio, a proposta de convocar um plebiscito tem uma só função: passar a impressão de que a decisão está sendo transferida para a soberania popular. Quando na verdade se pretende que o povo venha apenas dar legitimidade a um pacto prévio.
Prova disto é o seguinte comentário: "O impasse econômico dificilmente encontrará uma solução satisfatória enquanto o governo carecer de plena legalidade e de inconteste legitimidade, além da força e da autoridade conferida pela população. O impasse da nossa economia talvez seja mais profundo que as disfunções de nosso sistema político-eleitoral. Esse debate hoje torna-se mais difícil porque os atores que têm a possibilidade de nele intervir estão com dificuldade para agir. Há um problema importante a ser enfrentado na Previdência? Sim, claro, mas esta resposta só um governo com a força das urnas pode dar".
Ou seja: um governo forte para... fazer a reforma da previdência.
Aldo não apenas aceita que os reacionários majoritários no parlamento governem, ele está disposto a aceitar também o programa reacionário.
Capelli diz que "o PT, Lula e seus dirigentes precisam decidir com URGÊNCIA se vão para o campo de batalha tentar derrotar o Golpe Neoliberal ou vão continuar de braços cruzados, esperando Dilma ser massacrada, para posar de vítimas enquanto o país é destruído, na ilusão INACREDITÁVEL de que voltarão triunfantes em 2018. Os Comunistas, que nunca fugiram da luta no Brasil, vão à guerra, não preocupados com o próprio umbigo, mas com a responsabilidade histórica de tentar salvar a nação num dos momentos mais conturbados de nossa jovem democracia".
Capelli acredita, sinceramente, que eu me oponho a tese do plebiscito sobre antecipação das eleições porque estou preocupado em primeiro lugar com o PT.
Evidentemente estou preocupado com o PT. Até porque uma eventual destruição do PT terá impacto sobre toda a esquerda brasileira e sobre a classe trabalhadora e sobre a esquerda latino-americana.
Mas minha oposição a tese do plebiscito está vinculada, como venho tentando demonstrar, a uma análise das implicações concretas desta proposta.
E minha crítica a variante Aldo Rebelo desta proposta é que, na minha opinião, esta variante explicita todos os riscos contidos nesta proposta.
E minha crítica a variante Aldo Rebelo desta proposta é que, na minha opinião, esta variante explicita todos os riscos contidos nesta proposta.
Capelli escolheu fazer, contra mim, um típico debate partidista.
Equivocou-se triplamente.
Eu sou petista, mas neste debate estou falando em meu nome pessoal.
Minha crítica era a variante Aldo, não sendo extensiva ao conjunto do PCdoB.
E, terceiro equívoco, ao desferir uma resposta tão cheia de preconceitos anti-petistas, Capelli confirmou várias das preocupações que me levaram a criticar a posição de Aldo.
Equivocou-se triplamente.
Eu sou petista, mas neste debate estou falando em meu nome pessoal.
Minha crítica era a variante Aldo, não sendo extensiva ao conjunto do PCdoB.
E, terceiro equívoco, ao desferir uma resposta tão cheia de preconceitos anti-petistas, Capelli confirmou várias das preocupações que me levaram a criticar a posição de Aldo.
Por fim: Capelli talvez não saiba, ou talvez não concorde com isto, mas o fato de militar num partido comunista não converte as pessoas em revolucionárias ou comunistas.
A trajetória do PC desde 1922 está cheia de casos em que pessoas muito importantes dentro do Partido passaram a defender posições antagônicas aos interesses da classe trabalhadora.
A trajetória do PC desde 1922 está cheia de casos em que pessoas muito importantes dentro do Partido passaram a defender posições antagônicas aos interesses da classe trabalhadora.
Da mesma forma, o fato de alguém ser filiado a um partido denominado "dos trabalhadores" não garante que as posições desta pessoa sejam coerentes com os interesses da classe.
Por isto debater é importante.
Por isto é importante debater com civilidade.
Por isto certo nível de agressividade deve ser dedicada apenas aos inimigos.
Segue o texto de Capelli
O QUE É ISSO, COMPANHEIRO? (RESPOSTA AO ESQUERDISMO INFANTIL DE VALTER POMAR NAS AGRESSÕES À ALDO REBELO)
Fiquei estupefato com os argumentos infantis e as agressões pueris desferidas contra Aldo Rebelo pelo petista Valter Pomar, em artigo onde tenta responder a uma sólida e importante entrevista concedida por Aldo ao jornal Valor Econômico. Na falta de argumentos sólidos para se contrapor a proposta de Plebiscito sobre Novas Eleições, defendida altivamente pelo PCdoB, escolheu caluniar e agredir, ao invés de argumentar.
O fato concreto é que parte do PT não quer que Dilma volte. Aposta no quanto pior melhor. Aposta que ao deixar Temer e o exército inimigo marchando sozinhos no campo de batalha eles cairão por si só, pelos percalços do caminho, pavimentando uma volta triunfal da “nova oposição” liderada pelo PT e Lula em 2018. E porque digo “por si só”? Porque enquanto o inimigo avança para a batalha final da votação do impeachment em agosto, a proposta de Pomar é nos mantermos isolados no “Volta Dilma”, que não vira um voto no Senado e que não tem apoio popular. A opção de Pomar é pelo isolamento e pela derrota. Uma visão esquerdista infantil que conduzirá o Brasil à uma violenta onda neoliberal. É a famosa visão: “Cairemos honrados, Derrotados, mas de Pé”, enquanto o povo será massacrado e direitos históricos suprimidos. Chega a escrever que o Plebiscito teria validade depois da votação! Ora, se esta proposta é para tentar virar a votação, como defendê-la após a votação? Abre mão da disputa de Agosto de forma escancarada. Vejam o que escreve:
“O argumento poderia ser 100% correto (do Plebiscito), caso o Senado já tivesse votado e aprovado o impeachment.”
Segundo Pomar, se voltasse condicionada a convocação do Plebiscito, “Dilma voltaria derrotada”. É impressionante a abstração completa da correlação de forças e da realidade concreta. Abstrai que estamos sendo seguidamente derrotados e que a volta de Dilma vinculada à convocação do plebiscito seria um revés para o projeto neoliberal em curso. Em resumo, para Valter Pomar, para “Dilma voltar com Plebiscito, MELHOR NÃO VOLTAR”. (??!!!?)
Afirma que o Plebiscito por Novas Eleições é o “Plano B de setores da Direita”. Qual Pomar? Aponte um? No planeta em que vivo li editoriais de Folha, Globo, Merval e cia dizendo que plebiscito por novas eleições são o verdadeiro Golpe que a esquerda quer aplicar. Curioso que, neste ponto de vista, Valter Pomar se alinhe com a linha editorial do PIG.
Beira o ridículo ao dizer que Aldo Rebelo defende um certo “Marinismo”, um neologismo infantil criado por ele para dizer que entre a “esquerda pura que ele acredita representar(sic)” e a direita, Aldo estaria capitulando ao defender a terceira via da conciliação de classes. Desconhece que o país vive um impasse óbvio que afeta objetivamente a vida do povo, bateremos 14% de desemprego já já, e que a tarefa da política é construir saídas para as crises, mediações possíveis dentro do mundo real. Posa de “revolucionário” quando na verdade presta serviço a direita. Expressa, sem constrangimento, a fina flor do hegemonismo petista, ao considerar que qualquer saída fora do PT é capitulação.
Segue atacando Aldo com afirmações onde propõe o
desconhecimento do Congresso Nacional e da correlação de forças objetiva. Vejam:
desconhecimento do Congresso Nacional e da correlação de forças objetiva. Vejam:
“Aldo não apenas aceita que os reacionários majoritários no parlamento governem, ele está disposto a aceitar também o programa reacionário. Pelo contrário, ele capitula integralmente aos pontos de vista da direita (reforma da Previdência)”
Enquanto o “revolucionário” escrevia teses desconexas como estas, Aldo Rebelo presidia a Câmara dos Deputados na maior ofensiva contra o então Presidente Lula. Arquivava, sob pressão monumental, mais de 20 pedidos de impeachment contra Lula e garantia uma travessia segura e serena para esquerda no auge do Mensalão. Enquanto muitos dos Cardeais Petistas desertavam ou choravam como crianças no colo uns dos outros, dando como certa a queda de Lula, Aldo ocupava o front.
O que Aldo afirmou, e foi distorcido por má fé, é que a esquerda deve enfrentar o debate da Previdência como forma de defendê-la, que a simples negação é a marcação de posição esquerdista e derrotada, que a direita ADORA.
O PT, Lula e seus dirigentes precisam decidir com URGÊNCIA se vão para o campo de batalha tentar derrotar o Golpe Neoliberal ou vão continuar de braços cruzados, esperando Dilma ser massacrada, para posar de vítimas enquanto o país é destruído, na ilusão INACREDITÁVEL de que voltarão triunfantes em 2018.
Os Comunistas, que nunca fugiram da luta no Brasil, vão à guerra, não preocupados com o próprio umbigo, mas com a responsabilidade histórica de tentar salvar a nação num dos momentos mais conturbados de nossa jovem democracia.
Camarada vc tá certo.
ResponderExcluirMas, como pode um Partido que está enfrentando uma Guerra de Extermínio feriar?